Pelo menos 18 pessoas, incluindo quatro crianças, foram mortas na madrugada desta quinta-feira, 28 de agosto, em Kiev, na sequência de ataques russos com mísseis e drones, de acordo com as autoridades locais. "Mais um ataque massivo contra as nossas cidades e comunidades. Assassinatos novamente", condenou o presidente ucraniano, dando conta de dezenas de feridos. "É crucial que o mundo responda com firmeza", defendeu Volodymyr Zelensky. Entre as vítimas mortais da ofensiva russa estão menores de 2, 14 e 17 anos, afirmou Tymur Tkachenko, chefe da administração municipal de Kiev.Foram vários os edifícios atingidos na capital ucraniana, entre os quais o da delegação da União Europeia (UE), conforme denunciou o presidente do Conselho Europeu, António Costa.O antigo primeiro-ministro português condenou a ação “deliberada” da Rússia numa “noite de ataques mortíferos” com mísseis russos a serem lançados contra civis e pessoal da delegação da UE."Horrorizado com mais uma noite de ataques mortíferos com mísseis russos na Ucrânia", escreveu Costa nas redes sociais. O responsável máximo do Conselho Europeu garantiu: "A UE não se deixará intimidar. A agressão da Rússia só fortalece a nossa determinação em apoiar a Ucrânia e o seu povo"..A presidente da Comissão Europeia afirmou que os funcionários da delegação da UE em Kiev estão “em segurança” apesar dos “bombardeamentos implacáveis da Rússia” que atingiram o edifício da equipa comunitária em Kiev.“Mais uma noite de bombardeamentos implacáveis da Rússia. [O ataque] atingiu infraestruturas civis e matou inocentes. Também atingiu a nossa delegação da UE em Kiev, [mas] o pessoal da nossa delegação está em segurança”, escreveu a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.“A Rússia deve cessar imediatamente os seus ataques indiscriminados contra infraestruturas civis e participar nas negociações para uma paz justa e duradoura”, apelou ainda..Von der Leyen. Ativos russos congelados vão ser usados para a defesa e reconstrução da Ucrânia.Mais tarde, Von der Leyen afirmou, de viva voz, estar "indignada" com o ataque russo, que atingiu a delegação da UE, acrescentando estar "aliviada" por nenhum dos funcionários ter ficado ferido."Este foi o ataque com drones e mísseis mais mortífero à capital desde julho", destacou, dando mais detalhes sobre o que aconteceu durante a madrugada junto à representação da UE. "O ataque da noite passada ocorreu nas imediações da missão diplomática, a representação da nossa união, com dois mísseis a atingirem a delegação a uma distância de 50 metros em 20 segundos", disse.De acordo com Ursula von der Leyen, este ataque "mostra que o Kremlin não poupará esforços para aterrorizar a Ucrânia, matando cegamente civis, homens, mulheres e crianças, e até mesmo visando a União Europeia." Nesse sentido, a UE quer manter a "máxima pressão sobre a Rússia", disse a líder da Comissão Europeia, que prometeu apresentar, "em breve", o "19º pacote de sanções severas e contundentes" do executivo comunitário.Mas há mais. "Em paralelo, estamos a avançar no trabalho sobre os ativos russos congelados para contribuir para a defesa e reconstrução da Ucrânia. E, claro, estamos a garantir um apoio forte e inabalável à Ucrânia, nossa vizinha, parceira, amiga e futuro membro”, concluiu..Edifício do British Council também foi atingido. Londres convoca embaixador russo .Entre os edifícios atingidos em Kiev, está também o do British Council, que ficou "severamente danificado". A instituição fez saber que vai estar "encerrada até novas ordens". "Embora possa haver alguns atrasos nas nossas respostas, o nosso trabalho com os nossos parceiros ucranianos na educação e na cultura continua", assegurou o British Council, nas redes sociais, onde divulgou uma imagem que mostra os danos que resultaram do ataque russo a larga escala.Segundo a Sky News, um segurança do British Council ficou ferido e teve de ser hospitalizado. . Após a ofensiva de Moscovo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico convocou o embaixador russo no Reino Unido e o primeiro-ministro condenou os últimos acontecimentos. "Os meus pensamentos estão com todos os afetados pelos ataques russos sem sentido em Kiev, que danificaram o edifício do British Council", disse o primeiro-ministro britânico."Putin está a matar crianças e civis e a sabotar as esperanças de paz. Este derramamento de sangue tem de acabar", afirmou Keir Starmer..Nas redes sociais, a presidente do Parlamento Europeu condenou os ataques russos, referindo que "a equipa da delegação da União Europeia é a voz da UE no terreno na Ucrânia". "Na noite passada, os seus escritórios foram alvo de outro ataque russo indiscriminado durante esta agressão sem sentido", lamentou Roberta Metsola."Os meus pensamentos estão com toda a nossa equipa em Kiev e com o corajoso povo da Ucrânia que merece viver em paz", afirmou. ."A delegação da União Europeia (UE) foi severamente danificada pela onda de choque [provocada pelos bombardeamentos russos]. Esta é a verdadeira resposta de Moscovo aos esforços de paz", escreveu, também na rede social X, a embaixadora da UE na Ucrânia, Katarina Mathernova, embaixadora da UE na Ucrânia.. Para Zelensky, "estes mísseis e drones" russos são uma "resposta clara a todos no mundo que, há semanas e meses, têm vindo a apelar a um cessar-fogo e a uma diplomacia genuína". "A Rússia escolhe a balística em vez da mesa das negociações. Opta por continuar a matar em vez de acabar com a guerra. E isso significa que a Rússia ainda não teme as consequências. A Rússia ainda se aproveita do facto de pelo menos parte do mundo fechar os olhos ao assassinato de crianças e procurar desculpas para Putin", considerou o presidente ucraniano nas redes sociais, onde partilhou um vídeo que mostra o rasto de destruição causado pela ofensiva russa..Zelensky espera uma resposta do mundo e apela a "novas" e "duras" sanções contra a Rússia.Perante este ataque massivo contra a capital ucraniana, Zelensky espera "uma reação" de Pequim e de Budapeste "ao que está a acontecer". "A China tem apelado repetidamente à não expansão da guerra e a um cessar-fogo. No entanto, isso não está a acontecer por causa da Rússia. Esperamos uma reação da Hungria. A morte de crianças deve, sem dúvida, despertar emoções muito maiores do que qualquer outra coisa", afirmou. "Esperamos uma resposta de todos no mundo que clamaram pela paz, mas agora, com mais frequência, permanecem em silêncio em vez de assumirem posições de princípio", referiu.O presidente ucraniano voltou a apelar a "novas e duras sanções contra a Rússia por tudo o que está a fazer". "Todos os prazos já foram quebrados, dezenas de oportunidades de diplomacia arruinadas. A Rússia deve sentir-se responsável por cada ataque, por cada dia desta guerra", enfatizou Zelensky..Portugal condena ataque "inqualificável". "É urgente que a Rússia pare a agressão", diz Montenegro.O Governo português condenou fortemente o ataque massivo russo considerando-o “inqualificável”.Numa nota na rede social Facebook, o Ministério dos Negócios Estrangeiros condena o ataque que atingiu mais de 100 edifícios, incluindo a delegação da União Europeia (UE), em Kiev.“Estamos ao lado da Ucrânia. A agressão russa que mina os esforços de paz e agora visa instalações diplomáticas é intolerável”, afirma o Ministério dos Negócios Estrangeiros..O primeiro-ministro aproveitou as redes sociais para lamentar o "chocante e intolerável ataque russo à Ucrânia", manifestando "toda a solidariedade ao povo ucraniano e ao presidente Zelensky."Provocou dezenas de vítimas civis, mortos e feridos, espalhou destruição e intoleravelmente atingiu a delegação da UE. É urgente que a Rússia pare a agressão e respeite a integridade da Ucrânia", rematou. ."Noite terrível", diz autarca de Kiev.Pelo menos 20 locais em sete distritos de Kiev foram afetados. Quase 100 edifícios foram danificados, incluindo um centro comercial no centro da cidade, e milhares de janelas foram estilhaçadas.Os ataques russos atingiram a parte central de Kiev, uma das poucas vezes em que os ataques russos atingiram o coração da capital ucraniana desde o início da invasão em larga escala em fevereiro de 2022.As equipas de emergência continuam a procurar sobreviventes. Pelo menos 10 pessoas foram dadas como desaparecidas, de acordo com os serviços de emergências da Ucrânia.A operadora ferroviária ucraniana, Ukrzaliznytsia, registou danos nas infraestruturas nas regiões de Vinnytsia e Kiev, causando atrasos e obrigando os comboios a utilizar rotas alternativas.De acordo com o presidente da Câmara de Kiev, Vitaliy Klitschko, "instituições educacionais" e uma "infraestrutura de transporte" foram danificados."No centro da cidade, um centro comercial foi atingido. Prédios residenciais próximos [do local] foram danificados", informou."Uma noite terrível para Kiev", lamentou Klitschko, que durante a madrugada apelou à população para se manter nos abrigos. .Bruxelas convoca diplomata russo para exigir explicações.A União Europeia (UE) convocou esta quinta-feira o enviado especial da Rússia para o bloco comunitário para exigir explicações sobre o bombardeamento em Kiev, durante a madrugada, que atingiu as instalações da missão europeia no país.“Uma missão diplomática jamais deve ser um alvo. Em resposta [ao bombardeamento] chamámos o enviado russo para Bruxelas”, escreveu a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, nas redes sociais..Rússia afirma ter visado apenas alvos militares após ataques em Kiev.A Rússia afirmou que apenas atingiu alvos militares na Ucrânia nos ataques da madrugada desta quinta-feira, depois de as autoridades ucranianas terem denunciado a morte de 14 pessoas em bombardeamentos contra zonas residenciais de Kiev.O Ministério da Defesa russo disse ter atacado “empresas do complexo militar-industrial e bases aéreas militares ucranianas”, e que todos os objetivos foram atingidos, de acordo com um comunicado citado pela AFP.A Rússia continua a afirmar que apenas visa instalações militares na Ucrânia, apesar de várias cidades do país terem sido atingidas, incluindo o centro de Kiev.No comunicado divulgado em Moscovo, o Ministério da Defesa disse que foram usadas “armas de alta precisão lançadas do ar de longo alcance, incluindo mísseis balísticos hipersónicos Kinzhal”, noticiou a agência russa Ria Novosti..Kremlin diz que mantém-se interessado em negociações mas continuará com ataques. A Rússia rejeitou, entretanto, as críticas da União Europeia sobre o empenho em negociações, afirmando estar interessada em procurar a paz, mas assegurou que continuará a atacar a Ucrânia até alcançar os seus objetivos.“As forças armadas russas estão a cumprir a missão. Continuam a atacar alvos militares e paramilitares”, disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, após críticas da UE aos bombardeamentos que atingiram Kiev.“Ao mesmo tempo, a Rússia continua interessada em prosseguir o processo de negociação, a fim de alcançar os objetivos que foram fixados por meios políticos e diplomáticos”, afirmou, citado pelas agências de notícias France-Presse (AFP) e espanhola EFE..Moscovo lança contra a Ucrânia 31 mísseis balísticos e de cruzeiro e quase 600 drones.Segundo a Força Aérea ucraniana, a Rússia disparou 598 drones e 31 mísseis balísticos e de cruzeiro contra a Ucrânia.De acordo com dados preliminares, 563 drones de combate e ‘drones’ de distração, assim como 26 mísseis, foram abatidos ou bloqueados, ainda de acordo com a Força Aérea ucraniana.Este é o primeiro grande ataque combinado de drones e mísseis russos a atingir Kiev desde que os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, respetivamente, estiveram reunidos, no início do mês, no Alasca, para discutir o fim da guerra na Ucrânia.Embora a iniciativa diplomática para terminar a guerra tenha ganhado força logo após a reunião, surgiram poucos detalhes sobre os próximos passos.Esta semana, Trump irritou-se com o atraso de Putin sobre uma proposta norte-americana de negociações de paz diretas com Zelensky e na sexta-feira disse que espera decidir os próximos passos dentro de duas semanas, caso não sejam agendadas negociações diretas.Em atualização .Ataque deixou mais de 100 mil casas sem luz, diz Zelensky. "Russos ignoram apelos mundiais" .Ucrânia reconhece tentativa de invasão russa em mais uma região