Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"

Após o ataque iraniano à base dos EUA no Qatar, eis que o presidente americano surge com um anúncio surpreendente. O dia foi ainda marcado pelas explicações pedidas pelo Irão sobre a base das Lajes.
Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"
' EPA/ABIR SULTAN

Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão.

Donald Trump acaba de anunciar na rede social Truth Social que foi alcançado um "acordo total entre Israel e o Irão para um cessar-fogo completo e total", acrescentando que será consumado quando os dois países "tiverem acalmado e concluído suas últimas missões que estão em andamento", o que diz acontecer nas "próximas seis horas"

"Partindo do princípio de que tudo funcionará como deve, o que vai acontecer, gostaria de das os parabéns a Israel e Irão por terem a Resistência, a Coragem e a Inteligência para encerrar o que deveria ser chamado de 'A guerra dos 12 dias'", frisou, lembrando que esta guerra "poderia ter durado anos e destruído todo o Médio Oriente, mas não destruiu e nunca destruirá".

Na mesma publicação o presidente dos Estadis Unidos explicou o calendário para o cessar-fogo, sendo que após essas primeiras seis horas, o Irão começará o cessar-fogo, enquanto Israel iniciará as tréguas 12 horas depois. Assim sendo, de acordo com Trump, "o cessar-fogo total e completo será comprido após 24 horas sem hostilidades".

“Durante cada cessar-fogo, cada lado deve manter-se pacífico e respeitoso”, sublinhou Donald Trump.

Israel acredita que bomba nuclear iraniana foi "adiada dois ou três anos" com ataques

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita estimou que a capacidade do Irão para desenvolver uma bomba nuclear foi "adiada em pelo menos dois ou três anos", após os ataques por Israel a centenas de instalações militares e nucleares.

Numa entrevista ao jornal alemão Bild, publicada este sábado, 21 de junho, o ministro Gideon Saar afirma que o resultado da ofensiva israelita, desencadeada há uma semana, é "muito significativo" no sentido de impedir a República Islâmica de se tornar numa potência nuclear.

"Creio que, de acordo com a avaliação que nos foi dada, já atrasámos em pelo menos dois ou três anos a capacidade do Irão para desenvolver uma bomba nuclear", afirmou o chefa da diplomacia israelita.

Alegando que o Irão estava prestes a desenvolver uma bomba atómica, Israel lançou um ataque aéreo maciço e sem precedentes contra o seu principal rival regional no dia 13 de Junho, atingindo centenas de instalações militares e nucleares e matando os principais oficiais militares e cientistas nucleares do país.

"O facto de termos eliminado estas pessoas que lideravam e impulsionavam o desenvolvimento de armas dentro do programa nuclear é extremamente importante", disse Gideon Saar.

O Irão, que retaliou com ataques de mísseis e ‘drones’ contra Israel, nega qualquer intenção de desenvolver uma arma nuclear, defendendo o seu direito de desenvolver um programa nuclear civil.

O responsável da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que a sua agência não encontrou provas que sugiram que o Irão está atualmente a desenvolver uma arma atómica.

Mas Gideon Saar afirmou ao Bild que Telavive "não descansará enquanto não tiver feito todo o possível para eliminar esta ameaça".

O Governo israelita "não definiu a mudança de regime" no Irão "como um objectivo nesta guerra", disse. "Pelo menos até agora, não definimos", acrescentou.

A Casa Branca indicou na quinta-feira que o Irão tem capacidade para montar uma bomba nuclear em 15 dias se o líder supremo, Ali Khamenei, der a ordem, mas o Presidente norte-americano não tomou nenhuma decisão sobre a participação de Washington no conflito, ao lado de Israel.

Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"
Trump admite decidir atacar o Irão antes do prazo de duas semanas e desvaloriza Europa na mediação do conflito

O Governo do Irão descreveu este sábado a ofensiva militar israelita como “uma traição" ao processo diplomático com os Estados Unidos, numa intervenção do ministro dos Negócios Estrangeiros no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"Fomos atacados no meio de um processo diplomático. Devíamos reunir-nos com os norte-americanos no dia 15 de junho para elaborar um acordo muito promissor", declarou Abbas Araghchi, pouco antes do seu encontro com os seus homólogos francês, britânico e alemão num hotel em Genebra, na Suíça.

Na sua primeira viagem ao estrangeiro desde o início do conflito, o ministro iraniano condenou o ataque israelita como um "horrível ato de agressão", que interrompeu as negociações em curso sobre o seu programa nuclear.

Destacando o risco de radiação após bombardeamentos contra instalações nucleares, o ministro iraniano sublinhou que estes ataques configuram crimes de guerra.

O enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, tinha planeado reunir-se com Araghchi em Omã, no dia 15 de junho, mas o encontro foi cancelado após o início dos ataques israelitas.

O Ocidente suspeita que o Irão procura desenvolver armas nucleares e Israel mantém a ambiguidade sobre a posse de armas nucleares.

De acordo com o Instituto Internacional de Investigação da Paz de Estocolmo (SIPRI), o país possui 90 ogivas nucleares.

Os bombardeamentos israelitas causaram pelo menos 224 mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear, mas o número deverá ser bastante superior, uma vez que os últimos dados oficiais remontam a domingo.

Israel estima, por seu lado, que os ataques iranianos já fizeram pelo menos 24 mortos e 1.217 feridos, 12 em estado grave.

Lusa

Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"
Forças de Defesa de Israel dizem que planearam os ataques ao Irão "durante anos"

IDF reivindicam a morte de dois comandantes da Guarda Revolucionária do Irão

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) reivindicaram a morte de dois altos responsáveis da Guarda Revolucionária do Irão.

Em comunicado divulgado este sábado, 21 de junho, nas redes sociais, o exército israelita afirmou ter "eliminado" Behnam Shahriyari, comandante da Unidade de Transferência de Armamento da força especial Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC). As IDF informaram que Shariyari foi morto durante um ataque que atingiu o seu veículo durante a última noite.

Anunciaram ainda a morte do comandante Saeed Izadi, responsável pela Divisão Palestiniana do Corpo da Guarda Revolucionária iraniana. Israel Katz, ministro da Defesa israelita, referiu, em comunicado, que Izadi foi morto num ataque a um apartamento na província iraniana de Qom.

Do lado iraniano, foi noticiado que quatro elementos da Guarda Revolucionária Islâmica foram mortos num ataque no noroeste do país. "Quatro pessoas morreram como mártires e três outras ficaram feridas num ataque israelita contra um campo de treino dos Guardas da Revolução em Tabriz", informou a agência de notícias iraniana ISNA, citada pela imprensa internacional.

Envolvimento militar dos EUA seria "muito perigoso para todos", avisou MNE iraniano

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano avisou este sábado que o envolvimento direto dos Estados Unidos no conflito com Israel seria "muito perigoso para todos".

O aviso de Abbas Araghchi foi feito em Istambul, na Turquia, em declarações a jornalistas, tendo afirmado que o Irão está a exercer o direito de autodefesa contra os bombardeamentos israelitas “não provocados”.

Araghchi reiterou que o Irão não irá fazer parte de negociações com Washington enquanto o país está a ser "bombardeado com o apoio dos EUA".

"Chegámos à conclusão, que, infelizmente os Estados Unidos estão envolvidos nesta agressão desde o início. Temos muitas indicações que estiveram envolvidos desde o dia 1", disse o ministro iraniano, segundo a imprensa internacional.

O chefe da diplomacia iraniano afirma, no entanto, estar disponível para "uma solução negociada" sobre o programa nuclear.

Programa nuclear. Macron revela que europeus vão "acelerar" negociações com Irão   

O presidente francês, Emmanuel Macron, usou as redes sociais para informar este sábado, 21 de junho, que teve uma conversa telefónica com o seu homólogo iraniano, a quem manifestou "profunda preocupação com o programa nuclear" de Teerão.

Para Macron, "o Irão nunca deve adquirir armas nucleares" e deve dar "todas as garantias de que as suas intenções são pacíficas".

O chefe de Estado francês acredita, no entanto, que é possível encontrar um caminho para "acabar com a guerra" entre os países. Nesse sentido, "vamos acelerar as negociações conduzidas pela França e pelos seus parceiros europeus com o Irão", revelou na mensagem publicada na rede social X.

Teerão diz que já morreram 430 pessoas e confirma novos ataques israelistas

Os ataques israelitas no Irão mataram mais de 400 pessoas, a maioria civis, desde o início da guerra, a 13 de junho, de acordo com um novo balanço divulgado este sábado, 21 de junho, pelo Ministério da Saúde iraniano.

"Ataques israelitas causaram a morte de mais de 400 iranianos e feriram outros 3.056", escreveu o porta-voz do Ministério da Saúde, Hossein Kermanpour, na rede social X, depois de outra fonte do Governo referir 430 mortos.

Por seu turno, a porta-voz do Governo iraniano, Fatemeh Mohajerani, disse na televisão estatal que entre os mortos há 54 mulheres e crianças.

O anterior número oficial de vítimas dos ataques israelitas dado por Teerão, datado de 15 de junho, era de 224 mortos, incluindo civis, comandantes militares e cientistas nucleares.

Os dados recentes das autoridades israelitas estão abaixo dos referidos, sexta-feira, pela Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (HRANA), organização não-governamental sediada nos Estados Unidos, de pelo menos 657 mortos - 263 civis, incluindo mais de 20 crianças - e mais de 2.000 feridos.

Israel estima, por seu lado, que os ataques iranianos já fizeram pelo menos 24 mortos, entre os quais civis, e 1.217 feridos.

Lusa

Ouvidas várias "explosões fortes" em Ahvaz, no sudoeste do Irão

Neste sábado foram ouvidas de novo várias "explosões fortes" ao início da tarde, desta vez em Ahvaz, no sudoeste do Irão, informou o jornal iraniano Shargh, sem maiores detalhes até ao momento, no nono dia da guerra entre Israel e o Irão.

A cidade de Ahvaz é a capital da província do Cuzistão, que faz fronteira com o Iraque e é a principal região produtora de petróleo do Irão.

Lusa

Funcionários da embaixada alemã em Teerão transferidos para o estrangeiro

Devido à insegurança que se vive na região devido ao conflito entre Israel e Irão, a Alemanha decidiu tranferir temporariamente os funcionários da sua embaixada em Teerão para o estrangeiro. A informação foi avançada este sábado pela Reuters, que cita um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.

A mesma fonte indicou que a representação diplomática continua operacional, pelo que os alemães que ainda se encontram no Irão podem contactar os serviços da embaixada por telefone.

ONU apela a que se evite uma nova crise de refugiados de guerra

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) defendeu este sábado, 21 de junho, em Genebra, Suiça, que se deve evitar uma nova crise de refugiados no Médio Oriente devido à guerra entre o Irão e Israel .

"Esta região já sofreu mais do que a sua quota-parte de guerra, perdas e deslocações. Não podemos permitir que se instale uma nova crise de refugiados", afirmou Filippo Grandi, citado pela agência de notícias AFP.

O responsável afirmou que a intensidade dos ataques entre as duas partes já está a provocar movimentos populacionais em ambos os países.

Os ataques em Israel levaram as pessoas a procurar refúgio noutros locais do país e, em alguns casos, no estrangeiro.

"O momento para desativar a situação é agora. Uma vez que as pessoas são forçadas a fugir, não há retorno rápido - e, com demasiada frequência, as consequências perduram por gerações", acrescentou.

Lusa

Ataque contra central nuclear iraniana Isfahan foi "em grande escala”, segundo exército israelita

O ataque aéreo israelita contra a central nuclear iraniana Isfahan na madrugada deste sábado, 21 de junho, foi “em grande escala” e procurou aumentar os danos causados às instalações em bombardeamentos anteriores, afirmou o porta-voz do exército israelita.

“Durante a noite, aprofundámos o ataque à central nuclear de Isfahan e à parte ocidental do Irão”, disse Effie Defrin numa conferência de imprensa 'online', acrescentando que estas instalações já tinham sido alvo de um ataque a 13 de junho e, hoje de madrugada, Israel voltou a bombardear “em grande escala” o local “para reforçar os ganhos".

A imprensa iraniana alertou hoje para os ataques à central nuclear e os responsáveis iranianos garantiram que o bombardeamento não “provocou a fuga de materiais perigosos”.

Isfahan, no centro do país, alberga o Centro de Tecnologia Nuclear do Irão e uma instalação de conversão de urânio, que sofreram “danos significativos” com os ataques, segundo os militares israelitas.

A Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) confirmou que a central nuclear de Isfahan, no centro do Irão, foi atingida após novos ataques israelitas, que atingiram uma oficina com máquinas utilizadas para enriquecer urânio.

"Conhecemos bem estas instalações. Não havia material nuclear e, consequentemente, o ataque não terá consequências em termos de radiação" no ambiente, disse o diretor-geral do organismo da ONU, Rafael Grossi, citado num comunicado de imprensa.

Lusa

Irão considera propostas europeias "irrealistas"

"As propostas feitas pelos europeus em Genebra não eram realistas. Insistir nestas posições não vai aproximar o Irão e a Europa de um acordo", afirmou este sábado, 21 de junho, um funcionário sénior do Irão à Reuters, referindo-se à reunião de sexta-feira entre o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano e os seus homólogos de França, Alemanha e Reino Unido.

A mesma fonte iraniana indicou, no entanto, que "o Irão irá analisar as propostas europeias em Teerão" e vai apresentar uma resposta na próxima reunião.

Caso haja envolvimento direto dos EUA contra o Irão, Houthis ameaçam atacar navios norte-americanos 

Os Houthis do Iémen, apoiados pelo Irão, ameaçaram este sábado, 21 de junho, os EUA caso o presidente norte-americano, Donald Trump, decida intervir diretamente no conflito contra Teerão.

“Se os Estados Unidos se envolverem num ataque e numa agressão contra o Irão com o inimigo israelita, as forças armadas atacarão os seus navios e navios de guerra no Mar Vermelho”, declarou o porta-voz militar do grupo de rebeldes Houthis, Yahya Saree, citado pelo jornal Times of Israel.

Resistência iraniana nas ruas de Berlim exige mudança de regime sem apaziguamento

Centenas de pessoas, principalmente exilados iranianos, saíram este sábado , 21 de junho, às ruas de Berlim, na Alemanha, para exigir uma mudança de regime no Irão e contra o apaziguamento e a guerra.

Em frente à Câmara Municipal de Berlim, iranianos no exílio, apoiantes do Conselho Nacional de Resistência do Irão e cidadãos alemães exibiram bandeiras da resistência e uma efígie insuflável do líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, segurando uma bomba nuclear.

Um 'stand' exibia fotografias de vítimas executadas pelo regime iraniano.

Segundo o Conselho Nacional da Resistência, pelo menos 1.400 pessoas foram executadas no Irão desde julho de 2024, incluindo prisioneiros políticos e mulheres.

Durante a manifestação por um Irão livre, que decorreu sob o lema “Não ao apaziguamento, não à guerra - sim à mudança de regime pelo povo iraniano e pela resistência”, os participantes apoiaram a chamada “terceira opção” proposta há anos por Maryam Rajavi, presidente eleita da resistência iraniana no exílio.

"A nossa mensagem é clara: a resistência do povo iraniano pela liberdade deve ser reconhecida. Dizemos não ao apaziguamento e à salvação do regime dos 'mullahs' [título dado a clérigos islâmicos], e não à guerra", foi a mensagem de Rajavi aos manifestantes.

Em vez disso, "existe uma terceira opção: a mudança de regime por parte do povo e a resistência iraniana organizada", acrescentou.

"A mudança democrática é a vontade do povo iraniano e o veredito da história", reforçou.

A resistência iraniana no exílio defende a criação de uma república democrática não nuclear, baseada na separação entre a religião e o Estado, na igualdade entre homens e mulheres, no respeito pelos direitos de todas as nacionalidades, num sistema judicial independente e na abolição da pena de morte, insistiu, citada pela EFE.

Os participantes na manifestação apelaram aos governos europeus para que condicionem todas as relações com o regime iraniano à abolição das penas de morte, em particular dos presos políticos, para que travem a escalada nuclear do regime e para que imponham a responsabilidade internacional.

Lusa

Israel acusa Guarda Revolucionária do Irão de atacar cidadãos israelitas em Chipre

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita acusou este sábado, 21 de junho, a Guarda Revolucionária do Irão de atacar cidadãos israelitas em Chipre.

De acordo com Gideon Saar, o ataque foi levado a cabo pelo "braço terrorista do regime iraniano".

Na mensagem publicada nas redes sociais, o ministro disse que o ataque não teve sucesso devido à intervenção das autoridades do Chipre, que trabalharam "em cooperação com os serviços de segurança israelitas".

"O regime criminoso iraniano está a visar deliberadamente civis israelitas, tanto em Israel como no estrangeiro", declarou Saar.

O chefe da diplomacia israelita assegurou que o país vai continuar os seus esforços para "eliminar a ameaça existencial que o regime terrorista iraniano representa".

Presidente do Irão diz que país não vai abandonar programa nuclear

"O Irão não vai abdicar do direito à energia nuclear pacífica", alegou o presidente do país, Masoud Pezeshkian. O líder iraniano manteve conversa este sábado com o Presidente francês, Emmanuel Macron. A informação foi revelada pela Agência de Notícias da República Islâmica (IRNA).

Pezeshkian reiterou que está disposto a "dialogar e cooperar", mas não admite “reduzir as atividades nucleares a zero” e que esse direito não lhe pode ser retirado “por ameaça ou guerra”. O presidente iraniano também alertou que uma retaliação "mais devastadora" vai ocorrer, caso os ataques de Israel contra o Irã continuem.

*Com Lusa

Forças armadas israelitas anunciam novos ataques

As forças armadas israelitas novamente atacaram o Irão esta noite. O anúncio foi realizado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) no X (antigo Twitter), às pouco depois das 19:30 (hora de Lisboa).

"As Forças de Defesa de Israel (IDF) atacaram caças F-14 pertencentes às Forças Armadas Iranianas no centro do Irão. Além disso, caças da IAF estão atualmente a atacar infraestrutura militar no centro do Irão", lê-se na publicação.

"Fortes explosões" em Teerão

Equipas da CNN Internacional reportaram "fortes explosões" a leste de Teerão, momentos depois que as defesas aéreas iranianas foram ativadas na capital do Irão, às 21:30 da hora local (19:00 em Lisboa). A CNN afirma que a atividade continua.

Irão ameaça com resposta “mais devastadora" à "agressão" israelita

O presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, afirmou este sábado (21 de junho) que haverá uma resposta "mais devastadora" aos contínuos ataques israelitas, numa altura em que as hostilidades entre os dois países não dão sinais de abrandar.

"A nossa resposta à agressão contínua do regime sionista será mais devastadora", disse Pezeshkian, no âmbito de uma conversa com o presidente francês, Emmanuel Macron, segundo a AFP, que cita a agência de notícias estatal iraniana IRNA.

EUA iniciam evacuação de americanos a partir de Israel

"O Departamento de Estado iniciou voos de partida assistida a partir de Israel", anunciou esta noite Mike Huckabee, embaixador americano em Israel. A publicação foi realizada no X (antigo Twitter).

Huckabee ainda partilhou recomendações de segurança para os cidadãos e o link de um formulário para quem quiser deixar o país. A medida é destinada a "cidadão dos EUA ou residente legal permanente atualmente em Israel ou na Cisjordânia".

Fundação Humanitária de Gaza pede dinheiro ao Governo americano para ajuda humanitária 

A agência AP, citada pelo The Guardian, reportou esta noite que a a Fundação Humanitária de Gaza solicitou ao governo Trump US$ 30 milhões para que a organização possa continuar a distribuição de ajuda humanitária em Gaza.

A fundação afirma já ter fornecido milhões de refeições no sul de Gaza desde o final de maio, entre tiroteios fatais constantes na região. Segundo o Guardian, "importantes grupos humanitários acusam a fundação de cooperar com os objetivos de Israel de uma forma que viola os princípios humanitários".

Presidente egípcio expressa "rejeição total à escalada israelita" no Irão

Abdel Fattah El-Sisi, presidente do Egito, manifestou "rejeição total à escalada israelita" no Irão. A informação foi divulgada em comunicado do gabinete da presidência egípcia. Abdel Fattah El-Sisi conversou por telefone com o homólogo iraniano Masoud Pezeshkian.

Na visão do Egito, a escalada no Irão "representa uma ameaça à segurança e estabilidade do Oriente Médio em um momento crítico em que a região está passando por crises múltiplas e crescentes".

O chefe de estado egípcio defende "um cessar-fogo imediato" que permita "a retomada das negociações para alcançar uma solução sustentável e pacífica para esta crise". Para El-Sisi é necessário "apaziguar a situação o máximo possível e garantir que o ciclo de violência não se expanda" e "que não há soluções militares para esta crise".

Teerão diz ter lançado ataque de drones contra “alvos estratégicos” israelitas

O Irão diz ter lançado hoje à noite um ataque de drones contra “alvos estratégicos” em Israel, ao mesmo tempo que ameaçou atacar as entregas de ajuda militar a Telavive.

"Uma vaga importante de drones de ataque e drones kamikaze dirige-se há já várias horas em direção a alvos estratégicos em todo o território [israelita]”, anunciou Ali Mohammad Naini, porta-voz dos Guardas da Revolução, quando se entra no décimo dia de hostilidades entre os dois países, a propósito das atividades nucleares da República Islâmica.

Paralelamente, as forças armadas iranianas ameaçaram atacar as entregas de ajuda militar a Israel. "Alertamos que o envio de qualquer equipamento militar ou radar por navio ou avião de qualquer país para ajudar o regime sionista será considerado participação na agressão contra o Irão e constituirá um alvo legítimo para as forças armadas", disse um porta-voz do exército, num vídeo transmitido pela televisão estatal iraniana.

Segundo disse hoje Effie Defrin, porta-voz militar israelita, o Irão lançou mais de mil drones contra Israel na semana passada.

"Há helicópteros, caças, navios e sistemas de defesa aérea a cercarem o Estado de Israel o tempo todo para impedir tentativas de penetração no nosso território", disse Defrin, admitindo que alguns dos drones conseguiram chegar a território israelita e que o Irão ainda possui capacidades militares significativas.

Hoje de manhã, pela primeira vez desde o início das hostilidades, um drone iraniano impactou uma casa no norte de Israel, embora ninguém tenha ficado ferido. Por isso, realçou a porta-voz, a ofensiva israelita ainda não terminou.

A Força Aérea Israelita conseguiu abater 40 drones disparados contra o país durante a madrugada de sábado, além de bombardear lançadores de mísseis e um local de lançamento de drones em Isfahan, no centro do Irão.

Ao longo deste sábado, de acordo com um comunicado militar, as forças israelitas também atacaram lançadores de mísseis e radares no sudoeste do Irão e destruíram três caças F-14 pertencentes ao exército de Teerão.

Lusa

EUA bombardeiam Irão. Trump diz que instalações nucleares foram "obliteradas"

"Todos ouviram esses nomes durante anos, enquanto construíam este horrível empreendimento destrutivo. O nosso objetivo era a destruição das instalações de enriquecimento nuclear do Irão. Os ataques foram um sucesso militar espetacular", afirmou Donald Trump, num discurso televisivo. O presidente dos EUA confirmou assim o ataque dos EUA contra três instalações nucleares iranianas.

Trump garantiu que as principais instalações de enriquecimento de urânio de Teerão foram "total e completamente destruídas". Pouco mais de uma semana depois de Israel ter atacado o Irão com o argumento de impedir a República Islâmica de desenvolver a bomba nuclear, e após ataques cruzados entre os dois países, os EUA entraram no conflito ao lado do aliado israelita.

Leia mais aqui

Irão alerta que ataques dos EUA terão consequências "duradouras"

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, condena os ataques dos EUA como "ultrajantes" e afirma que Teerão está a reservar "todas as opções para defender a sua soberania".

"Os acontecimentos desta manhã são ultrajantes e terão consequências duradouras. Todos os membros da ONU devem estar alarmados com este comportamento extremamente perigoso, ilegal e criminoso", escreve Araghchi numa publicação no X.

Araghchi acrescenta que os EUA "cometeram uma grave violação" da Carta das Nações Unidas como membro do Conselho de Segurança da ONU.

AIEA não registou até agora "aumento de radiação" nuclear após ataque dos EUA

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) informou hoje que até agora “não houve aumento nos níveis de radiação fora do local” após os ataques aéreos dos Estados Unidos a três instalações nucleares iranianas.

O organismo de vigilância nuclear da ONU sedeado em Viena enviou hoje a mensagem através da rede social X.

“A AIEA pode confirmar que, até agora, não se registou qualquer aumento dos níveis de radiação fora das instalações”, afirmou. A AIEA fornecerá mais avaliações sobre a situação no Irão à medida que mais informações estiverem disponíveis".

As autoridades iranianas responsáveis pela segurança nuclear também anunciaram que não detetaram "qualquer sinal de contaminação" junto às três instalações nucleares visadas pelos ataques aéreos norte-americanos.

"Não foi detetado qualquer sinal de contaminação (...), pelo que não existe qualquer perigo para as pessoas que vivem nas imediações das instalações" de Fordo, Natanz e Isfahan, declarou o Centro Nacional do Sistema de Segurança Nuclear, que faz parte da Organização da Energia Atómica do Irão.

A Comissão Saudita de Regulamentação Nuclear e Radiológica, anunciou igualmente que não foi detetado qualquer efeito radioativo na Arábia Saudita ou nos outros Estados do Golfo na sequência do ataque dos Estados Unidos. "Não foi detetado qualquer efeito radioativo no ambiente do Reino e dos Estados do Golfo", escreveu a comissão na rede social X.

Lusa

Congressistas dos EUA acusam Trump de ter violado a Constituição

Congressistas republicanos e democratas condenaram o ataque dos Estados Unidos a três instalações nucleares no Irão, confirmado pelo Presidente Donald Trump, denunciando que a decisão foi inconstitucional e deveria ter passado pelo Congresso.

“Isto não é constitucional”, escreveu nas redes sociais o congressista republicano Thomas Massie, citando a mensagem em que Trump anunciou o ataque.

O democrata Jim Himes lembrou que congressistas como ele devem ter uma palavra a dizer sobre estes assuntos “antes de as bombas caírem”, algo que a sua colega de partido Alexandria Ocasio-Cortez reiterou, dizendo que “a decisão desastrosa do Presidente de bombardear o Irão sem autorização é uma violação grosseira da Constituição e dos poderes de guerra do Congresso”.

Sean Casten, também representante do Partido Democrata, disse que independentemente “dos méritos do programa nuclear do Irão”, nem Trump nem qualquer outro presidente dos Estados Unidos tem autoridade “para bombardear outro país que não representa uma ameaça iminente para os Estados Unidos”.

“Isto constitui um crime inequívoco que justifica a destituição”, defendeu Casten.

De acordo com a Constituição norte-americana, apenas o Congresso tem o poder de declarar guerra a um país. O ataque às instalações iranianas é um ato de guerra contra o Irão, que foi diretamente atacado por Israel há uma semana, com os dois países a trocarem ataques desde então.

Lusa

MNE iraniano afirma que EUA lançaram "guerra perigosa"

O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano disse hoje que os Estados Unidos lançaram uma “guerra perigosa” contra o Irão, depois dos ataques norte-americanos a três instalações nucleares do país.

“Agora, ao completar a cadeia de violações e crimes cometidos pelo regime sionista, os Estados Unidos lançaram uma guerra perigosa contra o Irão”, afirmou o ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano em comunicado.

Os ataques norte-americanos às instalações nucleares iranianas demonstram que os Estados Unidos não se deterão perante "nada" para apoiar Israel na sua guerra contra o Irão, adiantou.

"É agora muito claro para todos que o regime que goza de estatuto de membro permanente do Conselho de Segurança não respeita qualquer princípio ou moralidade e não se coíbe de qualquer ilegalidade ou crime para servir os objetivos de um regime de ocupação genocida", afirmou o ministério, referindo-se aos Estados Unidos e depois a Israel.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano classificou os ataques como uma “violação flagrante e sem precedentes dos princípios mais fundamentais da Carta das Nações Unidas e das normas do direito internacional”.

Um mural anti-EUA em Teerão
Um mural anti-EUA em TeerãoABEDIN TAHERKENAREH/EPA

Considerou que estes ataques, efetuados em “conluio criminoso” com Israel, “demonstram uma vez mais a profunda depravação e corrupção moral que rege as políticas dos EUA”.

O ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que a República Islâmica do Irão “reserva-se o direito de resistir com toda a força” à agressão dos EUA.

Lusa

Guterres "gravemente alarmado" com ataque dos EUA

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, manifestou-se “gravemente alarmado com o uso da força pelos Estados Unidos contra o Irão”, e advertiu que “não há solução militar” para substituir a diplomacia.

“Esta perigosa escalada numa região já em crise é uma ameaça direta à paz e à segurança internacionais”, afirmou António Guterres numa declaração urgente emitida no mesmo momento em que Donald Trump justificava num discurso à nação a necessidade do ataque escassas horas antes a três instalações nucleares iranianas.

“Nesta hora perigosa, é fundamental evitar uma espiral de caos”, sublinhou Guterres, que recordou que “há um risco crescente de que este conflito se descontrole rapidamente, com consequências catastróficas para os civis, a região (do Médio Oriente) e o mundo”.

Lusa

Leia aqui o discurso integral de Donald Trump

Depois de os Estados Unidos terem bombardeado rês instalações nucleares iranianas, Donald Trump fez um discurso à nação.

Leia aqui a tradução efetuada pela Lusa:

"Há pouco tempo, as forças armadas dos Estados Unidos realizaram ataques maciços e de precisão contra as três principais instalações nucleares do regime iraniano: Fordo, Natanz e Esfahan. Toda a gente ouviu estes nomes durante anos enquanto construíam este empreendimento terrivelmente destrutivo.

O nosso objetivo era a destruição da capacidade de enriquecimento nuclear do Irão e pôr fim à ameaça nuclear representada pelo Estado patrocinador do terrorismo número um do mundo.

Esta noite, posso comunicar ao mundo que os ataques foram um êxito militar espetacular. As principais instalações de enriquecimento nuclear do Irão foram total e completamente destruídas. O Irão, o valentão do Médio Oriente, tem agora de fazer a paz. Se não o fizer, os futuros ataques serão muito maiores e muito mais fáceis.

Durante 40 anos, o Irão tem vindo a dizer Morte à América, morte a Israel. Têm andado a matar o nosso povo, a rebentar-lhes os braços, as pernas, com bombas à beira da estrada. Essa era a sua especialidade. Perdemos mais de 1.000 pessoas e centenas de milhares em todo o Médio Oriente e em todo o mundo morreram como resultado direto do seu ódio em particular. Muitos foram mortos pelo seu general, Qassem Soleimani [Antigo comandante da Força Quds, uma unidade do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, responsável por operações militares clandestinas fora do Irão, morto por um drone norte-americano em 2020]. Há muito tempo que decidi que não deixaria que isto acontecesse. Não vai continuar.

Quero agradecer e felicitar o primeiro-ministro Bibi Netanyahu. Trabalhámos em equipa como talvez nunca nenhuma equipa tenha trabalhado antes, e fizemos um longo caminho para eliminar esta terrível ameaça a Israel. Quero agradecer aos militares israelitas pelo excelente trabalho que realizaram. E, mais importante ainda, quero felicitar os grandes patriotas americanos que pilotaram estas magníficas máquinas esta noite, e todos os militares dos Estados Unidos por uma operação como o mundo não via há muitas, muitas décadas.

Esperamos não voltar a precisar dos seus serviços nesta capacidade. Espero que assim seja. Quero também felicitar o Presidente do Estado-Maior Conjunto [norte-americano], o general Dan “Razin” Caine, um general espetacular, e todas as mentes militares brilhantes envolvidas neste ataque.

Dito isto, isto não pode continuar. Ou haverá paz, ou haverá tragédia para o Irão, muito maior do que aquela a que assistimos nos últimos oito dias. Lembrem-se, ainda há muitos alvos. O desta noite foi o mais difícil de todos, de longe, e talvez o mais letal. Mas se a paz não chegar rapidamente, iremos atrás desses outros alvos com precisão, velocidade e habilidade. A maioria deles pode ser eliminada numa questão de minutos. Não há nenhum exército no mundo que pudesse ter feito o que fizemos esta noite. Nem de perto. Nunca houve um exército que pudesse fazer o que aconteceu há pouco tempo.

Amanhã, o general Caine e o secretário da Defesa, Pete Hegseth, darão uma conferência de imprensa às 08 da manhã no Pentágono. E quero agradecer a toda a gente. E, em particular, a Deus. Quero apenas dizer que te amamos, Deus, e amamos os nossos grandes militares. Protege-os. Deus abençoe o Médio Oriente. Deus abençoe Israel e Deus abençoe a América. Muito obrigado."

Um cartaz em Telavive agradece a Donald Trump
Um cartaz em Telavive agradece a Donald TrumpABIR SULTAN/EPA

União Europeia insta todas as partes a darem passo atrás

A alta representante da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores, Kaja Kallas, apelou hoje para que “todas as partes” deem “um passo atrás” para evitar uma nova escalada no Médio Oriente.

“Apelo a todas as partes para que deem um passo atrás, regressem à mesa de negociações e evitem uma nova escalada”, afirmou Kallas, depois do bombardeamento dos EUA contra as principais instalações nucleares do Irão.

"O Irão não deve ser autorizado a desenvolver uma arma nuclear, pois isso constituiria uma ameaça à segurança internacional", afirmou Kallas, acrescentando que os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus vão debater a situação na segunda-feira em Bruxelas.

Os ministros avaliarão as opções em cima da mesa para rever o acordo de associação UE-Israel, a fim de verificar se Israel está a cumprir as suas obrigações em matéria de direitos humanos no que se refere à sua ação militar em Gaza e na Cisjordânia, embora não esteja prevista qualquer decisão.

A NATO também está a acompanhar a situação "de perto", segundo disse um porta-voz da Aliança Atlântica à EFE, enquanto os aliados negoceiam um novo objetivo de despesa militar antes da cimeira de 24 e 25 de junho em Haia.

DN/Lusa

António Costa, "profundamente alarmado", pede contenção

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, manifestou-se "profundamente alarmado com as notícias que chegam do Médio Oriente", tendo apelado a todas as partes para que "demonstrem contenção e respeito pelo direito internacional e pela segurança nuclear".

Costa realçou que "a diplomacia continua a ser a única forma de trazer paz e segurança à região do Médio Oriente" e alertou que "muitos civis serão, mais uma vez, vítimas de uma nova escalada".

Numa mensagem publicada no X, António Costa disse que a UE continuará a dialogar com as partes envolvidas e com os parceiros para encontrar uma solução pacífica à mesa das negociações.

Agência Internacional de Energia Atómica vai reunir-se de emergência

A Agência Internacional de Energia Atómica planeia convocar uma reunião de emergência do seu conselho de governadores na segunda-feira, disse o seu chefe, Rafael Grossi, numa publicação no X:

Antes, o organismo informou que até agora “não houve aumento nos níveis de radiação fora do local” após os ataques aéreos dos Estados Unidos a três instalações nucleares iranianas.

MNE iraniano defende que ataques norte-americanos destruíram qualquer possibilidade de diplomacia

O ministro dos Negócios Estraneiros do Irão, Abbas Araghchi, defendeu que, depois do bombardeamento dos EUA contra três centrais nucleares iranianas, não há qualquer possibilidade de diplomacia, quer com os norte-americanos, quer com os europeus.

MNE do Irão diz que os EUA são responsáveis ​​pelas consequências das suas ações

O Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, disse que o Irão condena veementemente os ataques dos EUA, que vê como uma "violação do direito internacional".

"O Governo dos EUA é o único e integralmente responsável pelas consequências das suas ações, incluindo o direito da República Islâmica do Irão à autodefesa", afirmou numa declaração em Istambul, na Turquia.

"É claro que a porta para a diplomacia deve estar sempre aberta. Mas não é assim agora. O meu país tem sido atacado, agredido, e temos de responder com base no nosso legítimo direito à autodefesa", disse, repetindo a ideia que já tinha deixado clara numa publicação no X.

"Os Estados Unidos demonstraram que não respeitam a Carta das Nações Unidas. Não respeitam o direito internacional", acrescentou. "Atravessaram uma linha vermelha muito grande ao atacar instalações nucleares", defendeu, admitindo não ter informações acerca dos danos nem condições para revelar qual a resposta do Irão aos ataques dos EUA, defendendo que existe "uma vareidade de opções disponíveis".

"Nunca confiámos nos países ocidentais quando negociámos com eles, e agora há ainda mais razões pelas quais não devemos confiar neles de forma alguma", continuou, afirmando que que "quando a aressão acabar" decidirão como regressar à diplomacia.

MNE iraniano vai encontrar-se com Putin

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano anunciou que irá a Moscovo para se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, na segunda-feira.

Medvedev diz que Trump iniciou uma nova guerra para os EUA

Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, defendeu que o presidente dos EUA iniciou uma nova gerra para os EUA após os bombardeamentos contra três centrais nucleares do Irão.

"Trump, que assumiu o cargo de presidente pacificador, iniciou uma nova guerra para os EUA", escreveu no Telegram.

A reação do primeiro-ministro Luís Montenegro

Luís Montenegro apelou hoje, numa mensagem no X, à máxima contenção e ao regresso à mesa de negociações.

Von der Leyen: “É momento de o Irão se comprometer com uma solução diplomática credível”

A presidente da Comissão Europeia afirmou hoje que o Irão deve comprometer-se com “uma solução diplomática credível” para “pôr fim a esta crise”, na sequência do bombardeamento dos EUA a instalações nucleares iranianas.

Ursula von der Leyen alertou para a nova escalada de tensões no Médio Oriente causada pelo bombardeamento dos Estados Unidos da América às principais instalações nucleares iranianas.

"Chegou o momento de o Irão se comprometer com uma solução diplomática credível. A mesa de negociações é o único lugar para acabar com esta crise", afirmou a presidente da Comissão Europeia numa mensagem nas redes sociais.

Von der Leyen acrescentou que “o Irão nunca deve adquirir a bomba” e que "com as tensões no Médio Oriente num novo ponto alto, a estabilidade deve ser a prioridade”.

A responsável reforçou que o “respeito pelo direito internacional é fundamental".

Países árabes condenam ataque dos EUA e pedem urgência na contenção da situação

 Vários países árabes condenaram este domingo unanimemente o ataque dos Estados Unidos a três instalações nucleares no Irão, que consideraram uma “grave ameaça” para a segurança do Médio Oriente, e defenderam a urgência de conter a situação pela via diplomática.

“O ataque a instalações nucleares no Irão representa uma séria ameaça à segurança e à paz no Médio Oriente e expõe a estabilidade regional a graves riscos”, disse o porta-voz do Governo iraquiano, Basem al-Auadi, à agência noticiosa oficial iraquiana INA.

A Arábia Saudita também admitiu “preocupação” com o ataque dos Estados Unidos numa declaração partilhada nas redes sociais pelo seu Ministério dos Negócios Estrangeiros, na qual apelou para a “contenção, ao desanuviamento e à prevenção da escalada”.

O Presidente do Líbano, Joseph Aoun, rejeitou em comunicado um novo conflito na zona e advertiu que o bombardeamento das instalações nucleares iranianas “ameaça a segurança e a estabilidade” na região, apelando para “negociações construtivas” para “evitar mais morte e destruição”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Omã condenou também a “agressão ilegal e exigiu um desanuviamento imediato e completo”, recordando que a Carta das Nações Unidas proíbe a violação da soberania nacional dos Estados e o seu direito legítimo de desenvolver os seus programas nucleares pacíficos, que estão sujeitos à supervisão e ao controlo da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).

O Qatar insistiu igualmente na "necessidade de suspender todas as operações militares e de retomar imediatamente as negociações e os canais diplomáticos para resolver as questões pendentes".

Rússia condena ataques dos EUA às centrais nucleares do Irão

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo condenou os ataques dos EUA às instalações nucleares do Irão.

"A decisão irresponsável de submeter o território de um Estado soberano a ataques com mísseis e bombas, quaisquer que sejam os argumentos apresentados, viola flagrantemente o direito internacional, a Carta das Nações Unidas e as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou o ministério em comunicado, citado pela Reuters.

"Pedimos o fim da agressão e o aumento dos esforços para criar condições para que a situação volte a um rumo político e diplomático", afirmou.

Anteriormente, o MNE iraniano anunciou que se iria reunir com Putin em Moscovo, na segunda-feira.

Papa fala em “notícias alarmantes” e clama por paz

O Papa Leão XIV lamentou este domingo, no final da oração semanal do Angelus, no Vaticano, as "notícias alarmantes vindas do Médio Oriente" e realçou que "a humanidade clama por paz", pedindo diplomacia para "silenciar as armas".

Na sequência dos últimos acontecimentos na região, com os Estados Unidos a entrarem na ofensiva militar conduzida por Israel contra o Irão, o Papa vincou: "Cada membro da comunidade internacional tem a responsabilidade moral de acabar com a tragédia da guerra antes que ela se torne um abismo irreparável.”

A reivindicação pela paz “é um grito que exige responsabilidade e razão e que não deve ser abafado pelo choque de armas e discursos que incitam o conflito", afirmou Leão XIV, diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

"Nenhuma vitória armada pode compensar a dor das mães, o medo das crianças, o futuro roubado. Que a diplomacia silencie as armas. Que as nações construam seu futuro com obras de paz, não com violência e conflitos sangrentos", acrescentou.

Atacado pelos Estados Unidos, o regime de Teerão promete resposta à altura. Acontecerá? 

Leia a análise de Leonídio Paulo Ferreira:

Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"
Análise. O dilema do Irão: retaliar contra Trump com que força?

As imagens da reunião em que se decidiu o ataque norte-americano a instalações nucleares iranianas

"EUA são os principais instigadores das ações hostis do regime sionista contra a República Islâmica do Irão", diz presidente iraniano

O presidente do Irão condenou o ataque dos Estados Unidos a três instalções nucleares do Irão.

“Esta agressão demonstrou que os Estados Unidos são os principais instigadores das ações hostis do regime sionista contra a República Islâmica do Irão”, defendeu Masoud Pezeshkian, vitado pela Associated Press. “Embora tenham inicialmente tentado negar o seu papel, após a resposta decisiva e dissuasora das nossas forças armadas e a clara incapacidade do regime sionista, foram inevitavelmente forçados a entrar em campo”, acrescentou, apelando à população que se una face aos ataques israelitas e norte-americanos.

Livre quer saber se aviões norte-americanos nas Lajes foram usados para atacar Irão

O Livre questionou hoje o primeiro-ministro sobre a intensificação da utilização da Base das Lajes, nos Açores, pela Força Aérea norte-americana.

Numa pergunta dirigida ao chefe do executivo PSD/CDS-PP, Luís Montenegro, a bancada do Livre pretende saber se o Governo foi informado do propósito da utilização da Base das Lajes, no arquipélago dos Açores, por parte da Força Aérea norte-americana, que nos últimos dias intensificou a sua presença com mais de uma dezena de aeronaves reabastecedoras no local.

Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"
Base das Lajes recebe 12 aviões reabastecedores norte-americanos

No sábado, José Luís Carneiro (PS) e Paulo Raimundo já tinham manifestado a mesma preocupação.

Leia mais aqui:

Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"
Esquerda quer saber papel da Base das Lajes no ataque dos EUA ao Irão

Roma, Paris e Haia convocam Conselhos de Defesa e Segurança Nacional

Itália, França e Países Baixos convocaram para hoje os respetivos conselhos de Defesa e Segurança Nacional devido ao agravamento da crise no Médio Oriente na sequência da intervenção dos EUA no Irão, anunciaram os respetivos governos.

Os três países europeus instaram as partes envolvidas na guerra no Médio Oriente a regressarem à mesa das negociações para encontrar uma solução diplomática.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, convocou para este domingo uma reunião de emergência com os ministros e os chefes dos serviços de informação, devido ao “agravamento da crise no Médio Oriente”, em resposta à qual a Itália se comprometeu a trabalhar para que as partes retomem o diálogo.

A Presidência francesa, por seu lado, anunciou que Emmanuel Macron vai realizar um novo Conselho de Defesa e Segurança Nacional dedicado à situação no Médio Oriente hoje, às 17:30 TMG (18:30 em Lisboa).

O Chefe de Estado, que se encontrou este domingo com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita e com o Sultão de Omã, "tenciona prosseguir os seus contatos com os seus parceiros europeus e os líderes da região nas próximas horas".

França "está a fazer tudo o que está ao seu alcance para acelerar a partida dos [seus] cidadãos do Irão e de Israel que o desejem", garantiu o Presidente.

O Governo interino dos Países Baixos também vai reunir este domingo o seu Conselho de Segurança Nacional para debater a “nova escalada” da situação “preocupante” no Médio Oriente, na sequência do bombardeamento americano de instalações nucleares no Irão.

"O Conselho de Ministros tomou nota dos ataques dos EUA às instalações nucleares do Irão. Trata-se de uma nova escalada da situação preocupante no Médio Oriente. O Governo reunir-se-á hoje no Conselho de Segurança Nacional", anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros neerlandês em exercício, Caspar Veldkamp, numa mensagem publicada nas redes sociais.

De acordo com o ministro, os Países Baixos não foram oficialmente informados, mas o seu Governo antecipou os ataques. “Não devemos ser ingénuos quanto à natureza do regime do Irão”, disse Brekelmans, referindo-se ao enriquecimento de urânio e às declarações anteriores de Teerão sobre o seu objetivo de destruir Israel.

EUA afirma que operação foi um "êxito esmagador" e que programa nuclear iraniano foi devastado

O secretário da Defesa dos Estados Unidos afirmou este domingo que os ataques devastaram o programa nuclear iraniano e representaram um "êxito esmagador", numa operação que resultou de meses de preparação e que não visou tropas ou população do Irão.

Em conferência de imprensa no Pentágono, em Washington, Pete Hegseth disse que todos os envolvidos na operação "atuaram sem falhas", que os ataques demoraram meses a preparar e que estavam prontos há vários dias, aguardando apenas a ordem do Presidente Donald Trump.

"A ordem recebida foi concentrada, poderosa e clara. Devastámos o programa nuclear iraniano. É de reparar que a operação não teve como alvo as forças armadas ou a população", frisou Pete Hegseth.

A operação planeada pelo Presidente Trump foi ousada e brilhante, mostrando ao mundo que a dissuasão americana está de volta. Quando este Presidente fala, o mundo deve ouvir”, vincou Hegseth.

O responsável sublinhou também que os EUA estão a enviar mensagens às autoridades iranianas após os ataque: "Só posso confirmar que há mensagens públicas e privadas a ser entregues diretamente aos iranianos por vários canais, dando-lhes todas as oportunidades de se sentarem à mesa [de negociações]".

O secretário da Defesa dos Estados Unidos afirmou ainda que o Congresso apenas foi notificado da operação no momento em que as aeronaves norte-americanas saíram em segurança do espaço aéreo iraniano.

DN/Lusa

Paulo Rangel parte hoje para Bruxelas

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português informa que, “depois de madrugada de intensas consultas diplomáticas”, o ministro Paulo Rangel partirá ainda este domingo para Bruxelas para participar numa reunião de ministros dos países da União Europeia do Mediterrâneo.

Na segunda-feira, Paulo Rangel estará na reunião com os líderes dos Negócios Estrangeiros de toda a União Europeia.

“Uma agenda em prol da máxima contenção e do retorno às negociações no Médio Oriente”, escreve ainda o MNE português na rede social X.

Chefe do Estado-Maior do Exército dos Estados Unidos fala dos meios envolvidos na operação Martelo da Meia-Noite

O chefe do Estado-Maior do Exército dos Estados Unidos disse que o objetivo da operação Martelo da Meia.Noite - destruir as instalações nucleares em Fordo, Natanz e Isfahan - tinha sido alcançado.

“Os danos finais de combate levarão algum tempo, mas as avaliações iniciais dos danos de combate indicam que os três locais sofreram danos e destruição extremamente graves”, disse Dan Caine.

Segundo o chefe do Estado-Maior do Exército dos EUA, a operação envolveu sobretudo sete bombardeiros furtivos B-2, diretamente responsáveis pelo ataque às instalações de Natanz, Isfahan e, sobretudo, Fordo, que foi atingida pelas bombas de alta penetração 'Massive Ordnance Penetrator' (MOP GBU-57), na primeira utilização operacional deste tipo de armamento em combate.

A operação envolveu mais de 125 aviões e uma manobra de dissimulação que colocou bombardeiros sobre o Pacífico como “isco”, segundo o general.

A missão, que partiu de uma base no Missouri, foi a mais longa realizada por bombardeiros B-2 desde os ataques de 11 de setembro de 2001, acrescentou Caine.

Dan Cainem, disse que foi um "operação complexa e de risco elevado", adiantando que o objetivo foi atingir de forma cirúrgica o regime nuclear iraniano.

“Foi tudo feito com o mínimo de comunicações. É este tipo de integração que as nossas forças conseguem melhor do que ninguém no mundo", salientou o general, garantindo que não tem conhecimento da existência de tiros disparados contra as forças norte-americanas, uma prova do secretismo e sigilo da operação.

"Depois dos ataques, a força saiu do espaço aéreo iraniano. Não temos conhecimento de tiros disparados no regresso. Os jactos iranianos não voaram e parece que o sistema de mísseis não nos viu. Ao longo da operação, mantivemos o elemento surpresa", sustentou.

DN/Lusa

Parlamento de Teerão recomenda fecho do Estreito de Ormuz

O Parlamento iraniano recomendou hoje o fecho do Estreito de Ormuz, cuja decisão final compete ao líder supremo da república islâmica, o ayatollah Ali Khamenei.

Reunida após o envolvimento militar dos Estados Unidos na ofensiva desencadeada por Israel contra o Irão, atacando instalações nucleares do país, a Assembleia Consultiva Islâmica, o parlamento iraniano, recomendou o encerramento daquele que é um dos principais corredores comerciais e económicos do mundo.

A decisão ainda precisa de ser ratificada por outros órgãos iranianos, incluindo o Conselho Supremo de Segurança Nacional, segundo explicou um deputado e general iraniano ouvido pela agência espanhola EFE.

Lusa

EUA dizem que “não pretendem entrar em guerra” com Irão

Na conferência de imprensa já aqui mencionada, o secretário da Defesa norte-americano disse que os Estados Unidos “não pretendem entrar em guerra” com o Irão, mas avisou que vão agir “rápida e decisivamente” caso os interesses dos EUA sejam ameaçados por Teerão como forma de retaliação.

A missão, denominado ‘Operation Midnight Hammer’ (Operação Martelo da Meia-Noite), não tinha como objetivo a mudança de regime iraniano, disse Pete Hegseth.

"A operação não teve como alvo as tropas iranianas ou o povo iraniano. Trump afirmou há mais de 10 anos que o Irão não pode obter uma arma nuclear, ponto final. Graças à sua liderança ousada e visionária e ao seu compromisso com a paz através da força, as ambições nucleares do Irão foram destruídas", afirmou.

Também Marc Rubio salinetou, em declarações à Fox News, que os EUA não querem uma guerra com o Irão. "Não estamos a declarar guerra ao Irão. Não estamos a procurar a guerra no Irão, mas se nos atacarem, penso que temos capacidades que eles ainda nem sequer viram", disse, citado pela Reuters.

"Não gosto do regime, mas não estamos interessados ​​na mudança de regime aqui. Estamos interessados ​​na segurança e proteção dos Estados Unidos", garantiu o secretário de Estados norte-americano.

DN/Lusa

Conselho de Segurança das Nações Unidas vai reunir

O Conselho de Segurança da ONU foi convocado de urgência para se reunir hoje à tarde a pedido do Irão, segundo a presidência do Conselho, que este mês pertence à Guiana.

A sessão terá início às 15:00 locais (20:00 GMT) e ainda se desconhece a ordem do dia.

O Conselho nunca se reúne aos fins de semana ou feriados, exceto em casos de máxima urgência, como sucede com as guerras ou invasões de países.

Esta é a terceira reunião solicitada pelo Irão desde que Israel lançou os seus ataques contra as instalações nucleares do país persa, a que se juntaram ontem os Estados Unidos. A primeira reunião de emergência realizou-se na sexta-feira, dia 13, e a segunda sete dias depois.

Nenhuma das sessões anteriores resultou numa resolução ou mesmo numa declaração conjunta, o que é impensável dado o poder de veto dos EUA sobre as decisões do Conselho e o facto de o conflito com o Irão sobre o seu programa nuclear ser uma questão altamente divisiva no seio do Conselho.

Normalmente, das cinco grandes potências com assento permanente, a Rússia e a China tendem a ficar do lado do Irão e os países ocidentais do lado oposto.

*Lusa

Telavive diz ter atingido “dezenas de alvos militares” iranianos

Israel anunciou hoje ter atingido “dezenas de alvos militares” em quatro regiões do Irão, país contra o qual iniciou uma ofensiva no dia 13.

"Cerca de 30 caças da Força Aérea israelita atingiram dezenas de alvos militares no Irão", incluindo um "centro de comando de mísseis estratégicos" de longo alcance na área de Yazd (centro), atacada "pela primeira vez", referiu o exército israelita, em comunicado.

Também foram atingidos "lançadores de mísseis" nas regiões de Isfahan (centro), Bushehr (sul) e Ahvaz (sudoeste), acrescentou a mesma fonte.

Entretanto, as equipas de socorro israelitas relataram ter prestado cuidados a 23 pessoas após ataques com mísseis desencadeados pelo Irão em todo o país, incluindo "duas em estado moderado e as outras levemente feridas", disse aos jornalistas Eli Bin, chefe do Magen David Adom (MDA), o equivalente israelita da Cruz Vermelha.

A televisão pública KAN 11 transmitiu imagens dos danos causados "no centro" de Israel. mostrando um prédio de vários andares com a fachada completamente destruída e edifícios severamente danificados em redor.

"Vários prédios residenciais de dois andares foram severamente danificados, alguns dos quais desabaram", disse o socorrista do MDA, Moti Nissan.

*Lusa

British Airways cancela voos de Londres para Doha e Dubai após ataque dos EUA ao Irão

A companhia aérea britânica British Airways cancelou hoje as suas rotas de Londres para Doha (Catar) o Dubai (Emiratos Árabes Unidos), após o ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares do Irão.

"Como resultado dos recentes acontecimentos, ajustámos o nosso horário de voos para salvaguardar a segurança dos nossos clientes e funcionários, que é sempre a nossa prioridade", disse um porta-voz da companhia aérea em comunicado enviado à EFE.

Neste momento, os voos cancelados incluem todas as viagens programadas para partir do aeroporto de Heathrow, em Londres, este domingo, e os seus voos de regresso. O porta-voz da companhia aérea acrescentou que está a monitorizar a situação e "a contactar os clientes para os informar das opções possíveis à medida que esta situação se desenvolve".

Como contrapartida, a British Airways está a oferecer uma política de reserva flexível aos clientes que reservaram serviços para Doha e Dubai entre hoje e 24 de junho, que poderão alterar gratuitamente o seu bilhete para um voo posterior até 06 de julho.

De acordo com os meios de comunicação britânicos, a medida surge depois de um voo da British Airways de Londres para o Dubai ter sido desviado para Zurique (Suíça) no passado sábado à noite.

O Boeing 787 Dreamliner do voo BA109 partiu do Reino Unido às 20:53 locais e mudou a sua trajetória em direção à Suíça pouco depois de entrar no espaço aéreo da Arábia Saudita, segundo o ‘site’ de monitorização de voos Flightradar24.

*Lusa

Macron apela ao Irão “reatamento das conversações diplomáticas”

 O presidente francês Emmanuel Macron, após uma ronda de contactos telefónicos com líderes do Médio Oriente, pediu hoje ao seu homólogo iraniano Masoud Pezeshkian para retomar as conversações diplomáticas.

AIEA afirma que instalação de Natanz está arrasada e Isfahan inoperacional

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, admitiu hoje “claros impactos” nas instalações nucleares iranianas de Fordo, Natanz, que foi arrasada, e Isfahan, que está praticamente inoperacional.

Os EUA descarregaram toneladas de bombas sobre estas três zonas num ataque sem precedentes contra a república islâmica.

“Há indícios claros de impactos, mas não podemos dizer nada sobre os danos nas instalações subterrâneas”, disse Grossi à CNN sobre as instalações de Fordo, protegidas por uma montanha de rocha perfurada esta manhã por “pelo menos duas bombas MOP de alta penetração”, a primeira vez que foram utilizadas em combate, segundo os Estados Unidos.

Segundo o responsável da agência de energia atómica da ONU, não se pode excluir que tenham ocorrido danos significativos nestas instalações nucleares subterrâneas.

"Em Natanz, todas as instalações de superfície foram completamente destruídas", afirmou Grossi, referindo que a cidade tem estado sob ataque preventivo israelita há vários dias. 

As instalações subterrâneas parecem ter "sofrido muitos danos" devido aos cortes de energia provocados pelos bombardeamentos, disse.

A instalação nuclear de Esfahan, atingida por mísseis Tomahawk americanos nas últimas horas, também sofreu "danos significativos", acrescentou.

O diretor-geral da AIEA reiterou ainda que, embora a sua organização tenha lamentado a falta de informação fornecida pelo Irão nos últimos meses sobre o seu programa nuclear, também não dispunha dos elementos necessários "para demonstrar que planeava desenvolver uma arma nuclear", como afirmam os Estados Unidos e Israel.

*Lusa

Não há contaminados por radiação, diz Ministério da Saúde do Irão

O diretor do Gabinete de Comunicação e Informação, Ministério da Saúde e do Ensino Superior em Ciências da Saúde, Hossein Kermanpour, afirmou que o ataque dos Estados Unidos no Irão não deixou pessoas contaminidas por radiação. Numa publicação no X, o médico detalhou que nenhum dos pacientes atendidos apresentava sinais de contaminação.

"Durante anos, o Ministério da Saúde também disponibilizou unidades de emergência nuclear (#اورژانس‌های_هسته‌ای) nas instalações médicas mais próximas das centrais nucleares! Felizmente, nenhum dos feridos que foi enviado para estas unidades após o bombardeamento dos EUA apresentava qualquer contaminação por radiação", escreveu.

Secretário de Estado dos EUA garante a Teerão porta aberta para negociações

O secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA) considera que “o mundo está hoje mais seguro e estável", após os ataques norte-americanos às instalações nucleares iranianas, e garante a Teerão que a porta para negociar está aberta.

"O mundo está hoje mais seguro e estável do que há 24 horas”, apontou Marco Rubio, acusando o Irão de tentar ganhar tempo fingindo disponibilidade para “negociações falsas” e de tentar "enganar" a administração do Presidente Donald Trump.

Os iranianos pensaram que poderiam fazer com Donald Trump "a mesma coisa que fizeram com outros presidentes e sair impunes", notou, em entrevista à Fox News.

"Ontem à noite descobriram que não podem e o mundo também descobriu. Isso é importante, não só neste caso, mas em muitos outros também. O que estamos a ver é que este é um Presidente que diz o que vai fazer e faz", contrapôs.

Ainda assim, ressalvou, os EUA estão “disponíveis para discutir” com o Irão sobre o seu programa nuclear civil. 

"O regime iraniano precisa de acordar e dizer: ‘ok, se realmente queremos energia nuclear no nosso país, então há uma maneira de fazê-lo’. A oferta ainda está de pé, estamos prontos para conversar com eles amanhã", assegurou.

Rubio apontou ainda o dedo aos países que condenaram a ação dos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas – Fordo, Natanz e Isfahan.

"Estão a fazer o que têm de fazer para os seus interesses internos de relações públicas, mas o único no mundo que está insatisfeito com o que aconteceu ontem à noite no Irão é o regime iraniano", acredita, confiando que todos os países concordam que “era necessário" atacar o Irão.

O chefe da diplomacia garantiu que Washington não está à procura de uma guerra com Teerão, nem de uma mudança de regime no Irão, mas avisou a república islâmica que retaliar “será o pior erro que cometerá”.

Os Estados Unidos podem “voar para e do Irão sempre que queiram”, assinalou, recordando que, durante os ataques desta noite, “nenhum tiro foi disparado” contra as forças americanas.

“Eles [os iranianos] nem perceberam o que se passou. Os aviões estavam fora do espaço aéreo deles antes de eles finalmente começarem a perceber que tinham sido atingidos”, notou Rubio.

*Lusa

Alemanha, França e Reino Unido instam Irão a buscar acordo

Numa declaração conjunta, Alemanha, França e Reino Unido instaram o Irão a buscar um acordo e que não avance com "nenhuma outra ação que possa desestabilizar a região". A declaração foi divulgada após chamada entre Friedrich Merz, Emmanuel Macron e Keir Starmer.

Os líderes reafirmaram "o compromisso com a paz e a estabilidade para todos os países da região" e o "apoio à segurança de Israel". Mais declaram que têm sido "consistentes ao afirmar que o Irão nunca poderá possuir uma arma nuclear nem continuar a representar uma ameaça à segurança regional".

Sobre o ataque dos Estados Unidos na madrugada, definiram como "cirúrgicos" e que o objetivo "continua a ser impedir que o Irão adquira uma arma nuclear". O grupo dos três países apela que o Irão "se envolva em negociações com vista a um acordo que responda a todas as preocupações relacionadas com o seu programa nuclear" e se colocaram à disposição para ajudar neste acordo. "Estamos prontos para contribuir para esse objetivo, em coordenação com todas as partes", disseram, acrescentando que vão continuar com "os nossos esforços diplomáticos conjuntos para reduzir as tensões e garantir que o conflito não se intensifique nem se propague".

Irão mantém reservas de urânio enriquecido, diz conselheiro do líder supremo

Um conselheiro do líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, afirmou hoje que o Irão ainda possui reservas de urânio enriquecido, apesar dos ataques dos Estados Unidos contra as suas principais instalações nucleares.

"Mesmo que as instalações nucleares sejam destruídas, o jogo ainda não acabou, os materiais enriquecidos, o saber-fazer autóctone e a vontade política permanecem", afirmou Ali Shamkhani na rede social X. 

“A iniciativa política e operacional está agora nas mãos daqueles que atuam de forma inteligente e evitam ataques indiscriminados. As surpresas vão continuar", afirmou.

O conflito entre Israel e Irão e Estados Unidos começou na madrugada de 13 de junho, com Telavive a lançar um ataque sem precedentes contra o país persa, alegadamente para impedir o avanço do programa nuclear iraniano para fins militares. 

O Irão tem repetidamente negado o desenvolvimento de armas nucleares e reivindica o direito a realizar atividades nucleares pacíficas.

Os ataques de Telavive destruíram infraestruturas nucleares do Irão e assassinaram altos comandos militares e cientistas iranianos que trabalhavam no programa nuclear.

Teerão tem respondido com vagas de mísseis sobre as principais cidades israelitas e várias instalações militares espalhadas pelo país.

Esta noite, os Estados Unidos envolveram-se militarmente no conflito, com recurso a aviões bombardeiros B-2, que, segundo o Pentágono, conseguiram "eliminar" as ambições nucleares do Irão.

Os ataques "terão consequências eternas", garantiu o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, afirmando que Teerão mantém em aberto "todas as opções para defender a sua soberania, os seus interesses e o seu povo".

*Lusa

Conflito Irão. Marcelo Rebelo de Sousa apela à contenção e “urgência de retomar via diplomática”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou hoje a gravidade da situação no Médio Oriente, apelando à contenção e “urgência de retomar a via diplomática” como forma de resolver o conflito.

Leia a notícia completa aqui.

"Tiramos a bomba da mão deles", diz Trump

"Ontem tivemos um sucesso militar espetacular, tirando a 'bomba' das mãos deles (e eles a usariam se pudessem!)", reagiu Donald Trump sobre as críticas que recebeu de congressistas americanos após o ataque ao Irão. Como de costume, o presidente americano usou a Truth Social para se manifestar.

"O Irão matou e mutilou milhares de americanos, e até assumiu o controle da embaixada americana em Teerão durante o governo Carter", lembrou Trump. A publicação foi uma longa crítica em especial ao deputado Thomas Massie, do Kentucky.

"Esse deputado irrelevante posicionou-se contra aquilo que foi conquistado de forma tão brilhante ontem à noite no Irão. Massie é fraco, ineficaz e vota “NÃO” a praticamente tudo o que lhe é apresentado (Rand Paul Jr.), independentemente da sua qualidade. Ele é desrespeitoso para com o nosso grande exército e tudo o que este representa, sem sequer reconhecer o brilho e a coragem demonstrados no ataque de ontem, que foi uma vitória total e completa", detalhou.

Conselheiro de Khamenei ameaça bases norte-americanas

Um conselheiro do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, considerou hoje que “já não há lugar para os Estados Unidos” no Médio Oriente e ameaçou com ataques às bases usadas pela aviação norte-americana para bombardear instalações nucleares do Irão.

"Qualquer país na região ou em qualquer outro lugar utilizado pelas forças norte-americanas para atacar o Irão será considerado um alvo legítimo para as nossas Forças Armadas", declarou Ali Akbar Velayati, citado pela agência noticiosa oficial IRNA.

O conselheiro de Ali Khamenei considerou que "já não há lugar para os Estados Unidos ou para as suas bases nesta região e no mundo islâmico", após os ataques que visaram o programa nuclear iraniano.

"Os Estados Unidos atacaram o coração do mundo islâmico e devem esperar consequências irreparáveis, porque a República Islâmica não tolera quaisquer insultos ou agressões contra ela", advertiu.

*Lusa

"A diplomacia deve prevalecer", defende António Guterres

"O bombardeamento das instalações nucleares iranianas pelos EUA assinala uma viragem perigosa numa região que não pode suportar outro ciclo de destruição", assim começou por dizer António Guterres, secretário-geral da ONU.

Segundo Guterres, é preciso "agir de imediato e de forma decisiva para parar os combates e regressar a negociações sérias e sustentadas sobre o programa nuclear do Irão" e disse que fez tal afirmação na reunião de urgência do Conselho de Segurança.

"Para evitar um ciclo interminável de retaliações, a diplomacia deve prevalecer. Os civis devem ser protegidos. A navegação marítima segura deve ser garantida", completou.

Exército israelita anuncia ataques em Teerão e no oeste do Irão

O exército israelita anunciou esta noite que estava a realizar ataques contra "locais de infraestruturas militares" em Teerão e no oeste do Irão, no décimo dia da guerra entre os dois países.

"A força aérea israelita está atualmente a atacar locais de infraestruturas militares em Teerão e no oeste do Irão", declarou em comunicado, depois de ter anunciado, durante o dia, que tinha visado "dezenas" de locais militares, incluindo um centro de comando de mísseis de longo alcance.

Segundo a imprensa do Irão pelo menos nove membros da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica do Irão, foram mortos hoje em ataques israelitas no centro do Irão.

"Na sequência da agressão do regime sionista bárbaro e dos seus mercenários contra dois centros militares na cidade de Yazd, sete membros do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica e dois recrutas foram martirizados", afirmou a agência noticiosa Tasnim, citando um comunicado dos Guardas. Outras pessoas ficaram feridas no ataque, acrescentou.

*Lusa

Brasil condena ataques a instalações nucleares do Irã

O Governo brasileiro manifestou-se, na tarde deste domingo, 22 de junho, sobre o ataque dos Estados Unidos ao Irão. O executivo de Lula da Silva condenou os atos.

"O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional. Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica", lê-se na nota publicada no site da presidência.

O Governo chama a atenção para as consequências do ataque. "Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala".

Ao mesmo tempo, "rejeitou com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear", em especial no Médio Oriente. "O Governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio".

Netanyahu diz que "objetivos israelitas ficaram "mais perto" após ataque dos EUA

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que o seu país “ficou mais perto” dos objetivos que traçou para o Irão, após os bombardeamentos da aviação norte-americana na última madrugada contra instalações nucleares iranianas.

“Já conquistámos muito e, graças ao Presidente [norte-americano, Donald] Trump, estamos mais perto de atingir os nossos objetivos", declarou Netanyahu numa conferência de imprensa sobre a ofensiva iniciada por Israel a 13 de junho no Irão, justificada pela criação iminente de uma bomba nuclear, o que é refutado por Teerão.

O primeiro-ministro afirmou que Israel não vai prolongar a operação militar no Irão "para além do necessário", mas também não a vai encerrar antes de atingir os seus objetivos.

"Quando atingirmos [os objetivos], não continuaremos a atividade para além do necessário. Mas também não a encerraremos prematuramente", declarou.

Netanyahu disse que um dia contará as conversas com Trump, que designou como seu amigo, que têm “detalhes muito interessantes” e que, a par dos dois serviços de informações (norte-americano e israelita), resultaram em “golpes muito duros” para o Irão.

*Lusa

Ninguém pode confirmar danos sofridos na central de Fordow, afirma diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atómica

O diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) disse hoje ao Conselho de Segurança da ONU que “ninguém, nem mesmo a AIEA, está em condições de confirmar os danos subterrâneos” na central nuclear iraniana de Fordow.

"Os ataques armados contra instalações nucleares nunca devem ocorrer (porque) podem levar a fugas radioativas com consequências graves", afirmou o argentino Rafael Grossi, numa reunião de emergência a decorrer no Conselho de Segurança da ONU.

Grossi disse hoje que são agora visíveis “fissuras” na central de Fordow, confirmando a utilização das bombas anti-bunker comunicadas pelos Estados Unidos, mas insistiu que é impossível avaliar os danos na central.

O diretor-geral da AIEA confirmou igualmente que, na central de Isfahan, “parece que o acesso aos túneis utilizados para o armazenamento de material enriquecido” e alguns edifícios relacionados foram atingidos e que a central de enriquecimento de combustível em Natanz também foi atingida, mas não deu mais pormenores.

O responsável sublinhou ainda que o Irão informou a agência de vigilância nuclear da ONU de que “não há aumento da radiação externa” em nenhuma das três centrais. Embora tenha tido o cuidado de não criticar os Estados Unidos diretamente, Grossi sublinhou que “a escalada militar põe em perigo vidas e atrasa qualquer solução diplomática que permita ter a certeza, a longo prazo, de que o Irão não conseguirá obter uma arma nuclear”.

Uma vez mais, disse estar disponível para viajar imediatamente para o Irão e a iniciar negociações com todas as partes para garantir a segurança das centrais nucleares e a utilização pacífica da tecnologia nuclear.

*Lusa

China, Rússia e Paquistão pedem na ONU cessar-fogo imediato

Três membros do Conselho de Segurança da ONU, China, Rússia e Paquistão, apresentaram um projeto de resolução pedindo "um cessar-fogo imediato e incondicional" entre o Irão, Israel e os Estados Unidos.

A informação foi divulgada pelo embaixador chinês junto da ONU, Fu Cong, ao Conselho de Segurança, que realizou hoje uma reunião de emergência na sequência dos ataques norte-americanos que visaram instalações nucleares iranianas.

Os três países são atualmente os principais aliados do Irão no Conselho e é altamente improvável que a resolução seja aprovada, dado o poder de veto dos Estados Unidos dentro do órgão.

Mesmo assim, a resolução - que ainda não tem data marcada para ser votada - utiliza uma linguagem diplomática porque apela, além de um cessar-fogo, à "proteção dos civis, ao respeito pela legalidade internacional e ao regresso ao diálogo e à negociação".

Fu Cong, tal como o embaixador russo, Vasili Nebenzia, condenou inequivocamente o bombardeamento norte-americano das centrais nucleares iranianas, posição que não foi assumida por nenhum dos países europeus com assento no Conselho (França, Reino Unido, Dinamarca, Eslovénia e Grécia). 

O embaixador Vasili Nebenzia foi particularmente duro ao destacar "as declarações cínicas (dos outros países) sobre a sua disponibilidade para voltar à mesa das negociações, como se os ataques bombistas de alto calibre contra o Irão não tivessem ocorrido”.

“Hipocritamente, pintam o Irão como a parte que fez descarrilar o processo de negociação", disse.

*Lusa

Presidente dos EUA sugere que apoia "mudança de regime" iraniano

O Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, sugeriu hoje que apoia uma “mudança de regime” no Irão, um dia depois do bombardeamento norte-americano de três centrais nucleares iranianas.

“Não é politicamente correto usar o termo ‘mudança de regime’, mas se o atual regime iraniano não pode fazer o Irão grande de novo, por que não haveria uma mudança de regime?”, escreveu na sua rede social, a Truth Social.

O Presidente concluiu a mensagem com o acrónimo MIGA, referindo-se a “Make Iran Great Again”, imitando o seu slogan de campanha “Make America Great Again”.

Numa outra mensagem na mesma plataforma, afirmou que os danos nas instalações nucleares do Irão após o ataque de sábado à noite foram “monumentais”.

"Os ataques foram fortes e precisos. O nosso exército demonstrou grande habilidade. Obrigado!", disse.

*Lusa

Teerão avisa que vai decidir "resposta proporcional" a ataque dos EUA

O embaixador iraniano na ONU afirmou hoje, perante o Conselho de Segurança, que Teerão vai decidir "o momento, a natureza e a escala da resposta proporcional” ao ataque dos Estados Unidos na última madrugada contra o seu país.

Durante uma reunião de urgência nas Nações Unidas solicitada pelo Irão, Amir Saeid Iravani acusou Washington de lançar uma guerra "sob pretextos absurdos e fabricados", referindo-se aos bombardeamentos norte-americanos contra instalações nucleares iranianas.

O representante do Irão alertou que o seu país se reserva "o pleno e legítimo direito de se defender contra a agressão insolente dos Estados Unidos e do seu peão israelita", sem dirigir, no entanto, nenhuma ameaça concreta.

Referindo-se ao primeiro-ministro israelita, "mais uma vez, o criminoso de guerra procurado [Benjamin] Netanyahu conseguiu manter refém” a política externa norte-americana, “arrastando os Estados Unidos para outra guerra onerosa e injustificada”.

Amir Saeid Iravani prosseguiu acusando Washington de “escolher imprudentemente sacrificar a sua própria segurança para proteger Netanyahu", e exortou o Conselho de Segurança da ONU a "condenar veementemente a agressão flagrante, as violações e os crimes hediondos cometidos contra a República Islâmica do Irão", bem como a punir os seus responsáveis.

"Os Estados Unidos, membro permanente deste Conselho, (...) recorreram mais uma vez à força ilegal, lançaram uma guerra contra o meu país, sob pretextos absurdos e fabricados: para impedir o Irão de adquirir armas nucleares", criticou.

O diplomata iraniano retratou o seu país como "um membro fundador e amante da paz das Nações Unidas, com cinco mil anos de cultura e civilização", que acaba de ser atacado pelo “único Estado que alguma vez utilizou armas nucleares, matando milhões de pessoas”.

Amir Saeid Iravani criticou ainda a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA, responsável pela inspeção das instalações nucleares), e associou a França, a Alemanha e o Reino Unido a um comportamento hipócrita e de "duplo padrão" ao ignorarem que Israel, embora nunca o tenha reconhecido oficialmente, possui "milhares de ogivas nucleares".

*Lusa

Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"
14 bombas fura 'bunker', 7 bombardeiros furtivos e dezenas de mísseis. O que os EUA usaram no ataque ao Irão

Departamento de Estado dos EUA emite alerta de segurança face a possíveis protestos antiamericanos no estrangeiro

"O conflito entre Israel e o Irão resultou em perturbações nas viagens e no encerramento temporário do espaço aéreo em várias partes do Médio Oriente. Existe a possibilidade de ocorrerem manifestações contra cidadãos e interesses dos Estados Unidos no estrangeiro. O Departamento de Estado aconselha todos os cidadãos norte-americanos em todo o mundo a manterem uma vigilância redobrada", alertou o Departamento de Estado Americano em seu site.

É solicitado aos cidadãos que leiam "atentamente" os avisos de viagens e informações sobre os destinos.

EUA pedem "vigilância redobrada" aos seus cidadãos em todo o mundo

As autoridades norte-americanas pediram aos seus cidadãos "vigilância redobrada" em todo o mundo, após os seus bombardeamentos contra instalações nucleares iranianas, que podem levar a retaliações do regime da República Islâmica.

Num aviso divulgado na noite de domingo nos Estados Unidos (madrugada de hoje em Lisboa), o Departamento de Estado “aconselha os cidadãos norte-americanos de todo o mundo a exercerem vigilância redobrada".

A diplomacia de Washington aponta, em concreto, "o potencial para protestos contra cidadãos e interesses norte-americanos no estrangeiro".

O aviso refere que o conflito lançado por Israel, em 13 de junho, contra o Irão resultou em interrupções nas viagens e no encerramento temporário do espaço aéreo em todo o Médio Oriente, e aconselha os seus cidadãos a que tenham “mais cautela”.

Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"
EUA reclamam “êxito” da ‘Operação Martelo da Meia-Noite’. Bola está com o Irão que terá de decidir retaliação

China retira maioria dos seus cidadãos do Irão devido a escalada do conflito com Israel

A embaixada chinesa em Teerão indicou hoje que a "grande maioria" dos cidadãos chineses já foi retirada do Irão, face ao agravamento do conflito com Israel, intensificado por ataques israelitas e bombardeamentos norte-americanos contra instalações nucleares.

De acordo com o ministro conselheiro da missão diplomática chinesa, Fu Lihua, a embaixada coordenou a retirada em estreita colaboração com o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês e com as representações diplomáticas da China na Turquia, Arménia, Azerbaijão, Turquemenistão e Iraque.

As operações foram realizadas por via rodoviária desde Teerão e outras áreas de risco até às fronteiras terrestres com países vizinhos, como o Azerbaijão e o Turquemenistão, avançou no domingo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

Nos postos fronteiriços, como Astara ou Bajgiran, foram destacadas equipas de apoio para facilitar os procedimentos de saída e garantir a segurança dos cidadãos chineses, explicou Fu.

Segundo dados oficiais, residem atualmente cerca de 4.000 cidadãos chineses no Irão.

A embaixada chinesa precisou que os poucos cidadãos chineses que permanecem no Irão já foram transferidos para zonas consideradas mais seguras.

Analistas acreditam que conflito complica ligações aéreas já afetadas por exclusão da Rússia

s voos entre o leste asiático e a Europa estão cada vez mais longos, caros e imprevisíveis, apontam analistas, à medida que o conflito entre Irão e Israel junta-se ao encerramento do espaço aéreo russo às companhias europeias.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, as transportadoras aéreas da União Europeia estão proibidas de sobrevoar o território russo, o que levou ao cancelamento de dezenas de rotas e obrigou as companhias a desviarem-se por corredores mais a sul ou pelo Ártico.

No caso das ligações com o leste da Ásia, como China, Japão ou Coreia do Sul, o impacto traduz-se em acréscimos de até quatro horas de voo, consumo extra de combustível e, consequentemente, aumento nos custos operacionais e nos preços dos bilhetes.

Nos últimos dias, a intensificação do conflito entre Israel e o Irão, com apoio militar dos Estados Unidos, agravou a situação, levando à suspensão de voos sobre o Irão, Iraque, Síria e Israel. Várias companhias, incluindo Qatar Airways, Lufthansa e Singapore Airlines, ajustaram as rotas ou cancelaram ligações para a região, citando razões de segurança.

Uma fonte de uma grande companhia aérea europeia citada pelo jornal britânico Financial Times sob anonimato disse que, embora as empresas estivessem acostumadas a lidar com encerramentos periódicos do espaço aéreo, a situação atual é “mais grave”, porque as companhias passaram a ter um “corredor realmente pequeno” para voar.

Com os principais corredores aéreos bloqueados a norte e a sul, os voos entre cidades como Pequim, Xangai, Seul ou Tóquio e destinos na Europa passam agora por vias mais estreitas, sobrevoando países da Ásia Central, Turquia ou a Península Arábica. A dependência desses corredores aumenta a pressão sobre os controlos de tráfego aéreo e torna qualquer perturbação local numa ameaça ao fluxo global.

Companhias aéreas chinesas, como a Air China e a China Eastern, que continuam autorizadas a utilizar o espaço aéreo russo, ganharam, porém, vantagem competitiva. Os seus voos são mais curtos e baratos, permitindo-lhes oferecer tarifas até 35% inferiores às praticadas por operadores europeus nas mesmas rotas, segundo uma estimativa do Financial Times.

Além do impacto no transporte de passageiros, o setor logístico também regista dificuldades, com atrasos na entrega de mercadorias e aumento dos custos de frete.

O especialista Rosen Röhlig apontou num relatório como “o encerramento do espaço aéreo russo às companhias europeias afeta envios de carga aérea na rota Ásia ‑ Europa”, levando a “retrocessos em centros globais e aumento dos custos e atrasos”.

“A tendência geral é de um aperto adicional na capacidade das transportadoras. Como resultado (...), rotações de tripulação mais longas e aumento nos custos de combustível podem levar a tarifas mais elevadas e alterações nos horários”, destacou.

Também um estudo da OCDE demonstrou como “o encerramento do espaço aéreo russo a transportadoras de 36 países provocou aumentos significativos do tempo de viagem para passageiros em cerca de 80% das rotas que ligam a Ásia à Europa”.

A mesma análise sublinhou que os corredores alternativos “não conseguem absorver totalmente estes fluxos”, originando atrasos na entrega de mercadorias e aumento dos custos de frete, com impacto direto nas cadeias de abastecimento globais.

Lusa

Exército israelita bombardeia "infraestrutura militar" no oeste iraniano

O exército israelita anunciou hoje que bombardeou “infraestrutura militar” em Kermanshah, cidade localizada no oeste do Irão, a apenas cerca de 80 quilómetros da fronteira com o Iraque.

“Atualmente, a FAI (Força Aérea Israelita) está a atacar pontos de infraestrutura militar em Kermanshah, no Irão”, detalhou um comunicado militar.

No sábado, Israel atacou mais de trinta armazéns de mísseis e outros componentes de lançamento. Além disso, esta zona abriga refinarias de petróleo.

Horas antes, durante a madrugada seguinte ao ataque norte-americano, Israel intercetou um veículo aéreo não tripulado ('drone') iraniano perto da cidade de Eilat, que ativou os alarmes antiaéreos, bem como um único míssil balístico que, por sua vez, fez soar os alarmes no centro de Israel e na Cisjordânia, segundo notou o exército.

Sob o nome operacional de “Midnight Hammer” (Martelo da Meia-Noite), os Estados Unidos entraram este fim de semana diretamente na guerra aberta entre Israel e o Irão, bombardeando os centros nucleares iranianos de Isfahan, Natanz e Fordó, com o objetivo oficial de impedir Teerão de fabricar uma bomba nuclear.

Nesta operação aérea e marítima - planeada há meses - participaram 125 aeronaves, sete bombardeiros B-2, aviões-tanque de reabastecimento, aviões de reconhecimento e caças. Além disso, foram utilizadas 75 bombas e mísseis no ataque, de acordo com o Pentágono.

A República Islâmica disse perante a ONU que as Forças Armadas do país serão as que decidirão “o momento, a natureza e a escala da resposta proporcional do Irão”, que anteciparam que terá “consequências duradouras”.

EUA pedem intervenção da China para impedir fecho de Estreito de Ormuz

O Secretário de Estado norte-americano pediu a intervenção da China para impedir o Irão de fechar o Estreito de Ormuz, crucial para o comércio global de hidrocarboneto, medida que Teerão está a considerar após o ataque dos EUA.

"Encorajo o Governo chinês em Pequim a intervir, porque dependem fortemente do Estreito de Ormuz para o seu petróleo", disse Marco Rubio em entrevista à Fox News no domingo à noite.

O Parlamento iraniano solicitou o encerramento da via navegável, localizada entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico e que canaliza cerca de 20% das exportações mundiais de petróleo e gás por via marítima, uma decisão que deverá ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional.

"Se o fizerem, será outro erro terrível. Seria um suicídio económico para eles [China]", disse Rubio, acrescentando que a medida representaria uma "escalada maciça" do conflito, para a qual a Casa Branca "tem respostas devastadoras disponíveis".

"O que acontecer daqui para a frente depende do que fizerem", alertou.

O encerramento do Estreito de Ormuz afetaria particularmente a China, parceira do Irão e o maior importador de crude iraniano.

Os dois países assinaram um acordo de cooperação económica em 2021 que inclui um investimento chinês nos setores da energia e das infraestruturas do Irão.

A Arábia Saudita, o Irão, o Iraque e os Emirados Árabes Unidos, que estavam entre os principais fornecedores de crude para a China em 2024, enviam grande parte da sua carga através desta passagem estratégica.

Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"
Qual a importância estratégica do Estreito de Ormuz? Por ali passa 20% do comércio mundial de petróleo e gás

Teerão reitera ameaça contra alvos norte-americanos no Médio Oriente

O Irão voltou hoje a ameaçar os Estados Unidos da América com uma ação militar em resposta ao ataque norte-americano sem precedentes contra as instalações nucleares iranianas.

O porta-voz das Forças Armadas iranianas, Ebrahim Zolfaghari disse que o "ato hostil" dos Estados Unidos vai alargar o âmbito dos alvos legítimos do Irão, provocando o prolongamento da guerra na região do Médio Oriente.

"Os combatentes do Islão vão infligir consequências pesadas e imprevisíveis através de operações poderosas e orientadas", acrescentou o mesmo porta-voz numa mensagem difundida pela televisão estatal iraniana.

EPA/IRANIAN ARMY MEDIA

Anteriormente, um conselheiro do ayatollah Ali Khamenei, o líder supremo do Irão, afirmou que os Estados Unidos já não têm lugar no Médio Oriente e que devem esperar "consequências irreparáveis" na sequência do ataque de sábado à noite.

Ali Akbar Velayati, citado pela agência oficial Irna, avisou que as bases militares utilizadas pelas forças norte-americanas para lançar ataques contra as instalações nucleares iranianas podem vir a ser consideradas "alvos legítimos".

Ouvidas explosões em Jerusalém após alerta de sirenes

As sirenes de alerta de ataque soaram hoje de manhã em Israel e ouviram-se explosões sobre a cidade de Jerusalém, testemunhou um jornalista da Agência France Presse (AFP) no local.

Inicialmente o Exército de Israel alertou sobre a proximidade de mísseis iranianos.

Poucos minutos depois o repórter da AFP relatava explosões sobre Jerusalém.

China pede esforços para evitar impacto global após ameaça de fecho de Ormuz

A China pediu hoje esforços internacionais para “evitar um impacto no desenvolvimento económico mundial”, após o parlamento do Irão ter proposto o encerramento do estreito de Ormuz, por onde transita cerca de 20% do petróleo e gás mundial.

“O Golfo Pérsico e as suas águas circundantes são canais importantes para o comércio internacional de bens e energia”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun, numa conferência de imprensa em Pequim.

Guo sublinhou que “manter a segurança e a estabilidade na região está no interesse comum da comunidade internacional” e defendeu que “os esforços para promover a distensão dos conflitos devem ser intensificados”.

O porta-voz reagia à proposta apresentada no domingo pelo parlamento iraniano, na sequência do ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares no Irão, para que o estreito de Ormuz seja encerrado ao tráfego marítimo - uma medida com impacto global no comércio de hidrocarbonetos e que terá ainda de ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano.

Guo reiterou que a operação militar de Washington “exacerba as tensões no Médio Oriente” e revelou que a China, juntamente com a Rússia e o Paquistão, apresentou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas um projeto de resolução que apela a “um cessar-fogo imediato e incondicional” entre Irão, Israel e Estados Unidos.

“Atacar instalações nucleares sob as salvaguardas do Organismo Internacional de Energia Atómica constitui uma violação grave dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional”, declarou o porta-voz, pedindo “a todas as partes” que evitem uma escalada e defendendo o regresso ao “caminho da solução política”.

Guo não comentou diretamente as declarações do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que exortou a China a interceder junto do Irão para evitar o encerramento do estreito.

“Apelo ao Governo chinês, em Pequim, para que contacte Teerão sobre esta matéria, pois dependem fortemente do estreito de Ormuz para o fornecimento de petróleo”, afirmou Rubio numa entrevista à estação televisiva norte-americana Fox News.

Israel atinge instalação nuclear iraniana de Fordow

Israel atingiu mais uma vez a instalação nuclear iraniana de Fordow num ataque levado a cabo esta segunda-feira, disse o porta-voz do Quartel-General de Gestão de Crises da Província de Qom, citado pela agência de notícias semioficial Tasnim.

Este ataque acontece um dia depois de os Estados Unidos terem atingido o mesmo alvo.

As autoridades dizem que não há perigo para os residentes naquela zona.

Putin afirma que agressão a Irão é infundada

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse esta segunda-feira ao ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, em Moscovo, que a Rússia está pronta para ajudar o povo iraniano e perante uma agressão a que apelidou de infundada.

Estas declarações foram proferidas antes de uma reunião entre ambos no Kremlin.

Araqchi agradeceu à Rússia por condenar as ações contra o Irão e disse que a Rússia estava do lado certo da história.

Israel afirma estar a atacar o "coração de Teerão" com uma "força sem precedentes"

O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou esta segunda-feira que Israel está "a atacar com uma força sem precedentes" alvos no "coração de Teerão".

Entre os alvos na capital do Irão estão a prisão de Evin para presos políticos, o quartel-general de segurança interna da Guarda Revolucionária e o quartel-general da sua força paramilitar Basij.

"Por cada tiro disparado na retaguarda israelita, o ditador iraniano será punido e os ataques continuarão em força", vincou Katz.

Kremlin diz que não há planos para telefonema entre Trump e Putin

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse esta segunda-feira não existirem planos, por enquanto, para uma chamada telefónica entre os presidentes de Estados Unidos e Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin.

Peskov adiantou ainda que a Rússia lamenta profundamente e condena os ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas, acusando as ações norte-americanas de terem aumentado o número de participantes no conflito e dado início a uma nova espiral de escalada.

Agência de Energia Atómica antecipa grandes danos em instalações nucleares iranianas

O responsável da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) afirmou esta segunda-feira que são esperados “danos muito significativos” nas instalações subterrâneas de enriquecimento de urânio do Irão atacadas no fim de semana pelos Estados Unidos.

“Dada a carga explosiva utilizada e a extrema sensibilidade das centrifugadoras à vibração, espera-se que tenham ocorrido danos muito significativos” em Fordo, um dos locais atacados, disse Rafael Grossi, numa declaração feita em Viena.

Segundo o diretor da agência das Nações Unidas, “neste momento, ninguém, incluindo a AIEA, está em condições de avaliar completamente os danos subterrâneos em Fordo”.

União Europeia alerta para risco de fecho do estreito de Ormuz

A Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Kaja Kallas, alertou hoje que a ameaça iraniana de encerrar do Estreito de Ormuz é extremamente perigosa.

Em resposta ao ataque norte-americano de sábado, o Parlamento iraniano exigiu o encerramento do Estreito de Ormuz por onde transita 20% do petróleo bruto transportado por via marítima, embora a decisão final caiba ao Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano.

Hoje, em declarações à chegada ao Conselho dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas, Kallas afirmou que os ministros vão debater a situação no Irão, na sequência do ataque dos Estados Unidos, e que estão concentrados na solução diplomática, ao mesmo tempo que avaliam as consequências do agravamento do conflito.

"O Parlamento iraniano exigiu o encerramento do Estreito de Ormuz, o que seria extremamente perigoso e não seria bom para ninguém", afirmou.

Kallas disse ainda que a União Europeia sempre foi a favor da diplomacia e recordou que o bloco europeu falou com o Governo do Irão na sexta-feira.

No mesmo contacto, afirmou Kallas, o Irão mostrou-se disponível para falar sobre a questão nuclear e também sobre assuntos de segurança mais amplos e que preocupam a Europa.

"Temos de continuar a fazê-lo porque, no final, tem de haver uma solução diplomática para termos uma perspetiva de longo prazo", acrescentou Kallas.

A chefe da diplomacia da União Europeia recordou ainda que o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano inclui uma cláusula de reversão que permite a imposição automática de sanções internacionais ao Irão se Teerão violar os termos do tratado.

"Se todos concordam que o Irão não deve ter uma arma nuclear, temos de trabalhar nesse sentido", afirmou.

A Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Kaja Kallas
A Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Kaja KallasEPA/OLIVIER HOSLET

O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, apelou também à coragem da União Europeia para "hastear a bandeira da paz", defender o direito internacional, a diplomacia e a negociação.

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noel Barrot, apelou também ao papel que considerou fundamental da Europa para conseguir, através de negociações, uma inversão "duradoura, sólida e verificável durante anos e décadas" do programa nuclear iraniano.

Barrot afirmou também que o objetivo "não é apenas" atrasar temporariamente o acesso do Irão às armas nucleares defendendo a negociação no sentido de garantir que o Irão nunca venha a ter armas nucleares.

O chefe da diplomacia francesa sublinhou que a França rejeita qualquer tentativa de organizar uma mudança de regime do Irão pela força, porque, disse, seria ilusório e perigoso pensar que essa mudança pode ser conseguida "pelas bombas".

O ministro lituano dos Negócios Estrangeiros, Kęstutis Budrys, afirmou que a União Europeia deve organizar-se para pressionar o Irão "para o caminho da paz" e evitar que o conflito se agrave ainda mais.

"Chegou o momento de o Irão escolher se quer ser um bom membro da comunidade internacional ou continuar com as políticas destrutivas na região e a nível mundial. A posse de armas nucleares pelo Irão é uma ameaça existencial para Israel e uma grave ameaça para toda a comunidade internacional", afirmou Budrys.

Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"
Qual a importância estratégica do Estreito de Ormuz? Por ali passa 20% do comércio mundial de petróleo e gás

Príncipe herdeiro do Irão defende mudança de regime

O príncipe herdeiro do Irão, Reza Pahlavi, que se encontra radicado nos Estados Unidos, defendeu esta segunda-feira, numa conferência de imprensa em Paris, uma mudança de regime através da desobediência civil não violenta e de um referendo sobre um novo governo.

"Estou aqui hoje para me submeter aos meus compatriotas, para os liderar neste caminho de paz e transição democrática. Não procuro o poder político, mas sim ajudar a nossa grande nação a navegar este momento crítico rumo à estabilidade, à liberdade e à justiça", afirmou o filho do último Xá do Irão, Mohammed Reza Pahlavi.

"Para aqueles que são leais à nação iraniana e não à República Islâmica, há um futuro para vós num Irão democrático. Se se juntarem ao povo agora. A escolha é vossa", afirmou.

Três petroleiros desviam-se do Estreito de Ormuz

Três petroleiros e navios-tanque vazios desviaram-se do Estreito de Ormuz e mudaram de rumo, mostraram os dados de rastreio de navios da Marine Traffic na segunda-feira.

Esta situação verifica-se após a crescente incerteza sobre se o Irão tomará medidas de retaliação no Estreito de Ormuz após os ataques aéreos dos EUA contra as suas instalações nucleares.

O Marie C e o Red Ruby ancoraram perto de Fujairah, na costa dos Emirados Árabes Unidos, enquanto o Kohzan Maru navegava no Golfo de Omã, junto às águas de Omã.

As companhias de navegação japonesas Nippon Yusen e Mitsui O.S.K. Lines adiantaram esta segunda-feira que instruíram os seus navios a minimizar o tempo passado no Golfo, enquanto continuam a transitar pelo Estreito de Ormuz.

Líder da NATO rejeita ilegalidade de bombardeamentos norte-americanos e reitera que Irão não deve desenvolver armas nucleares

O líder da NATO, Mark Rutte, rejeitou esta segunda-feira que os Estados Unidos tenham violado a lei internacional durante os bombardeamentos ao território iraniano.

“Não considero que o que os EUA fizeram é contrário à lei internacional”, respondeu Mark Rutte, depois de ser questionado pelos jornalistas sobre o envolvimento dos Estados Unidos da América no conflito no Médio Oriente entre Israel e o Irão.

Em conferência de imprensa, Rutte reiterou, antes da cimeira da Aliança Atlântica, que os aliados concordam há muito tempo que o Irão não deve desenvolver armas nucleares.

"Os aliados têm instado repetidamente o Irão a cumprir as suas obrigações ao abrigo do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)", afirmou, salientando a necessidade de manter os "aliados seguros".

Questionado sobre as implicações económicas do possível encerramento do Estreito de Ormuz, uma das principais rotas comerciais, situado entre o território iraniano, dos Emirados Árabes Unidos e de Omã, o secretário-geral da NATO disse que o seu papel é assegurar que os países da Aliança Atlântica investem na sua segurança e que a Ucrânia temo que necessita para fazer frente à invasão russa, optando por não responder em concreto à pergunta.

Companhias aéreas suspendem ou reduzem voos para Médio Oriente

As companhias aéreas europeias, americanas e asiáticas suspenderam ou reduziram os voos para o Médio Oriente devido ao conflito entre Israel e o Irão e aos bombardeamentos dos EUA contra este último país.

A entrada de Washington no conflito, lançado uma semana antes por Israel contra o Irão, suscitou o receio de represálias contra os interesses dos Estados Unidos no Médio Oriente, nomeadamente as bases militares nas monarquias do Golfo.

Os serviços da Air France para a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos foram suspensos pelo menos até terça-feira, anunciou hoje a companhia aérea francesa, prolongando a suspensão da sua rota Paris - Telavive até 14 de julho.

Os voos para Beirute e Telavive operados pela Transavia, a companhia aérea de baixo custo do grupo Air France-KLM, foram suspensos até 30 de junho e 07 de setembro, respetivamente, disse hoje um porta-voz da companhia à Afp.

A British Airways, que cancelou os voos no domingo entre o aeroporto londrino de Heathrow e os aeroportos do Dubai e de Doha, depois de os Estados Unidos terem bombardeado instalações nucleares no Irão, declarou hoje que tencionava efetuar as suas rotas "normalmente" a partir de agora.

Em 18 de junho, o grupo alemão Lufthansa, que inclui igualmente a Swiss, a Austrian e a ITA, anunciou que prolongava até 03 de junho a suspensão dos seus voos para o Médio Oriente, nomeadamente para Beirute, até 30 de junho, e para Amã e Erbil (Iraque) até 11 de julho.

Os serviços para Telavive e Teerão foram suspensos até, pelo menos, 31 de julho, tendo o grupo especificado que os seus aviões não utilizarão o espaço aéreo dos países afetados pelo conflito.

A transportadora grega Aegean Airlines cancelou todos os seus voos para Telavive até 12 de julho, bem como todas as suas rotações para Beirute, Amã e Erbil (Iraque) até 28 de junho.

Na Turquia, a Pegasus anunciou a suspensão de todos os seus voos para o Irão até 30 de julho e para o Iraque, a Jordânia e o Líbano até 30 de junho.

Quanto à Turkish Airlines, de acordo com o sítio Web do aeroporto de Istambul, a companhia aérea tem vindo a servir Amã nos últimos dias.

No entanto, todos os voos para Bagdade e Damasco continuam cancelados e não há voos disponíveis para Teerão até 01 de julho.

A United Airlines avisou os seus clientes de que os voos programados de e para o Dubai entre 18 de junho e 03 de julho podem ser "afetados" e ofereceu aos clientes uma troca de bilhetes sem custos adicionais em determinadas condições, devido à "agitação no Médio Oriente".

A companhia aérea americana tinha adotado a mesma medida para Telavive, de 13 de junho a 01 de agosto, com a possibilidade de escolher outro destino.

A Air Canada anunciou que tinha "suspendido temporariamente" o seu serviço diário direto para o Dubai a partir de Toronto a partir de 18 de junho e avisou que poderia ter de prolongar esta suspensão. As viagens com escala na Europa através de uma companhia aérea terceira continuam a ser possíveis, de acordo com a sua ferramenta de reservas em linha.

A American Airlines, por seu lado, autorizou os seus clientes a alterarem gratuitamente as suas reservas para Doha para as viagens inicialmente previstas de 19 de junho a 20 de julho.

A Singapore Airlines anunciou o cancelamento de oito voos para o Dubai, dois por dia, de domingo a quarta-feira. "A situação continua fluida e outros voos (da companhia aérea) entre Singapura e Dubai podem ser afetados", advertiu a transportadora no seu sítio Web.

Contas de desinformação usam IA para amplificar narrativas

Uma onda de desinformação 'online' composta por contas “super-disseminadoras” de falsas notícias recorrendo a Inteligência Artificial (IA) acumulou mais de 100 milhões de visualizações desde que Israel começou a ofensiva militar no Irão.

O canal de televisão britânico BBC analisou uma séria de vídeos desinformativos criados com IA que acumularam mais de 100 milhões de visualizações em diversas plataformas, que pretendiam ostentar "as capacidades militares do Irão, ao lado de clipes falsos que mostravam as consequências de ataques a alvos israelitas”.

“Contas pró-Israel também compartilharam desinformação ‘online’, principalmente fazendo recircular clipes antigos de protestos e reuniões no Irão”, de forma a mostrar uma imagem de dissidência entre o Governo e o apoio entre os iranianos à campanha militar de Israel.

Uma organização especializada na análise de imagens contactada pela BCC descreveu o volume de desinformação virtual como “surpreendente”.

“Certas contas tornaram-se “super-disseminadoras” de desinformação, sendo recompensadas com um crescimento significativo em contagem de seguidores”, lê-se na informação veiculada, acrescentando que algumas destas contas recorrem ao uso de nomes aparentemente oficiais, de forma a aumentar uma suposta credibilidade.

As contas analisadas pelo meio de comunicação difundiam imagens geradas por IA que parecem tentar aumentar o sucesso da reposta do Irão aos ataques de Israel. Por exemplo, uma imagem com 27 milhões de visualizações mostrava dezenas de mísseis a cair sobre a capital de Israel, Tel Aviv.

Outra publicação alegava mostrar um F-35 israelita abatido pelas defesas aéreas, quando na verdade o vídeo pertencia a um videojogo de simuladores de voo, fazendo com que a publicação fosse removida, apesar de contar com mais de 21,1 milhões de visualizações.

À BBC Verify a diretora de investigação do grupo de analistas Get Real, Emmanuelle Saliba, afirmou: “A torrente de desinformação marcou ‘a primeira vez que vimos a IA generativa ser usada em escala durante um conflito’”.

Qatar fecha espaço aéreo após alertas dos EUA e do Reino Unido

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar fecharam temporariamente o seu espaço aéreo com o objetivo de garantir a segurança dos moradores e visitantes, depois de o Irão ter ameaçado os EUA na sequência dos ataques às suas instalações nucleares.

De facto, os EUA e o Reino Unido já alertaram os seus cidadãos que se encontram no Qatar para que fiquem em casa.

Segundo a BBC, há uma "uma ameaça crível" ao Centro de Operações Aéreas administrado pelos EUA, em Al-Udaid, no Qatar. Essa ameaça estará relacionada com um possível ataque de mísseis iranianos.

Al-Udaid é uma base enorme nos arredores de Doha, capital do Qatar, e abriga a sede do Comando Central dos EUA para todas as suas operações aéreas no Oriente Médio, onde há ainda militares britânicos.

Paulo Rangel diz que a UE vê com muita preocupação desenvolvimentos do conflito

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou hoje que a UE “vê com muita preocupação” os desenvolvimentos do conflito entre Israel e Irão, depois do envolvimento de Washington.

“É evidente que a UE – e aqui há um grande acordo dos vários Estados – vê com grande preocupação estes desenvolvimentos, no sentido em que estes agravam as tensões internacionais”, disse Rangel, acrescentando que se atingiu outro patamar na situação.

Em declarações no final de um conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, Paulo Rangel reiterou o “apelo enorme ao reatar das negociações diplomáticas”.

O Irão tem de estar disponível para se sentar à mesa negocial e para abandonar o programa nuclear militar, acrescentou.

“É preciso parar esse processo”, sustentou, referindo ainda que o uso de energia nuclear para fins civis não exige enriquecimento de urânio ao nível do que Teerão estava a fazer.

Lusa

Explosões ouvidas em Doha, capital do Qatar

As agências Reuters e AFP acabam de dizer que há relatos de explosões ouvidas em Doha, capital do Qatar.

Terão sido disparados seis mísseis contra as bases norte-americanas,

Isto numa altura em que o espaço aéreo do Qatar foi encerrado devido a uma ameaça do Irão em atacar uma base americana naquele emirado.

A mensagem do presidente do Irão antes do ataque 

Pouco antes do ataque às bases americanas no Qatar, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian deixou na rede social X uma mensagem

"Nós não iniciamos a guerra nem a procurámos, mas não deixaremos a invasão do grande Irão sem resposta. Com todo o nosso ser, defenderemos a segurança da nossa amada nação e responderemos a qualquer ferida no corpo do Irão, recorrendo à fé, à sabedoria e à determinação. Povo! Deus cuida de nós.”

Irão confirma ataque como "resposta poderosa e bem-sucedida"

O Irão já confirmou que atacou as forças americanas estacionadas na Base Aérea de Al Udeid, no Qatar.

O anúncio foi feito na televisão estatal, onde o ato foi descrito como "uma resposta poderosa e bem-sucedida das forças armadas do Irão à agressão americana".

Ataque a bases americanas no Iraque não se confirmaram

A agência de notícias iraniana Tasnim anunciou que além do Qatar, o Irão lançou mísseis contra as bases americanas no Iraque, numa operação com mísseis denominada "Vitória Anunciada". No entanto, esta notícia acabou por não se verificar.

Espaço aéreo dos Emirados Árabes Unidos está fechado

Além do espaço aéreo do Qatar, também o espaço aéreo dos Emirados Árabes Unidos está fechado, de acordo com o site Flightradar24.

Entretanto, as autoridades do Barhein recomendaram à população que permaneça em locais seguros.

Irão diz ter usado o mesmo número de bombas que os EUA usaram nas instalações nucleares iranianas

O Irão anunciou em comunicado que suas forças armadas usaram o mesmo número de bombas que os EUA usaram no ataque às instalações nucleares iranianas.

Na mesma nota dizem, que a base dos EUA alvo do ataque situa-se longe de instalações urbanas e áreas residenciais do Qatar, garantindo assim que esta ação não representa uma ameaça ao vizinho Qatar, que disse ser um estado "amigo e fraternal"..

Qatar reserva-se ao direito de responder ao Irão

O Qatar já veio dizer que se reserva o direito de responder ao Irão de acordo com o direito internacional, depois de ter sido atacada a base militar americana de Al Udeid, em Doha.

As autoridades do Qatar dizem ainda que não há relato de estragos no ataque iraniano à base norte-americana, pois todos os mísseis foram intercetados.

"Temos certeza de que as defesas aéreas do Qatar frustraram o ataque e intercetaram com sucesso os mísseis iranianos", disse o Ministério da Defesa do Qatar, acrescentando "o incidente não causou mortos ou feridos.

Ali Khamenei avisa que não aceitará uma agressão sob nenhuma circunstância 

O líder supremo do Irão escreveu uma publicação na rede social X, segundo a qual garante que o Irão não prejudicou ninguém e não aceitará agressão "de ninguém, sob nenhuma circunstância".

O ayatollah Ali Khamenei acrescenta ainda que o Irão não se submeterá à agressão de ninguém, e que essa é a "lógica" da nação iraniana.

Irão vai questionar Governo português sobre utilização dos EUA da base das Lajes

O Irão vai pedir esclarecimentos ao Governo português sobre o facto de 12 aviões de reabastecimento norte-americanos terem tido autorização para utilizar a base das Lajes, nos Açores, antes de os EUA terem bombardeado as instalações nucleares iranianas.

A revelação foi feita pelo embaixador iraniano em Lisboa, Majid Tafreshi, numa entrevista à Rádio Renascença, na qual defende que o bombardeamento norte-americano foi ilegal e atingiu "instalações nucleares pacíficas", razão pela qual vai questionar o Governo de Luís Montenegro sobre a "neutralidade" portuguesa.

"Com base nas responsabilidades dos Estados, quando se participa numa agressão, é-se responsável pelo resultado dessa agressão. Assim, sugiro vivamente que ninguém alegue ou faça parte da agressão. Caso contrário, com base na responsabilidade do Estado, todos e cada um devem ser responsabilizados pelo que fizeram. Abastecimento ou não abastecimento, não sei", frisou Tafreshi.

Trump diz que resposta do Irão foi "muito fraca" e agradece por terem avisado do ataque

Trump voltou a fazer uma publicação na rede social Truth Social para dizer que a resposta do Irão contra a base norte-americana no Qatar foi "muito fraca" e ainda agradeceu por os iranianos terem "avisado com antecedência".

"O Irão respondeu oficialmente à destruição das suas instalações nucleares com uma resposta muito fraca, que já esperávamos, e a qual combatemos de forma muito eficaz", escreveu o presidente dos EUA, acrescentando que foram disparados 14 mísseis, 13 dos quais foram "derrubados" e o outro foi direcionado para um local onde não representou ameaça.

Trump acrescentou ainda que nenhum americano ou catarianos ficou ferido e "quase nenhum dano foi causado".

"O mais importante é que eles tiraram tudo do sistema e, com sorte, não haverá mais ódio. Quero agradecer ao Irã por nos avisar com antecedência", disse, fazendo votos de que "o Irão possa agora prosseguir rumo à Paz e Harmonia na Região", deixando uma certeza: "Eu encorajarei Israel entusiasticamente a fazer o mesmo."

Marcelo: "Não havia nada na notificação que apontasse para um ataque" dos EUA ao Irão

Marcelo Rebelo de Sousa explicou hoje, em Luanda, a propósito do pedido de explicações do Irão a Portugal face à utilização da Base das Lajes por parte dos EUA, que em momento algum foi informado do ataque norte-americano às instalações nucleares iranianas.

"A posição do Presidente da República é muito simples, está em sintonia com o Governo, não há uma política externa do presidente e outra do Governo," começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que o pedido "formulado pelos Estados Unidos para a permanência na base, no quadro do acordo dos anos de 1990, para aeronaves abastecedoras, para abastecer a frota americana no Atlântico, quer naval, quer aérea".

"É uma situação normal, conhecida e foi notificada ao Governo, que deu conhecimento ao presidente. Não havia nada na notificação que apontasse para um ataque", assegurou.

Marcelo frisou que Portugal mantém uma posição de “contenção” e aposta na “via diplomática” face à escalada entre Israel e Irão. "Estamos na linha da posição do secretário-geral das Nações Unidas, de vários dirigentes europeus, nomeadamente o presidente do Conselho Europeu: primeiro, preocupação com a gravidade da situação; segundo, apelo à contenção de todos os intervenientes; terceiro, que seja reaberta a via diplomática," resumiu.

O Presidente da República explicou que foi informado pelo Executivo sobre o pedido dos EUA para estacionar aeronaves de reabastecimento na base dos Açores, mas garantiu que não houve qualquer indicação de uso ofensivo.

Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países"
Estados Unidos solicitaram autorização na passada quarta-feira para uso da Base das Lajes

Mais uma mensagem de Trump: "Parabéns mundo, é tempo para a paz!" ​​

Donald Trump fez mais uma publicação na rede social Truth Social na qual agradeceu ao emir do Qatar "por tudo o que fez na procura da paz para a região" para depois disparar: "Parabéns mundo, é tempo para a paz!"

Alto responsável do Irão nega ter recebido proposta de cessar-fogo

Ainda antes da publicação de Donald Trump na rede social Truth Social, um alto responsável iraniano disse à CNN que o Irão não tinha recebido qualquer proposta de cessar-fogo e, além do mais, não via qualquer razão para que tal acontecesse.

Este responsável garantiu que o Irão iria continuar a lutar até alcançar uma paz duradoura.

“Neste exato momento, o inimigo está a cometer uma agressão contra o Irão, e o Irão está prestes a intensificar seus ataques retaliatórios, sem dar ouvidos às mentiras de seus inimigos”, disse a mesma fonte.

Irão emite alerta de evacuação de Telavive

O Irão, através da agência de notícias Mehr, alertou entretanto a população dos subúrbios de Ramat Gan, em Telavive, para que evacuem a zona.

“O Irão alerta os colonos israelitas para evacuarem urgentemente a região de Ramat Gan”, refere aquela agência..

Este alerta surgiu logo após o exército israelita ter emitido um alerta de evacuação para um distrito de Teerão.

Diário de Notícias
www.dn.pt