A Polónia, membro da União Europeia (UE) e da NATO, anunciou esta quinta-feira, 11 de setembro, que restringiu o tráfego aéreo na sua fronteira leste, após a invasão de cerca de 20 drones russos suspeitos no seu território.Esta restrição, que permanecerá em vigor até ao início de dezembro, "foi implementada para garantir a segurança nacional", afirmou a Agência de Navegação Aérea da Polónia (PAZP) em um comunicado.De acordo com a agência, a pedido dos militares polacos, o tráfego aéreo será encerrado, salvo raras exceções, aos voos civis ao longo da fronteira com a Bielorrússia e com a Ucrânia a partir desta quinta-feira, 11 de setembro, e até 9 de dezembro.Na quarta-feira, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, reportou 19 violações do seu espaço aéreo durante a madrugada. A invasão dos drones não provocou feridos, mas uma casa e um carro ficaram danificados no leste do país. .Teste à defesa da NATO horas antes de se iniciar exercício militar russo junto à fronteira da Polónia. O chanceler alemão, Friedrich Merz, denunciou a "ação agressiva" da Rússia e o presidente francês, Emmanuel Macron, advertiu Moscovo contra este ato "precipitado"."Estamos ao lado dos nossos aliados da NATO diante destas violações do espaço aéreo e defenderemos cada centímetro do território da Aliança", prometeu o embaixador dos Estados Unidos na Aliança Atlântica, Matthew Whitaker.A ministra dos Negócios Estrangeiros da UE, Kaja Kallas, denunciou "a mais grave violação do espaço aéreo europeu por parte da Rússia desde o início da guerra". .Tusk: "Esta situação aproxima-nos mais do que nunca de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial". . A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.A guerra na Ucrânia já causou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com drones, alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014..Intencional ou acidental? Seis opiniões sobre o “incidente” com os drones russos."Guerra eletrónica da Ucrânia pode explicar drones russos na Polónia", defende o general Agostinho Costa