Atualidade

Opinião

Nuno Melo

Um cheirinho a Primeira República

Combinações entre adversários para rateio de lugares e gabinetes, "gajos merdosos" como critério para juntas de freguesia, um "Frankenstein" em Loures desavindo com os criadores, instabilidade persistente, 13 governantes substituídos num só ano, serviços de informação convertidos em polícia política, o colapso no SNS, a Justiça caricaturada num ex-primeiro-ministro que encheu páginas de escândalos e está próximo de não ser julgado a benefício da prescrição, professores nas ruas, 52 % dos portugueses dependentes do Estado, a classe média exangue, debates parlamentares deprimentes na forma e nos termos, polarização crescente do sistema, se há coisa que não falta por aí, são sinais de decadência acelerada do regime democrático.

Nuno Melo

João Melo

Para não dizerem que não falei de futebol

Quando tinha 18 anos, há muito tempo, portanto, ouvi pela primeira vez uma canção de um intérprete brasileiro que militava, não apenas artisticamente, contra a ditadura militar do seu país, a qual me veio agora à memória, a propósito dos ataques racistas de que o atleta Vinícius Júnior tem sido alvo no campeonato espanhol de futebol, os quais adquiriram uma verdadeira dimensão global. O músico de que me recordei foi Geraldo Vandré e a canção tem por título Para não dizerem que não falei de flores. Essa associação foi, posso dizê-lo, automática, quando ouvi o treinador do Real Madrid, Carlos Ancelotti afirmar enfaticamente à repórter que o entrevistava no final do encontro contra o Valência que não queria falar de futebol, mas do grave episódio de racismo a que se tinha acabado de assistir.

João Melo

Fórum da Sustentabilidade e Sociedade

Festival Moods terminou este domingo

MOODS: Uma festa "fascinante" que alcançou os objetivos

Se tivesse de descrever o MOODS, Cristina Pinto não teria dúvidas: é uma festa "fascinante". Pelos espetáculos e pela mensagem de sustentabilidade que lhe está associada. Na companhia do filho, Cristina Pinto foi apenas uma entre as centenas de pessoas que, nos últimos três dias, participaram no festival. O evento decorreu no Jardim Basílio Teles, em Matosinhos. Para Domingos de Andrade, diretor-geral editorial do Global Media Group, o festival foi um "momento único" e "inédito". Também Fernando Rocha, vereador da Câmara de Matosinhos, fez um balanço "muito positivo".

Mais Opinião

Afonso Camões

Mais umbigos que cabeças

Os provérbios são a nossa enciclopédia de bolso, e quando acordamos para o dia com as más notícias do dia anterior convém saber que "deus é grande e o mundo é pequeno". Tão pequeno que cabe num guardanapo. Era esse mesmo o significado que o latim atribuía à palavra mapa, sinónimo de toalha, lenço ou trapo. E era também mapa que chamavam ao pedaço de lona que, no silêncio expectante do circo, dava o sinal de largada para as corridas de bigas, também utilizadas como carros de guerra, como se aqueles cavalos fossem galopar pelos confins, a galgar fronteiras. Foi na superfície dessas telas que os romanos desenharam os limites do universo conhecido.

Afonso Camões

Rui Tavares

Não metamorfoseemos a pátria num paúl

Na semana que passou levei em pleno debate plenário com o Governo um puxão de orelhas por parte do Primeiro-ministro, que me aconselhou a vacinar-me depressa contra "o vírus do populismo" que "se transmite pela linguagem" por ter proferido a seguinte frase: "para evitarmos que o país se transforme num lamaçal -- num charco cada vez mais pequeno -- temos todos um papel a desempenhar: parlamento, governo, comunicação social, sistema judicial -- todos".

Rui Tavares

Evasões

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