Pardal Henriques candidato a deputado pelo partido de Marinho e Pinto
O advogado vice-presidente e porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) será cabeça-de-lista em Lisboa do PDR.
O Partido Democrático Republicano, fundado (em 2014) e liderado pelo advogado Marinho e Pinto, conquistou uma estrela mediática para cabeça-de-lista do partido às eleições legislativas pelo círculo de Lisboa: Pedro Pardal Henriques, o (também) advogado vice-presidente e porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).
Segundo o DN soube, Marinho e Pinto deverá também ser cabeça-de-lista - mas pelo círculo do Porto.
Confrontado pelo DN, Marinho e Pinto recusou desmentir ou confirmar a notícia: "Não lhe posso dizer quem será ou não candidato. As listas ainda não estão definidas", afirmou.
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Segundo acrescentou, a Comissão Política Nacional aprovará as listas partindo das propostas que vierem das estruturas distritais do PDR. Depois o Conselho Nacional ratificará. O prazo legal de entrega terminará no dia 26.
"O Governo preocupa-se é com a Antram, com a Petrogal, com os poderes económicos deste país."
Não sendo motorista de veículos pesados, muito menos de transporte de matérias perigosas, o advogado conquistou notoriedade nacional como porta-voz do SNMMP, o sindicato que ameaça bloquear o país com uma greve por tempo indeterminado marcada para se iniciar na próxima segunda-feira, dia 12.
Em 2015, o PDR ganhou a "divisão de honra" das eleições legislativas - ou seja, foi o maior partido dos que não conseguiram eleger deputados. Obteve 61,6 mil votos (1,14%). O PAN conseguiu eleger um deputado com 1,39% (cerca de 75 mil votos).
Ontem, perante o "catálogo" dos serviços mínimos anunciado pelo governo - que vão dos 50% a 100% dos trabalhadores -, Pardal Henriques falou numa "barbaridade" que fará o sindicato refletir. "Decretar 100% para praticamente tudo o que existe e 50% naquilo que resta, que é praticamente nada, é dizer 'trabalhem, porque os vossos problemas são vossos, resolvam-nos', o governo preocupa-se é com a Antram, com a Petrogal, com os poderes económicos deste país", afirmou.
"Eu acho que acima disto os senhores ministros poderiam ter decretado [serviços mínimos de] uma greve de 150%", acrescentou.
"Agora compreendo porque é que a Antram não cumpriu o que foi acordado com os motoristas, rasgou o acordo que foi acordado, não quer negociar, não quer falar, porque o governo está do lado da Antram, porque a Antram sabe o que é que iria ser acordado", disse. "Sinto vergonha de ser português, porque hoje foi um atentado à democracia", acusou.
"Não dou entrevistas ao DN. Obrigado."
A greve dos motoristas está convocada pelo SNMMP mas também pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que acusam a associação patronal Antram de não querer cumprir o acordo assinado em maio que previa uma progressão salarial.
Tal como Marinho e Pinto, Pardal Henriques também não desmentiu nem comentou ao DN a notícia de que será candidato a deputado pelo PDR. "Não dou entrevistas ao DN. Obrigado", disse, via WhatsApp.
O advogado não fala com o DN por causa de uma notícia dando conta de uma queixa formal contra ele apresentada no DIAP por burla. Dessa notícia, o advogado exerceu direito de resposta.
Pardal Henriques é também membro da maior, mais antiga e influente obediência maçónica portuguesa, o Grande Oriente Lusitano, integrando a loja Simpatia e União.