Ucrânia aceitou a "essência" do plano de paz. Casa Branca fala em "detalhes delicados" ainda por resolver
Facebook / Volodymyr Zelensky

Ucrânia aceitou a "essência" do plano de paz. Casa Branca fala em "detalhes delicados" ainda por resolver

Porta-voz da Casa Branca revelou que "existem alguns detalhes delicados, mas não intransponíveis, que precisam de ser resolvidos" e que vão exigir novas conversações.
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A Ucrânia aceitou a proposta de paz dos Estados Unidos, avançou esta terça-feira, 25 de novembro, a estação de televisão CBS News na sua edição online, que cita fonte do governo norte-americano. Há, no entanto, "pequenos detalhes" a acertar para colocar um ponto final na guerra que dura há quase quatro anos.

"Os ucranianos concordaram com o acordo de paz. Ainda há alguns pequenos detalhes a serem acertados, mas eles concordaram com o acordo de paz", disse a mesma fonte.

Já a Reuters avançou que a Ucrânia apoiou a "essência" de um acordo de paz após as conversações entre as delegações norte-americana e ucraniana em Genebra, Suíça.

"Donald Trump e Volodymyr Zelenskyy vão discutir algumas das questões pendentes mais sensíveis", revelou um funcionário ucraniano citado pela agência de notícias.

Casa Branca: Há detalhes "que precisam de ser resolvidos", mas não são "intransponíveis"

A porta-voz da Casa Branca referiu, entretanto, que "ao longo da última semana, os Estados Unidos fizeram progressos consideráveis ​​rumo a um acordo de paz, levando tanto a Ucrânia como a Rússia à mesa das negociações".

"Existem alguns detalhes delicados, mas não intransponíveis, que precisam de ser resolvidos e exigirão novas conversações entre a Ucrânia, a Rússia e os Estados Unidos", afirmou Karoline Leavitt na rede social X.

O secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Rustem Umerov, afirmou estar otimista sobre uma possível deslocação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Washington para finalizar o acordo até ao final do mês, adiantou a CBS News.

Nas redes sociais, Rustem Umerov revelou que Zelensky deverá visitar Washington nos próximos dias. "Esperamos organizar a visita do presidente da Ucrânia aos EUA na data mais adequada em novembro, para concluir os últimos passos para alcançar um acordo com o presidente Trump”, escreveu o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia.

Umerov agradeceu "encontros produtivos e construtivos" em Genebra entre as delegações ucraniana e norte-americana. "As nossas delegações chegaram a um entendimento comum sobre os termos principais do acordo negociado em Genebra. Agora contamos com o apoio dos nossos parceiros europeus nas próximas etapas", afirmou.

Ainda segundo a CBS News, a informação de que Kiev aceitou o plano de paz acontece numa altura em que o secretário do Exército dos EUA, Dan Driscoll, está em Abu Dhabi, onde estão a decorrer conversações com as autoridades russas, de acordo com duas fontes oficiais.

O porta-voz de Driscoll, o tenente-coronel Jeff Tolbert, afirmou que as negociações entre as delegações dos EUA e da Rússia em Abu Dhabi "estão a correr bem", noticia a CNN.

"Ainda há muito trabalho pela frente", diz Zelensky

Numa publicação recente nas redes sociais, o presidente ucraniano não faz referência a um acordo de paz, apenas indica que a "comunicação com o lado americano continua". "Estou grato por todos os esforços dos Estados Unidos e, pessoalmente, pelos esforços do presidente Trump", escreveu.

Zelensky referiu, na nota, que falou com o chanceler alemão, Friedrich Merz, com o qual disse ter partilhado "os detalhes mais recentes" dos trabalhos para pôr fim à guerra. "Estamos a coordenar para garantir que todos os nossos parceiros estão informados", afirmou o chefe de Estado da Ucrânia, dando conta que abordou com Merz "os últimos acontecimentos" e que os dois coordenaram os "próximos passos".

Nas redes sociais, o presidente ucraniano disse ainda ter abordado com o chanceler alemão a ordem de trabalhos da reunião desta terça-feira da Coligação dos Dispostos, que será realizada via videoconferência e será "copresidida pela Alemanha".

Luís Montenegro, primeiro-ministro português, também irá participar na reunião, pelas 15:00, disse à Lusa fonte do seu gabinete, assim como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte.

Anteriormente, também nas redes sociais, Zelensky afirmou que ainda existe um caminho a percorrer depois das reuniões que aconteceram no passado fim de semana, na Suíça.

"Após as reuniões em Genebra, vemos muitas perspectivas que podem tornar o caminho para a paz uma realidade", disse Zelensky, fazendo referência a "resultados sólidos". Afirmou, no entanto, que "ainda há muito trabalho pela frente".

Em reação aos últimos desenvolvimentos, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que "não se trata de um novo acordo, mas sim de uma confirmação da Ucrânia de que está satisfeita" com o documento apresentando em Genebra, "que, obviamente, não aborda a questão territorial".

"Ainda há um longo caminho a percorrer e o caminho será difícil, mas estamos mais determinados do que nunca a defender esta causa e a fazer avançar este processo", disse Starmer na Câmara dos Comuns (câmara baixa do Parlamento britânico).

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