Atualidade

Opinião

Viriato Soromenho Marques

A casa sem telhado

Um século depois do nascimento de Eduardo Lourenço (doravante, EL) é impossível não sentir uma dor de alma pela falta que nos faz a sua capacidade de decifrar enigmas. Neste momento surpreendente, em que um vento de loucura percorre o mundo -- podendo devastá-lo muito mais depressa do que até os mais pessimistas o poderiam prognosticar --, reler o que esse grande pensador escreveu sobre Portugal e o mundo ajuda à serenidade, embora amarga, que a lucidez, sempre permite.

Viriato Soromenho-Marques

António Carlos Cortez

Resposta a Cavaco: Este país

Para quem tenha nascido nos anos de 1970 (sensivelmente entre 1970 e 1980) e tenha, hoje, os seus 54, 50, 45, 40 anos, e seja pai, mãe, encarregado de educação, com casa para pagar ao banco, ou renda de casa a pagar ao senhorio, uma pergunta se impõe: para onde foram os três mil milhões de euros despejados na TAP? Para quem, hoje, tenha chegado a meio da carreira tributária, a meio da carreira profissional (se a tiver), seja como professor, médico, polícia, oficial de contas, enfermeiro, agente cultural, profissional do sector terciário, pequeno e médio empresário, outra pergunta se impõe: por que houve dinheiro para os bancos e para quem trabalha congelamentos de ordenados e de progressão nas carreiras? Para quem - desempregado de longa duração, dependente de subsídios do Estado, de redes de solidariedade social, outra pergunta se impõe: para onde foram os nossos sonhos? Para quem oiça Galamba e Cavaco uma pergunta se impõe: que país é este?

António Carlos Cortez

Mais atualidade

Fórum da Sustentabilidade e Sociedade

Festival Moods terminou este domingo

MOODS: Uma festa "fascinante" que alcançou os objetivos

Se tivesse de descrever o MOODS, Cristina Pinto não teria dúvidas: é uma festa "fascinante". Pelos espetáculos e pela mensagem de sustentabilidade que lhe está associada. Na companhia do filho, Cristina Pinto foi apenas uma entre as centenas de pessoas que, nos últimos três dias, participaram no festival. O evento decorreu no Jardim Basílio Teles, em Matosinhos. Para Domingos de Andrade, diretor-geral editorial do Global Media Group, o festival foi um "momento único" e "inédito". Também Fernando Rocha, vereador da Câmara de Matosinhos, fez um balanço "muito positivo".

Mais Opinião

Pedro Marques Gomes

O exemplo de Mário Mesquita é a melhor resposta

Há 50 anos, publicava-se um livro que era para ter sido outro e que acabou por ser o que foi, porque o seu autor não quis deixar de fazer o que sempre tinha feito: combater a ditadura. Foi o primeiro livro de Mário Mesquita, que o publicou como um grito político contra o Regime. Deu-lhe um título provocatório - Portugal Sem Salazar - que logo desconstruiu na primeira página: "Salazar continua vivo, presente no nosso quotidiano, na vida política portuguesa. Os mais fiéis nem sempre são os melhores discípulos e a fidelidade à memória do homem público não se confunde com a fidelidade à doutrina".

Pedro Marques Gomes

Pedro Melvill Araújo

As mãos de uma mulher

Partilho, não regularmente mas com alguma frequência neste DN, com quem tem a paciência de me ler, as minhas opiniões sobre a vida e a nossa sociedade. E dei comigo a cogitar que tenho tido por norma escrever sobre emoções que possam ser sentidas por qualquer um de nós no dia-a-dia que passa a correr sem deixar um espaço, pequeno que seja, para podermos apreciar a vida em tudo o que ela contém, e deixar os grandes temas das várias actualidades, que variam de acordo com as afinidades de cada um, e que passam por coisas simples como o futebol (o fora de jogo analisado até a exaustão) até coisas mais complicadas como a guerra, a pandemia (com os múltiplos especialistas de especialidades tão complexas a debitarem sabedoria a vários quilómetros por segundo) ou até os casos e casinhos que de quando em vez assolam a vida política cá do burgo.

Pedro Melvill Araújo

Raúl M. Braga Pires

A discreta passagem do Presidente da Argélia por Lisboa

Os dias 23 e 24 viram uma passagem quase meteórica do Presidente (PR) da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, em Lisboa. Digo-o desta forma, porque não vi grandes ecos nos media portugueses, a propósito da visita daquele que nos continua a permitir tomar banho de água quente, já que se trata do maior fornecedor de gás natural a Portugal. A Presidência da República bem o sabe, tal a pompa protocolar com que recebeu o PR Tebboune. Recebido na Praça do Império com Honras Militares, execução dos dois Hinos Nacionais, salva de 21 tiros, revista e desfile da Guarda de Honra. Marcelo não falha e Tebboune também não nos tem falhado, apesar da crescente tensão entre Argel e Madrid a propósito da disputa sahraoui, cujo Governo de Pedro Sanchez, decidiu no ano passado ensaiar uma definitiva aproximação a Rabat, afastando-se assim das intenções de Argel face aos destinos das Províncias do Sul marroquino. Neste desalinhamento Argélia-Espanha, a "bomba atómica" argelina foi utilizada com Marrocos, através do corte total de fornecimento de gás ao Parque Industrial de Tânger, corte que também se acenou a Espanha. É aqui que Portugal entra, já que depende dos gasodutos espanhóis para o gás argelino chegar ao eixo Portalegre/Figueira-da-Foz, que o distribui pelo país e nos permite todos os confortos domésticos, mais um não "desacelaramento" industrial e comercial.

Raúl M. Braga Pires

Evasões

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