Atualidade

Opinião

Paulo Baldaia

A culpa nunca é de quem trabalha

Quando olhamos para França e percebemos a sorte que os franceses têm com o seu sistema de pensões que lhes vai permitir reformarem-se aos 64 anos, um sistema mais eficaz que a generalidade dos sistemas europeus no combate à pobreza entre os idosos, temos dificuldade em perceber como é que o país está a ferro e fogo por causa deste tema. Mas se pensarmos que até agora os franceses se podiam reformar aos 62 e que a lei foi aprovada sem votação na Assembleia Nacional, utilizando um mecanismo previsto na Constituição, percebemos que o risco da revolta se transformar num virar de costas à Democracia é real.

Paulo Baldaia

Fernando Catarino, José Tiago Barbosa Ribeiro, Francisco César, Rita Borges Madeira,  Paula Reis, Ana Paula Bernardo e Sérgio Monte

Uma agenda para a dignidade do trabalho

A Assembleia da República aprovou recentemente, após vários meses de trabalho na especialidade, a Agenda para o Trabalho Digno. O documento final resultou de um amplo processo de diálogo com a sociedade portuguesa e com os parceiros sociais, mas também com uma discussão aprofundada e participada em sede parlamentar, na qual o Partido Socialista não se fechou em si.

Fernando Catarino, José Tiago Barbosa Ribeiro, Francisco César, Rita Borges Madeira, Paula Reis, Ana Paula Bernardo e Sérgio Monte

Margarita Correia

Do Iraque - esplendores, misérias e também línguas

O Iraque tem uma extensão de 438 317 km2 (mais de quatro vezes a de Portugal) e é limitado pela Jordânia a oeste e, no sentido horário, por Síria, Turquia, Irão, Koweit, Golfo Pérsico e Arábia Saudita. Foi parte do Império Otomano até 1919 e do Britânico até 1932, mantendo-se forte influência do Reino Unido na governação do país ao longo de décadas. Em 1968, teve início a República Baathista, da qual Sadham Hussein foi figura dominante entre 1979 e 20 de março de 2003, data do início da invasão pelos EUA. O Iraque tem uma população de c. 45 milhões de habitantes (2023), maioritariamente árabe e curda (c. 15%); era em 2021 o quinto maior produtor mundial de petróleo.

Margarita Correia

Mais atualidade

Mais Opinião

Joana Amaral Dias

Só mais 15

Enquanto os bancos rebentam como pipocas e a recessão espreita atrás da porta com a faca nos dentes, António Costa distribui mais um punhado de migalhas. Um punhado de esmolas já que mexer no IVA dos bens essenciais para tirar dois ou três euros no preço do cabaz básico não fará diferença alguma. Igual para a actualização salarial de 1% prometida para a função pública, supostamente para compensar uma inflação de 10%. A dolorosa lista é extensa - mas basta lembrar que a electricidade continua a ser taxada como um bem de luxo, que os maiores aumentos das telecomunicações da UE são portugueses ou que persistem os disparos na prestação mensal do crédito à habitação. Claro que embora tenha os cofres bem estofados, o primeiro-ministro não aumentou o salário mínimo nem avançou com qualquer apoio aos reformados.

Joana Amaral Dias

Daniel Deusdado

Elefante cor-de-rosa (a viver na sala)

As medidas do Governo de apoio às famílias e aos juros/rendas são uma espécie de pequena ajuda, com um bom embrulho e alguma eficácia, mas não se destinam a resolver nenhum problema estrutural. Elas pretendem, sim, ganhar tempo. Porque todos precisamos que a inflação desça. E para isso Medina perde 470 milhões de euros em IVA de bens essenciais, até Outubro, para ver se as grandes cadeias de distribuição cumprem o que dizem -- que os preços não subiriam tanto se houvesse IVA zero. Uma tese indemonstrável, mas que agora vai a jogo, sob supervisão. E com isso, os supermercados passam a ter legitimidade para tentar meter os produtores de novo na caixa, há algum tempo libertos da sala de tortura negocial. Pois agora há um argumento novo para impedir a subida de preços: o Governo não deixa.

Daniel Deusdado

Luís Vilar

A (resiliente) endogamia académica portuguesa

As espécies animais que procriam entre si estão mais suscetíveis à extinção porque possuem um ADN menos variável e um potencial de adaptabilidade mais fraco. Este é um facto cientificamente provado desde os tempos de Darwin. E segundo um estudo da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, as universidades públicas portuguesas podem padecer do mesmo mal. A conclusão é que a maioria dos docentes doutorados que ocupam posições de carreira nas universidades públicas portuguesas doutoraram-se na mesma instituição de ensino superior que lecionam (68%).

Luís Vilar

António Carlos Cortez

A energia do bom combate: carta à minha geração

Cada apitadela tem uma história p"ra contar/ Diga uma composição que vai rolando sem parar/ assim como o caminho da toada popular/ que não se agarra a uma maneira ou forma de cantar// Pouca terra me foi dada no caminho pra rolar/ Onde não tem cor a terra que parece sempre igual/ Mas dos trilhos e lados nascem roseirais/ que dão força ao meu fogueiro que embalam o meu andar// [...]/ Era a lua que me amava nas noites de pouca-terra/ e me dizia então:/ sopra o vapor desta guerra [...]".

António Carlos Cortez

Fórum da Sustentabilidade e Sociedade

Evasões

Notícias Magazine