O Governo francês vai responder com extrema firmeza se Israel tomar medidas de retaliação, como o encerramento da sua embaixada, devido ao reconhecimento do Estado Palestiniano, declarou esta segunda-feira, 22 de setembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot.“Se tais medidas forem tomadas, responderemos com extrema firmeza. Espero que não chegue a esse ponto (…). Não é de forma alguma do interesse deles [israelitas]”, declarou Barrot à rádio TF1.O reconhecimento do Estado Palestiniano pela França será confirmado com um discurso esta tarde do presidente francês, Emmanuel Macron, em Nova Iorque, por ocasião da abertura da Assembleia-Geral da ONU.O ministro dos Negócios Estrangeiros francês afirmou que a iniciativa de reconhecer o Estado Palestiniano "serve à segurança de Israel"."A sua implementação será gradual e condicionada pelos acontecimentos no terreno, incluindo a libertação dos reféns", esclareceu Barrot.A França declarou que para o reconhecimento da Palestina, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), tal como prometido, tem de realizar uma reforma profunda na sua governação e o Hamas deve ser desarmado, o que implicaria o fim do seu controlo sobre a Faixa de Gaza. Para tal, espera-se também a assistência de países árabes aliados.“A nossa análise, a nossa profunda convicção, é que o Estado Palestiniano significa o fim do Hamas e a segurança de Israel", referiu o chefe da diplomacia francesa.Barrot justificou a sua recusa em utilizar o termo genocídio para descrever o que se passa em Gaza com a ofensiva militar israelita, defendendo que esta questão deve ser decidida "pelas jurisdições internacionais, pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e pelo Tribunal Penal Internacional" (TPI).No entanto, observou que o relatório da ONU que utiliza o termo genocídio realça a gravidade da situação e é um apelo para que "cesse" o sofrimento do povo palestiniano, pois "Gaza tornou-se um lugar de morte".As bandeiras palestinianas e israelitas foram projetadas na Torre Eiffel, na noite passada, acompanhadas por uma pomba que transportava um ramo de oliveira, símbolo da paz, no bico..Reino Unido adverte Israel sobre possíveis retaliações ao reconhecimento do Estado da Palestina.Já a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Yvette Cooper, alertou, também esta segunda-feira, o governo israelita contra qualquer retaliação ao reconhecimento do Estado da Palestina pelo Reino Unido, nomeadamente a anexação de mais território na Cisjordânia.“Deixei claro ao secretário de Estado israelita que eles não deveriam fazer isso, e também deixei claro que a decisão que tomamos é a melhor maneira de respeitar a segurança de Israel e dos palestinianos”, disse Yvette Cooper, em declarações à emissora pública BBC.Cooper está em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde participará na conferência internacional sobre a solução de dois Estados, promovida pela França e pela Arábia Saudita.“Trata-se de proteger a paz, a justiça e, fundamentalmente, a segurança do Oriente Médio. Continuaremos a trabalhar com todos na região para alcançar isso. O mais fácil seria recuar e dizer: ‘Bem, é muito difícil’. Mas achamos que isso está errado, depois de termos visto tanta devastação, tanto sofrimento”, disse a governante.Cooper não especificou quando espera que o Consulado do Reino Unido em Jerusalém se torne uma embaixada, indicando que permanecerá como tal até que um processo diplomático seja estabelecido com a Autoridade Palestiniana.No domingo, o Reino Unido reconheceu oficialmente o Estado da Palestina. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, momentos depois de a Austrália e o Canadá comunicarem a mesma decisão.“Hoje, para reavivar a esperança de paz e de uma solução de dois Estados, declaro claramente, como primeiro-ministro deste grande país, que o Reino Unido reconhece oficialmente o Estado da Palestina”, anunciou Keir Starmer, numa declaração através de vídeo publicada nas redes sociais.“Perante o crescente horror no Médio Oriente, agimos para manter viva a possibilidade da paz e de uma solução de dois Estados. Isto significa um Israel seguro e protegido ao lado de um Estado palestiniano viável”, afirmou o chefe do Governo britânico.Starmer avisou que, “com as ações do Hamas, o Governo israelita a intensificar o conflito e a construção de colonatos a ser acelerada na Cisjordânia, a esperança de uma solução de dois Estados está a desaparecer”.Mas deixou um apelo: “Não podemos deixar essa luz se apagar”.O primeiro-ministro negou que esta decisão seja “uma recompensa” para o movimento islamita palestiniano Hamas, respondendo a críticas do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e da líder do Partido Conservador, principal partido da oposição britânica.“O Hamas é uma organização terrorista brutal. O nosso apelo por uma solução genuína de dois Estados é exatamente o oposto da sua visão odiosa”, defendeu, sublinhando que o Hamas “não pode ter futuro”, nem qualquer “papel no governo ou na segurança” de um futuro Estado da Palestina.O chefe do executivo britânico anunciou que Londres irá “sancionar outras figuras do Hamas nas próximas semanas”.."Hoje, oficialmente, Portugal reconhece o Estado palestiniano". Paulo Rangel fala em "em via para paz justa"."Gaza pertence ao povo palestiniano e é parte inalienável do seu território”, diz China que defende a solução de dois Estados .Para o governo chinês, Gaza "pertence ao povo palestiniano e é parte inalienável do seu território". Em conferência de imprensa, o porta-voz da diplomacia chinesa, Guo Jiakun, disse que "é urgente promover um cessar-fogo integral em Gaza". Apelou aos países com maior influência sobre Israel que "assumam com seriedade as suas responsabilidades e garantam a verdadeira implementação do princípio de que os palestinianos governem a Palestina"."Devemos defender firmemente a solução de dois Estados, fomentar um maior consenso internacional e rejeitar qualquer ação unilateral que fragilize os seus alicerces", considerou o responsável.Disse ainda que a China "está disposta a apoiar firmemente a justa causa do povo palestiniano para restabelecer os seus legítimos direitos nacionais e realizar esforços incansáveis por uma solução pronta, integral, justa e duradoura para a questão palestiniana".Referindo-se ao reconhecimento do Estado da Palestina por vários países, o porta-voz da diplomacia chinesa declarou que "a rápida finalização do conflito e o estabelecimento de uma paz duradoura são aspirações partilhadas pelos povos da Palestina, de Israel e do Médio Oriente, e também uma prioridade absoluta para a comunidade internacional".."Estado português reconhece oficialmente o Estado da Palestina”.No domingo, numa declaração na missão portuguesa junto às Nações Unidas, em Nova Iorque, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, anunciou que Portugal reconheceu formalmente o Estado da Palestina.Paulo Rangel, que deixou um forte apelo ao cessar-fogo, à libertação dos reféns e ao restabelecimento da ajuda humanitária em Gaza.“Hoje, dia 21 de setembro de 2025, o Estado português reconhece oficialmente o Estado da Palestina”, anunciou o chefe da diplomacia portuguesa.A Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e Implementação da Solução de Dois Estados, copresidida pela França e Arábia Saudita, decorre esta segunda-feira em Nova Iorque, na qual vários países reconhecerão o Estado palestiniano.Além de Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália - que já anunciaram o reconhecimento do Estado palestiniano no domingo -, Andorra, Bélgica, França, Luxemburgo, Malta e São Marino vão reconhecer o Estado palestiniano durante a conferência, segundo anunciou o Palácio do Eliseu.."Isso não vai acontecer". A reação de Netanyahu no dia em que Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal reconhecem Estado da Palestina