O plano de Israel de querer assumir o controlo total da cidade de Gaza é um caminho para uma "guerra permanente". Foi desta forma que o presidente francês Emmanuel Macron condenou, esta segunda-feira, 11 de agosto, o governo liderado por Benjamin Netanyahu, que anunciou, no domingo, a intensificação das operações militares em Gaza. "O anúncio do gabinete israelita de uma expansão das suas operações na cidade de Gaza e nos campos de Mawasi e de uma reocupação" é "um desastre de gravidade sem precedentes prestes a acontecer", afirmou o chefe de Estado francês, apelando ao fim das hostilidades entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas. "Esta guerra deve terminar agora com um cessar-fogo permanente", considerou Macron num comunicado divulgado pelo seu gabinete. Para o presidente francês, a estratégia do governo de Netanyahu vai fazer com que "os reféns israelitas e o povo de Gaza" continuem "a ser as principais vítimas" deste conflito.As declarações de Macron surgem depois de o Gabinete de Segurança de Netanyahu ter aprovado um plano que consiste no controlo total da cidade de Gaza, o que motivou criticas da comunidade internacional. Já no domingo, o primeiro-ministro israelita assegurou que pretende "levar o trabalho até ao fim”, manter o domínio sobre Gaza e acabar com o Hamas. Em conferência de imprensa, Netanyahu anunciou que o exército de Israel vai lançar "muito em breve" uma ofensiva contra a cidade de Gaza e os campos de refugiados que considera serem bastiões do Hamas".Além de condenar o plano israelita, Macron propõe a criação de uma coligação internacional, sob o mandato da ONU, com o objetivo de "combater o terrorismo" e de "implementar uma governação de paz e estabilidade" na Faixa de Gaza. Emmanuel Macron, recorde-se, anunciou no mês passado que França vai reconhecer, em setembro, o Estado da Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.Delegação do Hamas esperada no Egito para negociações sobre GazaUma delegação do grupo islamita palestiniano Hamas vai deslocar-se esta segunda-feira ao Egito para retomar as negociações sobre um acordo para Gaza, disse uma fonte oficial egípcia à agência espanhola EFE.A mesma fonte, que pediu o anonimato, disse que a visita da delegação, liderada pelo líder do movimento que controla Gaza, Khalil al-Hayya, vai ocorrer "nas próximas horas" e faz parte dos esforços para retomar os contactos entre o Hamas e o Egito sobre um acordo de cessar-fogo no enclave.De acordo com a fonte, os contactos entre a organização palestiniana e o Cairo para retomar as negociações indiretas com Israel, mediadas pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, foram retomados com a mediação turca após a deslocação dos líderes do Hamas a Ancara na semana passada."O Egito manifestou a disponibilidade para receber a delegação no contexto de novos esforços para aproximar posições, após a pressão internacional para pôr fim à agressão, à guerra e ao genocídio, e após facilitar a entrada de ajuda humanitária em Gaza", acrescentou a mesma fonte.Representantes de Israel e do Hamas negociaram de forma indireta em julho, no Qatar, a possibilidade de um acordo de cessar-fogo em Gaza, que permitiria a libertação de reféns do Hamas e o fim da guerra.Estas negociações foram suspensas devido a acusações mútuas entre Israel e o Hamas.O Hamas, considerado grupo terrorista por Israel, União Europeia e Estados Unidos, atacou Israel no dia 7 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas e tendo capturado perto de 250 reféns.A resposta militar de Israel, de grande envergadura, provocou até agora a morte de mais de 61 mil pessoas, a maior parte civis no enclave palestiniano, além de uma grave crise humanitária, com denúncias de mortes de mais de 200 pessoas, incluindo crianças, à fome, e a destruição de grande parte das infraestruturas do território palestiniano.Com Lusa.Netanyahu quer “levar trabalho até ao fim” e anuncia grande ofensiva sobre a cidade de Gaza "muito em breve".Gabinete de Segurança de Netanyahu aprova assumir controlo da cidade de Gaza e 5 princípios para fim da guerra