Macron diz que NATO deve "subir um nível" em reposta a "novas provocações russas" sem abater aviões
EPA/LEV RADIN

Macron diz que NATO deve "subir um nível" em reposta a "novas provocações russas" sem abater aviões

"Isso significa que se alguém o provocar novamente, deve reagir de forma um pouco mais forte", afirmou o presidente francês.
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O Presidente francês defendeu esta quarta-feira, 24 de setembro, que os países da NATO devem "subir um nível" na resposta a "novas provocações" da Rússia, nomeadamente no espaço aéreo da Europa de Leste, numa entrevista à cadeia France 24 e à Radio France internationale.

"Isso significa que se alguém o provocar novamente, deve reagir de forma um pouco mais forte", acrescentou Emmanuel Macron a partir de Nova Iorque, onde participa na Assembleia Geral Anual da ONU.

Mas, face a esses "testes" do exército russo, "não vamos abrir fogo", frisou Macron, contradizendo neste aspeto o presidente americano, Donald Trump.

Segundo o chefe de Estado francês, a NATO teve até este momento uma reação coletiva "proporcionada" após várias incursões de drones e aviões russos no seu espaço aéreo. "E, portanto, é importante mostrar que sabemos, ao mesmo tempo, proteger a Ucrânia, porque ela está na linha da frente da nossa segurança coletiva, e continuar a proteger os nossos espaços aéreos", sublinhou.

A Rússia tem negado qualquer responsabilidade sobre as incursões de drones, mas a NATO alertou Moscovo na terça-feira de que a "escalada" deve parar e assegurou que estava pronta para se defender, por todos os meios.

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Na segunda-feira, a Dinamarca teve de fechar o aeroporto de Copenhaga porque sobre foi sobrevoado por drones de origem desconhecida.

Mais cedo, mas também este mês, a Polónia, a Roménia e a Estónia denunciaram a violação do seu espaço aéreo por aeronaves russas.

Na noite de 09 para 10 de setembro, cerca de doze drones entraram no espaço aéreo da Polónia e aviões caça nacionais abateram três deles, o que é um primeiro evento incidente deste género na história da Aliança (NATO) desde a sua criação, em 1949.

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Emmanuel Macron também elogiou esta quarta-feira a "mensagem muito clara" enviada por Donald Trump sobre a Ucrânia, considerando-a uma evolução "muito importante", pois Kiev "precisa de equipamento e apoio americano". "É uma mensagem muito clara do presidente americano para dizer que a Rússia é sem dúvida mais fraca, mais frágil do que muitos disseram", acrescentou.

O chefe de Estado francês, congratulando-se com esta "nova perspetiva" dos Estados Unidos sobre a Ucrânia. Isso "vai permitir resistir ainda mais, ou até recuperar território", estimou a partir de Nova Iorque, onde participa na Assembleia Geral Anual da ONU.

Donald Trump, numa reviravolta abrupta, considerou na terça-feira que a Ucrânia poderia "recuperar o seu território na sua forma original e talvez até ir mais longe" face à Rússia.

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Após a sua reunião na terça-feira com o chefe de Estado ucraniano, em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral da ONU, o presidente americano estima agora que, com "tempo, paciência e o apoio financeiro da Europa e, em particular, da NATO, é possível a opção voltar às fronteiras de onde este conflito começou".

Trump tinha dito secamente, no início do ano, a Volodymyr Zelensky que ele "não tinha as cartas na mão" neste conflito desencadeado em fevereiro de 2022 pela invasão russa.

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