Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infrastruturas e ex-secretário-geral do PS
Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infrastruturas e ex-secretário-geral do PSArquivo

Pedro Nuno Santos responde a militantes que defenderam menos coligações autárquicas na Comissão Política

Ex-secretário-geral do Partido Socialista voltou a pronunciar-se nas redes sociais, defendendo que, com o PCP em Lisboa, e o Livre no Porto, o PS poderia ter conquistado as cidades.
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Na Comissão Política Nacional de rescaldo às eleições autárquicas, José Luís Carneiro valorizou a capacidade de o PS evitar a erosão, destacando as nove capitais de distrito e as 128 vitórias em municípios.

Pedro Nuno Santos, que foi figura importante nos primeiros contactos para várias coligações pelo território se formarem, voltou às redes sociais, criticando as manifestações de vários militantes, na Comissão Política Nacional, de que as alianças à esquerda prejudicaram o resultado autárquico.

"Dentro do PS acha-se também que para ser poder o PS tem de se parecer mais com a direita. Mas será que o problema do PS foram os entendimentos à esquerda? Ou, pelo contrário, o seguro de vida do PSD foi, precisamente, a falta de entendimentos à esquerda? Ao contrário do que tem sido dito, não foram os entendimentos à esquerda que prejudicaram o PS. Convém lembrar que só fomos coligados em oito municípios [foram 13, mais cinco do que em 2021]", principiou o ex-secretário-geral, abordando depois caso a caso.

"Se o PCP tivesse aceitado integrar a coligação, a Presidente em Lisboa era, hoje, Alexandra Leitão (e o vice-presidente, João Ferreira). A CDU teve mais de 26 mil votos e nós perdemos por 20 mil. Alguém acredita que algum dos que votaram na coligação liderada por Alexandra Leitão deixaria de o fazer se a ela se juntasse João Ferreira? No Porto, o PS perdeu por menos de 2000 votos. Bastava uma aliança com o Livre para termos Manuel Pizarro Presidente, em vez de Pedro Duarte. Alguém acha que perderíamos votos por causa do Livre? Em Braga, o PS perdeu por cerca de 200 votos. Bastava uma aliança com qualquer um dos três partidos à esquerda para o PS ganhar. Em Sintra, o PS perdeu por menos de 4000 votos, só o PCP teve mais de 7000. Em Gaia, o PS perdeu por 7000 votos, à nossa esquerda votaram mais de dez mil cidadãos", precisa, reconhecendo que em certos casos o PS não quis coligações, noutros "os outros não quiseram."

"O problema do PS não foram os entendimentos à esquerda, foi, quando muito, a falta deles. Não facilitemos, ainda mais, a vida à direita, que ganhou muitas câmaras por se ter coligado com outros partidos", conclui Pedro Nuno Santos.

O ex-secretário-geral do PS resume, portanto, o que o DN adiantou. Não só a frustração com o PCP por ter preferido manter as corridas autárquicas como CDU, mas também que há debate interno quanto às estratégias de coligação. Também esse pode ser um ponto diferenciador entre a liderança de Carneiro e Pedro Nuno.

André Rijo, coordenador autárquico, reconheceu o debate interno a ser levado a cabo nos próximos tempos. "A representatividade é diminuta porque foram 13 coligações em 306 candidaturas. É verdade que só em duas houve sucesso [Coimbra e Felgueiras]. Não há pré-conceção em relação às políticas de coligação, mas não acredito que dupliquemos os números de coligação em 2029”, avisou, já ciente do pensamento de José Luís Carneiro e de como a marca PS, a solo, foi notoriamente forte para ganhar em Faro, Évora, Viseu e Bragança, por exemplo.

Recorde-se ainda que Pedro Nuno Santos tem estado muito ativo nas suas redes sociais nas últimas semanas. Suspendeu o mandato no Parlamento e assim não votará o Orçamento de Estado de 2026, quando há indicação de voto para a bancada socialista votar com abstenção.

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