Rússia diz estar disponível para alcançar acordo de não agressão que visa a NATO e a União Europeia
FOTO: EPA / RUSSIAN DEFENCE MINISTRY PRESS SERVICE/HANDOUT

Rússia diz estar disponível para alcançar acordo de não agressão que visa a NATO e a União Europeia

A posição de Moscovo foi transmitida por Sergei Ryabkov, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, numa altura em que decorrem esforços diplomáticos para o fim da guerra na Ucrânia.
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O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Ryabkov, afirmou que a Rússia está pronta para confirmar de forma legal, através de um acordo de não agressão, que não tem intenções de atacar a NATO e a União Europeia (UE). A informação foi avançada esta segunda-feira, 22 de dezembro, pela Reuters que cita declarações do ministro à agência de notícias estatal russa RIA.

A posição de Moscovo é conhecida numa altura em que prosseguem esforços diplomáticos, que envolvem os EUA e os líderes europeus, em contactos com representantes ucranianos e russos, para colocar um ponto final na guerra na Ucrânia, em curso há quase quatro anos.

A disponibilidade da Rússia em avançar para um acordo legal que confirme que Moscovo não tem intenções de atacar países da Aliança Atlântica e da UE surge depois das negociações dos últimos dias, em Bruxelas e nos EUA, nas quais, além de um plano de paz, são abordadas também garantias de segurança a Kiev.

"Certamente não temos planos para atacar países da UE e da NATO. A Rússia não persegue os objetivos agressivos que alguns dizem que tem", disse Sergey Ryabkov, citado por outra agência de notícias russa, a TASS. A Rússia "está mesmo pronta para consagrar isto legalmente em relação a uma possível solução para a crise atual, baseada no princípio da segurança igual e indivisível", disse o governante, recordando declarações do presidente russo Vladimir Putin sobre esta matéria.

"Riscos de um confronto entre a Rússia e a NATO continuam a ser significativos", diz ministro russo que culpa países europeus

Este responsável pela diplomacia de Moscovo refere, no entanto, que "muito poucos na Europa estão dispostos a construir tal arquitetura" em conjunto com a Rússia, o que "não gera otimismo", diz, culpando a Europa pelos riscos de confronto com a NATO.

"Demonstra claramente que, mesmo com uma política mais equilibrada em relação à Rússia adotada por Washington, os riscos de um confronto entre a Rússia e a NATO continuam a ser significativos devido às ações inadequadas e hostis dos países europeus", considerou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

A Rússia, recorde-se, tem-se mostrado irredutível na posição de ser contra uma possível adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky esclareceu, na semana passada, que a adesão à Aliança Atlântica está inscrita na Constituição do país e que não a tenciona alterar por exigência da Rússia.

“Não vou mudar a minha Constituição - que é o que os ucranianos decidiram - só porque isso é o que a Rússia quer”, referiu Zelensky, numa conferência de imprensa após ter-se reunido com os líderes da União Europeia (UE) em Bruxelas.

“Temos na Constituição a adesão à NATO e queremo-la, essas são verdadeiras garantias de segurança”, afirmou o chefe de Estado da Ucrânia, acrescentando que o desejo do país de entrar na aliança militar mantém-se.

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