Oficial: Lone Star vende Novo Banco ao grupo francês BPCE por 6,4 mil milhões de euros
As negociações entre o fundo Lone Star e o grupo francês BPCE para a venda do Novo Banco chegaram ao fim e a operação foi formalizada esta sexta-feira ao início da manhã, tal como o DN tinha antecipado. Os franceses vão pagar 6,4 mil milhões de euros por 100% do Novo Banco e os acionistas públicos, o Estado e o Fundo de Resolução, que controlam 25% do capital, vão encaixar 1,6 mil milhões de euros.
O anúncio foi feito através de um comunicado divulgado pelo Novo Banco no site da CMVM, esta manhã. A operação deverá ficar concluída no primeiro semestre de 2026, adiantou o banco liderado por Mark Bourke, após as necessárias autorizações regulatórias e outras formalidades.
O Lone Star, que comprou o Novo Banco em 2017, por mil milhões de euros, vai encaixar 4,8 mil milhões, relativos à sua participação de 75%. O Estado e o Fundo de Resolução, que têm 25%, deverão acompanhar a venda, encaixando os restantes 1,6 mil milhões. Estes dois acionistas públicos têm direito de tag along, o que significa que podem vender ao mesmo preço que o Lone Star. Ao que o DN apurou, será essa a decisão que o Governo vai tomar.
Tal como o DN noticiou esta quinta-feira, o Lone Star estava em negociações avançadas com o BPCE e previa-se que o negócio fosse anunciado hoje, após a proposta dos franceses ter sido escolhida.
Grupo francês vai passar a empregar mais de sete mil pessoas em Portugal
O BPCE é o segundo maior grupo bancário francês, estando constituído na forma de um banco cooperativo. Em Portugal, está presente através de um centro de serviços partilhados do seu banco de investimento, o Natixis, que emprega cerca de 2500 pessoas no Porto, detendo também o Banco Primus, num total de três mil colaboradores no nosso país. Com a compra do Novo Banco, que conta com 4200 funcionários, o grupo francês vai passar a empregar mais de sete mil pessoas em Portugal. Tal como o DN noticiou, o BPCE sinalizou ao Governo que pretende criar mais algumas centenas de postos de trabalho neste centro tecnológico na Invicta. Este facto foi visto como um trunfo político, juntamente com o facto de a compra do Novo Banco pelo BPCE (que não está presente na banca de retalho em Portugal), não implicar redundâncias a nível de funcionários, pelo que não deverá obrigar a um número elevado de rescisões, ao contrário do que sucederia se o comprador fosse outro banco que já operasse no nosso país.
O outro interessado na compra do Novo Banco era o catalão Caixa Bank, dono do BPI. Segundo a Bloomberg, os catalães ofereceram um valor inferior ao da proposta do BPCE. Tal como o DN noticiou, o Caixa Bank tinha pela frente a oposição do Governo, que receava um aumento da presença espanhola no sistema bancário português. O Governo avisou o grupo catalão que não estaria disposto a pagar os subsídios de desemprego aos funcionários abrangidos pela reestruturação que teria de ocorrer em caso de fusão entre o Novo Banco e o BPI.
(Notícia atualizada às 08h05 de sexta-feira, com a confirmação da realização da operação e o valor final, divulgada em comunicado no site da CMVM)