O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky
O presidente ucraniano, Volodymyr ZelenskyFacebook / Volodymyr Zelensky

Rússia está a “tentar ganhar tempo” para “continuar a guerra”, acusa Zelensky

Para o presidente ucraniano, "não há dúvidas que a guerra deve terminar à mesa das negociações", mas, defende, as propostas para o fim do conflito têm de ser "claras" e "realistas".
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Um dia depois da conversa telefónica entre os líderes dos EUA e Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, o presidente da Ucrânia acusou esta terça-feira Moscovo de estar a “tentar ganhar tempo” para “continuar a sua guerra e ocupação”. "É óbvio", refere Volodymyr Zelensky.

Diz que "não há dúvidas que a guerra deve terminar à mesa das negociações", mas, defende, as propostas para uma solução que vise o fim do conflito têm de ser "claras" e "realistas".

Zelensky garante que a "Ucrânia está pronta para qualquer formato de negociação que produza resultados", mas deixa um alerta. "Se a Rússia continuar a apresentar condições irrealistas e a prejudicar os progressos, terá de haver consequências duras", considera.

"Estamos a trabalhar com os nossos parceiros para assegurar que a pressão force os russos a mudar o seu comportamento. As sanções são importantes, e estou grato a todos por as tornarem mais duras para os responsáveis por esta guerra", declara numa mensagem partilhada nas redes sociais.

O presidente ucraniano refere que falou com o seu homólogo da Finlândia, Alexander Stubb, tendo sido abordados os "contactos com os parceiros", assim como os "pormenores da conversa de ontem com o presidente Donald J. Trump".

"O ponto principal é que a diplomacia que visa a paz deve ser bem coordenada e centrada em resultados tangíveis", defende Zelensky.

Na segunda-feira, o presidente dos EUA falou primeiro com o chefe de Estado ucraniano, segundo a Reuters, e depois esteve durante duas horas ao telefone com o líder russo.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky
Putin compromete-se com Trump a iniciar negociações diretas com Kiev para o cessar-fogo

De acordo com Vladimir Putin, a conversa com Donald Trump revelou ser "franca e significativa". O líder russo afirmou que Moscovo está disposto a discutir o fim dos combates, mas reiterou que há que "eliminar as causas profundas desta crise". 

Já o presidente norte-americano revelou, após a conversa telefónica com Putin, que a Rússia e a Ucrânia iriam "iniciar imediatamente negociações para um cessar-fogo".

Na plataforma Truth Social, Trump referiu que o telefonema "correu muito bem" e que "o tom e o espírito da conversa foram excelentes"

"As condições para tal [cessar-fogo] serão negociadas entre as duas partes, como só pode ser, porque conhecem detalhes de uma negociação de que mais ninguém teria conhecimento", afirmou.

Donald Trump acrescentou: A Rússia "quer fazer comércio em grande escala com os Estados Unidos quando este catastrófico 'banho de sangue' terminar, e eu concordo". Moscovo "tem uma enorme oportunidade de criar grandes quantidades de emprego e riqueza. O seu potencial é ilimitado", adiantou. Da mesma forma, a Ucrânia pode ser um grande beneficiário no comércio, no processo de reconstrução do país", destacou o presidente norte-americano.

Conversações de paz no Vaticano? "Seria uma ótima ideia", diz Trump

Após a chamada telefónica com Trump, o presidente Zelensky disse que a Ucrânia "está pronta para negociações diretas com a Rússia em qualquer formato que permita obter resultados". "A Turquia, o Vaticano, a Suíça – estamos a considerar todos os locais possíveis”, disse numa publicação nas redes sociais.

Trump, aliás, congratulou-se com o facto de o Vaticano ter mostrado disponibilidade para mediar as conversações de paz.

"Penso que seria ótimo se fosse no Vaticano e talvez tivesse um significado extra. (...) Acho que talvez fosse útil. Há muita amargura, muita raiva. Penso que talvez isso ajude a aliviar um pouco essa raiva", disse o presidente dos EUA aos jornalistas.

"Seria uma ótima ideia" que as conversações de paz fossem no Vaticano, reforçou Trump.

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Trump diz que Rússia e Ucrânia "iniciarão imediatamente negociações para um cessar-fogo"

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