"Hoje Portugal fica mais Portugal”. “Hoje votamos e decidimos quem é o nosso povo”. As declarações são do ministro António Leitão Amaro, na votação da nova Lei da Nacionalidade, aprovada no Parlamento esta terça-feira à noite, 28 de outubro. PSD, Chega, IL e CDS e JPP a favor somaram 157 votos favoráveis, enquanto o PS, Livre, PCP, BE e PAN votaram contra, com 64 votos.O Governo contou com apoio do Chega - com quem fez um acordo esta manhã, além do CDS-PP e da IL, sendo a bancada de André Ventura a decisiva nesta aprovação. “É um grande dia para os portugueses que têm sangue português nas veias, não são os que estão na AIMA”, disparou a deputada Cristina Rodrigues, do Chega, que também atacou as associações de imigrantes, sugeridas para darem parecer sobre a lei. O deputado João Almeida, do CDS-PP, também teve um discurso semelhante ao do Chega. "Havia anúncios por todo o lado a dizer que a nacionalidade portuguesa era fácil”, disse. Para o deputado, tais anúncios são “desrespeito pela história” e vincou que “ser português nunca foi e nunca vai ser fácil".Do lado esquerdo do plenário, o deputado Paulo Muacho criticou os discursos da direita, citando o facto de os vistos gold darem direito à nacionalidade. "Nunca houve vergonha de criar uma lei que vendia a nacionalidade por 500 mil euros”, afirmou o parlamentar.Depois da discussão acalorada, foi uma longa votação, por causa dos vários textos de substituição e propostas dos partidos. No fim, ficou o que já se sabia desde cedo, quando tanto o PSD quanto o Chega celebraram o entendimento entre os partidos para aprovação do essencial da lei. Quando o placar da vitória foi anunciado, ouviram-se fortes aplausos na Assembleia da República..AIMA: dois anos à procura de um rumo e de como comunicar com os imigrantes.O próximo passo é o envio da nova lei ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, para promulgação, veto ou envio ao Tribunal Constitucional. Depois, se promulgada, resta a publicação no Diário da República (DRE). Até que estas etapas sejam cumpridas, a lei fica como está."Ser português é uma honra e responsabilidade"Se a importância que o Governo deu a esta lei estava provada com a aprovação no primeiro Conselho de Ministros desta legisltura e a votação em plena discussão do Orçamento de Estado 2026, a declaração de Luís Montenegro ao país confirmou, mais uma vez, que a imigração é a bandeira do Governo, definindo o dia de hoje como "marcante" e que "definirá a vida nacional nos próximos anos".“[Esta lei] Define quem somos, o que valorizamos e o país que vamos deixar. A nacionalidade é o reconhecimento de um vínculo profundo e não deve ser banalizada. Dignificá-la significa dignificar cada português”, declarou ao país o primeiro-ministro, logo após a votação. Para Montenegro, "ser português é uma honra e responsabilidade".O líder do PSD aproveitou para falar mais sobre imigração. Definiu as novas leis dos estrangeiros e da nacionalidade como "devolver a ordem perante o caos". E as mudanças na vida dos imigrantes que moram em Portugal não vão parar. Luís Montenegro já anunciou que, em breve, será apresentado uma proposta de lei para agilizar as deportações de imigrantes, que chamou de "lei do retorno".Esta será mais uma etapa nas mudanças de imigração, após a criação da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF) na Polícia de Segurança Pública (PSP). A fiscalização de imigrantes em todo o país aumentou, também por parte da Guarda Nacional Republicana (GNR).amanda.lima@dn.pt.Do prazo para obter cidadania aos meios de subsistência: que mexidas à lei da nacionalidade foram aprovadas?.Governo fecha as portas ainda mais à imigração. “Economia terá que se adaptar”, diz ministro