Atualidade

Opinião

Rui Tavares

Não metamorfoseemos a pátria num paúl

Na semana que passou levei em pleno debate plenário com o Governo um puxão de orelhas por parte do Primeiro-ministro, que me aconselhou a vacinar-me depressa contra "o vírus do populismo" que "se transmite pela linguagem" por ter proferido a seguinte frase: "para evitarmos que o país se transforme num lamaçal -- num charco cada vez mais pequeno -- temos todos um papel a desempenhar: parlamento, governo, comunicação social, sistema judicial -- todos".

Rui Tavares

Margarita Correia

A descolonização da língua portuguesa

O discurso de Paulina Chiziane aquando da entrega do Prémio Camões desencadeou notícias e ondas de choque nas redes sociais, provando a importância e o impacto dos temas que abordou, que são daqueles que mexem com as pessoas e carecem de análise e discussão. Não pude ouvir o discurso em direto e não o encontrei na Internet; é no que vou lendo e na minha experiência que baseio a reflexão que aqui trago. Ao falar da necessidade de descolonizar a língua portuguesa, a autora deu exemplos da descrição de conceitos ligados à vivência africana recebiam em dicionários de língua. Ainda que o tópico seja relevante e preocupação constante de fazedores de dicionários e boas editoras, a questão da descolonização da língua não se circunscreve a esta espuma linguística e é bem mais funda.

Margarita Correia

Opinião de 37 líderes europeus

Dois anos após a Cimeira Social do Porto: reforçar o Pilar dos Direitos Sociais

A Europa são as pessoas. São os trabalhadores, as empresas e a sociedade civil. A Europa visa garantir condições de concorrência equitativas para as pessoas e para todas as empresas, criar empregos de qualidade que permitam a todos realizar o seu potencial e assegurar uma vida digna para todos. Visa promover oportunidades para as gerações mais jovens e o acesso a serviços de interesse geral de qualidade, incluindo cuidados de longa duração para os idosos. Visa a igualdade entre homens e mulheres, bem como direitos e igualdade de oportunidades para todos.

Opinião de 37 líderes europeus

Mais atualidade

Fórum da Sustentabilidade e Sociedade

Festival Moods terminou este domingo

MOODS: Uma festa "fascinante" que alcançou os objetivos

Se tivesse de descrever o MOODS, Cristina Pinto não teria dúvidas: é uma festa "fascinante". Pelos espetáculos e pela mensagem de sustentabilidade que lhe está associada. Na companhia do filho, Cristina Pinto foi apenas uma entre as centenas de pessoas que, nos últimos três dias, participaram no festival. O evento decorreu no Jardim Basílio Teles, em Matosinhos. Para Domingos de Andrade, diretor-geral editorial do Global Media Group, o festival foi um "momento único" e "inédito". Também Fernando Rocha, vereador da Câmara de Matosinhos, fez um balanço "muito positivo".

Mais Opinião

Jorge Barreto Xavier

Semanologia. A Cultura e as novas ordens políticas - 1

Há pouco tempo, mudei de casa. A ordem dos livros que durante anos organizei em prateleiras, estantes, armários, pilhas no chão ou sobre mesas, no fundo, a ordem dos códigos e das linguagens que me foram acompanhando, desmoronou-se. Embalei dentro de caixotes maiores e mais pequenas tomos de enciclopédias, revistas de poesia, tratados filosóficos, histórias dos povos e dos costumes, edições de culinária e romances policiais. Com a profusão de volumes, a dada altura, desisti de tudo encaixotar sozinho e deixei-me ajudar por familiares, amigos e pela empresa contratada para a mudança. O caos tomou conta do empacotamento. Perdi a noção do que estava a ser arrumado e onde. O pior foi a seguir, quando recebi 286 caixotes fechados! Comecei a arrumar, mecânica e indiscriminadamente, na nova casa, mais pequena. Ofereci centenas e centenas de livros por não saber onde os guardar, com grande dor. E ainda hoje a tarefa de organizar a biblioteca não está cumprida. A desordem tomou o lugar da ordem.

Jorge Barreto Xavier

Pedro Patacho

Sucesso a todo o custo, mesmo contra as evidências

Há pouco mais de uma semana foram tornados públicos os resultados de 2021 do PIRLS, estudo internacional que avalia o grau de literacia da leitura dos alunos do 4.º ano de escolaridade. Portugal piorou, passando dos 541 pontos, em 2011, para os 520, em 2021. Aumentou a percentagem de alunos com desempenhos mais baixos e diminuiu a de alunos com níveis mais elevados. Cresceram as diferenças entre alunos, em função o seu nível socioeconómico. Não restam dúvidas. Desde 2011 que Portugal segue uma tendência de queda nos resultados e de agravamento das desigualdades. Mas este não é o maior problema do país. Verdadeiramente trágico é o permanente clima de guerrilha educacional, a incapacidade para dialogar, para extrair consequências dos estudos e avaliações independentes e, consequentemente, corrigir políticas com base nas evidências, no debate e no compromisso.

Pedro Patacho

Evasões

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