O Parlamento iraniano recomendou o fecho do Estreito de Ormuz, na sequência do envolvimento militar dos Estados Unidos no ataque às instalações nucleares do país, mas a decisão final será do líder supremo da república islâmica, o ayatollah Ali Khamenei. Qual é a importância estratégica desta decisão? É que, pelo Estreito de Ormuz passa cerca de 20% do petróleo mundial, além de uma parte significativa do gás natural.Significa isto que, o eventual encerramento do Estreito, um pedaço de oceano entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico, cuja largura varia entre um mínimo de 54 quilómetros e um máximo de 100 quilómetros, teria graves implicações ao nível do comércio mundial e em termos energéticos, já que há vários países europeus que dependem fortemente do petróleo e do gás natural que por ali passa.A navegação comercial no Estreito é monitorizada pelo EUA, através da Quinta Frota, estacionada no Bahrein. O seu encerramento prejudicaria outros países da região, designadamente a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Iraque e o Kuwait, que por aí fazem passar, também, o seu petróleo. .Donald Trump anuncia "cessar-fogo completo e total" entre Israel e o Irão. "Parabéns aos dois países".São 20 milhões de barris de crude que, a cada dia, por ali passam e que se destinam aos EUA, à Europa, mas também à China, Índia e Japão. E a China é um dos países que não quer ver o Estreito fechado e que tem forte poder sobre o tema, na medida em que compra cerca de 90% do petróleo iraniano. Além disso, o Qatar, o maior exportador mundial de gás natural, envia quase tudo o produz por ali.Factos que ajudam a explicar porque é que, por várias vezes, o Irão recorreu já à ameaça de encerramento do Estreito, mas nunca a executou. Mas se o fizer agora, as consequências far-se-iam sentir sobretudo através do disparar do preço do crude, com repercussões transversais a tudo o resto na economia mundial, por via do agravamento dos custos logísticos e de transporte e, por consequência, aos produtos transportados.As cotações internacionais do petróleo dispararam logo a 13 de junho, quando Israel atacou o Irão, e, desde então, têm vindo a escalar à medida que as tensões no Médio Oriente se agravam. Comparativamente ao início de junho, os preços do crude estão 20% acima. Com esta intervenção americana na destruição de três instalações nucleares iranianas, os especialistas espera, agora, que as cotações abram em alta, amanhã, quando as bolsas abrirem. Na sexta-feira, o barril de Brent, que serve de referência ao mercado europeu, fechou a cotar 77,2 dólares (cerca de 67 euros), mas há analistas a admitirem que possa escalar rapidamente para os 100 dólares (87 euros) se o Irão responder aos ataques.Portugal não importou, nos últimos anos, nem petróleo nem gás natural proveniente do Estreito de Ormuz, mas está sempre exposto ao escalar das cotações internacionais. .EUA enviam carta secreta a iranianos a propósito do estreito de Ormuz.14 bombas fura 'bunker', 7 bombardeiros furtivos e dezenas de mísseis. O que os EUA usaram no ataque ao Irão