O vice-presidente norte-americano, JD Vance, afirmou esta quarta-feira que o Presidente Donald Trump está a ficar "impaciente" com a Rússia, enquanto o secretário de Estado Marco Rubio instou o homólogo russo, Serguei Lavrov, a travar a "matança" na Ucrânia. "Acho que o Presidente está a ficar impaciente com os russos neste momento porque sente que não estão a fazer o suficiente para pôr fim à guerra", disse Vance aos jornalistas numa viagem à Carolina do Norte. "Se os russos se recusarem a negociar de boa-fé, penso que será muito, muito mau para o seu país. Foi isso que o Presidente deixou claro", acrescentou Vance. Num encontro em Nova Iorque com Serguei Lavrov, Marco Rubio "reiterou o apelo do Presidente Trump para o fim das matanças e a necessidade de Moscovo tomar medidas significativas para uma solução duradoura para o conflito Rússia-Ucrânia", disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Tommy Pigott.Os dois representantes encontraram-se à margem da Assembleia Geral da ONU, durante cerca de cinquenta minutos, segundo um funcionário do Departamento de Estado.O encontro entre Rubio e Lavrov marca o encontro de mais alto nível entre os Estados Unidos e a Rússia desde que Donald Trump convidou o presidente Vladimir Putin para uma cimeira no Alasca, no mês passado. Sergei Lavrov, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, "sublinhou a natureza inaceitável das manobras levadas a cabo por Kiev e por algumas capitais europeias com o objetivo de prolongar o conflito". Trump defendeu na terça-feira que Kiev pode recuperar todo o seu território que foi conquistado pela Rússia durante a invasão iniciada há quase quatro anos, posição que representa uma mudança de opinião do governante que admitia cedências territoriais. "Acho que a Ucrânia, com o apoio da União Europeia (UE), está numa posição de lutar e reconquistar todo o seu território de volta à sua forma original. Com tempo, paciência e com o apoio financeiro da Europa e, em particular, da NATO, [voltar às] fronteiras originais" anteriores ao início da guerra "é uma opção", escreveu Trump na sua rede social, sem especificar se incluía a região da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu ao homólogo norte-americano por exortar Kiev a lutar até recuperar os territórios ocupados pela Rússia, numa aparente rutura com a linha que tinha promovido durante agosto. "Acho que ele entende atualmente que não podemos simplesmente trocar territórios. Não é justo. Não é a realidade", disse Zelensky na terça-feira, numa entrevista à estação norte-americana de televisão Fox News. .Zelensky alerta para “a corrida ao armamento mais destrutiva da história”. No passado, Trump tinha admitido que seria quase impossível que as forças de Kiev recuperassem o seu território, abrindo a porta na altura a cedências de Kiev a Moscovo. Na sua nova mensagem, Trump considerou ainda que a Ucrânia pode, além de recuperar o seu território, avançar sobre a Rússia, quando "as pessoas que vivem em Moscovo, e em todas as grandes cidades, vilas e distritos de toda a Rússia, descobrirem o que realmente se está a passar com esta guerra". Indicou que é "quase impossível conseguirem gasolina nas longas filas que se estão a formar, e todas as outras coisas que estão a acontecer na sua economia de guerra, onde a maior parte do seu dinheiro está a ser gasto na luta contra a Ucrânia". Donald Trump comparou mesmo a Rússia a um "tigre de papel". .Marcelo: "Estaremos ao lado da Ucrânia e do povo ucraniano. Nunca aceitaremos a anexação da Crimeia". Questionado na quarta-feira pela televisão norte-americana sobre a mudança de tom, o embaixador dos EUA na ONU, Mike Waltz, admitiu que é “claramente visível a frustração e a deceção do Presidente com Putin." "Ele fez inúmeros telefonemas. Tivemos cimeiras na Arábia Saudita, na Turquia, no Alasca, claro, e, em última análise, cabe a Putin acabar com esta guerra", disse. A presidência russa afirmou esta quarta-feira que é um erro o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter encorajado a Ucrânia a reconquistar territórios ocupados pelo exército russo. O porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, disse ainda na sua conferência de imprensa diária que a economia russa está estável, apesar da avalanche de sanções ocidentais relacionadas com a guerra na Ucrânia, e "a satisfazer plenamente as necessidades das Forças Armadas".Contudo, o governo russo anunciou esta quarta-feira um aumento do imposto sobre o consumo, para fazer face às crescentes despesas militares num contexto de descida do preço do petróleo, fonte das suas receitas.