Marine Le Pen reuniu o apoio de milhares no centro de Paris
Marine Le Pen reuniu o apoio de milhares no centro de ParisYOAN VALAT/EPA

Marine le Pen promete luta pacífica. “Vamos seguir Martin Luther King como exemplo”

A lider da extrema-direita francesa ficou impedida por um tribunal de concorrer às eleições presidenciais francesas de 2027.
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A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, disse este domingo que vai lutar de forma pacífica para anular a proibição de se candidatar a cargos públicos durante cinco anos e que vai inspirar-se em Martin Luther King.

“Vamos seguir Martin Luther King como exemplo”, disse Le Pen numa aparição em vídeo para o partido anti-imigração Liga, do italiano Matteo Salvini, que estava a realizar uma reunião em Florença. "A nossa luta será uma luta pacífica, uma luta democrática. Seguiremos Martin Luther King, que defendeu os direitos civis, como exemplo", acrescentou Marine Le Pen, cujos milhares de apoiantes se reuniram no centro de Paris, na praça parisiense Vauban, durante a tarde para um protesto pacífico.

Aí, Le Pen garantiu que não vai desistir e denunciou as “mentiras, calúnias e falsos julgamentos” a que foi submetida.

“Não foi uma decisão da justiça, foi uma decisão política”, disse a dirigente.

Já o presidente do partido Reunião Nacional, Jordan Bardella, considerou a condenação de Le Pen "escandalosa" e um "ataque direto à democracia", consderando a devuisão judicial "grosseira e militante", mas insistindo que não quer com isto "desacreditar todos os juizes".

"Não foi apenas Marine Le Pen que foi injustamente condenada. Foi a democracia francesa que foi executada por uma simples decisão judicial", declarou durante o comício de apoio a Marine Le Pen.

Um tribunal de Paris condenou a líder da extrema-direita francesa e duas dezenas de membros do partido Reunião Nacional (RN) por desvio de fundos da UE na semana passada e impôs uma sentença que a impedirá de concorrer às eleições presidenciais francesas de 2027, a menos que consiga anular a decisão no prazo de 18 meses.

A decisão do tribunal foi um rude golpe para Le Pen, 56 anos, uma das favoritas nas sondagens para as eleições francesas de 2027.

“Vamos utilizar todas as ferramentas e meios legais para podermos apresentar-nos nas eleições presidenciais”, disse Marine Le Pen, que recorreu da decisão.

O tribunal disse que iria emitir uma decisão sobre os recursos no verão de 2026.

A ação que junou milhares de apoiantes de Marine Le Pen no centro de Paris foi convocada pelo atual líder do partido, Jordan Bardella, que encorajou a extrema-direita a sair à rua para protestar contra a decisão judicial, que também condenou Le Pen a quatro anos de prisão (dois dos quais de pena efetiva, atenuados para uso de pulseira eletrónica).

Parte da oposição francesa classificou esta manifestação como um protesto contra a independência do poder judicial em França, um princípio que constitui um dos pilares da democracia.

Nas vésperas do protesto, uma sondagem revelou que quase metade dos franceses (49%), um aumento de sete pontos percentuais num mês, quer que Marine Le Pen seja candidata às próximas eleições presidenciais, em 2027.

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