Trump não se reúne com Kim Jong-un na visita à Coreia
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Trump não se reúne com Kim Jong-un na visita à Coreia

Presidente dos Estados Unidos justifica não realização de encontro com incompatibilidades de agenda, mas vai reunir-se com Xi Jinping.
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O presidente norte-americano, Donald Trump, esclareceu esta quarta-feira, 29 de outubro, que não se vai reunir com o homólogo norte-coreano, Kim Jong-un, durante a atual visita à península coreana, justificando-o com incompatibilidades de agenda.

“Conheço muito bem Kim Jong-un. Damo-nos muito bem. Realmente, não vai dar para um encontro desta vez. O presidente [chinês] Xi [Jinping] chega amanhã [quinta-feira] e isso é muito importante para o Mundo, para todos nós”, disse Trump durante um almoço com o homólogo sul-coreano, Lee Jae-myung, na cidade de Gyeongjiyu.

O chefe de Estado norte-americano acrescentou que deseja estar com o líder da Coreia do Norte e tinha esse objetivo neste périplo, mas “há outros compromissos”, embora a sua vontade seja “trabalhar duro com Kim Jong-un e todo o Mundo para resolver as coisas”.

Trump vai regressar a Washington, após o encontro com o presidente chinês, coincidente com a cimeira de líderes do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla inglesa).

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O atual chefe de Estado sul-coreano, no cargo desde junho, tem-se mostrado mais favorável ao diálogo com o vizinho do norte do que o seu antecessor e enalteceu os esforços diplomáticos de Donald Trump.

No primeiro mandato, o presidente dos Estados Unidos da América reuniu-se três vezes com o representante máximo de Pyongyang, entre 2018 e 2019, e protagonizaram ambos um simbólico aperto de mãos na zona desmilitarizada da península coreana, embora sem qualquer resultado prático.

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Pequim confirma reunião entre Xi Jinping e Trump

A diplomacia chinesa confirmou esta quarta-feira que o Presidente Xi Jinping vai reunir-se na quinta-feira com o homólogo norte-americano, Donald Trump, na Coreia do Sul, num encontro destinado a aliviar a tensão comercial entre os dois países.

Embora Washington já tivesse confirmado a reunião – com Trump já presente na Coreia do Sul esta quarta-feira – Pequim manteve o silêncio até agora, naquela que será a primeira reunião entre os dois líderes desde o regresso do republicano à Casa Branca, em janeiro passado.

O encontro decorrerá à margem da cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) e deverá abordar temas como a guerra comercial, a aplicação TikTok, a questão de Taiwan e o combate ao tráfico de fentanil.

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Nos últimos dias, ambos os lados sinalizaram uma vontade de compromisso.

Trump manifestou esta quarta-feira otimismo quanto à possibilidade de alcançar um novo acordo comercial, afirmando que “é melhor chegar a um entendimento do que estar em conflito”.

“Espero que consigamos chegar a um acordo. Acredito que vai ser um bom acordo para ambos. Isso seria realmente um excelente resultado”, afirmou Trump, durante um discurso perante empresários no Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), na cidade sul-coreana de Gyeongju.

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“É melhor isso do que estarmos em confronto e passarmos por todo o tipo de problemas sem necessidade. O mundo inteiro está a observar”, acrescentou o líder norte-americano, na véspera do encontro com Xi, o primeiro desde que regressou à Casa Branca, em janeiro passado.

Também se mostrou evasivo quanto à possibilidade de discutir Taiwan com Xi, afirmando: “Taiwan é Taiwan”.

A reunião segue-se a negociações técnicas realizadas em Kuala Lumpur, nas quais Washington e Pequim alcançaram um “acordo preliminar” para aliviar disputas comerciais, incluindo os controlos chineses às exportações de terras raras e as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses.

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Na terça-feira, o Comité Central do Partido Comunista Chinês publicou novas diretrizes estratégicas que apelam a uma mobilização nacional para alcançar “avanços decisivos” em tecnologias-chave como semicondutores, ferramentas de precisão, software básico, inteligência artificial e energia de fusão, no âmbito do plano quinquenal 2026-2030.

No plano diplomático, a tensão em torno de Taiwan ganhou novo fôlego antes da cimeira. Pequim reiterou que “nunca renunciará ao uso da força” para alcançar a reunificação, enquanto o Presidente taiwanês, William Lai, afirmou que “só a paz através da força” pode garantir a estabilidade regional e apelou a uma oposição mais firme à “anexação” chinesa.

Nos últimos dias, a China intensificou também a atividade militar em torno da ilha, com dezenas de aviões de combate a cruzarem a linha média do Estreito de Taiwan.

Taipé considerou estas ações como tentativas de intimidação e manipulação cognitiva.

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