Opinião

Guilherme de Oliveira Martins

O poder da palavra...

"O Poder da Palavra" é um projeto do Museu Calouste Gulbenkian que visa valorizar a Arte do Livro e outros objetos da coleção do Médio Oriente, com o objetivo de abrir novas perspetivas e criar interpretações contemporâneas, que afirmem a importância essencial do património cultural imaterial. Já na quarta edição, Jessica Hallett e Fabrizio Boscaglia animaram a invocação da festividade do Noruz, o início do ano persa, no equinócio da Primavera. A partir do caminho da espiritualidade sufi, é um conjunto de iniciativas centradas no Museu sob o título Sabedoria Divina - o caminho dos sufis até 2 de outubro de 2023, que salienta a importância de um verdadeiro diálogo entre culturas. A noção moderna do património cultural, como o Conselho da Europa definiu salienta na Convenção de Faro, corresponde a essa ideia dinâmica, em que o passado e o presente são fatores de enriquecimento e respeito mútuo, de criatividade e de paz.

Guilherme d'Oliveira Martins

Afonso Camões

A fábula do macaco

Por mais engravatado que se apresente, o negócio bancário é um dos mais simples que existe. Trata-se de captar dinheiro barato e emprestá-lo caro. Um exemplo: Fazemos um depósito de 100 euros e, com sorte, pagam-nos 2% de juros; desses 100, o banco pega em 50 e empresta, vá lá, a 8%. Ora aí está - não é astrofísica nem pirotecnia. E, no entanto, com alguma frequência é preciso resgatar algum banco na falência. O último foi o Crédit Suisse, vejam lá, um banco suíço. E não falta até quem admita que o efeito de dominó possa atingir o alemão Deutsche Bank ou a Rabobank dos Países Baixos, duas lustrosas instituições financeiras cuja reputação ameaça descer à cave. Perguntamo-nos, então, como é possível que alguns banqueiros governem tão mal um negócio tão simples? E como explicar o nervoso miudinho das bolsas quando um desses bancos estremece?

Afonso Camões

Pedro Cruz

Com IVA zero e brócolos se enganam os tolos

Nos últimos meses, nas últimas semanas, o IVA zero no cabaz de alimentos considerados essenciais era um erro. O modelo já tinha sido experimentado em Espanha e, dizia o governo, sem resultados práticos para quem compra. Não seria através da descida do imposto que o consumidor - eu prefiro dizer cidadão - notaria a diferença na fatura. E, à boleia desta constatação, já testada mesmo aqui ao lado, o governo entendia que não deveria abdicar da receita do IVA gerada pela venda dos alimentos essenciais. Com a política das "contas certas", de números mágicos nas finanças, indicadores económicos sempre a subir e uma arrecadação de impostos verdadeiramente extraordinária, baixar o IVA, ainda por cima sem garantias de sucesso, soava a disparate.

Pedro Cruz

Mais atualidade

Mais Opinião

Margarita Correia

Do Iraque - esplendores, misérias e também línguas

O Iraque tem uma extensão de 438 317 km2 (mais de quatro vezes a de Portugal) e é limitado pela Jordânia a oeste e, no sentido horário, por Síria, Turquia, Irão, Koweit, Golfo Pérsico e Arábia Saudita. Foi parte do Império Otomano até 1919 e do Britânico até 1932, mantendo-se forte influência do Reino Unido na governação do país ao longo de décadas. Em 1968, teve início a República Baathista, da qual Sadham Hussein foi figura dominante entre 1979 e 20 de março de 2003, data do início da invasão pelos EUA. O Iraque tem uma população de c. 45 milhões de habitantes (2023), maioritariamente árabe e curda (c. 15%); era em 2021 o quinto maior produtor mundial de petróleo.

Margarita Correia

Luís Vilar

A (resiliente) endogamia académica portuguesa

As espécies animais que procriam entre si estão mais suscetíveis à extinção porque possuem um ADN menos variável e um potencial de adaptabilidade mais fraco. Este é um facto cientificamente provado desde os tempos de Darwin. E segundo um estudo da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, as universidades públicas portuguesas podem padecer do mesmo mal. A conclusão é que a maioria dos docentes doutorados que ocupam posições de carreira nas universidades públicas portuguesas doutoraram-se na mesma instituição de ensino superior que lecionam (68%).

Luís Vilar

Jorge Fonseca de Almeida

A Guerra – outra visão

Quando a Rússia resolveu invadir a Ucrânia, depois de mais de 7 anos de guerra no Donbass, o exército ucraniano estava bem preparado, entrincheirado e equipado. De imediato a NATO liderada pelos Estados Unidos se tornou a retaguarda da frente ucraniana fornecendo equipamento, sustentando a economia, impondo todo o tipo de sanções à Rússia, despoletando uma guerra económica, diplomática e militar. Visto desta forma a guerra não é entre a Ucrânia e a Rússia, mas sim entre os Estado Unidos e a Rússia. Esta é a realidade do que se passa no leste europeu, uma guerra entre duas grandes potências militares.

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