Steve Witkoff, enviado especial de Donald Trump, fez recomendações a um conselheiro de Vladimir Putin sobre como comunicar com o presidente norte-americano em relação ao conflito na Ucrânia, segundo uma conversa telefónica divulgada pela Bloomberg.A agência de notícias financeiras norte-americana publicou na terça-feira a transcrição de uma conversa de 14 de outubro entre o ex-empresário e Yuri Ushakov, conselheiro diplomático do presidente russo, na qual se discute um plano futuro para resolver o conflito, inspirado no anterior para a paz em Gaza.De acordo com o documento publicado pela Bloomberg, Steve Witkoff sugere um telefonema entre Donald Trump e Vladimir Putin, durante o qual este último "congratularia o presidente (norte-americano) por este sucesso" com o plano para o enclave invadido por Israel.O enviado especial norte-americano, segundo a mesma fonte, aconselhou que esta conversa se realizasse antes da visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à Casa Branca, agendada para 17 de outubro."Eu disse ao presidente que a Federação Russa sempre quis um acordo de paz. É nisso que acredito", vincou Steve Witkoff, de acordo com a transcrição. "Um plano de paz de vinte pontos, como o que criámos para Gaza" seria o objetivo, refere ainda."Vai felicitá-lo, dizer que o Sr. Trump é verdadeiramente um homem de paz", acrescentou o conselheiro russo, referindo-se a Vladimir Putin.A chamada telefónica entre Donald Trump e o seu homólogo russo ocorreu em 16 de outubro, na véspera da visita de Zelensky.O presidente norte-americano afirmou que foram feitos "grandes progressos" durante a conversa. Pouco antes, tinha manifestado a sua "grande deceção" com o Presidente russo.Em 21 de novembro, os Estados Unidos propuseram um plano de paz para a Ucrânia que foi considerado altamente favorável à Rússia. .Ucrânia. Os 28 pontos da contraproposta europeia ao plano de paz dos EUA.Steve Witkoff vai encontrar-se na próxima semana com Putin em Moscovo. Desde então, o plano foi alterado, resultando numa nova versão "significativamente melhor" para Kiev, e que Witkoff irá discutir com Putin em Moscovo, a pedido de Donald Trump.Na terça-feira (25 de novembro), o presidente norte-americano revelou que o enviado da Casa Branca, Steve Witkoff, vai encontrar-se com o presidente russo Vladimir Putin na próxima semana, em Moscovo, para discutir o plano que procura acabar com a guerra na Ucrânia."Steve Witkoff irá, talvez com Jared (Kushner, genro de Trump). Não tenho a certeza se Jared irá, mas está envolvido no processo, é um tipo inteligente, e vão reunir-se com o presidente Putin, creio, na próxima semana em Moscovo", frisou o presidente norte-americano aos jornalistas a bordo do Air Force One.Trump disse ainda que Witkoff será acompanhado em Moscovo pelo secretário do Exército, Dan Driscoll, que recentemente se juntou aos esforços de Washington neste dossiê."Serei informado sobre todos os progressos realizados, juntamente com o vice-presidente JD Vance, o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário da Guerra [Defesa], Pete Hegseth, e a chefe de gabinete da Casa Branca Susie Wiles", acrescentou.O líder norte-americano indicou, na rede Truth Social, que espera reunir-se ele próprio com o homólogo russo, Vladimir Putin, e com o ucraniano, Volodymyr Zelensky, mas "apenas quando o acordo para pôr fim a esta guerra estiver concluído ou se estiver chegado à fase final" das negociações. . Antes desta publicação nas redes sociais, o presidente norte-americano manifestou confiança de que um acordo para o fim do conflito na Ucrânia está "muito perto", numa fase de intenso diálogo de Washington com Kiev e Moscovo.As autoridades russas também confirmaram entretanto que foi alcançado um acordo preliminar para que o enviado especial dos Estados Unidos Steve Witkoff visite Moscovo na próxima semana.Yuri Ushakov, conselheiro do Presidente russo, Vladimir Putin, indicou contudo que qualquer fuga do conteúdo das conversações com Witkoff seria uma tentativa de "minar as relações entre a Rússia e os Estados Unidos"..Zelensky sob pressão para aprovar plano dos EUA. Trump ameaça retirar apoio à Ucrânia e Rússia avisa que pode perder mais território.Donald Trump tinha dado na semana passada um prazo até quinta-feira (dia 27 de novembro) a Volodymyr Zelensky para responder ao seu plano de paz de 28 pontos, o que levou à realização de contactos urgentes entre as principais lideranças europeias, Kiev e Washington.No rescaldo destas reuniões, realizadas no domingo, ucranianos e norte-americanos afirmaram que um futuro acordo de paz deveria respeitar a soberania da Ucrânia, após uma primeira versão da proposta tornada pública contemplar a maior parte das exigências russas, incluindo cedências territoriais a Moscovo, redução do exército ucraniano e impedimento da adesão de Kiev à NATO.O plano de 28 pontos foi posteriormente reduzido e Trump pareceu satisfeito com o resultado das negociações com europeus e ucranianos, declarando na sua rede social Truth Social que "algo de bom pode acontecer".Kiev espera agora "organizar a visita de Zelensky aos Estados Unidos o mais rapidamente possível, em novembro, para finalizar os restantes passos e chegar a um acordo com o Presidente Trump", segundo o secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, Rustem Umerov.O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, comentou por sua vez na terça-feira que Moscovo aguardava que os Estados Unidos apresentassem a nova versão da sua proposta..Kiev pronta para avançar com plano dos EUA, Londres quer criar força de manutenção de paz.Ucrânia aceitou a "essência" do plano de paz. Casa Branca fala em "detalhes delicados" ainda por resolver