A polícia de intervenção desceu as escadarias do Parlamento e dispersou rapidamente os poucos manifestantes que restavam ainda no largo de São Bento.Houve pelo menos uma detenção, com um manifestante que fez um movimento violento perante o qual os agentes reagiram. Aconteceram mais dois ou três momentos de tensão, mas a zona ficou deserta em poucos minutos cerca das 20h30. .Um pequeno incêndio junto às escadarias da Assembleia da República, ateado por alguns manifestantes de cara tapada e aparentemente controlado pela polícia de intervenção, reacendeu-se.Os Bombeiros Sapadores de Lisboa foram chamados ao local e apagaram o incêndio em poucos minutos..Um dos manifestantes responsáveis pelos incidentes dos últimos minutos saltou as barreiras e, tendo permanecido durante alguns minutos no fundo das escadas -- presumivelmente à espera de uma reação dos agentes policiais --, acabou por subir os degraus calmamente para ser detido.O manifestante fez inclusivamente questão de acenar à multidão cá em baixo antes de ser escoltado até a um carro da polícia.Entretanto, outros indivíduos (a maioria de cara tapada) continuam a arremessar garrafas -- e agora sacos de lixo -- às escadas do Parlamento..Alguns dos manifestantes est tarde concentrados frente à Assembleia da República, no fim da concentração da greve geral desta tarde, começaram a arremessar garrafas às escadarias do Palácio de São Bento. Outros - alguns de cara tapada - estão a provocar pequenos incêncios, pegando fogo a tarjas e cartazes.São momentos de maior tensão, entre cânticos e palavras de ordem das pessoas concentradas no largo frente ao Parlamento..A Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) indica em comunicado que “o grau de adesão à greve nas empresas filiadas foi pouco mais do que residual”, referindo que este balanço resulta da consulta a três centenas de empresas.Ou sejam, fizeram greve “menos de 2% do total dos trabalhadores ao serviço nas empresas em causa”, considerando por isso a greve “inexpressiva”.Citado no comunicado, Rafael Campos Pereira, vice-presidente da AIMMAP, refere mesmo que “não houve qualquer adesão à paralisação em mais de 95% das empresas do Metal Portugal". "Inclusivamente, pode sublinhar-se que o número de empresas sem adesões foi até superior ao habitual em greves anteriores", frisou..António José Seguro apelou ao Governo para que “devolva à concertação social o diálogo que tem de existir entre empresários e trabalhadores e o próprio Governo”.Em declarações à CNN Portugal, o candidato presidencial disse ser "um defensor da estabilidade política e da paz social" e nesse sentido lançou um apelo: "O Governo tem de ter mais bom senso e humildade para perceber que criou um problema. Meteu-se nesse problema e agora a melhor maneira de o resolver é retirar a sua proposta.”Seguro revelou ainda não se ter juntado à manifestação por ser "respeitador da independência do movimento sindical". "Não faço aproveitamentos políticos”, garantiu..André Ventura afirmou que "hoje não é um dia bom para o Governo", tendo em conta a greve geral, considerando que é resultado de ter "atentado contra os direitos de quem trabalha". "Se não percebe isso e acha que está tudo normal, não percebe o que se passa no país", sublinhou.O líder do Chega diz que Governo e associações sindicais "não perceberam o mal-estar dos trabalhadores". "Há paragens de serviços e estruturas. Defendemos conversas para saber o que podemos melhorar", referiu, acrescentando que o executivo de Luís Montenegro "não tem tratado bem a economia". Ventura assumiu ainda que a "greve não deve servir para uma batalha de politica, mas sim como último recurso" e acusou "juventudes partidárias e partidos" de se "orgulharem de impedir os outros de trabalhar". "A greve é um direito fundamental, mas devemos garantir direito quem quer trabalhar", frisou..António Leitão Amaro voltou a pronunciar-se sobre os números de adesão à greve geral e reforçou a ideia de que a “esmagadora maioria do país escolheu trabalhar".O ministro da Presidência falava no início do briefing do Conselho de Ministros, onde rebateu aquilo que as centrais sindicais têm apresentado como forte adesão à paralisação: "Não vale a pena empolar números ou tentar construir realidades alternativas.”Ainda assim, admitiu que a greve "faz mossa aos portugueses”, considerando que "mesmo que tenha uma adesão inexpressiva por força de concentração de efeito em alguns setores, tem impacto na vida das pessoa”.“A minoria protesta, uma maioria trabalha, mas um número expressivo é perturbado”, sublinhou, assegurando que a “minoria tem direito a protestar, a fazer greve”, pelo que “é totalmente legítimo, merece ser respeitado, escutado e todos os governos devem ter esse diálogo social”.Questionado sobre a possibilidade de haver uma segunda greve geral, avançada pelo secretário-geral da UGT, o ministro disse que “o Governo pondera o diálogo, o trabalho e o país andar”. Nesse sentido, sublinhou a vontade para a “abertura franca do Governo para o diálogo"..A UGT considera que a greve geral desta quinta-feira deixa um sinal claro ao Governo e exige que o Executivo “respeite o que a sociedade está a dizer”, apelando à abertura imediata de negociações. Mário Mourão, secretário-geral da central sindical, afirmou que “o Governo pode torcer os números, mas não pode torcer a realidade”, sublinhando que “quem trabalha em Portugal não quer este anteprojeto e não pode ser desrespeitado”. Para o dirigente, a paralisação nacional marca um ponto de viragem: “Esta greve é o começo de uma negociação ou de uma luta. Esperamos que o Governo saiba interpretar o resultado e esteja disponível para se sentar à mesa e abrir o diálogo.” Mourão garante que a UGT sai desta jornada “reforçada”, classificando a adesão como “uma resposta inequívoca” e “uma das maiores de sempre”, e insiste que “compete ao Governo saber interpretar os sinais” deixados pelos trabalhadores. .Milhares de manifestantes já chegaram à Assembleia da República onde protestam contra o pacote laboral apresentado pelo Governo de Luís Montenegro. "O povo não quis o pacote do Luís" é um dos slogans escolhidos..Catarina Martins é outra candidata presidencial que marca presença na manifestação em Lisboa, contra o pacote laboral proposto pelo Governo. Em declarações à SIC Notícias, a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda considera que o governo está "descolado da realidade" ao falar em adesão baixa à greve."Quem faz greve está numa luta muito solidária, pelos seus direitos e também pela economia", defendeu, garantindo que "o Governo tem de recuar", lembrando que "em Portugal trabalha-se mais do que na media europeia e os salários são muito baixos".Sobre a eventualidade de dever manter uma posição imparcial por ser candidata à Presidência da República, Catarina Martins foi taxativa: "Por estar contra estas medidas é que sou a pessoa ideal para ser Presidente da República. Mário Soares esteve solidário com uma greve geral... é algo que já aconteceu em Portugal.".Jorge Pinto, candidato às Presidenciais 2026 com o apoio do Livre, também marca presença na manifestação em Lisboa e disse ser "ofensivo" aquilo que o ministro Leitão Amaro disse sobre a alegada falta de adesão à greve geral. "Este governo está insistentemente a não ouvir os trabalhadores e os seus representantes", argumentou defendendo que "os interesses dos portugueses têm de ser mais ouvidos". O candidato considera que o Presidente da República tem o dever de "ouvir os trabalhadores quando se eles não estão a ser ouvidos". Nesse sentido, diz que o chefe de Estado "tem de ser presente" e tem de marcar presente nestas manifestações que "não são contra o Governo, mas sim por direitos, pela dignidade e por condições de trabalho". .António Filipe, candidato à Presidência da República, considerou que o ministro Leitão Amaro "está em estado de negação" quando afirma que a esmagadora maioria do país está a trabalhar. "Não tem noção do pais em que está. Tive oportunidade de visitar piquetes de greve e verifiquei que há uma imensa adesão dos trabalhadores", afirmou o candidato apoiado pelo PCP em declarações à SIC Notícias, sublinhando que, tendo em conta a adesão, "o único caminho do governo é retirar esta proposta de pacote laboral", pois considera que "os trabalhadores têm de ser respeitados.António Filipe participa na manifestação em Lisboa e quando questionado sobre se o Presidente da República não devia ter um dever de imparcialidade nestas questões que opõem os trabalhadores ao governo, discordou por considerar que o chefe de Estado "deve estar com as pessoas que trabalham". "Faço questão de ser visto como o candidato dos trabalhadores e quero manifestar a minha solidariedade com eles. O dever da imparcialidade é fazer cumprir a Constituição tal como ela é, o que não é possível a atacar os direitos dos trabalhadores", acrescentou, garantindo que o Presidente da República "tem de ter uma voz própria"..A CIP – Confederação Empresarial de Portugal garantiu que não há empresas paradas esta quinta-feira devido à greve geral. “A economia real está a funcionar em todo o país”, afirma Armindo Monteiro, presidente da CIP, citado em comunicado. “A maioria das poucas faltas registadas pelas empresas contactadas devem-se mais a dificuldades causadas pelos transportes públicos, ou pelo encerramento da escola dos filhos, do que por trabalhadores que tenham aderido à greve”, acrescenta.De acordo com o comunicado, a CIP realizou uma ronda junto de empresas e associações dos diversos setores de atividade económica, tendo concluindo que a falta de pessoas ao trabalho oscila na maior parte das empresas entre os 2% e os 3%, atingindo os 5% em casos pontuais. Para Armindo Monteiro, há “uma divergência entre a imagem transmitida pelo universo mediático, que praticamente só fala de adesões à greve no setor público, e a realidade vivida em todas as regiões do país”.“O balanço do dia de hoje é, em todo a máquina económica e empresarial do país, de normalidade”, afirma Armindo Monteiro. “Uma normalidade quase total em quase todas as empresas, a qual praticamente só é perturbada pela ausência de transportes e pelo encerramento de serviços públicos”..“O país está a trabalhar e há uma parte do país que está a exercer o seu legítimo direito à greve” geral, afirmou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, em reação à paralisação convocada pela CGTP e UGT contra a reforma da legislação laboral. De acordo com o chefe do Governo, "a parte que está a exercer o seu legítimo direito à greve é a parte minoritária". "A parte largamente maioritária está a trabalhar. E nós estamos também a trabalhar”, afirmou Luís Montenegro aos jornalistas.Já antes, o ministro da Presidência falou numa "adesão inexpressiva" à greve desta quinta-feira, 11 de dezembro. Leitão Amaro afirmou que a "esmagadora maioria dos trabalhadores do país está a trabalhar". .Contra a reforma das leis laborais proposta pelo Governo, são muitos os que decidiram sair à rua, em Lisboa, em dia de greve geral, que está a afetar vários serviços, desde os transportes à educação, passando também pela saúde. De referir que esta é a primeira greve geral a juntar as duas centrais sindicais desde 2013, quando Portugal estava sob intervenção da troika.Ouvem-se nas ruas de Lisboa palavras de ordem contra o Executivo de Luís Montenegro, mais concretamente contra o anteprojeto da reforma da legislação laboral. .O secretário-geral do PCP refere que a "grande e expressiva dimensão" da greve geral traduz "uma poderosa expressão de rejeição" do pacote laboral "apresentado pelo Governo PSD/CDS e apoiado pelo Chega e pela IL". A greve geral "expressa a força e a unidade dos trabalhadores, que fizeram ouvir o seu protesto, indignação e confronto com o modelo de exploração e de injustiça a que são sujeitos, de baixos salários, de precariedade, de desregulação dos horários, de condições e ritmos de trabalho insuportáveis, de atropelo aos seus direitos", argumenta Paulo Raimundo, numa declaração sobre a paralisação convocada pela CGTP e UGT contra a reforma da legislação laboral proposta pelo Executivo de Luís Montenegro.Para o secretário-geral do PCP, a greve geral "é uma histórica jornada de exigência de justiça, dignidade, respeito, melhores salários e direitos", denunciando o uso de "todo um arsenal de expedientes de pressão, chantagem, incluindo o abuso de serviços mínimos, para tentar pôr em causa o direito à greve e esconder os seus efeitos". Paulo Raimundo diz que esta greve geral é "uma das maiores de sempre", com "uma grande adesão dos trabalhadores, muitos dos quais pela primeira vez e com significativo impacto em todo o País". Destaca uma forte expressão da greve em diversos setores de atividade, como "na indústria, nos serviços, no sector privado e público", dando os exemplos da adesão na Autoeuropa e o parque industrial, na Bosch, Superbock, Coca Cola, Valorsul, Visteon, Minas da Panasqueira", entre outros. "Nas pescas com a paralisação das lotas e das frotas de pesca. Nos transportes com a paralisação do Metropolitano de Lisboa, CP, IP, Transtejo/Soflusa, STCP, dos transportes urbanos, nomeadamente Braga, Coimbra, Barreiro e elevadas adesões no Metro do Porto, na Carris, nos transportes rodoviários privados de passageiros, à excepção de serviços mínimos onde foram decretados", refere Raimundo, dando ainda conta que "os portos nacionais paralisaram" e que "no sector aéreo verificou-se uma adesão praticamente total".Ainda em tom de balanço, refere que na Administração Pública "registou-se uma grande adesão, na saúde (hospitais e centros de saúde), na educação com a generalidade das escolas fechadas e importante expressão no ensino superior, na segurança social, na justiça, nas finanças, nos museus e em outros serviços, destacando-se a forte adesão na Administração Local nas diversas áreas nomeadamente na recolha de resíduos sólidos". Já nos serviços salienta as áreas como a logística, a grande distribuição comercial, a hotelaria e cantinas, o sector financeiro, as estruturas sociais IPSS e Misericórdias. "Uma greve que teve elevada expressão em outros sectores, como os correios, telecomunicações, energia, cultura, artes e espectáculos e comunicação social", destaca. .Hélder Santinhos, do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, disse que a adesão à greve geral "está a ser muito alta" no grupo TAP. "Dos 283 voos planeados, vão-se realizar cerca 60 a 63 voos, que são os serviços mínimos. Só estão a operar aqueles que são obrigados pelos serviços mínimos", afirmou. A adesão ronda os "80%" na EasyJet, disse Hélder Santinhos. "Foram operados dois voos extra serviços mínimos na EasyJet", adiantou em declarações à CNN Portugal.Hélder Santinhos referiu também que "é impossível ficar indiferente" à proposta de alteração das leis laborais do Governo, que considerou ser "uma verdadeira bomba atómica" que também afeta os pilotos. .Eurico Brilhante Dias, líder da bancada parlamentar do PS, considerou que o dia de hoje representa “uma grande derrota do Governo” devido à adesão à greve geral e comparou o ministro da Presidência António Leitão Amaro, que a classificou como “inexpressiva”, a um “ministro da propaganda do Iraque na guerra do Golfo”. "O senhor ministro não vive neste país, não percebeu o que está a acontecer", afirmou.O socialista repetiu a ideia de que este pacote laboral proposto pelo Governo é um “retrocesso” e pediu ao Executivo que volte atrás, desejando que este apresente “uma proposta de lei completamente diferente daquela que existe atualmente”.Para Eurico Brilhante Dias não há dúvidas de que os portugueses “estão a dizer não a este pacote laboral”..Lei laboral. Chega avalia e negoceia, PS mostra-se irredutível .Secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, num balanço efetuado ao início da tarde, afirmou que esta quinta-feira, 11 de dezembro, é um dia de grande luta para os trabalhadores. Os dados recolhidos até ao momento indicam que "mais de três milhões de trabalhadores" aderiram à greve geral, "muitos deles do setor privado", afirmou Tiago Oliveira em conferência de imprensa, sublinhando que os números desta greve geral tendem a aumentar, porque "ainda falta muita jornada de luta".Perante as declarações do ministro da Presidência, de que esta greve geral teve, até agora, uma "adesão inexpressiva", o secretário-geral da CGTP afirmou: "É um governo que está completamente alheado da realidade do país, que não quer perceber a justeza que hoje leva os trabalhadores à luta, para esta grande greve geral que se está a afirmar em todo o país".Tiago Oliveira considerou que o Governo tenta, "por todas as formas e mais algumas, diminuir o impacto da greve geral". Detalhando os números da greve geral, o responsável da CGTP referiu, por exemplo, que as lotas, de norte e a sul do país, "estão encerradas" e que nos portos de Lisboa, Aveiro, e outros, não se registaram movimentos de barcos. Nas bebidas, prosseguiu, mais concretamente na Super Bock logística houve uma adesão de 100%. "Hotelarias, cantinas e refeitórios encerrados. No comércio, Auchan das Amoreiras a 100%, na logística da Mercadona em Almeirim há 70% de adesão", especificou.Aeroportos de Lisboa e Porto com adesão de 90% , "Aeroporto de Faro encerrado", Metro de Lisboa com adesão de 100%, a Autoeuropa tem a " produção parada" e empresas envolventes do parque industrial com "fortes adesões", exemplificou. .Greve geral regista apenas dois incidentes durante a madrugada e manhã .Pela voz do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, o Governo afirmou que "a esmagadora maioria do país está a trabalhar", realçando que respeita quem exerce o direito à greve. "Mantemos sempre a mesma abertura para o diálogo", disse sobre o anteprojeto da reforma da legislação laboral, motivo pelo qual CGTP e UGT convocaram a greve geral desta quinta-feira, 11 de dezembro. Leitão Amaro reforçou que, "com realismo", a "esmagadora maioria dos trabalhadores do país está a trabalhar". "O país está a trabalhar", vincou.Referiu ainda que "esta parece mais uma greve da função pública, uma greve parcial em alguns setores da função pública". Reconheceu, no entanto, impacto nos transportes, como nos assistentes nas escolas, para "impactar muitos mais"."O nível de adesão no conjunto do país à greve geral é inexpressivo, em particular no setor privado e social", considerou Leitão Amaro. "O nível reportado de adesão é inexpressivo. A grande maioria dos portugueses está a trabalhar", sublinhou o ministro da Presidência. Leitão Amaro deu depois dois indicadores para justificar o argumento de que o nível de adesão da greve geral é "inexpressivo". "As transações na SIBS demonstram se o país está a manter as transações financeiras, a sua atividade comercial e económica, está, neste momento, com uma redução de 7% face ao período normal. O trânsito nas pontes, do sul para Lisboa, está a cair 5%", justificou.De acordo como o governante, "nos setores privado e social, o reporte que existe é de adesões entre 0 e 10%". "Esta greve está a ter uma adesão inexpressiva. Os portugueses estão a trabalhar", enfatizou, reconhecendo perturbações em alguns setores e serviços. .A greve geral desta quinta-feira teve uma adesão a rondar os 90% nos principais hospitais do país, no turno da noite, de acordo com os primeiros dados da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Social. Na Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental, mais concretamente o Hospital de Santa Maria, a adesão rondou os 90% no turno da noite e na Maternidade Alfredo da Costa os 100%, indicou a federação. Já na Unidade Local de Saúde de Lisboa Oriental, no Hospital de S. José, registou-se uma adesão de 98%. Já no Hospital de S. João, no Porto, a adesão durante a noite rondou os 95%..No que se refere às consequências da greve geral no Aeroporto de Lisboa, o PCP divulgou algumas imagens para afirmar que os "os aviões estão no chão"."No Aeroporto Internacional de Lisboa só os ecrãs estão a trabalhar. Os corredores estão vazios, os aviões estão no chão. Sem trabalhadores para pôr tudo a funcionar não poderia ser de outra forma. Uma grande Greve Geral também aqui", refere o PCP numa mensagem partilhada na rede social X..A greve geral está a ser um "verdadeiro sucesso", afirmou esta manhã o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira. "É uma verdadeira resposta dos trabalhadores a esta agressão que o Governo está a ter para com o mundo do trabalho", afirmou.O responsável da central sindical, aos microfones da RTP, apelou ao Executivo liderado por Luís Montenegro para que "retire de cima da mesa o pacote laboral". "Olhemos para aquilo que é a adesão nos aeroportos a nível nacional, 90% no Porto, 90% em Lisboa. Encerradas as operações nas ilhas, encerrada a operação em Faro. Isto é a verdadeira dimensão de uma greve geral e é a verdadeira dimensão da resposta ao ataque que está em curso por parte do Governo", disse.Sobre o setor privado, o líder da CGTP fala numa "adesão histórica". .José Feliciano Costa, secretário-geral do Fenprof, afirmou que há "largas centenas de escolas fechadas por todo o país". Em alguns estabelecimentos de ensino a adesão dos professores rondou os "90 a 100%", acrescentou, em declarações à SIC Notícias. No ensino superior, a greve geral também está a ter repercussões, disse José Feliciano Costa, dando o exemplo da Universidade Nova de Lisboa, onde esta quinta-feira não há aulas. .Segundo informação divulgada no site oficial do Metro do Porto, esta quinta-feira só está a funcionar a Linha Amarela (D), entre as estações do Hospital São João e de Santo Ovídio e no tronco comum, entre Campanhã e a Senhora da Hora. Em ambos os casos, existirá uma frequência de dois veículos por hora e por sentido, das 06h00 à 01h00, acrescida de um reforço de mais dois veículos por hora e por sentido entre as 07h00 e as 20h00. Não haverá serviço nas linhas Azul (A), Vermelha (B), Verde (C), Violeta (E) e Laranja (F).A empresa avisa que o serviço de transportes alternativos não está garantido, mas garante que na sexta-feira, a partir das 6h00, a operação voltará à normalidade. .Junto ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, afirmou que "estamos perante uma histórica adesão à greve geral"."Podemos já classificar como uma greve geral histórica", disse Paulo Raimundo, reiterando a necessidade de rejeitar o pacote laboral apresentado pelo Governo. "Os trabalhadores não precisam de mais precariedade", afirmou aos jornalistas. ."Adesão massiva" à greve geral, diz CGTP.São vários os serviços públicos, desde os transportes à educação, passando pela saúde, afetados pela greve geral desta quinta-feira, 11 de dezembro, convocada pela CGTP e UGT contra o anteprojeto de lei apresentado pelo Governo sobre a reforma da legislação laboral.Esta é a primeira greve geral a juntar as duas centrais sindicais desde 2013, quando Portugal estava sob intervenção da troika, e está a provocar constrangimentos em vários setores, como é o caso da educação, com várias escolas fechadas, e dos transportes, com comboios suprimidos e voos cancelados. Às primeiras horas desta manhã, Valter Lobos, da comissão executiva da CGTP, fez um primeiro balanço ao referir uma "adesão massiva" à paralisação. "Os dados que dispomos até ao momento, confirmam que o turno da noite, quer no setor público quer no setor privado, confirmam a justeza das reivindicações dos trabalhadores, porque é uma forte adesão, uma massiva adesão", disse o responsável da central sindical, às 08h40, em declarações à SIC Notícias.Falou numa paralisação "esmagadora", durante a noite, no setor da recolha dos resíduos sólidos e urbanos no período da noite, de norte a sul do país, incluindo as regiões autónomas. Registam-se "fortes adesões" no setor da saúde, de todos os trabalhadores, entre os auxiliares, técnicos, enfermeiros e médicos. Também no setor privado, prosseguiu, há forte adesão à greve. .UGT admite nova greve geral.O secretário-geral da UGT, Mário Marão, por sua vez, disse que a greve geral poderá ter um maior impacto face à de 2013 "pelo foco mediático que teve a opinião pública sobre o pacote de legislação laboral".À SIC Notícias o secretário-geral da UGT, Mário Marão acredita que, “no global, a greve geral poderá andar acima dos 80%.A UGT está disponível para negociar com o Governo, embora ainda não haja datas para novas conversações com o executivo liderado por Luís Montenegro. Ainda assim, Mário Marão não descartou a possibilidade de uma nova greve geral. “As greves nunca podem estar excluídas quando estamos à mesa de negociações. Portanto, nós também não excluímos a greve geral. Aliás, julgo que esta greve geral vai contribuir para que o ambiente negocial de ambas as partes [contribua] para chegar a bom consenso e a UGT está prevista para isso. Não está, neste momento, prevista" uma nova greve geral, afirmou..Condicionamentos no trânsito em Lisboa devido a manifestação.No âmbito da greve geral desta quinta-feira, realiza-se a partir das 10h00, uma manifestação no Rossio, em Lisboa que parte depois, pelas 14h30 para São Bento. Espera-se, portanto, condicionamentos de trânsito para as seguintes artérias, segundo a PSP:Praça D. Pedro IV;Rua do Carmo;Rua Garrett;Rua Serpa Pinto;Travessa da Trindade;Rua Nova da Trindade;Largo do Chiado;Praça Luís de Camões;Rua do Loreto;Calçada do Combro;Rua dos Poiais de São Bento;Calçada da Estrela; eRua de Correia Garção..Tudo o que está em causa nas alterações à lei laboral, que levaram à marcação da greve geral.Explicador sobre a greve geral: legislação, impacto e direitos dos trabalhadores .Dos comboios aos aeroportos. Os serviços mínimos decretados para a greve de quinta-feira