Flotilha. Ativista detida por Israel foi terrorista da ETA e parceira de um dos etarras da "casa de Óbidos"
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Flotilha. Ativista detida por Israel foi terrorista da ETA e parceira de um dos etarras da "casa de Óbidos"

Itziar Moreno Martínez foi condenada em França em 2016, juntamente com Oier Gómez Mielgo, com quem foi detida um ano depois de este etarra ter escapado às autoridades portuguesas.
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A antiga terrorista da ETA Itziar Moreno Martínez, antiga parceira do etarra da "casa de Óbidos", Oier Gómez Mielgo, é uma das ativistas da flotilha humanitária para Gaza, detida pelas autoridades de Israel.

Segundo o ministério das Relações Exteriores espanhol, entre os 49 ativistas daquele país detidos, encontra-se outro antigo terrorista da ETA condenado: Osés Carrasco foi implicado pela Guarda Civil em 16 atos de guerrilha urbana ("kale borroka") cometidos quando tinha apenas 20 anos. Fugiu para a França, onde se juntou aos comandos logísticos do ETA, onde foi condenado. Foi libertado da prisão há seis anos.

Quando foi detido em França um ano depois de ter fugido de Portugal, Oier Gómez Mielgo, um dos operacionais ligado à base de retaguarda do grupo terrorista ETA em território portuguê - que ficou conhecida como "casa de Óbidos - estava com a sua parceira, Itziar Moreno Martínez, também procurada pelas autoridades da luta antiterrorista em Espanha. Dias antes tinham escapado a uma operação stop no centro daquele país e feito vários disparos que feriram um dos agentes policiais.

Foram ambos condenados, em 2011, a 15 anos de cadeia. Oier foi libertado antes de cumprir toda a pena, devido a uma doença terminal, tendo falecido em 2019.

Itziar Martínez que, na altura em que foi capturada era uma das etarras mais procuradas pelas forças de segurança , era também suspeita de ter participado na instalação, em 31 de dezembro de 2008, de um carro-bomba em Bilbao, na sede da EITB (televisão pública basca), localizada num prédio que também abrigava as emissoras Antena 3, El Mundo, Marca, Expansión, Catalunya Radio e Onda Cero.

Um arsenal de material explosivo foi descoberto numa vivenda perto de Óbidos, Caldas da Rainha, a 5 de fevereiro de 2010. Além de Mielgo, outro dos operacionais identificados era Andoni Zengotitabengoa Fernandez, que viria a ser detido no aeroporto de Lisboa a 11 de Março de 2010, quando tentava embarcar para a Venezuela.

Acusado de vários crimes para a prática terrorista, Andoni Fernandez acabou por ver a sua acusação agravada no final do julgamento com o Ministério Público a elevar a sua ação para o patamar do crime de adesão a organização terrorista.

Foi condenado a 12 anos de cadeia e libertado da prisão de Monsanto em 2019, antes do final da pena, um ano depois de a organização terrorista ETA ter anunciado o ponto final em mais de 60 anos de campanha pela independência da comunidade autónoma espanhola do País Basco, que provocou a morte de cerca de 850 pessoas.

A investigação da Unidade Nacional de Contraterrorismo da PJ, dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) foi considerada um marco histórico, uma vez que se tratou da primeira vez que um etarra era levado à justiça em Portugal pela prática de crimes em território nacional. Sobretudo depois de, durante vários anos, os responsáveis políticos negarem a presença de etarras no nosso país.

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