Atualidade

Opinião

Joana Amaral Dias

Parque Escobar

A Parque Escolar foi a empresa escolhida pelo governo para a construção de habitação pública com o dinheiro do PRR. Sim, leu bem. A Parque Escolar, cuja mera invocação deveria causar taquicardia ao contribuinte, que encheu os bolsos ao muito fiel amigo de José Sócrates - Santos Silva do Grupo Lena -, que também deu uma ajudinha à mui regimental Mota-Engil, que tem um dívida de 1,4 mil milhões de euros e não apresenta contas há 6 anos, que está há um ano sem presidente do conselho de administração e sem presidente do conselho fiscal. Portanto, para que serve a bazuka? Para a rede cacique e nepotista do Partido Socialista, inclusive para limpar o passivo da Parque Escolar.

Joana Amaral Dias

António Araújo

Obsessão

Gosto de obsessivos, talvez por ser um deles. Pensemos: tudo, praticamente tudo, o que de bom e de mau tem acontecido à Humanidade desde o início dos tempos tem sido fruto de taras ou manias compulsivas, das idées fixes de impérios, nações ou de indivíduos, que tanto querem conquistar a Rússia ou abocanhar a Ucrânia, como descobrir a cura para o cancro, ir à Lua ou a Marte, inventar a luz eléctrica e agora esta maldita Inteligência Artificial. A sorte e o acaso também têm um papel relevante, é certo, mas a sorte e o acaso só surgem, regra geral, porque existe alguém obsessivamente apostado em recolher-lhe os frutos: sem dúvida que Fleming teve muita sorte com os fungos da penicilina, que medraram nas placas do seu laboratório enquanto estava de férias, mas isso só aconteceu, como é óbvio, porque ele e a sua equipa já andavam há muito a investigar a matéria, compulsivamente, obsessivamente.

António Araújo

Daniel Deusdado

As casas não vão descer. Os salários vão subir?

Portugal sempre teve este problema: trata de assuntos complexos como se fossem novos, únicos e não tivessem sucedido noutros locais do mundo. Mas em vez de copiar modelos internacionais na habitação, entra na espiral negativa de tornar indesejados os promotores de dimensão capazes de construir casas novas para arrendar a preços controlados. Ou então cria-se um clima anti-estrangeiro - como se passasse a ser possível proibi-los de quererem vir viver e investir em Portugal.

Daniel Deusdado

José Mendes

Inteligência Artificial: pausar ou cancelar?

OpenAI, Google, Microsoft, IBM, Amazon, Baidu, Tecent. Estes são alguns dos gigantes que lideram a corrida à inteligência artificial (IA), aos quais acrescem dezenas de pequenas startups. O ritmo com que estão a desenvolver algoritmos e a treinar os sistemas de IA, acedendo a "todo o conhecimento existente" - em termos práticos, tudo o que está na internet -, faz-nos antever um mundo novo, que tem tanto de fascinante, como de assustador.

José Mendes

João Lopes

A verdade de Nan Goldin

Vendo ou revendo as fotografias de Nan Goldin no filme Toda a Beleza e a Carnificina, de Laura Poitras (um dos títulos nomeados para o Óscar de Melhor Documentário, já em exibição nas salas portuguesas), não pude deixar de pensar na tocante singularidade dos seus retratos e, sobretudo, autorretratos. Mais exatamente: no modo como as suas imagens carrilam uma noção dinâmica de identidade que resiste, ponto por ponto, à obscenidade democrática das redes a que chamaram "sociais".

João Lopes

Mais Opinião

Anselmo Borges

Somos livres? E então?

Vem-me à memória aquela estória. Diante do avô morto, o menino perguntou à mãe: "E agora?" A mãe: "O avô morreu e a alma foi para Deus e o corpo vai para a terra; quando a mãe morrer, também é assim: o corpo vai para a terra e a alma vai para Deus; quando tu morreres um dia, também é assim: o teu corpo vai para Deus e a tua alma vai para Deus." E o miúdo: "E eu?" Aí está o enigma maior: o enigma do eu. Nestes tempos líquidos, não se pensa, mas é urgente pensar nesse enigma, mistério mesmo, que é o eu. Eu...

Anselmo Borges

Viriato Soromenho Marques

Entre Clausewitz e a roleta russa

Nunca como hoje se tornou tão profundo o abismo entre a gravidade do mundo e a superficial banalidade de quem o deveria governar. Há 45 anos, no nosso campo ocidental, até os políticos profissionais perceberiam que numa guerra entre potências nucleares não poderá haver vencedores, apenas vencidos. Hoje, até os "peritos" contratados como consultores dos governos disfarçam a sua ignorância do que está em causa sob o manto postiço de uma convicta determinação.

Viriato Soromenho-Marques

Ibrahim Aybek

Um ano depois de Os Lusíadas em turco

Em 2022 comemorámos os 450 anos da publicação de obra-prima da literatura portuguesa denominada Os Lusíadas, escrito pelo poeta nacional de Portugal, Luís Vaz de Camões. 2022 não foi apenas especial por isso, também foi especial para os leitores turcos, por poderem ler esta obra pela primeira vez em turco. Desde a sua publicação, a epopeia criou entusiasmo entre os leitores turcos, sobretudo, poetas, escritores, editores, académicos e historiadores na Turquia. Eu, enquanto tradutor, modestamente tive de responder a alguns emails curiosos e entusiasmados de alguns leitores turcos, e na maioria das vezes admiradores da obra e da sua tradução em turco. A obra em si até chamou interesse dos colecionistas portugueses, por isso ficou disponível nos alfarrabistas de Lisboa.

Ibrahim Aybek

Miguel Coelho

Lisboa tem de ser para todos

No dia em que o governo anunciou, após a consulta pública, o pacote "Mais Habitação", Carlos Moedas entendeu participar na manifestação dos promotores de Alojamento Local. Aí, como habitual, disse o que estes empresários queriam ouvir, em contradição com o que está a negociar com as Juntas de Freguesia, onde a questão se coloca sobre a "intensidade" da limitação de AL na cidade e não sobre a sua liberalização. É Moedas no seu melhor. Diz o que as pessoas querem ouvir, mesmo que sobre o mesmo assunto, se a plateia for diferente, diga o contrário.

Miguel Coelho

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