Donald Trump, presidente dos EUA
Donald Trump, presidente dos EUAFoto: Andres martinez Casares/EPA

Trump alerta que a Europa é um conjunto de nações "em decadência", lideradas por responsáveis "fracos"

Presidente dos EUA diz que a Rússia está numa posição mais forte do que a Ucrânia e minimiza o papel da Europa no processo de paz. Deixa ainda a porta aberta à intervenção militar na Venezuela.
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O presidente norte-americano Donald Trump afirmou que a Europa é politicamente fraca e anunciou que vai apoiar os líderes europeus alinhados com a sua visão de política externa. Por outro lado, admitiu usar força militar para derrubar o regime venezuelano.

Numa entrevista ao jornal Politico, Trump denunciou que os líderes europeus "não sabem o que fazer", acusando-os de exagerarem no politicamente correto e de falharem no controlo da imigração, situação que, na sua leitura, poderá levar ao desaparecimento de alguns países europeus enquanto Estados viáveis.

O chefe de Estado norte-americano classificou a Europa como um conjunto de nações "em decadência", lideradas por responsáveis "fracos", e apontou cidades como Londres e Paris como exemplos de sistemas sob pressão devido à imigração proveniente de África e do Médio Oriente.

Trump reagiu também às críticas do presidente do Conselho Europeu, António Costa, que acusou Washington de interferir na vida democrática europeia, reiterando que irá apoiar explicitamente líderes e forças políticas europeias que partilhem a sua visão estratégica.

"Irei apoiar. Já apoiei pessoas que muitos europeus não apreciam", assegurou Trump, citando como exemplo o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, elogiado pelas suas políticas de controlo de fronteiras, consonantes com o novo plano estratégico de política externa divulgado pela Casa Branca.

Sobre a guerra na Ucrânia, Trump considerou que a Rússia está numa posição mais forte do que Kiev e minimizou o papel dos líderes europeus no processo de paz, dizendo que "falam, mas não mostram resultados".

O presidente norte-americano lembrou ter apresentado recentemente um novo projeto de plano de paz, acrescentando que alguns responsáveis ucranianos o viram com bons olhos, e insistiu que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deveria lê-lo.

Trump voltou igualmente a defender a realização de novas eleições na Ucrânia, questionando a qualidade democrática do país num contexto prolongado de guerra.

Sobre a situação nas Caraíbas, Trump não excluiu a possibilidade de recorrer a forças militares dos Estados Unidos na Venezuela, como parte do esforço para derrubar o regime de Nicolás Maduro.

"Não excluo, nem confirmo", disse Trump sobre essa hipótese, sublinhando que não pretende discutir publicamente estratégias militares, mas admitindo que consideraria o uso da força também noutros países da região, como o México e a Colômbia, no combate ao tráfico de droga.

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