Em fevereiro, Grossi visitou a Ucrânia -- quando se completavam dois anos desde que as tropas russas invadiram o território ucraniano -, e nessa deslocação, a quinta desde o início do conflito, voltou a inspecionar a central nuclear de Zaporijia, considerada a maior da Europa. Ocupada pelas forças russas e milícias separatistas, a central já registou oito desconexões à rede elétrica geral, com o consequente risco em matéria de segurança..Num discurso perante o conselho de governadores da AIEA (agência do sistema das Nações Unidas), Rafael Grossi recordou que atualmente em Zaporijia estão a ser cumpridas seis das sete normas que regem a segurança nuclear, e apelou à "máxima contenção" de todas as partes para limitar ao máximo o risco de acidente..As autoridades russas não preveem ceder o controlo das instalações, situadas numa das quatro regiões parcialmente ocupadas e que Moscovo reivindica como parte do seu território..Entre as questões a melhorar incluem-se temas relativos à situação dos trabalhadores, a inspeção e manutenção dos sistemas ou a capacidade das cadeias de abastecimento.."Todos estes aspetos afetam a segurança nuclear e a situação de segurança da central", frisou o chefe da AIEA..Grossi destacou ainda que "apesar dos desafios logísticos de uma zona de guerra", a agência pode efetuar um levantamento de todas as instalações nucleares na Ucrânia..No total, a AIEA efetuou 98 missões para verificar o correto funcionamento das cinco centrais instaladas no país, apesar de considerar que nenhuma está isenta de riscos atendendo ao prolongamento do conflito..A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)..Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.