Macron critica plano de Israel para Gaza. "Um desastre de gravidade sem precedentes prestes a acontecer"
LUDOVIC MARIN / POOL / EPA

Macron critica plano de Israel para Gaza. "Um desastre de gravidade sem precedentes prestes a acontecer"

Presidente francês propõe a criação de uma coligação internacional, sob o mandato da ONU, para "combater o terrorismo" e "implementar uma governação de paz e estabilidade" na Faixa de Gaza.
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O plano de Israel de querer assumir o controlo total da cidade de Gaza é um caminho para uma "guerra permanente". Foi desta forma que o presidente francês Emmanuel Macron condenou, esta segunda-feira, 11 de agosto, o governo liderado por Benjamin Netanyahu, que anunciou, no domingo, a intensificação das operações militares em Gaza.

"O anúncio do gabinete israelita de uma expansão das suas operações na cidade de Gaza e nos campos de Mawasi e de uma reocupação" é "um desastre de gravidade sem precedentes prestes a acontecer", afirmou o chefe de Estado francês, apelando ao fim das hostilidades entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas. "Esta guerra deve terminar agora com um cessar-fogo permanente", considerou Macron num comunicado divulgado pelo seu gabinete.

Para o presidente francês, a estratégia do governo de Netanyahu vai fazer com que "os reféns israelitas e o povo de Gaza" continuem "a ser as principais vítimas" deste conflito.

As declarações de Macron surgem depois de o Gabinete de Segurança de Netanyahu ter aprovado um plano que consiste no controlo total da cidade de Gaza, o que motivou criticas da comunidade internacional.

Já no domingo, o primeiro-ministro israelita assegurou que pretende "levar o trabalho até ao fim”, manter o domínio sobre Gaza e acabar com o Hamas. Em conferência de imprensa, Netanyahu anunciou que o exército de Israel vai lançar "muito em breve" uma ofensiva contra a cidade de Gaza e os campos de refugiados que considera serem bastiões do Hamas".

Além de condenar o plano israelita, Macron propõe a criação de uma coligação internacional, sob o mandato da ONU, com o objetivo de "combater o terrorismo" e de "implementar uma governação de paz e estabilidade" na Faixa de Gaza.

Emmanuel Macron, recorde-se, anunciou no mês passado que França vai reconhecer, em setembro, o Estado da Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

Delegação do Hamas esperada no Egito para negociações sobre Gaza

Uma delegação do grupo islamita palestiniano Hamas vai deslocar-se esta segunda-feira ao Egito para retomar as negociações sobre um acordo para Gaza, disse uma fonte oficial egípcia à agência espanhola EFE.

A mesma fonte, que pediu o anonimato, disse que a visita da delegação, liderada pelo líder do movimento que controla Gaza, Khalil al-Hayya, vai ocorrer "nas próximas horas" e faz parte dos esforços para retomar os contactos entre o Hamas e o Egito sobre um acordo de cessar-fogo no enclave.

De acordo com a fonte, os contactos entre a organização palestiniana e o Cairo para retomar as negociações indiretas com Israel, mediadas pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, foram retomados com a mediação turca após a deslocação dos líderes do Hamas a Ancara na semana passada.

"O Egito manifestou a disponibilidade para receber a delegação no contexto de novos esforços para aproximar posições, após a pressão internacional para pôr fim à agressão, à guerra e ao genocídio, e após facilitar a entrada de ajuda humanitária em Gaza", acrescentou a mesma fonte.

Representantes de Israel e do Hamas negociaram de forma indireta em julho, no Qatar, a possibilidade de um acordo de cessar-fogo em Gaza, que permitiria a libertação de reféns do Hamas e o fim da guerra.

Estas negociações foram suspensas devido a acusações mútuas entre Israel e o Hamas.

O Hamas, considerado grupo terrorista por Israel, União Europeia e Estados Unidos, atacou Israel no dia 7 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas e tendo capturado perto de 250 reféns.

A resposta militar de Israel, de grande envergadura, provocou até agora a morte de mais de 61 mil pessoas, a maior parte civis no enclave palestiniano, além de uma grave crise humanitária, com denúncias de mortes de mais de 200 pessoas, incluindo crianças, à fome, e a destruição de grande parte das infraestruturas do território palestiniano.

Com Lusa

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