O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse este domingo, 14 de dezembro, que é vital que as negociações sobre o plano de paz que terão lugar em Berlim produzam resultados, após confirmar que se reunirá na capital alemã com enviados de Donald Trump.“Os próximos dias serão repletos de diplomacia. É de vital importância que ela dê resultados. Conto com o apoio dos nossos parceiros”, afirmou numa mensagem nas redes sociais, citada pela agência EFE, na qual agradeceu a “todos aqueles que estão a ajudar”.“A Ucrânia precisa de uma paz com termos dignos, e estamos dispostos a trabalhar da forma mais construtiva possível”, acrescentou Zelensky, após denunciar que a Rússia lançou esta semana mais de 1.500 drones suicidas, quase 900 bombas aéreas guiadas e 46 mísseis de diferentes tipos contra o país.O presidente disse no seu tradicional discurso à nação que está a preparar reuniões com os Estados Unidos e os parceiros europeus em Berlim.“O mais importante é que me reunirei com enviados do Presidente Trump e também haverá encontros com os nossos parceiros europeus, com muitos líderes, em relação a (...) um acordo político para pôr fim à guerra”, indicou.De acordo com meios de comunicação norte-americanos como o Axios e o The Wall Street Journal, Trump já enviou para Berlim, neste fim de semana, Steve Witkoff, que negocia o plano de paz com a Ucrânia e a Rússia, bem como o seu genro, Jared Kushner, que também está envolvido nas conversações.Antes de uma cimeira convocada para segunda-feira à tarde pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, com vários líderes europeus, das instituições comunitárias e da NATO, reunir-se-ão na capital alemã conselheiros de política externa, entre eles de Washington e Kiev.“A oportunidade é considerável neste momento e é relevante para cada uma das nossas cidades, para cada comunidade ucraniana. Estamos a trabalhar para que a paz para a Ucrânia seja digna e para garantir, acima de tudo, que a Rússia não volte à Ucrânia para uma terceira invasão”, afirmou Zelensky, referindo-se ao conflito armado no Donbass, que começou em 2014, e à guerra de grande alcance que Moscovo lançou contra o país em fevereiro de 2022.De acordo com o Axios, a administração Trump estaria disposta a dar à Ucrânia, em troca da cessão de territórios à Rússia, uma garantia baseada no Artigo 5.º da NATO de defesa mútua, que seria aprovada pelo Congresso e teria caráter juridicamente vinculativo.Segundo Zelensky, estão atualmente a ser negociados três documentos: o plano de paz de 20 pontos que está a ser discutido pelos conselheiros de política externa e segurança nacional de Kiev, Europa e Washington, as garantias de segurança para a Ucrânia que estão a ser trabalhadas na Alemanha e questões económicas, reconstrução e investimentos, que estão a ser abordadas nos EUA.O Presidente ucraniano disse na quinta-feira que os EUA querem chegar a um “entendimento completo” sobre o plano antes do Natal, mas o Kremlin já disse que não aceita as alterações introduzidas pela Europa e Kiev no rascunho inicial de 28 pontos de Trump.Segundo Zelensky, as questões-chave ainda não resolvidas no plano de paz têm a ver com a cessão do território de Donetsk exigida pela Rússia e o controlo da central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa e ocupada pelas tropas russas.O Presidente afirmou que poderia ser realizado um referendo sobre um acordo de paz que incluísse a cessão de território, algo que Washington vê como um progresso, embora a Rússia continue a insistir que deve controlar todo o território da região de Donbass (Lugansk e Donetsk). .Zelensky denuncia ataque russo com "mais de 450 drones e 30 mísseis" que visou infraestruturas energéticas.Ucrânia apresentou a mais recente versão do plano de paz aos EUA