Castro Almeida: "Declaração do estado de calamidade não vai resolver qualquer problema”
Foto: Leonardo Negrão

Castro Almeida: "Declaração do estado de calamidade não vai resolver qualquer problema”

O ministro diz que a solução para as consequências dos incêndios está nas medidas "aprovadas em Conselho de Ministros”. Isto num dia em que os incêndios continuaram a lavrar em Portugal.
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Castro Almeida: "Declaração do estado de calamidade não vai resolver qualquer problema”

Manuel Castro Almeida, ministro da Economia e da Coesão Territorial, disse em entrevista à SIC Notícias que a declaração do estado de calamidade é “uma falsa questão”, uma vez que considera que "não vai resolver qualquer problema”.

O ministro defende a solução para o problema causado pelos incêndios está nas medidas "aprovadas em Conselho de Ministros” sobre os apoios às pessoas afeitadas, garantindo que esses apoios estarão disponíveis, se tudo correr normalmente, a partir da próxima semana, pois assim que for publicado o decreto-lei em Diário da República poderão ser pedidos “até ao final do ano ou até um pouco mais”.

“Antes de 10 dias, vão começar a chegar os apoios às pessoas”, assegurou o ministro, afirmando ainda que não visam “repor património”. “O apoio é para as pessoas terem onde dormir e trabalhar”, razão pela qual os apoios financeiros só abrangem habitações permanentes destruídas pelas chamas. “Quem tenha tido o seu património diminuído, é problema seu, deveria ter um seguro”, sublinhou sobre os proprietários de segundas habitações.

Castro Almeida admite que “não tem corrido tudo bem”. “Se estivesse a correr tudo bem, não haveria incêndios. Estamos conscientes que o país assiste a uma situação dramática”, sublinhou, lembrando que “Portugal nunca investiu tanto como neste ano” em relação aos meios da Proteção Civil.

Nesse sentido, frisou que "é um erro achar que este problema se resolve em agosto”, tendo assegurado que "vai demorar muitos anos a resolver”, apontando para o plano para 25 anos apresentado pelo Governo para as florestas.

Governo diz ser extemporânea discussão sobre modelo da Proteção Civil

O secretário de Estado da Proteção Civil considerou hoje extemporânea a discussão sobre o sistema de Proteção Civil, realçou que o empenho ainda é no combate aos incêndios e que este dispositivo tem dado respostas muito positivas.

“Neste momento julgo que é extemporâneo porque nós temos que funcionar com o modelo que temos. Não é o momento para estarmos a discutir esse modelo e, portanto, no seu tempo, que será no final deste dispositivo, com certeza que todos iremos ter a disponibilidade máxima para, de acordo com os contributos de alguns e ouvindo também muitas opiniões, de decidirmos naquela que é a solução do Governo para essa organização”, afirmou Rui Rocha.

O governante falava, em Vila Real, onde se reuniu com as corporações de bombeiros e com o presidente da câmara e depois de ouvir o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, reafirmar que defende uma reorganização do modelo da Proteção Civil para comandos distritais, em vez dos atuais comandos sub-regionais.

“Ainda temos várias ocorrências, ainda hoje mais uma série delas. E, portanto, neste momento e até ao final do dispositivo, nós temos de estar empenhados e focados em dar a melhor e a maior resposta possível”, realçou o secretário de Estado.

Rui Rocha lembrou ainda que a reorganização do modelo da Proteção Civil está no programa do Governo, mas reforçou que a discussão é extemporânea.

“Apesar de, como tem sido referenciado, nem tudo está a acontecer como gostaríamos, é de facto de realçar que este dispositivo tem dado respostas muito positivas”, frisou.

Chegado o tempo, acrescentou, será feita essa avaliação e com certeza que o Governo “irá atuar”.

“Nós não descansaremos enquanto não convencermos o atual Governo de que essa é uma boa solução e uma melhor solução para a defesa das nossas populações”, afirmou, por sua vez, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, referindo-se à antiga organização por comandos distritais.

O secretário de Estado iniciou hoje em Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, e em Vila Real, um périplo por concelhos afetados por grandes incêndios para anunciar a agilização do pagamento de 50 mil euros às corporações de bombeiros por enfrentarem “despesas extraordinárias”.

“Ou seja, no que diz respeito designadamente à alimentação e a combustíveis, que são dois dos elementos muito significativos no teatro de operações, e também até na agilização de alguns processos de reparação de viaturas para que, no mais curto espaço de tempo, possam ser ressarcidos e, portanto, não ter também, desse ponto de vista, nenhum obstáculo àquilo que é a sua normal atividade”, explicou.

Rui Rocha fez questão de garantir às corporações “mecanismos agilizados para que possa ser feito o ressarcimento dessas despesas o mais rapidamente possível” pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Para a Liga dos Bombeiros Portugueses, esta medida é uma “inovação” que permite às corporações “socorrerem-se de um fundo de maneio que têm que justificar ‘a posteriori’, apresentando a documentação necessária”.

António Nunes referiu ainda que o governante, na reunião em Vila Real, garantiu que, “a curto prazo, a primeira intervenção deve ser o mais profissionalizada possível”.

O presidente da ANEPC, José Manuel Moura, também esteve presente nas reuniões de hoje.

O presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, falou sobre a necessidade de, numa fase posterior ao combate aos incêndios, se fazer “uma avaliação profunda” sobre o que correu menos bem, nomeadamente no seu concelho, onde o fogo teve início em 02 de agosto, esteve em conclusão, sofreu reativações fortes e foi concluído no dia 13, depois de queimar cerca de 6.000 hectares.

O autarca defendeu alterações, nomeadamente em termos legislativos, mas também alterações ao nível da política de ordenamento do território.

Castro Daire com duas frentes ativas e a arder com intensidade

Mais de 240 operacionais combatem um incêndio que deflagrou hoje à tarde em Castro Daire, que está a arder com intensidade e tem duas frentes ativas na serra, disse à agência Lusa o comandante no terreno.

“Neste momento, o incêndio está ativo e arder com intensidade. Com duas frentes ativas em serra, na zona das eólicas. Uma das frentes tem um quilómetro, virada a poente, e a outra com quilómetro e meio, virada a nascente”, disse à Lusa pelas 20:20 o comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Paiva.

Pedro Rochinha adiantou que, de momento, “não há prognóstico, os trabalhos decorrem em todo o perímetro” e o esperado é que, “nas próximas horas, haja evolução do trabalho que está a ser feito”.

O comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), no ponto de situação que fez pelas 19:00, admitiu que se tratava de um “incêndio complexo” com “elevadas velocidades de propagação”.

O alerta deste incêndio aconteceu pelas 17:00 de hoje, em Bustelo, freguesia de Almofala, concelho de Castro Daire, distrito de Viseu.

Pelas 20:30, o incêndio era combatido por 241 operacionais apoiados por 71 veículos, segundo a página da internet da ANEPC.

Durante a tarde estiveram também meios aéreos a ajudar no combate ao fogo.

Dominado fogo de Figueira de Castelo Rodrigo

O incêndio que começou na quarta-feira em Figueira de Castelo Rodrigo e avançou para os concelhos de Almeida e Pinhel, no distrito da Guarda, entrou em resolução pelas 19:15 de hoje, adiantou à Lusa fonte da Proteção Civil.

Este incêndio começou pelas 14:58 de quarta-feira na localidade de Cinco Vilas, em Figueira de Castelo Rodrigo, e avançou pelas margens do rio Côa para os concelhos de Almeida e Pinhel.

De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 20:00 de hoje mantinham-se no local 207 operacionais, apoiados por 69 meios terrestres.

Foi neste incêndio que um bombeiro da corporação de Pinhel ficou ferido com gravidade, na quinta-feira, quando o autotanque que conduzia foi atingido pelas chamas, em Valverde, no concelho de Almeida.

O voluntário de 45 anos sofreu queimaduras graves e foi transportado pelo helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica para os Hospitais de Coimbra.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem mais dois aviões Canadair ainda hoje.

Segundo dados oficiais provisórios, até 21 de agosto arderam 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

Gouveia e Melo critica orgânica da proteção civil e falta de gestão florestal

O candidato presidencial Gouveia e Melo criticou hoje a organização da proteção civil, invocando a sua experiência de “comando e controlo”, e defendeu a necessidade de pensar a floresta a médio e longo prazo.

“De comando e controle, sendo militar, julgo que tenho alguma coisa para dizer. As linhas de comando e controle têm de ser fluidas, simples e diretas. Quando são demasiado complexas, não fluidas, metem muitas agências, muitas entidades, no terreno depois, em stress, não funcionam e, quando não funcionam, acontece o que estamos a ver hoje todos nós portugueses”, apontou o almirante na reserva Gouveia e Melo.

Em declarações aos jornalistas durante uma visita à Feira de São Mateus, em Viseu, o candidato a Presidente da República defendeu a criação de um plano para as florestas a médio e longo prazo e não de um ano para o outro ou mudar em ciclos curtos.

“Não podem ser só ações de curto prazo. Não podem ser ações para escapar a uma pressão mediática a que estou, eu o Governo, a governação, mas ações verdadeiramente de médio e longo prazo que vão ajudar a resolver o problema”, defendeu.

Ministro da Agricultura diz que "populações nunca estiveram abandonadas"

O ministro da Agricultura e Mar disse, a propósito da ausência de governantes do teatro de operações, que "as populações nunca estiveram abandonadas" e que "não atrapalhar não significa não acompanhar".

José Manuel Fernandes referiu, em declarações à CNN Portugal, que o Governo preparou nos últimos meses "medidas que já estavam a ser trabalhadas", nomeadamente o programa Floresta Ativa, e frisou que "todo o trabalho nem sempre é visível", salientando que foram feitos muitos avanços "em termos de prevenção", tendo sido incluídas propostas deixadas pelo PS.

O ministro defende que devia ter sido feito "fogo mais controlado" e lembrou que "há muita gente que impede caminhos florestais".

José Manuel Fernandes garantiu que os apoios até 10 mil euros serão dados rapidamente

Proteção Civil registou 63 novos fogos que mobilizam 2.210 operacionais

A Proteção Civil registou hoje 63 novos focos de incêndios rurais em Portugal continental, que mobilizam mais de 2.200 operacionais, com maior dimensão nas localidades de Arganil, Figueira de Castelo Rodrigo, Armamar, Vila Real e Castro Daire.

Segundo o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, entre as 00:00 e as 17:00 registaram-se “63 ocorrências, 17 das quais durante o período noturno”, estando empenhados 2.210 operacionais, 713 veículos e 32 meios aéreos.

“No dia de ontem [quinta-feira] registámos 85 ocorrências, 80 das quais ficaram em resolução durante os primeiros 90 minutos, o que no fundo representa que 94,12% das ocorrências do dia de ontem ficaram resolvidas”, apontou.

No ponto de situação na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide (Oeiras, distrito de Lisboa), pelas 19:00, Mário Silvestre referiu que existiam cinco focos de incêndio que mereciam maior preocupação.

Os incêndios que mobilizam mais meios são o da freguesia do Piódão, no concelho de Arganil (distrito de Coimbra), Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, no concelho de Armamar (Viseu), em Vila Real e no concelho de Castro Daire (Viseu).

“O incêndio de Arganil apresenta uma situação muito mais estável, embora os trabalhos sejam demorados devido ao declive acentuado da zona”, explicou Mário Silvestre, acrescentando que o fogo de Figueira de Castelo Rodrigo “poderá ficar em resolução nas próximas horas”.

Relativamente ao fogo que lavra no concelho de Castro Daire, que deflagrou hoje pelas 17:00, o comandante da ANEPC admitiu tratar-se de um “incêndio complexo”, uma vez que está com “elevadas velocidades de propagação”.

Lusa

PR considera boa a opção de salvar pessoas em detrimento de área florestal

O Presidente da República considerou hoje boa a opção de dar prioridade ao salvamento de pessoas em detrimento da área florestal na gestão do combate aos incêndios que assolam o país.

“Eu acho que a escolha foi bem feita. A escolha era, como aconteceu em 2017, tentar, ao mesmo tempo, combater [o fogo] e reduzir a área ardida e ir olhando pelas pessoas e pelas populações, e falhou, porque a área ardida foi inferior a deste ano, mas o número de vítimas foi brutalmente superior”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à margem de uma visita à Feira do Livro do Porto que abriu hoje portas.

Acompanhado do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, o chefe de Estado recordou que desde os incêndios de 2017, que causaram dezenas de mortos e deixaram um rasto de destruição na região Centro, mudou-se a estratégia de combate aos incêndios e, na sua opinião, bem.

“A partir daí [incêndios de 2017] mudou-se a estratégia e a estratégia é primeiro tentar proteger as vidas humanas, primeiro proteger as populações, ainda que isso custe uma maior área ardida”, indicou.

E questionou: “As pessoas que têm de tomar essa opção no comando de uma operação destas o que é que fariam? Eu acho que fariam exatamente o mesmo, ou seja, poupariam as vidas humanas”.

Lusa

Duas frentes continuam ativas na Covilhã

 O incêndio da Covilhã mantém duas frentes ativas e registou várias “pequenas reativações” durante a tarde de hoje, segundo informações da autarquia.

Numa atualização feita às 17:30 de hoje na rede social Facebook, a Câmara da Covilhã informou que, “depois de momentos extremamente difíceis e complexos vividos na quinta-feira, a situação no terreno regista algumas melhorias”.

No entanto, “o fogo mantém-se ativo e a exigir muita cautela e trabalho de combate”, com frentes em Cortes do Meio e no vale da Barragem Padre Alfredo, acrescentou.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da autarquia, Vítor Pereira, disse que “a situação não é tão gravosa, aparentemente, quanto o era ontem (quinta-feira) à noite e ao final do dia”.

“Até há bem pouco tempo tudo parecia mais calmo, mais tranquilo. Mas, como é hábito, a partir do momento em que a brisa de montanha começou a atuar, registaram-se dificuldades”, contou.

No que respeita às frentes ativas, o autarca referiu que não se encontram povoações em risco.

No vale da Barragem do Padre Alfredo, a frente ativa lavra “numa zona mais elevada, com mais altitude, com muitas escarpas e fragas, com pouca arborização e mais combustível fino”.

“Esta frente está longe das povoações e dirige-se para o alto da Torre. Se se dirigir com a ajuda do vento para a zona queimada tanto melhor”, frisou.

Segundo o autarca, houve “pequenas reativações”, por exemplo, no Dominguizo, em Unhais da Serra, em Vales do Rio e em Taliscas, que “estão a ser combatidas e poderão ser extintas com sucesso”.

“Registaram-se agora à tarde, com a brisa de montanha e o calor a acentuar-se. É uma circunstância recorrente”, acrescentou.

Vítor Pereira contou que os meios aéreos “continuam a atuar e a esperança é que eles retardem, atenuem e consigam travar o avanço das chamas, para que depois o combate com as máquinas de rasto e os homens e as mulheres apeados faça o resto”.

Devido aos incêndios, a Câmara da Covilhã decidiu cancelar a realização de uma visita encenada e de um concerto que estavam agendados para hoje, no âmbito da iniciativa Verão no Centro Histórico.

O município também anunciou hoje que tem disponível “uma consulta aberta para a avaliação de crianças que apresentem sintomas respiratórios agudos, nomeadamente tosse, dificuldade respiratória ou dor no peito”.

“Esta medida destina-se a crianças e jovens até aos 18 anos e resulta de uma parceria com profissionais de saúde da área de Pediatria que se voluntariaram para proceder à avaliação, gestão e, em caso de necessidade, ao respetivo encaminhamento”, explicou.

Lusa

Marcelo: "Quem executa e decide em cima da hora, muitas vezes chega tarde"

Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre a forma como o Governo reagiu e comunicou durante a crise dos incêndios e começou por evitar fazer comentários. "Não quero pronunciar-me sobre isso porque isso seria tomar posição entre a oposição e o Governo. Acho que quem executa e decide em cima da hora, provavelmente muitas vezes chega tarde ou não percebe bem o alcance".

O Presidente recordou depois a reunião que manteve com Luís Montenegro no dia 13 de agosto, durante “a primeira época de incêndios”, que se tomou maiores proporções “em três, quatro dias”.

“Lembro-me de ter dito que o dia 15 ia ser um dia complicado”, afirmou lembrando, que foi no dia seguinte à festa do Pontal. Ainda assim optou por não criticar o primeiro ministro: “As populações estavam a perceber exatamente o que se passava. Na altura, os meios aéreos já não eram, muitos deles, eficientes” por causa das difíceis condições operacionais.

Já sobre o desempenho da ministra da Administração de Interna, Maria Lúcia Amaral, referiu que foi “um desafio difícil para um ministra que acabou de entrar há dois meses”.

Marcelo sobre o estado de calamidade: "deve ser acionado com o fogo ainda a ocorrer"

Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se esta tarde, na Feira do Livro do Porto, compreensivo com o facto de o Governo não ter decretado o estado de calamidade, uma vez que considera que ele “deve ser acionado com o fogo ainda a ocorrer”, acrescentando que nesta altura está convencido que a situação de incêndios no país "está a passar".

"A ideia é, independentemente daquilo que venha a suceder em setembro ou outubro, aprovar medidas com maior flexibilidade", disse o Presidente da República, lembrando que os processos de aprovação são "muito lentos" ou, por outro lado, “dependem” de terceiros.

Sobre as medidas anunciadas pelo Governo no último Conselho de Ministros relacionadas com a gestão das florestas nos próximos 25 anos, Marcelo lembrou o que foi feito pelo governo do Partido Socialista, liderado por António Costa, na sequência dos incêndios de 2017:

"É um plano para o futuro, a 25 anos, ao qual o primeiro-ministro chama de pacto, que é uma ideia que já vem do governo socialista em 2017 e que alguns presidentes de câmara voltaram a pedir agora. Um pacto entre partidos, parceiros económicos e sociais, para planear tudo o que diz respeito à floresta. É verdade que em 2017, 2018, 2019, já se fez, mas a ideia agora é fazer a prazo muito maior", explicou, lembrando que "na altura foram difíceis de implementar porque nunca se tinha feito."

Desta vez, está mais confiante com a execução deste plano, pois considera que “descobriu-se que agora dava para alargar as diferentes medidas".

O Presidente da República não está, no entanto, totalmente convencido sobre a eficiência do plano para as florestas: "Estamos para ver o que é apresentado ao Parlamento, o que sai do Parlamento, e que poder tem o Governo para aplicar isso a 25 anos. Porque só é possível se os partidos da oposição estiveram de acordo."

Incêndio em Odivelas em fase de resolução

O incêndio florestal na freguesia de Ramada-Caneças, no concelho de Odivelas, que chegou a ameaçar uma casa de repouso, já se encontra em fase de resolução, depois da pronta intervenção dos bombeiros com a ajuda de um meio aéreo.

Vila Real pede plano urgente para Parque Natural do Alvão

O incêndio que atingiu Vila Real queimou 6.000 hectares, cerca de 1.500 dos quais no Parque Natural do Alvão (PNA), disse hoje o presidente da câmara que pediu um “plano urgente de salvaguarda” para esta área protegida.

Alexandre Favaios afirmou à agência Lusa que este foi um incêndio que deixou “profundas marcas” no concelho, onde, entre os dias 02 e 13 de agosto, impactou sete freguesias e 30 lugares, estendeu-se por cerca de 12 quilómetros e entrou em Mondim de Basto.

Este foi, segundo Alexandre Favaios, “um incêndio muito longo” e cujo “combate foi muito difícil”.

No final, deixou um rasto de cerca de 6.000 hectares de área ardida, dos quais se estimam que 1.500 hectares estejam incluídos no PNA.

O PNA tem 7.220, entre os concelhos de Vila Real e Mondim de Basto e, por ser uma área protegida, Alexandre Favaios disse que é “preciso um plano urgente de salvaguarda”.

“Ou seja, um plano que permita de forma muito célebre termos uma intervenção no PNA. Estamos a falar em terrenos montanhosos, terrenos pobres, dentro de algum tempo teremos as primeiras chuvas e urge fazer estabilização e a sua reflorestação, de acordo com os critérios técnicos que naturalmente teremos que seguir”, referiu.

O objetivo é tentar, “no menor curto espaço de tempo possível, recuperar alguma da biodiversidade que, entretanto, ficou comprometida”.

“Estamos a falar de uma área protegida. Depois é preciso fazer um plano, efetivamente, também para este parque natural, que substitua o plano de ordenamento que estava em vigor e que se percebe que, naturalmente, está obsoleto”, apontou.

Mas, o presidente entende que é também precisa uma “resposta do Estado Central junto das corporações” de bombeiros.

Por exemplo, durante os 12 dias em que durou o incêndio em Vila Real, a base de apoio logístico esteve instalada na Cruz Branca, onde foram fornecidas alimentações e combustível para os veículos.

Alexandre Favaios considerou ser necessário encontrar um mecanismo de antecipação de verbas que permita, neste caso à corporação que esteve a servir de base de apoio logística, “de alguma maneira assumir as suas responsabilidades perante os fornecedores”.

Em relação aos prejuízos causados pelo incêndio, dados ainda provisórios apontam para três casas de segunda habitação afetadas, 20 palheiros e barracões, 800 metros de tubos de água, 30 ferramentas agrícolas, 73 colmeias, mais de 2.000 árvores (pinheiros, carvalhos, castanheiros e diversas árvores de fruto), 12 hectares de culturas de sequeiro, 295 fardos de feno, à volta de 100 terrenos agrícolas destruídos ou danificados e 75 agricultores atingidos.

O levantamos dos prejuízos começou logo no dia 14 de agosto, em articulação com as juntas, associações de caça, conselhos diretivos de baldios, a associação de agricultores e, num momento posterior, com a Associação de Criadores de Maronês.

“Estamos convencidos que estes valores ainda vão aumentar”, afirmou o autarca.

Lusa

Operacionais em trabalhos de vigilância no fogo de Figueira de Castelo Rodrigo

O fogo que começou em Figueira de Castelo Rodrigo na quarta-feira e alastrou ao concelho de Almeida continua ativo, com reacendimentos.

“A situação está tranquila, mais calma do que nos últimos dias. Há apenas alguns reacendimentos em dois pontos do concelho e do outro lado do rio Côa, já no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo”, disse António José Machado, presidente da Câmara de Almeida, à agência Lusa.

Os reacendimentos estão a surgir junto à Quinta da Barca, na Estrada Nacional (EN) 340, na zona de Valverde, ambos no município de Almeida, e em Cinco Vilas, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda.

“Este último deflagrou nas escarpas do Côa, de difícil acesso, onde se está a fazer combate apeado para evitar a propagação das chamas”.

António José Machado acrescentou que os operacionais só já estão a efetuar trabalhos de consolidação e vigilância na área ardida.

O presidente da Câmara de Almeida estima que o incêndio possa entrar em fase de resolução nas próximas horas.

Lusa

Cerca de 5.000 hectares de baldios arderam nos distritos da Guarda e de Coimbra

Cerca de 5.000 hectares de terrenos comunitários, conhecidos como baldios, arderam nos incêndios nos distritos da Guarda e de Coimbra, revelou hoje uma associação do setor, que reclamou ao Governo apoios urgentes.

Em nota enviada à agência Lusa, a Associação de Cooperação entre Baldios do Distrito de Coimbra (COBALCO) alegou que dados preliminares “ainda insuficientes relativos à área ardida para um apuramento final” apontam para 5.000 hectares ardidos, total ou parcialmente, nos concelhos de Oliveira do Hospital, Arganil, Lousã e Pampilhosa da Serra (Coimbra) e Seia (Guarda).

A associação liderada por Isménio Oliveira notou ainda que a região Centro, nomeadamente o distrito de Coimbra, tem uma área importantes de terrenos baldios.

“São milhares de hectares geridos pelas populações, extremamente importantes para quem reside no interior”, vincou.

Adiantou que os terrenos comunitários “são, no universo florestal nacional, um património valioso e um importante espaço de atividades silvícolas”, observando a necessidade de o Governo meter ‘mãos à obra’ e apoiar as comunidades locais na recuperação daqueles espaços naturais.

Deste modo, a COBALCO irá enviar aos ministros da Agricultura e Pescas, e do Ambiente e Energia uma exposição a reclamar medidas urgentes, desde logo a “criação de mecanismos de apoio para a recuperação de maquinaria e infraestruturas danificadas nas áreas baldias”.

A associação quer ainda que sejam disponibilizados apoios financeiros para a recuperação de áreas florestais afetadas por incêndios, “com o objetivo de promover a resiliência ambiental e a sustentabilidade”, através do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum.

Outra exigência passa pela revitalização e reentrada em funcionamento da Comissão Nacional para a Valorização dos Territórios Comunitários (criada há 17 anos, em 2008), com a missão de elaborar um programa nacional de recuperação dos terrenos baldios.

A lista de exigências inclui ainda a reativação do programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras” e a instalação de “parques de iniciativa pública de receção dos ‘salvados’ dos fogos, ou seja, da madeira queimada ou chamuscada para assegurar a sua venda a preços minimamente interessantes para os pequenos e médios proprietários e para os baldios”.

A COBALCO quer ainda que as Áreas Integradas de Gestão da Paisagem sejam estendidas aos gestores dos baldios, “de forma a possibilitarem intervenção no terreno também no domínio da prevenção de incêndios e da reflorestação das áreas ardidas”.

Lusa

Pampilhosa da Serra promove reuniões para contabilizar prejuízos

A Câmara de Pampilhosa da Serra vai efetuar, a partir de segunda-feira, o levantamento dos prejuízos causados pelo incêndio que afetou o concelho, com reuniões descentralizadas nas localidades afetadas.

Esta autarquia do interior do distrito de Coimbra anunciou que, em articulação com as Juntas de Freguesia, vão ser realizadas até dia 29 um conjunto de sessões de proximidade para esclarecimento de dúvidas e levantamento de prejuízos.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra, Jorge Custódio, disse que sem a auscultação da população atingida ainda não é possível estimar o valor dos prejuízos.

"Os prejuízos maiores são na floresta, na agricultura e em algumas empresas, havendo também casas de primeira habitação que sofreram danos ao nível das pinturas, estores e aparelhos de ar condicionado", explicou.

As sessões com técnicos da autarquia destinam-se a quem sofreu prejuízos em explorações agrícolas - armazéns e outras construções, animais, apiários, culturas permanentes e temporárias, máquinas e equipamentos), comércio e/ou indústria, assim como em habitações permanentes e não permanentes.

Os interessados devem estar acompanhados de documentos de identificação e comprovativos de titularidade dos bens afetados (cadernetas prediais, títulos de registo de veículos e/ou máquinas).

O município da Pampilhosa da Serra deverá aprovar na segunda-feira, em sessão de Câmara, duas propostas com medidas de apoio destinadas à população e às coletividades locais, com o intuito de mitigar alguns efeitos provocados pelo incêndio que afetou aquele território.

Uma das propostas, em articulação com a empresa intermunicipal APIN, prevê que os consumidores das localidades afetadas pelo incêndio não sejam penalizados pelos consumos extraordinários de água, resultantes do combate às chamas e à proteção de pessoas e bens, "reconhecendo o esforço acrescido das populações no combate às chamas".

A outra medida propõe a devolução às coletividades do valor pago pelas licenças emitidas para a realização de festas e eventos que foram obrigatoriamente cancelados, entre 15 a 21 de agosto, em virtude da ativação do Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil.

"Com estas medidas, a Câmara Municipal pretende reafirmar o seu compromisso de apoiar a comunidade, reforçando a capacidade de resposta do concelho e impulsionando a superação dos impactos causados por este incêndio", refere a Câmara da Pampilhosa da Serra.

Lusa

Incêndio em Odivelas ameaça Casa de Saúde e Repouso de Montemor

Um incêndio florestal no concelho de Odivelas está a colocar em perigo a Casa de Saúde e Repouso de Montemor, na freguesia de Ramada-Caneças.

Telma Meireles, diretora técnica da instituição, disse ao DN que "os idosos estão assustados mas não correm risco e estão bem de saúde", mas ainda assim não esconde alguma preocupação. "Este país só funciona com evacuações se o fogo estiver mesmo nas instalações ou nos quintais próximos", referiu.

"Somos a única instituição aqui. Temos 30 pessoas no lar, para onde elas iriam se fosse necessário?", questionou, apelando para um contacto da Proteção Civil para "certificar que se conseguia fazer uma evacuação" em caso de necessidade. "É para estarmos alerta e termos um plano B", frisou.

O fogo está a obrigar à presença de 97 operacionais, 29 veículos e um meio aéreo.

Seia conta já seis casas de segunda habitação destruídas e continua a avaliar prejuízos

O presidente da Câmara de Seia, Luciano Ribeiro, disse hoje que estão contabilizadas seis casas de segunda habitação destruídas pelos incêndios no concelho, mas a avaliação dos prejuízos prossegue.

“Nesta fase, ainda que o incêndio não esteja dado como dominado, estamos a fazer o levantamento dos prejuízos, a tentar manter as vias municipais desimpedidas e também estamos a fazer o apuramento mais fino daquilo que tinha sido o levantamento dos prejuízos em edificado, nomeadamente habitações”, afirmou à agência Lusa Luciano Ribeiro.

Segundo o autarca, além dos prejuízos em casas, está, igualmente, a ser verificada as “condições de segurança de alguns imóveis que poderão colocar em risco a via pública ou os vizinhos”.

A Câmara de Seia iniciou hoje a entrega de palha aos proprietários de animais e de alimento artificial aos apicultores, com Luciano Ribeiro a assegurar que este apoio vai ser mantido e a agradecer a solidariedade de empresas e pastores.

O autarca reconheceu ser necessário “dar ânimo” às pessoas que têm estas atividades, “nalguns casos secundárias na sua vida profissional”, para que as mantenham, pois são “fundamentais para a regeneração da paisagem e para que continuem neste território”.

Questionado sobre as medidas anunciadas na quinta-feira pelo Governo para fazer face aos prejuízos decorrentes dos incêndios, o presidente da Câmara de Seia afirmou que, “quando não se declara situação de calamidade e passa a haver uma lei geral, é como quem diz que ‘isto deixou de ser calamidade e passou a ser a rotina’”.

“Portanto, temos de estar preparados para essas circunstâncias que, com certeza vão ocorrer no futuro, mas também temos de ter a capacidade de nos tornarmos mais resilientes e não poder desistir do território, achar que meio Portugal, de quando em vez, é arrasado e já não há nada a fazer”, argumentou.

O primeiro-ministro disse na quinta-feira não ver necessidade de decretar o estado de calamidade por causa dos incêndios, frisando foi aprovada legislação que permite “operacionalizar com muito mais rapidez” os mecanismos de ajuda que seriam disponibilizados nessa situação.

Para Luciano Ribeiro, é importante, “depois destes apoios de emergência que o Governo aprovou, medidas concretas para manter a economia destes territórios e depois que as instituições do Estado não se pendurem sempre nos municípios para resolver todos os problemas que lhes compete”.

O autarca referiu em concreto a Agência Portuguesa do Ambiente e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, no que se diz respeito à estabilização das vertentes e linhas de água.

“Vão ser o problema imediato com as primeiras chuvadas”, avisou, considerando que se continua “sem ter medidas concretas, uma ação e gente preparada para as medidas pós-incêndio e para a estabilização de emergência que, se for como no passado, ocorre dois ou três anos depois do cenário e já depois dos prejuízos serem mais agravados”.

Luciano Ribeiro alertou ainda que, embora haja “apoios para empresas afetadas diretamente pelos incêndios”, não se conhecem apoios para as que têm quebra de atividade significativa, “nomeadamente as empresas do turismo, que viram uma série de cancelamentos devido às notícias do incêndio no Parque Natural” da Serra da Estrela.

Lusa

Uma dezena de casas de primeira habitação destruídas na região Centro

Os incêndios que há várias semanas atingem o país já destruíram 10 casas de primeira habitação na região Centro, cuja reconstrução o Governo se compromete a comparticipar até ao limite máximo de 250 mil euros.

O concelho de Oliveira do Hospital, no interior do distrito de Coimbra, atingido pelo grande incêndio de Arganil, contabiliza o maior número (cinco), seguido da Lousã (dois), no mesmo distrito.

No caso das cinco habitações afetadas, o presidente da autarquia, Francisco Rolo, indicou na quinta-feira, 21 de agosto, à Lusa que duas se localizam na freguesia de Avô, outra duas em Vila Pouca da Beira e uma em Aldeia das Dez.

A Câmara de Oliveira do Hospital tem em curso um plano de levantamento dos danos provocados pelo incêndio, sustentado em três pilares fundamentais – pessoas, segurança e prejuízos – que irá estar no terreno a partir de segunda-feira, com cerca de três dezenas de elementos dos serviços municipais, juntas de freguesia, segurança social ou instituições de saúde, entre outras.

Na Lousã, as chamas que deflagraram no dia 14 no Candal destruíram uma casa móvel de primeira habitação na Silveira de Cima e outra que estava em reconstrução para primeira habitação na localidade de Cabanões.

No distrito da Guarda, ardeu uma casa de primeira habitação em Aguiar da Beira, de acordo com o presidente da Câmara, Virgílio Cunha, que salientou a existência de vários imóveis de primeira habitação com danos, embora sem inviabilizar a permanência dos moradores.

O concelho de Aguiar da Beira começou a ser atingido nos dias 13 e 14 pelos fogos que tiveram início em Trancoso, no distrito da Guarda, e Sernancelhe e Sátão, no distrito de Viseu.

Também em Fornos de Algodres se registou a destruição de uma casa de primeira habitação.

Os municípios de Penamacor e Castelo Branco, neste distrito, contabilizaram uma casa ardida cada um.

O Governo definiu um apoio para a reconstrução de habitações de residência própria em situações como os incêndios rurais das últimas semanas, prevendo uma comparticipação “a 100% até ao montante de 250 mil euros”, anunciou na quinta-feira o primeiro-ministro.

O valor remanescente, indicou Luís Montenegro, será comparticipado a 85%.

Segundo o primeiro-ministro, que falava num ‘briefing’ após um Conselho de Ministros dedicado aos incêndios, realizado em Viseu, em causa está uma de várias medidas incluídas num novo “instrumento legislativo” aprovado hoje pelo executivo PSD/CDS-PP e que vai “funcionar como lei-quadro” para situações de emergência idênticas.

Com esta medida, o Governo poderá disponibilizar, no máximo, à data de hoje, cerca de 2,5 milhões de euros.

DN/Lusa

Equipas multidisciplinares já estão a prestar apoio social na Covilhã

Equipas multidisciplinares já se encontram no terreno a prestar apoio social às pessoas afetadas pelos incêndios que lavram no concelho da Covilhã, anunciou esta sexta-feira, 22 de agosto, a autarquia.

Segundo a Câmara da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, as equipas foram constituídas em parceria com a Universidade da Beira Interior (UBI).

“A medida surge face à gravidade e extensão dos incêndios no âmbito de uma resposta necessária, urgente e imediata que será garantida por técnicos municipais, por quatro psicólogas da UBI, envolvendo ainda o projeto Radar Social e CLDS (Contrato Local de Desenvolvimento Social) Covilhã”, explicou.

Psicólogas, assistentes e técnicos sociais já iniciaram a primeira fase do trabalho, fazendo o levantamento das situações mais urgentes, e estão desde hoje “a realizar as primeiras visitas no terreno, num planeamento que terá de ser validado diariamente, face à evolução da situação operacional”.

Segundo a autarquia, foram também criadas duas linhas telefónicas de apoio psicológico (965573925 e 965573907).

O município garantiu que está a acompanhar, desde o início, os trabalhos no terreno: “Além do Serviço Municipal de Proteção Civil, das equipas operacionais e de apoio logístico que têm estado empenhadas na ajuda ao combate, também mobilizou para as zonas afetadas equipas da ação social, que asseguraram a instalação e funcionamento das várias Zonas de Concentração e Apoio à População que foram criadas ao longo dos últimos dias”.

DN/Lusa

UGT apela para união de esforços para reconstruir zonas afetadas

A União Geral de Trabalhadores (UGT) apelou esta sexta-feira, 22 de agosto, para a união de esforços entre autoridades e sociedade civil para auxiliar a reconstrução das zonas afetadas pelos incêndios, garantindo apoio às “vítimas e aos heróis desta tragédia”.

“É fundamental que as autoridades e a sociedade civil trabalhem em conjunto para apoiar a reconstrução das zonas afetadas e para assegurar a proteção de todos – pessoas e animais”, salientou a UGT, em comunicado enviado às redações, onde expressa solidariedade com as vítimas dos incêndios que têm assolado o país e manifesta “profundo pesar aos familiares daqueles que perderam a vida a combater os fogos”.

A central sindical reiterou o seu compromisso de defender os interesses dos trabalhadores, das vítimas e dos “heróis desta tragédia”, salientando “a coragem e o espírito de sacrifício dos bombeiros profissionais e voluntários, das forças de segurança e de todos os cidadãos que se juntam a esta luta”.

“A perda de habitações e de património, muitas vezes construídos com o esforço de uma vida inteira de trabalho, é uma ferida profunda que afeta o coração da nossa comunidade”, vincou.

DN/Lusa

CGTP: Medidas evidenciam "completo alheamento" do Governo das necessidades do país

O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, considerou esta sexta-feira, 22 de agosto, que as medidas anunciadas na quinta-feira em resposta aos incêndios são “mais um exemplo” do “completo alheamento” do Governo face às necessidades do país.

“Quando falamos do alheamento do Governo, falamos do alheamento do Governo por falta de resposta nas devidas alturas, por falta de resposta aos problemas concretos e esse é mais um exemplo da resposta tardia que verificamos nos tempos recentes, quando o país atravessa a situação de emergência que atravessa no que diz respeito aos incêndios”, afirmou o líder sindical em conferência de imprensa, no Porto.

“Há aqui uma questão transversal ao que este Governo tem levado a cabo nas suas políticas e que revela uma coisa que nós já temos denunciado, que é um completo alheamento daquilo que é a realidade do povo e do país. Um completo alheamento daquilo que são as fragilidades que os trabalhadores sentem, que o povo sente, um completo alheamento daquilo que são as necessidades, por exemplo, nos serviços públicos, no Serviço Nacional de Saúde, na escola pública e na Segurança Social”, concretizou.

DN/Lusa

Destruídos 300 hectares de espaço ‘rewilding’ em Pinhel

A Rewilding Portugal está a promover uma campanha de ‘crowdfunding’ para apoiar a recuperação da área de regeneração natural do Ermo das Águias e de parceiros locais que foram afetados pelo fogo que começou quarta-feira em Figueira de Castelo Rodrigo.

“O incêndio que deflagrou em Cinco Vilas alastrou ao concelho vizinho de Pinhel, atingindo a área de “rewilding” do Ermo das Águias, gerida pela Rewilding Portugal. O fogo consumiu cerca de 300 hectares de vegetação, incluindo zonas em processo de restauro ecológico”, referiu a ONG (Organização Não Governamental) ambiental, que está sediada na Guarda, num comunicado enviada à agência Lusa.

A Rewilding Portugal adiantou que, apesar da extensão do fogo, “todos os animais que habitam a área encontram-se em segurança, incluindo as várias manadas de cavalos Sorraia e de Tauros que contribuem para a gestão natural do território” naquela zona do Grande Vale do Côa.

O Ermo das Águias situa-se em Vale de Madeira, no concelho de Pinhel, e acolhe desde 2022 herbívoros semisselvagens, como os Tauros – um bovino que se assemelha ao extinto auroque – e os cavalos Sorraia, uma raça autóctone portuguesa.

Estes animais têm “um papel fundamental na manutenção de paisagens de mosaico, sendo herbívoras naturais e grandes aliados na proteção da biodiversidade, incluindo na prevenção de incêndios, pelo papel que assumem na gestão e controlo da biomassa presente na paisagem”.

“Além do impacto direto no Ermo das Águias, muitos parceiros da Rewilding Portugal foram também afetados, incluindo apicultores, agricultores e outras iniciativas locais, com perdas significativas em terrenos, apiários, sistemas de rega, maquinaria e plantações”, adiantou a organização que se dedica à conservação da Natureza.

Nesse sentido, a Rewilding Portugal lançou uma campanha de ‘crowdfunding’ para financiar a recuperação e restauro pós-incêndio no Ermo das Águias, mas também para apoiar os parceiros afetados e implementar medidas de prevenção que “aumentem a resiliência da paisagem a fenómenos extremos”.

A campanha está disponível em https://gofund.me/1a69a893.

Pedro Prata, dirigente da Rewilding Portugal, sublinhou que esta iniciativa pretende “agilizar uma resposta rápida no pós-fogo, para bem dos parceiros e da biodiversidade” do Grande Vale do Côa.

Para o responsável, citado no comunicado, os incêndios deste ano enquadram-se numa tendência preocupante.

“Esta situação já era previsível dado o clima que enfrentámos desde o inverno até à data. Ainda assim, estamos a bater recordes de ignições e área ardida. Trata-se de uma nova realidade com a qual temos de lidar devido às alterações climáticas”.

Lusa

PS teme consequências da "teimosia" do Governo sobre situação de calamidade

O líder parlamentar do PS disse hoje temer que a “teimosia” do Governo em não declarar situação de calamidade comprometa o apoio às populações afetadas pelos incêndios e considerou inusitada a proposta de pacto para o território nesta altura.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Eurico Brilhante Dias criticou o que classificou como “teimosia persistente” do executivo sobre não avançar com a situação de calamidade, tremendo que essa opção “venha a colocar em causa o apoio eficaz às populações e às empresas que foram afetadas por estes incêndios”.

“As populações precisam de apoio. O Governo teimosamente entende não decretar a situação de calamidade, (...) esperemos, vivamente, que essa teimosia do Governo, aliada à descoordenação no combate aos incêndios, à má prevenção, à má preparação da época de fogos e de incêndios, não coloque estas populações tão vulneráveis, depois destes incêndios, em circunstâncias mais difíceis”, insistiu.

O líder da bancada socialista reagia às medidas aprovadas quinta-feira pelo Governo em Conselho de Ministros para apoiar as populações afetadas pelos incêndios florestais e às declarações do primeiro-ministro que disse não ver necessidade de decretar o estado de calamidade.

Questionado sobre a intenção anunciada pelo primeiro-ministro de consensualizar com os partidos um pacto para a gestão florestal, Brilhante Dias considerou “inusitado que essa proposta ocorra” enquanto o país ainda enfrenta “circunstâncias muito difíceis no combate aos incêndios”, acrescentando que “este é um momento de combate”.

Eurico Brilhante Dias anunciou ainda que o PS colocou mais três perguntas ao executivo, além das quatro que já tinham sido anunciadas pelo secretário-geral, José Luís Carneiro, esta quinta-feira, relacionadas com a concretização de medidas criadas durante os Governo socialistas liderados por António Costa.

O PS questionou o Governo sobre os motivos para o não lançamento do Vale Floresta - medida de apoio à limpeza dos terrenos - em 2024 e para só ter sido lançado em junho deste ano, as razões para deixar que o programa Aldeia Segura “esgotasse a sua verba”, e pediu explicações sobre o porquê de não ter implementado o Banco de Terras e Fundo de Mobilização de Terras, aprovado pelo parlamento em 2023.

José Luís Carneiro já tinha anunciado questões relacionadas com a reforma da propriedade rústica, a criação dos Condomínios de Aldeia, as Áreas Integradas de Gestão da Paisagem e a implementação de faixas de interrupção de combustível.

Lusa

Secretário de Estado. "Tivemos um período de condições meteorológicas adversas, único neste século"

Secretário de Estado da Proteção Civil diz que, no imediato, o Governo continua "empenhado" no estado de prontidão" e no "dispositivo que temos", que nos "levará até ao mês de outubro".

"Continuarem empenhados a estar todos prontos" para o que ainda possa acontecer. "Esperamos que não seja ao nível destas últimas semanas, tivemos um período de condições meteorológicas adversas, único neste século", disse Rui Rocha aos jornalistas, em Ponte da Barca, referindo que o momento de avaliação será feito depois.

Secretário de Estado promete rapidez na ajuda às despesas dos bombeiros 

O secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, reúne-se esta sexta-feira, 22 de agosto, com autarcas e com os bombeiros voluntários de Ponte da Barca e Vila Real, dois concelhos afetados pelos incêndios deste ano.

Após reunião no município minhoto, o governante falou na necessidade de agilizar processos com as associações humanitárias de bombeiros. "Em algumas teatros de operações, as despesas são muito elevadas, são muito significativas face ao que são os orçamentos", disse.

"O que quisemos vir transmitir é que temos um conjunto de mecanismos agilizados para rapidamente ressarcirmos" as associações humanitárias, disse.

Governo esclarece que isenção de taxas é para doentes não referenciados

O Governo esclarceu esta sexta-feira, 22 de agosto, no comunicado do Conselho de Ministros realizado na quinta-feira, que a isenção de taxas moderadoras na saúde nas zonas afetadas pelos incêndios, aprovada na quinta-feira em Conselho de Ministros, se aplica "nas urgências para doentes não referenciados".

A antiga ministra da Saúde Marta Temido (PS) tinha dito ter estremecido ao ouvir o anúncio. "Confesso que estremeci ao ouvir. As taxas moderadoras já não existem no Serviço Nacional de Saúde, salvo urgências não referenciadas, desde maio de 2022", escreveu na rede social X.

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Fogo no Fundão sem frentes ativas

O fogo no concelho do Fundão, no distrito de Castelo Branco, está esta sexta-feira, 22 de agosto, sem frentes ativas e decorrem trabalhos para evitar reacendimentos, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, Paulo Fernandes.

“Neste momento, temos o incêndio apagado, ou seja, não temos neste momento nenhuma frente ativa”, afirmou Paulo Fernandes, explicando que decorrem trabalhos de vigilância, “por causa de reacendimentos que podem acontecer durante este dia”, e da “tentativa de consolidação de um perímetro absolutamente gigantesco”.

Esta situação exige “ainda muitos recursos”, para evitar reacendimentos que possam “estragar todo este esforço brutal” feito nas últimas 48 horas, adiantou o autarca, que falava a Lusa pelas 09:45.

“Agora com o apoio, que esperamos continuar [a ter] dos meios aéreos para aquilo que possam ser alguns reacendimentos e com a vigilância que conseguirmos fazer com as nossas capacidades, vamos esperar que o dia continue de feição e começar a olhar para um conjunto de estragos gigantes e tentar passar a página agora para aquilo que é a tentativa de começarmos a pensar como recuperar desta tragédia”, adiantou.

Incêndio na Covilhã a "progredir com intensidade". Confinamento alargado à localidade de Bouça

O incêndio que se mantém ativo no concelho da Covilhã obrigou a alargar o apelo de confinamento à localidade de Bouça, informou esta sexta-feira, 22 de agosto, aquela Câmara do distrito de Castelo Branco.

Numa atualização feita às 09:30 na rede social Facebook, a Câmara da Covilhã referiu que, “apesar dos esforços desenvolvidos ao longo da noite, o incêndio que lavra no concelho se mantém ativo e a progredir com intensidade”.

Nesse âmbito, o apelo de confinamento foi alargado à localidade de Bouça e mantém-se para Unhais da Serra, Cortes de Baixo e Cortes do Meio.

“Face a esta situação e ao risco de reativações nas zonas afetadas, reitera-se o pedido às populações para que permaneçam em local seguro, adotem comportamentos de autoproteção e sigam sempre as indicações das autoridades”, frisou.

A autarquia aconselhou as populações a evitarem a exposição ao fumo e deslocações desnecessárias, para reduzir riscos e para não interferir com as operações de socorro.

Este incêndio, que começou no dia 13, em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).

Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa: “A situação que estamos a viver não tem comparação com a de 2017”

O presidente da República considera que a situação de incêndios que se tem vivido nas últimas semanas em Portugal não tem paralelo com aquela que se viveu em 2017, ano da tragédia de Pedrógrão Grande. Em declarações ao jornal Nascer do Sol registadas no dia do funeral do bombeiro da Covilhã e publicadas esta sexta-feira, 22 de agosto, Marcelo Rebelo de Sousa realça que a diferença está no número de mortos e n número de feridos. “O que temos hoje são mais fogos florestais e agrícolas, enquanto em 2017 tivemos mais fogos florestais e urbanos”, considerou.

O chefe de Estado defendeu que “mudou muita coisa em relação ao passado”, precisando que “até 2017, nós tínhamos um combate às frentes de fogo florestais, privilegiando a defesa da floresta; a partir daí, passámos a ter uma estratégia que privilegia a defesa das vidas humanas, dos animais e do património em primeiro lugar”.

Lembrando que o verão ainda não acabou, Marcelo defendeu a necessidade de, “passado este período”, fazer “uma ampla e profunda reflexão” sobre prevenção e combate aos incêndios, repovoamento e reflorestação do território.

Fogo no concelho de Seia está circunscrito

O incêndio que atingiu o concelho de Seia, no distrito da Guarda, está circunscrito e decorrem esta sexta-feira, 22 de agosto, os trabalhos de consolidação e rescaldo, segundo uma publicação do município nas redes sociais.

Na publicação, relativa às 23:00 de quinta-feira, que cita informação do Posto de Comando Operacional, “o incêndio encontra-se circunscrito, estando em curso trabalhos de consolidação e rescaldo, bem como vigilância ativa”.

Neste fogo, a Frente III do incêndio do Piódão, no distrito de Coimbra, estavam no terreno 172 operacionais, 46 viaturas e uma máquina de rasto.

A circulação rodoviária apresentava-se “sem condicionamentos, embora se recomende especial atenção ao atravessar zonas afetadas pelo incêndio”, segundo a autarquia.

Esta sexta-feira, fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil das Beiras e Serra da Estrela adiantou que “parte do incêndio no município de Seia está dominado e outra parte em rescaldo e consolidação de rescaldo”.

“Há uma parte, na zona de Loriga, onde o fogo progride, numa zona de mato, sem acessos, mas está circunscrito àquela área”, disse.

Ainda no Facebook, a Câmara de Seia divulgou que hoje, a partir das 10:30, inicia a distribuição de 200 fardos de palha para animais ruminantes e asininos, na Escola Primária de Vide.

“A entrega será feita diretamente aos proprietários dos animais, de acordo com o levantamento realizado nas freguesias afetadas pelo incêndio”, explicou.

Também “serão entregues duas toneladas de alimento artificial aos apicultores sinalizados pelas equipas multidisciplinares no terreno”, anunciou.

O município pede às pessoas que não tenham sido contactadas e tenham necessidades urgentes de alimentação para animais ou outras situações decorrentes do incêndio, para usarem as linhas de apoio: os números de telefone 238310242 e 917314993.

O incêndio que afeta o concelho de Seia, no distrito da Guarda, começou no dia 13 no Piódão, em Arganil, distrito de Coimbra.

Ao longo de mais de uma semana este incêndio de grandes dimensões já se estendeu, além de Seia, também ao concelho de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra) e aos concelhos de Castelo Branco, Covilhã e Fundão (distrito de Castelo Branco).

Lusa

Prevê-se descida das temperaturas e aguaceiros para domingo

Para domingo, espera-se uma descida da temperatura, estando previsto que as máximas desçam entre 2 e 7 graus em Portugal continental e que haja a possibilidade de aguaceiros dispersos nas regiões do centro e sul, disse Maria João Frada, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, ouvida pela Lusa.

Caso se confirmem aguaceiros no próximo fim de semana, não haverá impacto na zona dos incêndios. "O que vai ajudar é a descida dos valores da temperatura máxima e o aumento da humidade relativa a partir da noite de 23 [sábado] para 24 [domingo], isso sim ajuda", diz Maria João Frada.

"Vamos chegar a domingo e vamos ter temperaturas máximas que vão ultrapassar os 30 graus, entre 30 e 33, apenas em alguns locais do interior, nas restantes mais baixas. No próximo domingo, teremos um vento mais fraco do quadrante oeste e mais entrada de humidade e mais favorável ao combate aos incêndios e até à extensão dos fogos", disse a meteorologista, referindo que as temperaturas devem descer, dependendo da região, 2 a 3 graus, podendo chegar a quedas de 05/06/07 graus Celsius.

Marta Temido "estremece" com anúncio de isenção de taxas moderadoras para as zonas afetadas pelos fogos quando estas já não existem

A ex-ministra da Saúde Marta Temido (PS) confessa que "estremeceu" ao ouvir o anúncio de isenção de taxas moderadoras para as zonas afetadas pelos incêndios, feito pelo primeiro-ministro (PSD), quando as taxas moderadoras não existem desde 2022.

"Confesso que estremeci ao ouvir. As taxas moderadoras já não existem no Serviço Nacional de Saúde, salvo urgências não referenciadas, desde maio de 2022", escreveu na quinta-feira, 21 de agosto, à noite a eurodeputada na rede social X, acrescentando que, "em momentos tão difíceis para tantas famílias, era importante que a comunicação fosse rigorosa e clara — as pessoas merecem confiança e verdade".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou na quinta-feira, em Viseu, a aprovação em Conselho de Ministros extraordinário de 45 medidas de apoio às populações atingidas pelos incêndios florestais nas regiões Norte e Centro de Portugal continental, destacando o "reforço dos cuidados de saúde nas zonas afetadas", nele incluindo, sem dar mais informação, a "isenção de taxas moderadoras e a dispensa gratuita de medicamentos pelas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

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De acordo a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a legislação mais recente aplicável data de 27 de maio de 2022 e altera o regime de cobrança de taxas moderadoras no SNS.

Segundo o decreto-lei, que tem assinatura da então ministra da Saúde Marta Temido e vigora desde 01 de junho de 2022, a cobrança de taxas moderadoras "é dispensada" no atendimento em serviço de urgência" nas situações em que há referenciação prévia pelo SNS ou nas situações das quais resulta a admissão a internamento através da urgência".

A ACSS cita no seu portal um outro decreto-lei, de novembro de 2020 e também com cunho de Marta Temido, que prevê a dispensa de cobrança de taxas moderadoras nas consultas e em todos os exames complementares de diagnóstico e terapêutica prescritos no âmbito da rede de prestação de cuidados de saúde primários. Atualmente não se paga uma consulta no centro de saúde ou análises e exames prescritos por um médico.

A Administração Central do Sistema de Saúde tem a responsabilidade da "definição de orientações e uniformização de procedimentos entre as várias instituições do SNS para o registo de situações de isenção e dispensa de pagamento de taxas moderadoras".

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais e florestais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Chegam esta sexta-feira mais dois aviões Canadair

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, estando previsto chegarem mais dois aviões Canadair na sexta-feira, 22 de agosto.

Segundo dados oficiais provisórios, até quinta-feira arderam 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio de Arganil.

DN/Lusa

Registada "melhoria significativa" no combate aos maiores fogos ativos

Bom dia,

Siga aqui a atualização sobre o combate aos incêndios que continuam a lavrar em Portugal.

De acordo coma Proteção Civil, o combate aos fogos que começaram em Arganil, distrito de Coimbra, e Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda, e que passaram para concelhos vizinhos, decorreu muito favoravelmente durante a noite.

Fonte do comando sub-regional Beiras e Serra da Estrela disse à agência Lusa, pelas 06:45, que “não houve progressões preocupantes” nos dois fogos, ainda ativos, e que houve “uma melhoria significativa no combate, que decorre favoravelmente”.

Durante a madrugada desta sexta-feira, 22 de agosto, houve alguns reacendimentos, em localidades do Fundão, mas foram logo controlados, acrescentou a fonte, sobre o fogo que teve início em Arganil.

Na quinta-feira, o agravamento da frente de fogo que entrou no concelho da Covilhã obrigou ao confinamento em Unhais da Serra, Cortes de Baixo e Cortes do Meio, mas, segundo a mesma fonte, não houve qualquer problema.

Pelas 07:00, o fogo que teve início em Arganil, no dia 13, estava a ser combatido por 1.605 operacionais, apoiados por 548 veículos, e o incêndio de Figueira de Castelo Rodrigo, que começou na quarta-feira, mobilizava 255 bombeiros e 81 veículos, de acordo com o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

DN/ Lusa

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