Reações ao ataque a Kiev. Starmer diz que "Putin está a matar crianças" e Macron fala em “terror e barbárie”
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Reações ao ataque a Kiev. Starmer diz que "Putin está a matar crianças" e Macron fala em “terror e barbárie”

Líderes europeus condenaram o ataque em larga escala contra a capital ucraniana e repetiram-se apelos para o fim da agressão russa. "Este banho de sangue tem de acabar”, vincou PM britânico.
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A União Europeia (UE) e governos europeus condenaram esta quinta-feira, 28 de agosto, com firmeza os bombardeamentos russos na Ucrânia, que causaram pelo menos 18 mortos, incluindo quatro crianças, e danificaram instalações diplomáticas, com Moscovo a reafirmar que só ataca alvos militares.

Apesar de esforços diplomáticos para encontrar uma solução para o conflito, incluindo dos Estados Unidos, a Rússia efetuou nas últimas horas um dos maiores bombardeamentos da guerra que iniciou em fevereiro de 2022.

Um balanço provisório dos bombardeamentos refere 18 mortos em Kiev, meia centena de feridos e um número por determinar de pessoas sob escombros de dezenas de edifícios residenciais.

As ondas de choque provocaram estragos significativos nas instalações da embaixada da União Europeia (UE) em Kiev e no escritório do British Council, um organismo cultural da rede externa britânica.

Tanto a UE como o Reino Unido chamaram os representantes diplomáticos da Rússia em Bruxelas e em Londres para exigir explicações.

“Convocámos o embaixador da Rússia. As mortes e destruições têm de parar”, disse o chefe da diplomacia britânico, David Lammy, ao anunciar a decisão.

Mais explícito, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou que o presidente Vladimir Putin “mata crianças e civis e sabota as esperanças de paz”. “Este banho de sangue tem de acabar”, acrescentou.

A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, afirmou que “uma missão diplomática jamais deve ser um alvo” e criticou Moscovo por responder com mísseis aos esforços de paz.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não escondeu a indignação e prometeu mais um pacote de sanções “para manter a pressão máxima sobre a Rússia”.

Informou que não havia vítimas na delegação europeia, reafirmou o apoio à adesão da Ucrânia à UE e apelou para que Moscovo parasse “imediatamente os ataques indiscriminados” e participasse em negociações de paz.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, manifestou-se “horrorizado com mais uma noite de ataques mortíferos” na Ucrânia, homenageou as vítimas avisou que a UE “não se deixará intimidar”.

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, também se manifestou chocado perante o “intolerável ataque russo à Ucrânia”, a cujo povo e líderes manifestou total solidariedade.

“É urgente que a Rússia pare a agressão e respeite a integridade da Ucrânia”, acrescentou.

O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou o “terror e a barbárie” da Rússia com “ataques insensatos e de grande crueldade”.

“629 mísseis e ‘drones’ numa noite sobre a Ucrânia: eis a vontade de paz da Rússia. Terror e barbárie”, escreveu nas redes sociais.

“Apoio total ao povo ucraniano, profunda compaixão por todas as famílias enlutadas”, acrescentou Macron.

Condenação também em Espanha, cujo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, disse que cada agressão russa na “guerra injusta” contra a Ucrânia é um “novo golpe contra a paz”.

“O ataque a uma missão diplomática é uma nova violação flagrante do direito internacional”, afirmou ainda, referindo-se à embaixada da UE.

Em Tallin, onde se encontrava na altura dos ataques, o chefe da diplomacia da Alemanha, Johann Wadephul, condenou Moscovo e disse que a atitude russa “não pode ficar sem consequências”.

“Não temos ilusões sobre o grau em que a Rússia tenta destruir e ameaça a nossa segurança”, declarou Waldephul numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo da Estónia, Margus Tsakhna.

Em Kiev, Zelensky alertou mais uma vez que “dezenas de oportunidades diplomáticas foram desperdiçadas” pela Rússia, que “opta por continuar a matar”.

“Esperamos uma resposta de todos aqueles que, no mundo, apelaram à paz, mas que agora, mais frequentemente, permanecem em silêncio em vez de assumirem posições de princípio”, acrescentou.

De Moscovo, chegou novamente a garantia de que as forças russas apenas atacam alvos militares e que a Rússia continua interessada em “alcançar os objetivos que foram fixados por meios políticos e diplomáticos”.

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