Montenegro apela a pacto de regime para a proteção florestal e anuncia plano para 25 anos
PAULO NOVAIS/LUSA

Montenegro apela a pacto de regime para a proteção florestal e anuncia plano para 25 anos

O Conselho de Ministros extraordinário reuniu-se esta quinta-feira, 21 de agosto, em Viseu para aprovar apoios às populações
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Montenegro apela a pacto de regime para a proteção florestal e anuncia plano para 25 anos

Luís Montenegro apelou a um pacto de regime para a proteção florestal e anunciou um debate na Assembleia da República sobre o plano para a floresta, apresentado em março, para o período 2025-2050, e que será posteriormente enviado à Comissão Europeia.

O primeiro-ministro disse aos jornalistas, após um Conselho de Ministros extraordinário realizado em Viseu, que este novo instrumento legislativo será a base para os Governos colocarem no terreno medidas de apoio às populações".

O líder do Governo anunciou ainda a aprovação de 45 medidas, das quais destacou reforço dos cuidados de saúde nas zonas afetadas e apoios de várias ordens às famílias, às empresas e aos agricultores, assim como a isenção de IVA na alimentação animal.

Montenegro começou a sua intervenção por referir que o país atravessa uma "situação de grande severidade meteorológica" e que todos estão "transtornados" pelos incêndios rurais, garantido que está a ser dado o máximo para "minimizar" o sofrimento de quem vive o flagelo de forma mais direta.

"Sou extremamente sensível às frustrações e aos apelos dos que nos pede mais apoio. Apesar de termos o maior dispositivo de sempre, nem tudo correu e corre bem e nem sempre se conseguem evitar estes incêndios de grande dimensão e grande duração", lamentou o primeiro-ministro, que diz não haver "necessidade" de ser decretada situação de calamidade.

"Enviámos mais 129% de operacionais e mais 210% de meios aéreos em relação ao ano passado", explicou o governante, na resposta a uma das quatro perguntas que os jornalistas lhe puderam fazer após a declaração inicial. "Nunca menosprezei a ameaça que tínhamos", garantiu.

O líder do Governo reconhece que pode ter contribuído para a "perceção" de que não está a acompanhar os incêndios de perto, mas garante que tem estado próximo das autoridades.

Pampilhosa da Serra desativa plano de emergência

A Câmara da Pampilhosa da Serra desativou hoje o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, que tinha sido ativado na sequência do incêndio que atingiu o concelho nos últimos dias.

Hoje, o presidente da Câmara já tinha dito à agência Lusa que no seu concelho não havia nenhuma frente ativa há 24 horas.

O incêndio que afeta Pampilhosa da Serra começou no dia 13 no Piódão, em Arganil, também no distrito de Coimbra.

Ao longo de mais de uma semana este incêndio de grandes dimensões já se estendeu, além destes dois municípios, também ao concelho de Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), a Seia (distrito da Guarda) e a Castelo Branco, Covilhã e Fundão (distrito de Castelo Branco).

A decisão de desativar o plano, de acordo com a Câmara, advém da constatação de condições meteorológicas mais favoráveis nos últimos dois dias e na ausência de frentes de incêndio ativas no concelho.

“Com esta decisão, a partir de hoje, as licenças para festas e eventos nas aldeias retomam a sua validade, permitindo a normalidade das celebrações locais”, referiu a Câmara.

Este município do interior do distrito de Coimbra apelou a toda a população para que mantenha comportamentos responsáveis e seguros, colaborando na vigilância do território e comunicando de imediato às autoridades qualquer situação de risco que possa ser detetada.

“A desativação do Plano não significa a ausência de perigos ou incidentes. A prevenção continua a ser essencial”, frisou.

Três localidades confinadas na Covilhã devido ao agravamento do fogo

O agravamento da frente de fogo que entrou hoje no concelho da Covilhã obrigou ao confinamento em Unhais da Serra, Cortes de Baixo e Cortes do Meio, divulgou a autarquia do distrito de Castelo Branco.

Numa atualização pelas 20:30 na rede social Facebook, a Câmara da Covilhã destacou que, “face ao agravamento e à intensidade com que está a progredir a frente de fogo” oriunda de Seia, no distrito da Guarda, que entrou hoje no concelho vizinho, é necessário proceder ao confinamento nestas localidades.

“Reitera-se o pedido às populações das zonas afetadas para que permaneçam em local seguro, adotem comportamentos de autoproteção e sigam sempre as indicações das autoridades”, pode ler-se.

A autarquia da Covilhã insta também a população a evitar a “exposição ao fumo bem como deslocações desnecessárias para reduzir riscos e para não interferir com as operações de socorro”.

Numa nota publicada pelas 17:30, o município da Covilhã tinha explicado que a frente de fogo com origem em Seia estava a progredir “com alguma intensidade”.

Adiantou, na mesma nota, que o caminho entre Unhais da Serra e Penhas da Saúde estava cortado ao trânsito.

Já em relação à frente de fogo de Dominguizo/Vales do Rio/Peso/Tortosendo, a Câmara referia, pelas 17:30, que tem registado algumas reativações ao longo do dia.

Segundo o município, essas reativações estão a ser combatidas e não estavam a colocar populações em risco.

Área ardida na UE supera 1 milhão de hectares e é já um recorde anual

Os incêndios queimaram mais de um milhão de hectares na União Europeia (UE) desde o início de 2025, numa área ardida que é já um recorde anual nos registos do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).

A base de dados do EFFIS iniciou-se em 2006 e 2017, com 988.524 hectares calcinados, era até agora o ano com mais área ardida.

Este ano, até a meio do dia de hoje, o sistema - cujos números são ainda provisórios - estimava 1.015.731 hectares queimados pelos incêndios em toda a UE, segundo contas da agência de notícias francesa AFP, com base nos dados por país do EFFIS.

Quatro países superam também já o recorde anual anterior de área ardida - Espanha, Chipre, Alemanha e Eslováquia.

Espanha, que enfrenta uma onda de incêndios no noroeste e oeste há semanas, é o país com mais área ardida este ano, cerca de 400.000 hectares e o equivalente a quase 40% do total de território queimado na UE até agora.

Quanto a Portugal, mantém o recorde anual de área queimada na base de dados do EFFIS: 563.530 hectares ardidos em 2017, ano dos incêndios de Pedrógão Grande e outras regiões da zona centro em que morreram 119 pessoas.

Este ano, já arderam em Portugal 274.000 hectares, segundo as estimativas do EFFIS até a meio do dia de hoje. Embora esteja longe do recorde anual de 2017, trata-se de um recorde para a data de 21 de agosto.

Depois de Espanha e Portugal, a Roménia é o país da UE com mais área ardida este ano (126.000 hectares).

Fora da UE, a área ardida desde o início de 2025 é também já um recorde anual no Reino Unido (que teve incêndios na primavera coincidindo com uma onda de calor precoce) e na Sérvia, ainda segundo as estimativas do EFFIS, que se baseiam no sistema europeu de observação por satélite Copernicus.

As estimativas só levam em conta incêndios que tenham queimado pelo menos 30 hectares.

Ainda segundo o EFFIS, entre 01 de janeiro e 19 de agosto, os incêndios florestais em 22 dos 27 países da UE provocaram emissões de 35 megatoneladas de dióxido de carbono (CO2), um nível inédito a esta altura do ano.

O recorde de emissões anuais de CO2 por causa dos incêndios são 41 megatoneladas em 2017.

Em 2017 registou-se também o maior número de mortos na UE por causa dos incêndios: mais de 200, em Portugal, Itália, Espanha e França.

Este ano, morreram quatro pessoas em Espanha, três em Portugal, duas no Chipre e uma França, segundo dados recolhidos e noticiados pela AFP.

Proteção Civil regista 59 novos fogos sendo Piódão e Castelo Rodrigo os mais preocupantes

A Proteção Civil registou hoje 59 novos focos de incêndios rurais, empenhando 2.258 operacionais, destacando que, durante a tarde, existiram duas ocorrências de maior preocupação, as do Piódão e de Figueira de Castelo Rodrigo.

Segundo o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, entre as 00:00 e as 17:00, registaram-se “59 ocorrências, seis das quais durante o período noturno”, e nas ocorrências ativas estavam “empenhados 2.258 operacionais, 711 veículos e 38 meios aéreos”.

No ponto de situação na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide (Oeiras), pelas 19:00, Mário Silvestre avançou que, nessa altura, existiam “duas ocorrências que apresentam maior preocupação”, nomeadamente a “de Piódão”, com “uma área ardida bastante extensa, com um perímetro de incêndio a rondar neste momento os 290 quilómetros”.

“Portanto, é um trabalho difícil, árduo, de consolidação de muitos pontos quentes e com resolução de muitas zonas de incêndio que vão dando muito trabalho aos operacionais que estão no local”, salientou o comandante nacional.

A expansão deste incêndio durante o dia de hoje “foi bastante mais reduzida do que nos dias anteriores”, o que “leva a chegar a esta hora com um incêndio, embora ativo, muito mais estável e com muito trabalho para as próximas horas”, acrescentou.

O comandante disse ainda que se prevê uma noite “com uma situação mais favorável para o combate”.

O outro incêndio em curso é o de Figueira de Castelo Rodrigo, onde “estão empenhados 1.861 operacionais, com 620 veículos e 25 meios aéreos”.

“À hora da recolha dos dados, estava também em curso o incêndio em Portel, que entretanto já entrou em fase de resolução”, referiu.

PCP diz que dimensão dos incêndios é resultado de cortes e privatizações

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou hoje que a dimensão e consequências dos incêndios no país resultam de cortes nos serviços e estruturas públicas e da privatização de setores estratégicos, propondo mais investimento no interior.

“O país está a arder não é porque tem estruturas públicas a mais, não é porque tem planeamento a mais, não é porque tem investimento público a mais. O país arde com as consequências e dimensão como está a arder, porque a regra de ouro é cortar nos serviços públicos, liberalizar e privatizar setores estratégicos, servir os grandes interesses e negociatas”, afirmou.

Paulo Raimundo intervinha na apresentação do livro “As privatizações. Contornos de um processo que é preciso reverter”, das Edições Avante!, que decorreu na Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa.

O secretário-geral comunista questionou se “o país está ou não disponível para investir no seu território, no seu interior, na sua floresta, nessa grande riqueza, na sua coesão, pelo menos aquilo que gastou no buraco das negociatas privadas” e nos “buracos da banca privada”.

“Esta é a opção que se tem que fazer: ou se recupera o país, ou se salva e dá-se condições financeiras aos grupos económicos”, afirmou, indicando que o PCP quer “recuperar o país para fortalecer o território, para alargar a capacidade de resposta e resolver o problema das pessoas”.

Paulo Raimundo considerou que “a liberalização afastou o investimento do interior e concentrou-o no litoral, afastou o investimento das aldeias e concentrou-o nas sedes de concelho”, e também “as estruturas relacionadas com a agricultura e com as florestas”, deixando o país “inclinado, mais frágil e mais desprotegido”.

O líder comunista defendeu que os incêndios estão relacionados com o “despovoamento e abandono do interior”, com o “corte nas estruturas do Estado, boicote à ação das empresas públicas ou privatização dos setores estratégicos”, e também com as “opções políticas ao serviço dos grandes interesses”.

“Quando olhamos para a floresta e para os problemas que atingem, é impossível não ver a ação das grandes empresas e dos grupos económicos privados. São estas que determinam e impõem o preço da madeira, apropriam-se da maioria dos apoios públicos ao setor da floresta, impõem as monoculturas, fazem com que milhares de pequenos produtores florestais abandonem as suas propriedades com as consequências que assistimos”, criticou.

Raimundo lamentou também que o Estado não detenha os meios aéreos de combate aos incêndios, argumentando que “só desde o início de 2024, o país já gastou 338 milhões de euros em alugueres de meios aéreos para o combate aos incêndios”.

“Recursos públicos para financiar grupos económicos, em vez de criar as respostas operacionais que o país precisa e precisa de forma permanente”, criticou.

O secretário-geral do PCP abordou ainda a intenção do Governo em privatizar parcialmente a TAP e indicou que o partido fará “tudo para interromper mais este crime económico”, numa alusão à apreciação parlamentar requerida pelos deputados do PCP, Livre e BE.

Na sua intervenção, Paulo Raimundo apelidou ainda o Governo de uma “agência de negócios para o grande capital”.

“Este é o governo da política PCL - privatizar, concessionar, liberalizar - e por cada passo desta política PCL, por cada concessão, por cada privatização, por cada liberalização, é mais um ataque aos trabalhadores, ao povo, à juventude e ao país”, sustentou.

Operacionais apeados e helitransportados mantêm combate em altitude em Seia

Bombeiros e sapadores da região, apeados e helitransportados, continuam a combater as chamas em zonas de altitude no concelho de Seia, na Serra da Estrela, revelou o presidente da Câmara.

Desde a noite de quarta-feira que equipas de sapadores e bombeiros da região da Serra da Estrela têm combatido as chamas em zona de muito difícil acesso e de grande altitude (acima dos 1.600 metros) no concelho de Seia, na última secção que ainda não está contida, disse à agência Lusa Luciano Ribeiro.

Segundo o autarca, ainda há chama ativa na cabeceira da ribeira de Cabrum e na Penha dos Abutres, zona onde as máquinas de rasto ou viaturas não conseguem chegar.

Cerca de 40 homens, que vão sendo rendidos, têm combatido as chamas com recurso a ferramentas manuais, entrando por caminhos pela linha de cumeada ou helitransportados, referiu.

Em alguns casos, foi possível usar água para combater as chamas, mas com recursos a vários lances de mangueira para chegar ao fogo, disse Luciano Ribeiro, dando conta de casos em que a mangueira tinha cerca de dois quilómetros, recorrendo a vários lances entre o camião-cisterna e o fogo.

Esta é a única preocupação, de momento, no concelho de Seia, por forma a segurar o incêndio na “cumeada para não descer outro vale” e tomar, novamente grandes proporções, explicou.

O incêndio que afeta o concelho de Seia, no distrito da Guarda, começou no dia 13 no Piódão, em Arganil, distrito de Coimbra.

Ao longo de mais de uma semana este incêndio de grandes dimensões já se estendeu, além de Seia, também ao concelho de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra) e aos concelhos de Castelo Branco, Covilhã e Fundão (distrito de Castelo Branco).

De acordo com o último relatório provisório do Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais (SGIF), atualizado na quarta-feira, este incêndio já terá consumido 53.224 hectares.

Autarcas garantem que reunião com membros do Governo foi importante

O presidente da Câmara Municipal de Trancoso disse hoje à agência Lusa que os autarcas “ficaram contentes” com a reunião com o elenco governamental liderado pelos ministros da Economia e da Agricultura.

Amílcar Salvador adiantou que esta reunião “já tinha sido solicitada no dia 14 de agosto, em plena semana de incêndios” no Município de Trancoso, no distrito da Guarda.

“Fruto do desespero e das circunstâncias em que nos encontrávamo-nos”, explicou.

Hoje, foi o anfitrião de uma reunião solicitada pelo ministro da Economia e Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que se fez acompanhar pelo ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, e ainda pelos secretários de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes, do Planeamento e Desenvolvimento Regional, Hélder Reis, da Administração Local e Ordenamento do Território, Silvério Regalado, e das Florestas, Rui Ladeira.

“Creio que foi importante, sobretudo, para esta garantia que nos foi deixada aqui por parte do senhor ministro da Economia, de que os processos iam ser céleres, sobretudo nos pedidos de apoio que fossem submetidos em regime simplificado”, destacou.

O autarca socialista disse que essa garantia “é muito importante”, uma vez que sabem que “muitas pessoas ficaram, de facto, sem nada”, tanto em explorações agrícolas, como quem tem o sustento nos animais ou em árvores de fruto.

“Somos um concelho com grandes potencialidades, somos o quinto maior em termos de produção de castanheiro e mais de 50% ficou afetada. No olival, vinhas, matas, floresta. Há empresas florestais que não sabem o que fazer”, indicou.

Agora, é esperar que “se concretize rapidamente, como foi dito” e “é transmitir às populações alguma calma, as dificuldades vão ser muitas, mas acima de tudo agora é dar-lhes ânimo e dizer-lhes que podem contar com as Câmaras Municipais e com o Governo”.

Também o presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, disse à agência Lusa que a reunião de hoje “foi importante para resolver no imediato as situações que têm de ser resolvidas”.

Depois dos incêndios, desejou Sérgio Costa, “porque hoje não era dia” para isso, “que seja aberto o fórum da discussão, muito rapidamente”, para que “todo este problema possa ser devidamente analisado”.

“Se nós políticos não fizermos isso, estamos a ser todos maus políticos. Não podemos enfiar a cabeça na areia. Já chega de enfiar a cabeça na areia e depois quando passam os fogos já está tudo bem. Não, isso não vai poder mais acontecer e não contem comigo para isso, porque ninguém calará a minha voz. Falarei até que a voz me doa a defender este tema, tão só e simplesmente pela defesa da vida dos portugueses”, realçou.

Sérgio Costa defendeu ainda que depois das conversas “tem de haver medidas” a serem aplicadas e têm de ser “consensuais, da esquerda à direita e, algumas delas, drásticas, sem tabus e sem olhar ao interesse de quem quer que seja”.

“Temos de olhar ao interesse geral do país que é tão só e simplesmente a sobrevivência do povo português”, reforçou Sérgio Costa.

Frente de fogo com origem em Seia atinge Covilhã

Uma nova frente de fogo oriunda de Seia, distrito da Guarda, entrou hoje no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, e as chamas estão a progredir “com alguma intensidade”, informou a Câmara.

Numa nota publicada na rede social Facebook, o município da Covilhã explicou que a frente de fogo com origem em Seia, pelas 17:30, estava a progredir “com alguma intensidade”.

A autarquia deixou um alerta de precaução para as localidades de Unhais da Serra, Cortes de Baixo, Bouça e Cortes do Meio.

Adiantou ainda que o caminho entre Unhais da Serra e Penhas da Saúde está cortado ao trânsito.

Já em relação à frente de fogo de Dominguizo/Vales do Rio/Peso/Tortosendo, a Câmara referiu que tem registado algumas reativações ao longo do dia.

Segundo o município, essas reativações estão a ser combatidas e não estavam a colocar populações em risco.

Este incêndio, que começou no dia 13, em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).

Hotelaria e restauração alertam para impacto e pedem apoios a fundo perdido

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) manifestou hoje a sua “profunda preocupação com o impacto dos incêndios nas regiões mais afetadas”, com reflexos diretos e imediatos nas atividades do alojamento turístico e da restauração.

Em comunicado, a associação alerta que “o flagelo dos incêndios tem provocado cancelamentos de reservas e encerramentos de empresas, com quebras significativas na taxa de ocupação no alojamento e redução da procura em toda a atividade turística, comprometendo de forma séria a sustentabilidade dos negócios e dos postos de trabalho”.

A AHRESP refere ainda que, em reunião com o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Pedro Machado, apresentou “propostas objetivas que permitem compensar as perdas já registadas e mitigar impactos futuros”, defendendo que “dada a especificidade destas perdas, os apoios devem assumir uma forte componente a fundo perdido, garantindo liquidez imediata às empresas”.

A associação não detalha as medidas apresentadas, mas alerta que “sem respostas rápidas e eficazes, os incêndios poderão comprometer não apenas a época alta de 2025, mas também a atratividade futura dos destinos afetados, com graves consequências para a economia local e nacional”.

No mesmo comunicado, a AHRESP lembra que, no âmbito do protocolo com a Liga dos Bombeiros Portugueses, “tem estado a ser articulado o envio de bens alimentares essenciais para os teatros de operações, destinados aos bombeiros que combatem no terreno”, uma iniciativa possível “graças ao contributo de várias empresas que se associaram a esta causa comum”.

Governo adianta 50% do valor da obra para reparação de habitação

O ministro da Economia e Coesão Territorial assegurou hoje que o Governo avançará imediatamente com 50% do valor das obras para a reabilitação das casas de primeira habitação afetadas pelos incêndios, logo que definido o custo.

“O que prevemos para as primeiras habitações é o seguinte: a Câmara Municipal faz uma avaliação juntamente com um técnico da CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional], de quanto custa reparar o edifício e, depois de se fixar isso, nós avançamos imediatamente com 50% do valor da obra e as pessoas podem começar a reconstruir as casas imediatamente”, assegurou.

O governante falava aos jornalistas à saída da reunião em Trancoso, no distrito da Guarda, com cerca de autarcas de 20 concelhos, principalmente da região Centro, afetados pelos incêndios.

“A grande prioridade aos agricultores que estão com dificuldades, sobretudo nas questões das alimentações dos animais, algumas casas que estão ardidas e que é preciso recuperar, algumas fábricas que vamos também recuperar, porque há algumas totalmente ardidas e umas só em parte, e há também muitos equipamentos municipais que vai ser necessário repor e precisamos de financiar as autarquias”, enumerou.

Manuel Castro Almeida reconheceu que “uma grande preocupação é com a celeridade deste processo”.

A título de exemplo, falou da alimentação dos animais, já que “não dá para esperar muito tempo”.

“Vamos procurar ter um processo o mais ágil possível”, prometeu.

O ministro reconheceu que depois das duas reuniões hoje – Sernancelhe (distrito de Viseu) e Trancoso (distrito da Guarda) - com os autarcas afetados pelos incêndios, cerca de 50, do Norte e Centro do país, vai com “as ideias mais claras” para o Conselho de Ministros extraordinário em Viseu, ao final do dia.

“Vimos que, no essencial, que aquilo que estávamos a pensar fazer é aquilo que está na mente dos autarcas”, assumiu.

Na reunião em Trancoso, ficou acordado com a presidente da CCDR Centro, Isabel Damasceno, igual acordo ao que fez com a CCDR Norte, de manhã, em Sernancelhe.

“Se as autarquias começarem a fazer chegar os pedidos no princípio da próxima semana, na semana seguinte já os lesados vão ter, vão começar a receber o dinheiro nas suas contas”, assegurou.

Manuel Castro Almeida reconheceu que “é um procedimento mais expedito, mas é uma exigência das circunstâncias” atuais.

Sobre o número de pedidos na zona Centro, depois de ter avançado que no Norte seriam cinco mil, o governante disse que “não é ainda possível” contabilizar, até porque “há ainda incêndios a acontecer”.

Jovens Agricultores exigem revitalização dos territórios rurais

A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) apelou ao Governo para que tenha o objetivo de "revitalizar os territórios rurais, apoiar as suas gentes e criar dinâmicas económicas e sociais que impulsionem o desenvolvimento".

A AJAP pede ao executivo para que operacionalize a Figura do Jovem Empresário Rural e propõe "a implementação urgente do Pacto - Inovação Portugal Rural, um compromisso que une Governo, autarquias, universidades, associações e setor financeiro" e que permitirá "desburocratizar, acompanhar tecnicamente e apoiar com eficiência e eficácia a instalação de jovens empresários (agrícolas e rurais), devolvendo confiança e futuro aos territórios rurais".

"O Portugal Rural precisa de novos agricultores, novos empreendedores, de novas dinâmicas junto das pessoas. Precisamos de juventude no coração do mundo rural - para inovar na agricultura, dinamizar o turismo, investir em serviços, desenvolver tecnologias e proteger os ecossistemas. Se não agirmos agora, não haverá segunda oportunidade. O abandono e o fogo não esperam. Para a AJAP a situação é clara: ou assumimos este Pacto, ou arriscamos perder definitivamente o Portugal Rural!", indica a AJAP numa nota enviada às redações.

Montenegro agradece a Von der Leyen ajuda da UE, que está pronta para financiar recuperação do país através de fundo social

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, agradeceu hoje à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, “a solidariedade da União Europeia” no combate aos incêndios e disse estar a definir “vias de financiamento para apoiar as populações e empresas”.

Numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter), Luís Montenegro diz ter falado ao telefone com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a quem agradeceu a “solidariedade da UE no combate aos incêndios em Portugal”.

“Avançamos na definição de vias de financiamento para apoiar populações e empresas agora e garantir a coesão territorial com mais prevenção no futuro”, lê-se na publicação.

Já von der Leyen garante a continuidade no apoio a Portugal "no seu esforço contra os incêndios e no auxílio à prevenção de mais fogos" e frisou que as instâncias comunitárias estão prontas "para financiar a recuperação através do Fundo Social Europeu".

Meios aéreos controlam fogo no Fundão

A entrada em operação de meios aéreos no fogo que lavra no Fundão permitiu finalmente controlar as chamas nas linhas prioritárias de Alpedrinha e Alcongosta/Carvalhal, informou o presidente da Câmara.

“Finalmente, com a entrada de meios aéreos a partir das 13:30, nos locais definidos como prioritários, a linha de Alpedrinha e a de Alcongosta/Carvalhal, e com as equipas terrestres colocadas diretamente na serra, conseguimos um momento positivo na atuação ao combate”, afirmou, pelas 15:50, à agência Lusa, Paulo Fernandes.

O autarca do Fundão adiantou que espera que esta intervenção “dê os resultados pretendidos” no combate ao incêndio que lavra no concelho.

Lusa

Ministro da Agricultura promete ajuda para o setor da castanha

O ministro da Agricultura e Mar reconheceu hoje que há um “grande problema” com os soutos que arderam, uma vez que um castanheiro demora mais de 15 anos a render, mas prometeu ajudar os produtores.

“A minha grande preocupação é como é que vamos ajudar no rendimento, porque um castanheiro demora 15 ou 16 anos a voltar a dar rendimento, enquanto outras culturas são mais rápidas. Mas tudo isso está a ser trabalhado”, reconheceu José Manuel Fernandes.

O ministro da Agricultura e Mar falava aos jornalistas no final de uma reunião na manhã de hoje, em Sernancelhe, distrito de Viseu, com autarcas de cerca de 30 concelhos do Norte do país afetados pelos incêndios.

“Nós vamos ajudar ao restabelecimento do potencial produtivo. Vamos ter um tratamento mais favorável para essas culturas que demoram mais tempo, um apoio majorado para essas culturas e teremos de ver, caso a caso, a forma de ninguém passar mal”, reagiu, quando questionado sobre como é que o Governo vai ajudar os produtores.

E, repetindo o que o ministro da Economia e Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, tinha dito minutos antes, o “Governo, o Estado, tem a obrigação de ser solidário, estar presente e de fazer o máximo para que as pessoas não percam o rendimento”.

José Manuel Fernandes acrescentou que o Governo abrirá “medidas para a reposição do potencial produtivo” e realçou que há “apoio para os alimentos” dos animais, assim como uma linha 24 horas para pedidos de ajuda, tanto do Governo, como nos municípios.

O governante agradeceu “a todos quantos têm doado” alimento para animais, lembrou que o Governo e os municípios têm uma “linha disponível 24 horas” para quem precisar de ajuda para alimentar os animais e acrescentou que vai levar à Assembleia da República a isenção de IVA sobre as doações.

“Não faz sentido nenhum alguém estar a fazer uma doação e depois pagar, ainda por cima, o IVA”, defendeu.

O governante assegurou ainda que há equipas, neste momento, a fazer a estabilização do terreno, porque a seguir aos incêndios há chuvas”.

“Pode haver derrocadas, água que é contaminada, albufeiras que são prejudicadas e também temos esse trabalho em curso, desde o início” dos incêndios, afirmou.

Bombeiro ferido com gravidade no incêndio de Figueira de Castelo Rodrigo

Um bombeiro ficou esta tarde ferido com queimaduras graves após o veículo de combate em que seguia ter sido apanhado pelas chamas no incêndio de Figueira de Castelo Rodrigo.

Um helicóptero do INEM foi acionado para o local.

Relatório preliminar aponta cinco casas ardidas em Oliveira do Hospital

O fogo que lavrou no concelho de Oliveira do Hospital, com origem no grande incêndio de Arganil, queimou total ou parcialmente cinco casas e vários hectares de pasto de animais, entre outros danos, disse o presidente da Câmara.

Este município do interior nordeste do distrito de Coimbra tem em curso um plano de levantamento dos danos provocados pelo incêndio, sustentado em três pilares fundamentais – pessoas, segurança e prejuízos – que irá estar no terreno a partir de segunda-feira, com cerca de três dezenas de elementos dos serviços municipais, juntas de freguesia, segurança social ou instituições de saúde, entre outras.

No caso das cinco habitações afetadas, Francisco Rolo indicou que duas localizam-se na freguesia de Avô, outra duas em Vila Pouca da Beira e uma em Aldeia das Dez.

O pilar do levantamento de prejuízos “está muito centrado, já, no imediato, nas perdas das pessoas”, frisou o autarca.

Aludiu a casas de primeira habitação “e tudo o que estivesse nas imediações”, bem como os danos provocados no setor agrícola e agropecuário, com destruição de arrumos agrícolas, a perda de animais, necessidade de alimentos dos animais que sobreviveram ao incêndio – face às pastagens queimadas – ou a reposição de pontos de água.

“A alimentação e o bem-estar animal, nomeadamente rebanhos, é uma das prioridades”, afirmou.

Francisco Rolo disse ainda que têm chegado a Oliveira do Hospital “muitas manifestações de solidariedade” e que o município pretende ‘casar’ as dádivas e donativos com as necessidades das pessoas.

Precisamente no capítulo do plano dedicado à população, o autarca aludiu à necessidade de ser montada uma estrutura de apoio, em articulação com as unidades de saúde concelhias e juntas de freguesia, para avaliar quer a saúde mental e os danos provocados pelo isolamento dos visados face ao incêndio, com recurso a psicólogos, quer a abertura de gabinetes de atendimento para dar respostas a 88 localidades de 16 freguesias.

Já o pilar da segurança visa, segundo o presidente da Câmara, a reparação de mobiliário urbano diverso, sinalização, limpeza de estradas ou reposição de cablagens e telecomunicações, bem como eventuais demolições de casas devolutas, muros e outras infraestruturas, que tenham sido atingidas pelas chamas e ofereçam perigo de derrocada.

“Queremos criar um ambiente de segurança de circulação, livre de constrangimentos”, argumentou.

Neste capítulo, Francisco Rolo deixou um apelo, que foi também uma crítica, à Infraestruturas de Portugal: “É importante que haja ação rápida e eficaz das Infraestruturas de Portugal para limparem valetas e desobstruírem aquilo que é da sua responsabilidade. Já que não limparam as faixas de gestão de combustível das [estradas] nacional 17 e 230, agora que venham reparar os danos que estão nas estradas da responsabilidade deles”, vincou.

A estrada nacional (EN) 17 atravessa o concelho de Oliveira do Hospital em direção a Seia e Gouveia, já no distrito da Guarda, enquanto a EN 230 parte da EN17, desce a encosta pela margem direita do rio Alva, e segue pela Ponte das Três Entradas e Alvoco das Várzeas, em direção ao município da Covilhã.

“Há risco de deslizamento de terras e proteções destruídas. O município assume as estradas, caminhos municipais e toda a rede viária municipal. A Infraestruturas de Portugal que faça o seu trabalho”, avisou.

Francisco Rolo espera que o Governo decida e leve para o terreno, com urgência, medidas de apoio, mas recusou indicar, o que, na sua opinião deveria ser feito, deixando essa responsabilidade para o executivo liderado por Luís Montenegro.

Lusa

André Ventura: "Falhámos todos"

André Ventura visitou esta tarde os Bombeiros do Fundão para entregar mantimentos para uma das zonas mais fustigadas com os incêndios.

O líder do Chega aproveitou para apelar à ajuda aos bombeiros ao mesmo tempo que atirou: "Falhámos todos" 

Trancoso acolhe reunião com ministros e cerca de duas dezenas de municípios afetados pelos incêndios

O município de Trancoso é hoje à tarde anfitrião de uma reunião com dois ministérios e 19 concelhos do Centro do país afetados pelos incêndios rurais das últimas semanas, para falarem sobre prejuízos e medidas de apoio.

A reunião, com início pelas 14:30, foi promovida pelo Ministério da Economia e Coesão Territorial e pelo Ministério da Agricultura e Mar, e, além da presença dos dois ministros, Manuel Castro Almeida e José Manuel Fernandes, respetivamente, conta com os secretários de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes; do Planeamento e Desenvolvimento Regional, Hélder Reis; da Administração Local e Ordenamento do Território, Silvério Regalado; e das Florestas, Rui Ladeira.

Segundo fonte do Ministério da Economia, estavam inicialmente confirmados 24 municípios para este encontro, mas alguns deslocaram-se à reunião que o Governo teve de manhã em Sernancelhe, distrito de Viseu, com outras autarquias afetadas pelos fogos, das regiões Norte e Centro.

Por exemplo, do distrito de Aveiro, estavam previstos marcar presença em Trancoso os municípios de Arouca e Castelo de Paiva, que acabaram por ir à reunião de Sernancelhe.

Segundo a mesma fonte do Ministério da Economia, “poderá, eventualmente, aparecer mais algum” esta tarde e, na maioria, as autarquias estão representadas pelos presidentes, “mas há casos em que mandaram um representante”.

A reunião realiza-se “essencialmente para ouvir os autarcas e conhecer os prejuízos” provocados pelos recentes incêndios e “adiantar que haverá apoios”, os quais deverão ser aprovados esta tarde em Viseu, em Conselho de Ministros extraordinário.

Marcam presença esta tarde, do distrito da Guarda, os municípios de Aguiar da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Mêda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso.

De Castelo Branco estão autarcas dos concelhos de Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova, Castelo Branco e Penamacor, do distrito de Coimbra estão Arganil, Lousã e Oliveira do Hospital, e do distrito de Viseu está Mangualde.

Está ainda representado o concelho de Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo.

Lusa

Câmara da Lousã pede aos cidadãos para não se deslocarem à serra para alimentar veados

A Câmara da Lousã alertou hoje os cidadãos para evitarem deslocações individuais à serra para alimentar veados e corços afetados pelo incêndio, e garantiu que está a ser definida uma estratégia de alimentação para estes animais.

A Câmara da Lousã afirmou hoje que “não é aconselhável que os cidadãos se desloquem individualmente à serra com o intuito de alimentar os animais”, considerando que esta prática “representa riscos ambientais e pode colocar em perigo a segurança dos visitantes, devido à instabilidade do terreno após os incêndios”.

Ao mesmo tempo, aquele município do distrito de Coimbra disse que está em curso a definição de uma estratégia de alimentação de veados e corços, feito pela Agência para o Desenvolvimento da Serra da Lousã, em parceria com a Câmara Municipal.

Aquela agência está “a realizar um levantamento das áreas onde se registam populações de veados e outros ungulados silvestres”.

Ao mesmo tempo, está a ser definida uma estratégia de alimentação suplementar sustentável, a aplicar em zonas específicas da serra, acrescentou a autarquia.

O trabalho, feito em parceria com diversas instituições, pretende reduzir possíveis impactos em zonas habitadas, promover a dispersão natural dos animais para áreas não afetas e assegurar a sustentabilidade ecológica das populações.

Lusa

Fogo de Figueira de Castelo Rodrigo com frentes em Almeida e Pinhel. "Vento não está a ajudar"

O incêndio que deflagrou, na quarta-feira, em Figueira de Castelo Rodrigo, já atingiu os concelhos de Almeida e Pinhel, onde está a consumir mato em zonas de difícil acesso, no vale do rio Côa.

“Há duas frentes ativas, uma em direção às termas da Fonte Santa, que estão encerradas, e outra para a localidade de Valverde. Os bombeiros estão a fazer trabalhos de contenção junto à Estrada Nacional para travar o avanço das chamas, mas o vento não está a ajudar”, disse António José Machado, presidente da Câmara de Almeida, à Lusa.

O autarca adiantou que o combate está a ser dificultado pela orografia e, sobretudo, pela constante variação do vento que está a provocar vários reacendimentos.

“O terreno é muito difícil, no vale encaixado do Côa, onde o fogo está a avançar nas duas margens. Receio que dê para uns dias”, afirmou.

António José Machado referiu que as chamas só têm consumido mato e chegaram a ameaçar uma vacaria, que foi salva pela “intervenção musculada” dos operacionais e dos meios aéreos.

O autarca de Almeida acrescentou que será necessário um reforço dos meios no terreno para parar o fogo.

“Mas estes homens e mulheres andam há um mês no terreno, há muito cansaço, desgaste, e muitas frentes para combater na região. Eles têm feito, tal como a nossa população, um trabalho heroico”, elogiou.

O fogo mantém ainda uma frente em Cinco Vilas, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, onde começou na tarde de quarta-feira, e outra na zona de Mangide, no município de Pinhel.

Às 13:45 estavam no teatro de operações dois meios aéreos, a efetuar descargas nas frentes de Almeida e Pinhel.

Em Cinco Vilas, o fogo também está a progredir numa zona de muito difícil acesso, junto ao Côa.

“O local não é acessível a viaturas, o combate tem sido apeado e com os meios aéreos. Hoje, há vento forte e muito variável, o que tem provocado reacendimentos, mas nada de preocupante do nosso lado. Mais complicada está a situação em Almeida”, declarou Carlos Condesso, autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, à agência Lusa.

Às 14:00, o combate ao fogo estava a mobilizar 134 operacionais, 31 viaturas e dois meios aéreos, de acordo com o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Lusa

Fogo em Castelo Branco entra em fase de resolução. "Condições meteorológicas mantêm-se instáveis"

O incêndio que lavra em Castelo Branco desde a tarde de segunda-feira, entrou esta quinta-feira, 21 de agosto, em fase de resolução, informou a Câmara Municipal.

Numa nota enviada à Lusa, às 13:05, o município de Castelo Branco explica que desde o início da manhã que a situação registou melhorias.

“Esta quinta-feira amanheceu mais calma, com o registo de melhorias, estando em fase de resolução o incêndio que lavra no concelho de Castelo Branco desde segunda-feira à tarde”.

Segundo a autarquia, o combate ao fogo “decorreu favoravelmente durante a noite” e, neste momento, não existem povoações ameaçadas.

“Contudo, as condições meteorológicas mantêm-se instáveis e poderão originar reativações.

Os meios aéreos encontram-se a trabalhar a bom ritmo e as equipas mantêm-se no terreno para consolidar o rescaldo, prevenir reacendimentos e garantir a segurança das pessoas e bens”.

O município adianta que há ainda algumas vias que se encontram cortadas, pelo que apela à população que respeite as indicações das autoridades e evite deslocações desnecessárias para as zonas afetadas.

Os Serviços Municipalizados de Castelo Branco já estão a proceder à monitorização da qualidade da água, de forma a avaliar eventuais impactos das cinzas nos recursos hídricos, e da disponibilidade de água no abastecimento às populações.

“O município de Castelo Branco continuará a acompanhar a situação em articulação com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e com os agentes de proteção e socorro no terreno”, acrescenta a nota.

Lusa

Sabugal avança com pedido de situação de calamidade

A Câmara do Sabugal decidiu pedir ao Governo para que seja decretado o estado de calamidade no concelho para ajudar os munícipes mais afetados na sequência dos incêndios.

A decisão foi tomada na reunião de Câmara, realizada na quarta-feira, na qual foi também apresentada uma proposta para iniciar o levantamento de danos e prejuízos nas freguesias mais atingidas, “com o objetivo de se definir os termos em que irá ser feito o apoio aos munícipes e às empresas mais afetadas”, disse o Município, num comunicado enviado à agência Lusa.

O incêndio que começou no dia 15, e que alastrou aos concelhos de Almeida, Guarda (distrito da Guarda) e Penamacor, este último já no distrito de Castelo Branco, foi já dado como em resolução.

Fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil das Beiras e Serra da Estrela disse à agência Lusa que o fogo entrou em fase de resolução às 02h00.

No terreno permanecem 367 operacionais, apoiados por 86 veículos, “em trabalhos de consolidação e vigilância de alguns pontos quentes”, adiantou a mesma fonte.

O incêndio teve início em Aldeia de Santo António, nas proximidades da sede do concelho, tendo o alerta sido dado pelas 14h41, de acordo com o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

As chamas acabaram por avançar para diferentes pontos do concelho raiano do distrito da Guarda e chegaram a ameaçar várias localidades dos municípios vizinhos de Almeida, Guarda e Penamacor.

A autarquia iniciou esta quarta-feira o levantamento dos danos e prejuízos nas freguesias mais afetadas.

“Foi constituída uma equipa multidisciplinar do município que, em articulação com os presidentes de Junta de Freguesia, procede à verificação das necessidades mais urgentes, tanto humanas como relativas ao bem-estar animal”, anunciou a Câmara do Sabugal numa nota enviada à agência Lusa.

Os técnicos municipais estão também a promover um trabalho “de identificação e enquadramento” das áreas ardidas, com o objetivo de “apoiar e implementar medidas de recuperação/minimização de prejuízos, em conjugação com as medidas que o Governo vier a decretar”.

Lusa

Prejuízos serão "acima de 30 milhões com toda a certeza", diz ministro

Questionado sobre os prejuízos nos concelhos da região Norte, o ministro da Economia e da Coesão Territorial disse que "são bastante superiores" aos incêndios do ano passado.

"O número de agricultores abrangidos é muito maior, são cerca de cinco mil. No ano passado foram mil e tal agricultores. O volume envolvido é também bastante superior ao do ano passado. Eu diria, tranquilamente, três, quatro, cinco vezes mais do que no ano passado. Estamos a falar de algumas dezenas de milhões de euros", afirmou.

Castro Almeida não arriscou num número para quantificar os prejuízos, mas afirmou: "é acima de 30 milhões com toda a certeza".

Governo vai apresentar plano para a floresta a 25 anos e espera "grande consenso nacional"

"O ministro da Agricultura vai hoje apresentar, no Conselho de Ministros, um plano para a floresta a 25 anos de distância que prevê medidas de fundo para resolver este problema" dos incêndios que todos os assolam o país, anunciou o responsável pela pasta da Economia e Coesão Territorial.

"Espero que possa haver um grande consenso nacional" sobre este plano para a floresta", desejou Castro Almeida, após encontro com autarcas dos concelhos afetados pelos fogos.

O Conselho de Ministros extraordinário está marcado para as 17h00 desta quinta-feira, 21 de agosto, em Viseu.

Ministro garante rapidez na ajuda aos afetados pelos incêndios. "O Estado não é rico, mas é solidário"

Após reunião com autarcas de concelhos afetados pelos fogos, o ministro da Economia e Coesão Territorial disse que o grande problema tem a ver "com as pequenas explorações agrícolas". E para essas situações prometeu uma "solução expedita".

Na próxima semana ficam disponíveis os formulários para as pessoas fazerem as suas candidaturas, a Câmara Municipal encaminha para a CCDR que "avalia e paga em 10 dias ou menos de 10 dias", afirmou.

"Na região Norte estamos a contar que apareçam cinco mil pedidos de apoio de pequenos agricultores", apoios até 10 mil euros. "Vamos ser muito rápidos, porque essa é a principal missão", disse.

Há outros casos, prosseguiu, referindo-se a uma fábrica que ardeu. "O Estado não é rico, mas é solidário. Temos de estar cá para essas situações", afirmou.

Declaração de calamidade? "É um assunto que não é pacífico", diz ministro após reunião com autarcas

"Foi muito importante" e "muito útil", disse ministro da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, sobre a reunião com os autarcas dos concelhos afetados pelos incêndios, na qual participou também o ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes.

Sobre a declaração de calamidade que alguns autarcas pedem, Castro Almeida afirmou que há presidentes de câmara a favor e outros que estão contra. "Tem vantagens, mas também tem muitas desvantagens. Há municípios que ficaram beneficiados e outros prejudicados. É preciso ponderar bem, é um assunto que não é pacífico. Temos que o analisar com muito cuidado", disse.

Fundão ajuda agricultores com fornecimento de alimento para animais

O município do Fundão vai disponibilizar, aos agricultores afetados pelo fogo que lavra no concelho, alimentação animal para fazer face às situações críticas e urgentes.

Numa nota publicada hoje na sua rede social de Facebook, este município do distrito de Castelo Branco explicou que esta disponibilização de alimentos para animais vai ser realizada em parceria com a Associação Portuguesa de Criadores de Raça Limousine.

Esta medida é justificada pela autarquia com a extensão e a gravidade das frentes de fogo no concelho do Fundão, que colocou em causa a alimentação de animais em inúmeras explorações agropecuárias.

“O município do Fundão, em parceria com a Associação Portuguesa de Criadores de Raça Limousine, dispõe de alimentação animal para distribuir aos agricultores afetados em situações críticas e urgentes”.

A autarquia disponibiliza ainda um contacto telefónico (925 909 016) para todos os agricultores que pretendam solicitar este apoio.

De acordo com o último relatório provisório do Sistema de Gestão de Incêndios Florestais (SGIF), atualizado na quarta-feira, o incêndio de Arganil já terá consumido 53.224 hectares.

Lusa

Associação Empresarial da Serra da Lousã exige medidas reforçadas. "Consequências graves"

A Associação Empresarial da Serra da Lousã (AESL) exigiu esta quinta-feira, 21 de agosto, uma resposta “urgente e estruturada por parte do Governo” face aos incêndios que assolam o interior Centro do país, com medidas reforçadas e ajustadas à realidade atual.

Em comunicado enviado à Lusa, a associação sediada na Lousã manifestou “profunda preocupação perante os danos devastadores causados pelos incêndios” deste mês, os quais “provocaram consequências graves a nível ambiental, social e económico”.

Na nota, a AESL espera que o Conselho de Ministros extraordinário agendado para hoje em Viseu decida “apoios robustos às empresas, com linhas de tesouraria e financiamento específicas para recuperar unidades produtivas, fábricas, máquinas, matérias-primas e stocks destruídos”.

Outra medida que a associação empresarial quer ver concretizada passa pelo acionamento imediato do ‘lay-off’ simplificado, “permitindo que empresas em crise possam salvaguardar postos de trabalho, enquanto reconstroem a sua atividade”.

Prorrogação e flexibilização dos prazos de pagamento de impostos e contribuições, apoio integral à recuperação das perdas sofridas pelas populações e agentes locais, um programa consistente de recuperação florestal ou uma linha de apoio à recuperação do tecido empresarial são outras das medidas defendidas pela AESL.

“A recuperação das empresas e dos agentes económicos locais é vital para que haja emprego, rendimento e coesão social nas regiões mais afetadas. Sem apoios claros e imediatos, a reconstrução ficará incompleta e muitas comunidades correm o risco de perder a sua base económica”, notou, citado no comunicado, Carlos Alves, presidente da AESL.

Lusa

Cerca de 60% dos associados da cooperativa Lousãmel afetados pelos fogos

Cerca de 60% dos associados da cooperativa Lousãmel, entre os quais vários produtores do mel da Serra da Lousã, foram afetados pelos incêndios, sobretudo pela falta de alimento para as abelhas.

O levantamento preliminar na área de intervenção da Lousãmel estima que perto de mil colmeias já terão ardido com os incêndios que afetam o Centro e Norte do país, mas a falta de alimento deverá afetar cerca de 60% dos associados desta Cooperativa que, apesar de se focar na Serra da Lousã, atua de norte a sul do país, disse à agência Lusa a diretora executiva da entidade, Ana Paula Sançana.

O problema alimentar é muito substancial, porque as abelhas ficaram sem nada para comer. Em termos de impacto da produção para este ano acabou por não ser tão negativo, porque a maior parte dos apicultores já tinha feito a extração do mel, mas infelizmente, os próximos anos, serão um filme em ‘reprise’ [repetição] de entrada em novo ciclo negativo”, afirmou.

Para Ana Paula Sançana, o impacto na produção irá sentir-se nos próximos anos, dando nota de que, no caso do mel da Serra da Lousã (de origem protegida), será difícil assegurar as suas características, face à flora que ardeu.

“Estamos numa altura muito complicada para as abelhas, que após ser tirado o mel, estão em profundo stress. Temos a questão da vespa asiática, a varroose que é a doença que afeta as abelhas provocada por um ácaro no seu ponto alto, e, agora com este fator [dos incêndios], temos de ter muita atenção aos próximos meses”, explicou.

Para a diretora executiva da Lousãmel, é necessária uma intervenção musculada por parte do Governo de apoio aos apicultores, que são “um pilar daquilo que é a sustentabilidade e uma atividade que presta um serviço ecossistémico” e que têm sido afetados por incêndios que se repetem em ciclos cada vez mais curtos.

“Se não houver um apoio e um sinal muito claro do Governo, tenho a certeza de que vai haver pessoas que efetivamente vão desistir”, notou.

A cooperativa tem registo de associados afetados não apenas na Lousã, mas também na Pampilhosa da Serra, Arganil, Oliveira do Hospital, Mêda ou Trancoso, acreditando-se que, com a extensão da área ardida, também poderá haver uma pressão e sobrepopulação de abelhas em zonas intactas no futuro.

Para Ana Paula Sançana, o número de colmeias ardidas é menor face à aprendizagem que os apicultores retiraram dos incêndios de 2017, com muitos a passarem a manter as colmeias mais longe do chão.

Lusa

Situação mais calma em Castelo Branco, mas com alguns pontos de preocupação

O incêndio que lavra em Castelo Branco tem ainda alguns pontos que geram preocupação, sobretudo próximo do Violeiro, na freguesia de São Vicente da Beira, mas a situação estava, ao início da manhã, mais calma, informou o presidente da Câmara.

Para já, em princípio, as coisas [fogo] estão controladas. Há algumas preocupações, sobretudo na localidade de Violeiro [São Vicente da Beira]. Vamos ver”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues.

O autarca, que falava pelas 11:10, sublinhou ainda que a extensão do incêndio é grande, pelo que há ainda muitos pontos que podem causar problemas.

Lusa

Câmara do Fundão alerta para demora da intervenção dos meios aéreos

O presidente da Câmara do Fundão disse esta quinta-feira, 21 de agosto, que desde as 08:00 que estão definidas as prioridades de intervenção dos meios aéreos, mas às 10:30 ainda não havia nenhum a operar no incêndio que lavra no Fundão.

Em declarações à Lusa, Paulo Fernandes salientou que se corre o risco de perder uma janela de oportunidade para mitigar a situação no concelho e, nomeadamente, nos pontos previamente definidos para a atuação dos meios aéreos no concelho.

“Desde as 08:00 que estão definidas as prioridades de intervenção dos meios aéreos. São 10:30 e não está nenhum meio aéreo a atuar. Se não for feito nada acontece o mesmo que aconteceu ontem [quarta-feira]”, sustentou.

“Espero que à segunda seja de vez e se perceba que ou mitigamos a situação do fogo ou temos um final de tarde caótico como o de ontem [quarta-feira], sobretudo em Alpedrinha, Alcongosta e Souto da Casa”, afirmou.

Lusa

Pampilhosa da Serra sem frente ativa há 24 horas

O concelho da Pampilhosa da Serra está há cerca de 24 horas sem frente ativa, revelou esta quinta-feira, 21 de agosto, o presidente da Câmara, que disse acreditar que o fogo possa estar na fase final no seu concelho.

“Felizmente, não temos neste momento nenhuma frente ativa e os reacendimentos que ainda vão acontecendo, felizmente, com o dispositivo que está no terreno, têm-se eliminado rapidamente”, disse à agência Lusa Jorge Custódio.

O autarca explicou que, face ao nível elevado de humidade que se registou durante a noite e à capacidade de conter rapidamente os reacendimentos que vão surgindo, o incêndio, no seu concelho, possa estar “na fase final”.

Na quarta-feira, foi possível garantir que não havia frente ativa e hoje o município espera que, sobretudo durante a tarde (o período mais crítico), continue “a acontecer o mesmo e que os reacendimentos que vão surgindo consigam ser logo eliminados”, acrescentou.

Lusa

Grécia disponibiliza dois aviões Canadair que chegam a Portugal esta sexta-feira

A Grécia vai enviar dois aviões Canadair, que chegam a Portugal esta sexta-feira, 22 de agosto, para reforçar os meios de combate aos incêndios que têm assolado o país, mais concretamente as regiões Norte e Centro, ao abrigo da ativação do Mecanismo de Proteção Civil da UE.

"Estas aeronaves, que serão operacionalizadas a partir da Base Aérea de Monte Real, vão integrar o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR) esta sexta-feira, dia 22 de agosto, e permanecem em território nacional até ao dia 25 de agosto", informou o Ministério da Administração Interna.

O Ministério tutelado por Maria Lúcia Amaral recorda "que Portugal solicitou, na semana passada, através do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, quatro aviões Canadair para apoiarem no combate aos incêndios rurais".

"A Suécia disponibilizou de imediato dois aviões Fire Boss e o Governo francês enviou, na quarta-feira, dia 20 de agosto, um helicóptero Super Puma, acompanhado por uma equipa de cinco elementos. As duas aeronaves vindas da Grécia acrescem, assim, aos dois aviões Fire Boss suecos, ao helicóptero Super Puma francês e aos dois Canadair que as autoridades portuguesas alugaram", lê-se na nota do Ministério da Administração Interna.

Operacionais apeados procuram fechar frente de fogo em Seia próxima da Torre

Bombeiros e sapadores apeados procuram fechar uma frente de 200 metros em Seia próxima da Torre da Serra da Estrela, após uma noite que permitiu circunscrever frentes em Alvoco da Serra e Vasco Esteves, revelou hoje o presidente da Câmara.

Equipas de sapadores e bombeiros têm andado apeados à procura de fechar uma frente de cerca de 200 metros entre a Torre a Loriga, numa zona de altitude, de difícil acesso e vegetação rasteira, disse à agência Lusa Luciano Ribeiro.

“Andam toda a noite a fazer cinco ou seis quilómetros a pé para andarem pendurados no meio das pedras, entrando de pé pela estância de ski e indo por ali abaixo”, disse, referindo que se procura, durante a manhã de quinta-feira, 21 de agosto, fechar essa frente de 200 metros.

Segundo o autarca, essa é a frente que falta circunscrever no concelho de Seia, depois de ter sido possível travar as chamas em Alvoco da Serra e em Vasco Esteves, com recurso a máquinas de rasto, não havendo, de momento, qualquer aldeia no concelho em perigo.

“Mais uma vez é manter a vigilância sobre as áreas das frentes já consideradas fechadas, nomeadamente Alvoco da Serra e Vasco Esteves, mas falta essa frente que subiu todo o vale do Alvoco em direção à Torre”, acrescentou.

O incêndio que afeta o concelho de Seia, no distrito da Guarda, começou no dia 13 no Piódão, em Arganil, distrito de Coimbra.

Ao longo de mais de uma semana este incêndio de grandes dimensões já se estendeu, além de Seia, também ao concelho de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra) e aos concelhos de Castelo Branco, Covilhã e Fundão (distrito de Castelo Branco).

De acordo com o último relatório provisório do Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais (SGIF), atualizado na quarta-feira, este incêndio já terá consumido 53.224 hectares.

Lusa

Proteção Civil de Castelo Branco disponibiliza apoio psicossocial

O Serviço Municipal de Proteção Civil de Castelo Branco disponibilizou um serviço de apoio psicossocial à população das zonas afetadas e ameaçadas pelo incêndio que lavra no concelho.

“Foi acionada uma equipa multidisciplinar para prestar apoio à comunidade, em articulação com algumas entidades, nomeadamente a Cruz Vermelha Portuguesa - Delegação de Castelo Branco, a Cáritas Interparoquial e também o serviço social do município”, explica a Câmara, numa nota enviada à Lusa.

Adiantou ainda que esta equipa irá permanecer em funções junto da população enquanto houver necessidade.

“Serão delineados e alocados recursos conforme as necessidades”.

A autarquia disponibiliza também um número verde da Proteção Civil de Castelo Branco (800 272 112), para o qual devem ligar as pessoas que necessitarem do serviço de apoio psicossocial.

Este incêndio entrou em Castelo Branco a partir do concelho do Fundão, tendo origem em Arganil, no distrito de Coimbra, onde deflagrou no dia 13, pelas 05:00.

Este incêndio já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã (Castelo Branco).

A Câmara de Castelo Branco ativou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil ao final da noite de domingo.

Lusa

Governantes reúnem-se com autarcas antes do Conselho de Ministros extraordinário 

Antes do Conselho de Ministros extraordinário, marcado para esta quinta-feira, 21 de agosto, às 17h00, em Viseu, que visa aprovar medidas de apoios às populações afetadas pelos fogos, os ministros da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, e da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, reúnem-se com os autarcas dos concelhos das regiões Norte e Centro afetados pelos fogos.

A primeira reunião acontece durante esta manhã no Pavilhão Multiusos de Sernancelhe e, à tarde, os governantes vão estar reunidos com os autarcas na Câmara Municipal de Trancoso.

Fogo no concelho de Chaves em fase de rescaldo e vigilância

O incêndio que chegou na terça-feira ao concelho de Chaves, Vila Real, entrou em fase de vigilância e rescaldo cerca das 02:00 desta quinta-feira, 21 de agosto, disse à Lusa o comandante sub-regional do Alto Tâmega e Barroso.

“Continuam no terreno mais de 300 operacionais para fazer esta vigilância porque temos muitos pontos quentes e um perímetro muito grande” de fogo, disse Artur Mota.

ÀS 06:30, estavam no local 361 operacionais, com o apoio de 120 meios terrestres.

O incêndio que lavrava há vários dias na zona da Galiza, Espanha, chegou na terça-feira ao concelho de Chaves, entrou em resolução às 10:35 de quarta-feira e reativou à tarde, progredindo em direção a Vila Verde da Raia e a Bustelo.

Na quarta-feira, as chamas atingiram o parque empresarial, em Outeiro Seco, na zona industrial da Cocanha, à entrada da cidade de Chaves, e em Bustelo.

Na zona industrial atingiu um estaleiro onde arderam toneladas de lenha para venda.

Na segunda-feira, o fogo já tinha passado a fronteira na zona de Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre, também no norte do distrito de Vila Real.

Lusa

Montenegro apela a pacto de regime para a proteção florestal e anuncia plano para 25 anos
Bombeiros avisam que “não faz sentido haver incêndios de 11 dias em Portugal”

Combate ao incêndio de Arganil mobiliza mais de 1700 operacionais

Bom dia,

Acompanhe aqui a atualização sobre os incêndios que têm fustigado as regiões centro e norte do país. Para esta quinta-feira, 21 de agosto, está marcado um Conselho de Ministros Extraordinário para aprovar apoios às populações afetadas. A reunião vai ter lugar em Viseu, um dos distritos mais assolados pelos fogos florestais.

Às 08:55, segundo dados da página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), continuava por dominar o incêndio que começou há mais de uma semana em Arganil, no distrito de Coimbra, e já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã), mobilizando mais de 1700 operacionais, com o apoio de 572 veículos e 13 meios aéreos.

A esta hora, estava ainda por dominar o fogo que deflagrou na quarta-feira em Cinco Vilas e Reigada, em Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, que mobilizava 149 operacionais, com o auxílio de 33 viaturas e quatro meios aéreos.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Segundo os dados provisórios, até hoje arderam mais de 233 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.

DN/Lusa

Montenegro apela a pacto de regime para a proteção florestal e anuncia plano para 25 anos
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