O secretário-geral cessante da NATO, Jens Stoltenberg, demonstrou apoio à ofensiva da Ucrânia na região russa de Kursk, citando o direito da Ucrânia de se defender, numa entrevista ao jornal alemão Die Welt.."Os soldados, tanques e bases militares russos são alvos legítimos ao abrigo do direito internacional", justificou o líder da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês)..O direito de autodefesa da Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022, "não pára na fronteira", defendeu Stoltenberg..Iniciada de surpresa em 06 de agosto, a contra-ofensiva "não foi planeada com a NATO e a aliança não desempenhou qualquer papel", garantiu o secretário-geral cessante..Kiev já reivindica o controlo de mais de cem localidades e quase 1.300 quilómetros quadrados de território na província russa de Kursk..A NATO continuará a apoiar a Ucrânia com entregas de armas e equipamento vitais para travar a invasão russa, acrescentou Stoltenberg..O dirigente saudou ainda "o claro compromisso da Alemanha em continuar a ser o principal doador militar da Ucrânia na Europa e o segundo a nível mundial", depois dos Estados Unidos..Na semana passada, o Governo alemão foi alvo de críticas pelo anúncio de uma diminuição da ajuda militar à Ucrânia em 2025..O chanceler alemão Olaf Scholz rejeitou as críticas e garantiu que Kiev continuaria a receber o equipamento militar de que o exército necessita..Na quarta-feira, Stoltenberg defendeu que é necessário continuar a apoiar a Ucrânia com todo o armamento de que necessite para repelir a invasão russa, condenando um dos maiores bombardeamentos russos desde o início do conflito.."O Conselho NATO-Ucrânia reuniu-se para abordar os desenvolvimentos no campo de batalha e as necessidades de equipamento prioritárias da Ucrânia", escreveu Stoltenberg, na rede social X (antigo Twitter)..O Conselho NATO-Ucrânia, criado há pouco mais de um ano, reuniu-se a pedido de Kiev, na sequência da vaga de ataques russos que visou cidades e infraestruturas ucranianas na segunda e terça-feira..O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu a ajuda das forças aéreas dos países vizinhos europeus para destruir as vagas de mísseis e 'drones' (aeronaves não tripuladas) com que a Rússia visou o território ucraniano de forma maciça no início da semana..Na segunda-feira, no maior ataque russo das últimas semanas, 15 regiões da Ucrânia foram alvo de um total de 236 mísseis e 'drones', segundo Kiev, que afirma ter abatido 201..A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022..Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.