Donald Trump, presidente dos EUA
Donald Trump, presidente dos EUAFOTO: EPA/JIM LO SCALZO

Trump avisa para o risco de "extinção civilizacional" da Europa. Continente ficará "irreconhecível"

No documento de estratégia de segurança nacional, a administração de Trump avisa que, "caso as tendências atuais persistam, o continente [europeu] estará irreconhecível daqui a 20 anos ou menos".
Publicado a
Atualizado a

Lança alertas, duras críticas em relação à Europa e revela o posicionamento dos EUA na política externa. No documento sobre a estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos, divulgado esta sexta-feira, 5 de dezembro, a administração de Donald Trump deixa um aviso sobre o risco de "extinção civilizacional" da Europa.

"Caso as tendências atuais persistam, o continente [europeu] estará irreconhecível daqui a 20 anos ou menos", refere o documento, no qual é defendido a "restauração da supremacia" dos EUA na América Latina.

Ao longo de 33 páginas, a administração de Trump afirma que a "era das migrações massivas tem de acabar" e que "a segurança das fronteiras é o principal elemento da segurança nacional [norte-americana]".

"Temos de proteger o nosso país de invasões, não apenas da imigração descontrolada, mas também das ameaças transfronteiriças como o terrorismo, as drogas, a espionagem e o tráfico de pessoas", indica a Casa Branca.

"Em tudo o que fazemos, colocamos a América em primeiro lugar", refere Trump no prefácio da estratégia agora divulgada, que revela uma mudança na política externa dos Estados Unidos. “Os dias em que os Estados Unidos sustentavam toda a ordem mundial como Atlas acabaram”, diz o documento, citado pelo Financial Times.

"Temos de encorajar esses países [Japão e Coreia do Sul] a aumentar os seus investimentos em Defesa, com ênfase nas capacidades necessárias para dissuadir inimigos" de atacar Taiwan, lê-se.

No documento o continente europeu é referido como um lugar onde “o declínio económico é ofuscado pela perspectiva real e mais sombria do fim da civilização”.

Os EUA devem “cultivar a resistência à trajetória atual da Europa dentro das nações europeias”, refere a estratégia de segurança nacional.

“A diplomacia americana deve continuar a defender a democracia genuína, a liberdade de expressão e a celebração, sem reservas, do carácter e da história individuais das nações europeias”, indica o documento fazendo uma alusão, segundo o Financial Times, à crescente influência política dos partidos eurocépticos de extrema-direita na Europa.

“Os Estados Unidos encorajam os seus aliados políticos na Europa a promover este renascimento do espírito, e a crescente influência dos partidos patrióticos europeus, de facto, é motivo de grande optimismo”, afirma-se no documento, dando ainda conta que os EUA vão “endurecer e reforçar a sua presença militar no Pacífico Ocidental”.

Numa altura em que decorrem conversações que visam terminar com a guerra na Ucrânia, em curso há quase quatro anos, os EUA acusam os europeus de fraqueza e consideram que o país deve concentrar-se em "acabar com a perceção, e impedir a realidade, da NATO como uma aliança em constante expansão", refere o Financial Times.

Sobre a China, o documento indica que Washington “reequilibrará a relação económica" com Pequim, "dando prioridade à reciprocidade e à equidade para restaurar a independência económica americana”.

Com agências

Donald Trump, presidente dos EUA
Trump descreve encontro entre enviados dos EUA e Putin como “muito bom”
Donald Trump, presidente dos EUA
Trump reafirma que ataques contra cartéis de droga na Venezuela começarão "muito em breve"

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt