Rússia atinge infraestruturas energéticas da Ucrânia num ataque com 400 drones, diz Kiev
Facebook / Volodymyr Zelensky

Rússia atinge infraestruturas energéticas da Ucrânia num ataque com 400 drones, diz Kiev

Dnipro, Kharkiv e Odessa estão entre as regiões mais atingidas no ataque russo da última noite, que acontece após Trump anunciar que rejeita entregar mísseis de longo alcance à Ucrânia.
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Várias regiões ucranianas foram atingidas na última noite num ataque russo com centenas de drones. "As regiões de Vinnytsia, Dnipro, Kharkiv e Odessa foram as mais atacadas", afirmou esta quarta-feira, 16 de julho, o presidente ucraniano, que realçou a importância de "reforçar" as defesas do país.

Foram, sobretudo, infraestruturas energéticas, os alvos do ataque de Moscovo, disse o presidente da Ucrânia. Pelo menos duas pessoas morreram nestes últimos ataques noturnos, segundo a Sky News, que cita autoridades locais. "Infelizmente, 15 pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança", lamentou Zelensky numa mensagem divulgada nas redes sociais, na qual partilhou imagens e vídeos das equipas de emergência nos locais atingidos.

"Estão em curso trabalhos para restaurar tudo em Kryvyi Rih da forma mais completa possível, e o fornecimento de energia será retomado durante o dia", disse ainda sobre as consequências do ataque russo na sua cidade natal.

De acordo com a Força Aérea ucraniana, a Rússia lançou 400 drones e um míssil balístico. Zelensky referiu que "cerca de 200 drones foram abatidos e mais de 140 não conseguiram atingir os seus objetivos".

"A Rússia não está a mudar a sua estratégia - e para combater este terror de forma eficaz, temos de reforçar sistematicamente as nossas defesas: mais sistemas de defesa aérea, mais interceptores e mais determinação - para que a Rússia sinta a nossa resposta", vincou o presidente ucraniano.

Trump rejeita entregar mísseis de longo alcance a Kiev

Este ataque russo com centenas de drones acontece após o presidente dos EUA anunciar que rejeita entregar mísseis de longo alcance à Ucrânia.

"Não, não estamos a pensar fazer isso", respondeu Donald Trump quando questionado pela imprensa na Casa Branca sobre a possibilidade de entregar às forças ucranianas mísseis de longo alcance.

Recorde-se que Trump anunciou na segunda-feira um acordo para o envio de armamento à Ucrânia, incluindo as baterias antimísseis Patriot solicitadas pelo presidente ucraniano, que serão pagas pelos aliados europeus, e não pelos EUA.

Também indicou que o acordo “inclui mísseis e munições", o que sugere poder tratar-se de armamento ofensivo, e não exclusivamente defensivo.

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Trump anuncia que EUA vão enviar sistemas de defesa antiaérea Patriot para a Ucrânia

De acordo com a imprensa norte-americana, está em discussão o fornecimento de mísseis de cruzeiro de longo alcance Tomahawk.

Os meios de comunicação social britânicos noticiaram na terça-feira que Trump perguntou a Zelensky, numa conversa no dia 4 de julho, se podia atacar Moscovo e São Petersburgo, tendo o líder ucraniano respondido afirmativamente, se lhe forem fornecidas armas de longo alcance.

O Financial Times sublinhou que esta questão foi colocada para encorajar o lado ucraniano a intensificar os ataques à Rússia e forçar o Kremlin a sentar-se à mesa das negociações para chegar a uma solução para o conflito iniciado em fevereiro de 2022.

Segundo a versão da Casa Branca, Trump apenas "fez uma pergunta" durante uma conversa e mais tarde o próprio presidente rejeitou apoiar tais ataques.

"Não, não deve", disse Trump quando questionado pelos jornalistas se Zelensky deveria visar a capital russa com mísseis, acrescentando que, para impedir esse cenário, Washington não forneceria armas de longo alcance a Kiev.

Também o Kremlin (presidência russa) classificou como "mentira" as declarações do presidente norte-americano dirigidas ao homólogo ucraniano para bombardear Moscovo e São Petersburgo.

"Esta retórica não é nova. Geralmente, acaba por ser mentira", comentou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, na conferência de imprensa diária por telefone, numa referência às informações do Financial Times.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, argumentou que Trump deve estar "sob enorme pressão" da União Europeia e da NATO, numa alusão ao ultimato de 50 dias que o republicano deu à Rússia chegar a um acordo com a Ucrânia.

Com Lusa

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