A Rússia negou este domingo, 9 de novembro, que o seu presidente Vladimir Putin tenha ordenado que sejam iniciados os preparativos para a realização de testes nucleares.A garantia foi dada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, num programa emitido na televisão estatal russa. "Não deu ordens para iniciar os preparativos", garantiu, acrescentando que, em primeiro lugar, "é necessário entender se isso será realmente necessário"."Esta deve ser uma decisão muito séria, bem fundamentada e cuidadosamente ponderada. Os nossos especialistas trabalharão nisso a partir de agora", sublinhou Peskov.Esta posição foi tomada agora depois de na quarta-feira, Vladimir Putin ter pedido aos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores, aos serviços de inteligência e a outras agências civis que "apresentassem uma proposta consensual sobre o possível início dos preparativos para testes de armas nucleares".No entanto, Peskov deixou bem claro este domingo que existe um compromisso da Rússia com a proibição da realização de testes nucleares. "Não temos intenção de realizá-los. Mas, se o outro lado o fizer, teremos que agir da mesma forma", advertiu.Na quarta-feira, Putin lembrou que o Kremlin "sempre respeitou escrupulosamente as obrigações" no âmbito do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares (CTBT, na sigla em inglês), que visa precisamente a interdição de qualquer explosão nuclear, mas lembrou também que, quando se dirigiu à Assembleia Federal em 2023, garantiu que "se os Estados Unidos ou qualquer outro Estado signatário do tratado efetuarem tais testes, a Rússia também terá de tomar as medidas adequadas em resposta".Também nessa reunião, o ministro da Defesa russo, Andrei Belusov, afirmou "considera apropriado iniciar imediatamente os preparativos para testes nucleares em grande escala", uma vez que os planos dos Estados Unidos "aumentam consideravelmente o nível de ameaça militar à Rússia"."Devemos manter o nosso potencial nuclear para estarmos prontos a infligir danos inaceitáveis ao inimigo em todas as circunstâncias", acrescentou.Belusov também alertou que Washington está a produzir diversos tipos de armamento com capacidade nuclear que constituem uma ameaça direta para Moscovo.O anúncio de Trump de que havia ordenado o início de testes de armas nucleares dos Estados Unidos surgiu antes de um encontro com o homólogo chinês, Xi Jinping, e fez referência referência direta à Rússia e à China, depois de Putin ter ordenado um teste com um drone submarino com capacidade nuclear.“Devido aos programas de testes realizados por outros países, solicitei ao Departamento de Guerra que comece a testar as nossas armas nucleares em pé de igualdade. Este processo terá início imediato”, declarou o Presidente norte-americano, na rede social que detém, a Truth Social.“Os Estados Unidos possuem mais armas nucleares do que qualquer outro país”, escreveu o republicano.“Atendendo ao tremendo poder destrutivo, DETESTO fazer isto, mas não tenho alternativa! A Rússia ocupa o segundo lugar e a China ocupa um terceiro lugar muito distante, mas estará ao mesmo nível em cinco anos”, acrescentou Trump..Rússia lamenta não ter informações sobre intenção dos EUA de retomar testes nucleares.EUA testam míssil balístico intercontinental e Putin pondera retomar testes nucleares "em resposta" a Trump.Trump ordena início de testes de armas nucleares dos Estados Unidos