Extremistas confirmam participação no protesto do Chega contra veto do TC à Lei dos Estrangeiros

Na linha das manifestações do Chega contra imigrantes, a nova iniciativa convocada por André Ventura contra o veto do Tribunal Constitucional (TC) a cinco artigos da Lei dos Estrangeiros contará com a presença de participantes de movimentos extremistas que defendem deportações em massa. É o caso do grupo Reconquista, liderado por Afonso Gonçalves, que confirmou que estará no evento, marcado para a tarde do dia 24 de agosto, em Belém.

Em publicação no Telegram, Afonso Gonçalves convocou os simpatizantes da causa para "resgatarmos Portugal e o os Portuguezes". O grupo marcou um ponto de encontro perto do local da manifestação.

A relação da Reconquista com o Chega não é nova. Nas últimas eleições, integrantes realizaram campanha de forma ativa em apelo ao voto no partido de André Ventura. Há no movimento quem atribuia ao Reconquista o facto de deputados do Chega, como Rita Matias, já admitirem que são favoráveis à remigração, termo usado para deportações em massa de imigrantes.

Antes disso, elementos do Reconquista haviam admitido que o objetivo é influenciar o partido em causas como a da remigração. Como o DN mostrou em reportagem no mês de fevereiro, os integrantes do grupo celebram que o Chega já defenda abertamente o assunto.

1143 não vai participar como grupo

Já o grupo 1143, agora liderado por Gil Pantera, após a prisão de Mário Machado, não estará oficialmente como grupo na manifestação do Chega. Conforme explicação publicada em vídeo por Pantera, o grupo concorda com a causa, mas acreditam que não é o momento, por causa dos incêndios que Portugal enfrenta.

"Não faz qualquer tipo de sentido haver uma manifestação no dia 24. Essa manifestação é justa, faz esse sentido sim, mas não no dia 24 de agosto. A mim, o que fazia sentido era ver os governantes, os políticos, que ganham aos 6 ou 7 mil euros por mês, nos incêndios, a ajudar (...) Há pessoas a perderem a vida, há pessoas a ficarem sem casas. E isso é que os devia preocupar", declarou o líder do grupo.

Ao mesmo tempo, destacou que, a título individual, os membros podem participar. Nos chats do 1143, alguns membros discordaram da posição de Pantera e que o grupo deveria participar, assim como fez em outras manifestações do partido com o mesmo tema.

amanda.lima@dn.pt