
Opinião


O (nosso) castelo andante!
Na passada sexta-feira recebi uma visita: a Bruxa do Nada! Abri a porta e não o devia ter feito, pois a sacana da bruxa lançou-nos um feitiço.
Carlos Rosa

Como enfrentar a tripla crise dos países vulneráveis
ExclusivoO ano de 2020 mudou tudo. O mundo enfrenta agora crises interligadas de saúde, económicas e climáticas que não têm paralelo histórico. Essas ameaças convergentes afetam a todos, mas são especialmente devastadoras para os países em desenvolvimento vulneráveis.
Manish Bapna e Muhammad Musa

A vacinação e a arte da guerra: o exemplo do Médio Oriente
Vivemos um momento bélico contra um inimigo, chamado covid-19, que é implacável, mutável, incansável. Guerra é guerra, exigindo estratégia e táctica metódicas, precisas e rigorosas. Há que ser rápido como o vento, feroz como o fogo e inabalável como a montanha (parafraseando Sun Tzu, em A Arte da Guerra).
Patricia Akester e Filipe Froes

Querem dez razões para não vacinar já os políticos?
Anunciar, nesta fase, que na semana que vem entram para uma lista de prioridades na vacinação para a covid-19 Presidente da República, primeiro-ministro, ministros, secretários de Estado, funcionários da Assembleia da República, membros do Conselho de Estado, Provedora de Justiça, membros das regiões autónomas e presidentes de câmara municipal é uma estupidez política inacreditável.
Pedro Tadeu

Hidrogénio verde, lítio e IPCEI
O projeto de produção em Portugal de hidrogénio verde em grande escala começa com uma empresa portuguesa de um cidadão holandês, Marc Rechter. Planeou o projeto, articulou com várias entidades, terá sensibilizado vários clientes potenciais na Holanda, na Alemanha e em países adjacentes. Apresentou o projeto de seguida ao governo português e, perante a reação positiva deste, promoveu a ligação a entidades da Holanda - do respetivo governo a off-takers do hidrogénio.
Jorge Costa Oliveira

Para liderar é preciso saber ouvir
No final do Conselho de Ministros de 21 de janeiro, o primeiro-ministro fez uma afirmação preocupante, que passou despercebida no meio do turbilhão noticioso em torno das eleições presidenciais. Disse António Costa, questionado por um jornalista sobre o eventual arrependimento de não ter fechado as escolas mais cedo, que: "Nós adotamos as medidas em função dos dados que existem, não dos dados que existiram nem dos dados que imaginamos que venham a existir."
Maria da Graça Carvalho

O vencedor e o campo de treinos
A comunicação social publicou as habituais análises sobre vencedores e vencidos das eleições. São curiosidades. Na realidade, o domingo só teve um vencedor: Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente reeleito.
José Ribeiro e Castro

Desígnios de um país "doente"
As altas figuras do Estado vão ser vacinadas a partir da próxima semana. Defender o contrário para ser popular, irreverente ou jogar no campo das demagogias ou ideologias não é sério. Quem lidera, dirige, administra um país em pandemia tem de estar sempre na linha da frente. Não se trata da mesma linha da frente em que estão médicos, enfermeiros e auxiliares - que, obviamente, devem todos ter via verde para a vacinação, no público e no privado, bem como bombeiros e forças de segurança envolvidas no combate à covid-19. Mas, cada um, na sua missão, precisa de continuar a lutar. Sem parar. O Diário de Notícias revelou ontem, em primeira mão, o despacho assinado pelo primeiro-ministro, bem como as cartas enviadas aos órgãos de soberania no sentido de começarem a ser definidas as prioridades de vacinação, consoante as disponibilidades.
Rosália Amorim

'Smarketing'?!?
Assistimos a grande aceleração na mudança do comportamento dos consumidores da qual se destaca a valorização do "phygital", ou seja, a consistência na integração das jornadas física e digital.
João Filipe Torneiro

Não vale tudo. Bom senso precisa-se
Governar, seja o que for, não é tarefa fácil. Basta pensar na gestão das nossas casas, que em tempo de pandemia se tornou ainda mais complexa, já que a incerteza e disrupção passaram a fazer parte do quotidiano. O certo é que, à exceção dos domicílios, só governa quem quer - ou quem vence. Por sufrágio ou não, haverá sempre uma apreciação do modelo de governança.
Manuel Portugal Lage

Repartir os ovos por vários cestos - dizia Soares
Mário Soares costumava dizer que o povo português gosta de repartir os ovos por vários cestos. O líder histórico do PS aludia ao facto de, normalmente, haver um Governo de direita e um Presidente de esquerda, ou vice-versa, como acontece agora. As maiorias parlamentar e presidencial nem sempre coincidem.
Simões Ilharco

Manaus sem oxigénio é espelho do negacionismo bolsonarista
O coronavírus ataca de maneira agressiva os pulmões a causar uma grave inflamação que gera dificuldade na absorção do oxigénio, vital para a sobrevivência dos demais órgãos. Conforme a capacidade de captação de oxigénio diminui, o paciente faz mais força para encher os pulmões. Chega um momento em que esse esforço não resulta, o organismo acusa a baixa concentração de oxigénio e é quando se passa a usar outros músculos do abdómen na tarefa de encher mais ainda os pulmões, qualquer médico ou profissional de emergência reconhece o desconforto respiratório ao notar esse movimento torácico. Esse processo é exaustivo, requer muito esforço físico e o paciente, debilitado, perde a capacidade de respirar e forçar a entrada de ar em seus pulmões.

Falar de poesia hoje?
A atualidade rodeia estas minhas palavras com o alto vibrar dos resultados eleitorais, nas suas vitórias e derrotas, e com a terrível música de fundo da pandemia, nos seus lutos e alarmes. Parecerá então falar hoje de poesia atitude semelhante àqueles jogadores de xadrez do poema de Ricardo Reis que ficam suspensos "de marfim peão mais avançado/ pronto a comprar a torre" ainda que "caiam cidades, sofram povos, cesse/ a liberdade e a vida"?
Luís Castro Mendes

Lembrar um conto popular…
Importa sensibilizar os portugueses para a tomada de consciência da necessidade de uma proteção solidária. Como disse o Presidente da República, muito bem, a primeira prioridade é o combate da pandemia. Importa cerrar fileiras para enfrentar o perigo real com que o mundo se defronta. Não está em causa a liberdade e o direito, mas o respeito mútuo de uma cidadania livre e responsável. Daí a necessidade de uma maior coordenação nacional, europeia e internacional e de medidas excecionais que correspondam ao que o direito designa como estado de necessidade, em nome da preservação da vida de muitas pessoas.
Guilherme d’Oliveira Martins

Duas ideias insensatas, ou talvez não
Sei que corro o risco de parecer mais um desses "especialistas" sobre pandemias que, no último ano, têm proliferado em todos os países e meios, debitando "bocas" sobre o novo coronavírus, os meios para a enfrentar, as relações entre ciência e política, a maneira como os governos devem ou não lidar com este problema que continua a manter a humanidade virtualmente paralisada e outros tópicos correlatos.
João Melo

Coisas boas destas presidenciais
Aquilo que não aconteceu na campanha aconteceu na noite de domingo: Marcelo acusou o Chega de ser contra a democracia e Rui Rio colocou-o na "extrema-direita", assumindo o PSD como centro. Tudo certo: agora é só agirem em conformidade.
Fernanda Câncio

Marcelo e a espada de Eanes
Ainda bem. E que o Senhor o acrescente!, diria a minha sogra da reeleição de Marcelo. Eu acrescento que, por mais que festejemos um e justifiquemos os outros, o problema é o outro - ou pior, são outros. Um é aquele que multiplicou por sete o número de votos arrebanhados à esquerda e à direita, resultado da incapacidade do sistema para responder às chagas dos nossos dias: desemprego, medo, miséria, fome, doença - o calvário de gente, muita gente, gente nossa, com rosto, o da desigualdade persistente, que gera populismos, violência e ódio. Em jogo, diante de nós, encontram-se duas lógicas: a dos partidos tradicionais e a da sociedade. As eleições de domingo demonstraram que elas deixaram de coincidir.
Afonso Camões

O segundo mandato e o futuro político da nação
O combate à pandemia e aos seus efeitos económicos e sociais será um dos desafios do segundo mandato do reeleito Presidente da República.
Rosália Amorim

Carta aberta ao Embaixador da Índia em Portugal: Celebrar a Constituição, defender os direitos humanos
Exmo. Senhor Embaixador Manish Chauhan
Miguel Almeida

Estou furioso: se for votar, sou criminoso!
Estou mesmo furioso: nestas Presidenciais, se sair de casa para ir votar, sou criminoso! Se consultarmos o site oficial do SNS, há uma clarificação sobre este assunto:
Pedro Afonso

Carta aberta a meu amigo Avito
O Filipe acaba de me dar a triste notícia com voz embargada e plangente: o nosso Avito é uma saudade. Partiu esta madrugada.

Depois da pandemia a Troika?
Portugal, devido a uma duplamente deficiente gestão da pandemia, enfrenta, para além de uma tremenda crise humanitária que custa diariamente centenas de vítimas mortais evitáveis, uma das mais severas recessões económicas das últimas décadas.
Jorge Fonseca de Almeida

Aulas online: público e privado
A não autorização de aulas online nas escolas privadas, durante as duas semanas em que as escolas públicas vão estar encerradas também sem elas, suscitou alegações de inconstitucionalidade por violação da "liberdade de aprender e de ensinar", em particular, e do "princípio de proporcionalidade" em geral. Menos aflorado e valorado tem sido o que, salvo opinião mais bem argumentada, está principalmente em causa: o "princípio da igualdade". Vejamos.
A. Reis Monteiro

Celebrar a educação em tempos de covid-19
Comemora-se hoje oficialmente o Dia Internacional da Educação, com o tema "Recuperar e revitalizar a educação para a geração da covid-19". Nada mais apropriado no momento em que as nossas escolas do pré-escolar, básico e secundário se encontram encerradas devido à terrível situação que Portugal atravessa, com um número crescente de infetados e mortos, e um Serviço Nacional de Saúde à beira do colapso.
Margarita Correia

Aprofundar a descentralização e desenvolver o país
A recente entrada em funções das comissões de coordenação das regiões, decorrentes do processo de descentralização iniciado pelo governo, pode e deve assumir, no atual contexto nacional e europeu, uma grande importância para a necessária articulação, coordenação e cooperação interinstitucional num contexto complexo em que vivemos de crise económica e social na pandemia.
José Maria Costa

O fado do "Estado adiado" e a ascensão do "Estado necessário"
Portugal está, há anos, a discutir reformas do Estado. Expressões como "gorduras do Estado", "consumos intermédios", "Estado regulador" ou "Estado mínimo", quase todas mais decorrentes do avanço da ideologia neoliberal do que da realidade ou das necessidades das funções do Estado, passaram a fazer parte do léxico comum da classe política nacional.
Isaltino Morais

Presidente reforçado
Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República com margem confortável para consolidar o seu espaço de manobra e reforçar a sua independência. Os votos vieram não apenas da área da sua família política de origem, PSD e CDS, mas também do PS mais moderado. Esta circunstância, se não lhe permitiu alcançar valores ainda mais expressivos, fruto também da pandemia, dá-lhe agora conforto para agir respaldado num consenso alargado do espaço democrático.
Assunção Cristas

Eclipse à esquerda favorece Costa
Há cinco anos, contra Marcelo Rebelo de Sousa, a esquerda teve mais de 40% dos votos e a direita ganhou à primeira volta. Desta vez, Marcelo foi o candidato do bloco central e a esquerda que entendeu ir a votos ficou-se pela metade. PCP e Bloco quiseram marcar terreno e o tiro saiu pela culatra. A agravar o erro estratégico de comunistas e bloquistas, a consolidação da extrema-direita reduz-lhes a quase nada o espaço de manobra para afirmar opções políticas que possam pôr em causa a estabilidade política. Uma maioria de direita já não é impossível e será tão mais provável quanto mais a esquerda se mostrar dividida.
Paulo Baldaia

Manifestação cívica
A eleição para um segundo mandato presidencial gera tradicionalmente elevado nível de abstenção, mas a taxa de abstenção foi abaixo dos 70% que se temia uns dias antes da data das eleições. No contexto de pandemia e de confinamento, em especial do aumento do número de mortes e de infetados nas últimas semanas, a maior participação dos cidadãos pode ser interpretada como um ato de coragem ao votar no pico da pandemia e uma manifestação de crença na democracia, sobretudo quando vários candidatos alertaram, na ponta final da campanha, para os riscos da abstenção elevada e do fantasma do populismo.
Rosália Amorim

A grande derrotada
Há 24 semanas que os bielorrussos marcham contra o regime de Lukashenko. Há quase dois anos que ativistas pela democracia são perseguidos em Hong Kong. Há já três dias que se sai à rua na Rússia em defesa de Alexei Navalny, líder da oposição a Vladimir Putin. Em Yakutsk, na Sibéria, os protestos realizaram-se sob uma temperatura de 52 graus negativos.
Sebastião Bugalho

Um problema à distância
Apesar de a política europeia estar frequentemente refém de eleições nacionais - coisa de que os europeístas se queixam muito -, o resultado das presidenciais portuguesas é praticamente irrelevante para o destino da Europa. Por um lado, porque o vencedor faz parte do desconhecido Grupo de Arraiolos, que de tempos a tempos junta os chefes de Estado que não têm competências em matéria de política europeia, mas que, ainda assim, gostam de se encontrar. Por outro, porque nunca houve, e continua a não haver, uma questão europeia nas eleições presidenciais portuguesas. Nem nas restantes, nos últimos anos. Mas começa a haver um problema.
Henrique Burnay

Juventudes Partidárias não são centros de emprego!
Os jovens são o futuro de qualquer Estado de Direito que pugne pela prosperidade, atualidade e mudança. São estes os grandes shappers e lapidadores de uma democracia melhor, afastada do pensamento congelado e "velho".
João Pedro Leitão

Brilhante, Portugal!
Brilhante é o que se poderá dizer, sem favor, do desempenho dos portugueses nas eleições presidenciais. A afluência às urnas bastante expressiva, se atendermos às previsões catastróficas, que, sobre a mesma, se faziam e a organização do acto eleitoral, impecável na segurança e funcionamento, demonstraram que a democracia está profundamente enraizada entre nós.
Simões Ilharco

Fantasiar Bugios ou bugiar?
Quando trabalhava perto do rio, ia muitas vezes pela marginal e procurava poiso onde pudesse contemplar a sesta dos cargueiros e o Forte de São Lourenço da Cabeça Seca, dito do Bugio, iniciado em finais do século XVI, sob a direcção do frade que Filipe I mandou vir de Nápoles. Os cargueiros são, aos meus olhos, a mais depurada ideia de casa movendo-se sobre as águas.
Fernando Alves

A nova Casa Branca e o Médio Oriente
Poucos dias antes da mudança na Casa Branca em Washington, o governo israelita reconheceu a construção de 780 mais 2600 novos apartamentos para os colonos judeus na Cisjordânia. Em 2020 eles decidiram construir cerca de 12 mil novos apartamentos e durante a administração do presidente Trump foram construídas 27 mil novas casas no total.
Mirko Stefanovic
