O Presidente norte-americano, Donald Trump, defendeu esta terça-feira, 23 de setembro, que os países da NATO devem abater os aviões russos que violam o seu espaço aéreo, na sequência das recentes incursões na Polónia, Roménia, Estónia, e Dinamarca."Sim", respondeu o republicano quando questionado pela imprensa sobre se os países da Aliança Atlântica deviam abater os aviões russos, no início de um encontro bilateral com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à margem da Assembleia-Geral da ONU.O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, respondeu prontamente às declarações de Trump, apelando aos membros da NATO para manterem a calma e não caírem na "armadilha" da Rússia..Mark Rutte: “A nossa mensagem para os russos é clara: defenderemos cada centímetro do território aliado” . "A serenidade não é cobardia nem medo, mas uma responsabilidade para com o próprio país e para com a paz na Europa", afirmou Pistorius numa conferência de imprensa em Berlim com o seu homólogo sueco, Pal Jonson, sublinhando que uma reação exagerada às incursões russas ameaçava a paz e a segurança na Europa. Trump foi também questionado sobre o estado das negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia e foi-lhe perguntado se ainda confia no Presidente russo, Vladimir Putin, ao que respondeu com um novo prazo."Informá-lo-ei dentro de um mês", respondeu Trump.Momentos antes, durante a Assembleia-Geral, o Presidente norte-americano acusou a China e a Índia de serem os principais apoiantes de Moscovo no conflito, através da compra de petróleo..NATO critica postura "cada vez mais irresponsável" da Rússia. Está "preparada para fazer o que é necessário". Trump pediu também aos países europeus que deixem imediatamente de comprar petróleo russo.O líder republicano ameaçou ainda impor duras sanções à Rússia se o conflito continuar, embora não seja a primeira vez que faz uma ameaça deste género e tem adiado sempre a aplicação dessas sanções."Temos muito respeito pela forma como a Ucrânia está a lutar", afirmou Trump, pouco antes do início da sua reunião com Zelensky.Mais tarde, nas redes sociais, admitiu pela primeira vez que a Ucrânia pode reconquistar todo o território perdido para a Rússia, o que constitui uma mudança drástica em relação aos anteriores apelos a Kiev para que faça concessões para pôr fim à guerra."Acredito que a Ucrânia, com o apoio da União Europeia, está em condições de lutar e reconquistar toda a Ucrânia na sua forma original. Com tempo, paciência e o apoio financeiro da Europa e, em particular, da NATO, as fronteiras originais de onde esta guerra começou, é uma opção viável", escreveu, pouco depois de se ter reunido com o presidente ucraniano.. Trump referiu também ter ouvido falar do incidente com ‘drones’ na Dinamarca, embora tenha esclarecido que não dispõe de pormenores e que, por isso, não pode dar uma opinião.Os aeroportos das capitais da Dinamarca e da Noruega tiveram de encerrar durante horas, entre a noite de segunda-feira e a madrugada desta terça-feira, devido à presença de vários ‘drones’ nas suas imediações, naquilo a que a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Fredriksen, chamou um "grave ataque" às infraestruturas do país nórdico. .Dinamarca insinua envolvimento russo no incidente que encerrou aeroportos. Kremlin nega responsabilidade. A NATO deixou esta terça-feira claro à Rússia que se defenderá de qualquer ameaça decorrente da "escalada" da incursão de caças e ‘drones’ nos céus europeus.Bruxelas recordou que nas últimas duas semanas assistiu a "ações imprudentes" da Rússia "em pelo menos três Estados-Membros", referindo-se à Polónia, Roménia e Estónia.