O Benfica vai a votos no dia 25 de outubro. O DN desafiou os seis candidatos à presidência do clube para o quadriénio 2025-2029, Rui Costa, Luís Filipe Vieira, João Noronha Lopes, João Diogo Manteigas, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho a responder às mesmas cinco questões sobre cinco temas essenciais na vida do clube, desde a prioridade após a eleição, à política e projeto desportivo para o futebol, passando pelo passivo e pelo futuro da instituição Benfica. Eis as respostas de Martim Mayer.A prioridade das prioridades, assim que for eleito é...O Benfica precisa de uma mudança estrutural. Vamos introduzir a metodologia Kaizen de gestão, como ferramenta central da nossa gestão. Face aos 70 milhões negativos que a SAD tem em média para resolver todos os anos - e que o faz com a venda antes de tempo do nosso talento -ravés da implementação desta metodologia, conseguiremos baixar cerca de 20% o total de custos anuais que são superiores a 150M€ ano, através da otimização de recursos e renegociação contratual com fornecedores, sem pôr em causa a ambição desportiva. Paralelamente, vamos alavancar as receitas, com grande foco no projeto Benfica Global, que prevê criação de escritórios de representação na Europa e EUA, assim como a criação dos Cartões Nacionais Benfica em Angola e Moçambique, projetos que temos bastante adiantados, com parceiros definidos, e que permitirão um aumento de receitas superiores a 30M por ano a partir do segundo ano, devolvendo assim a sustentabilidade ao clube, sem vender ativos estratégicos da formação.Como se encontra o equilíbrio entre a formação com a exigência desportiva de um clube como o Benfica: Formar para vender e sustentar o projeto desportivo ou formar para alimentar a equipa e ter sucesso desportivo.Da forma que expliquei na resposta anterior. Só é possível gerir o clube e o futebol de forma a tomar sempre as melhores decisões sem pressão financeira, se, em primeiro lugar, não começarmos cada temporada com as contas no vermelho na casa dos 70M. Isso obriga o clube a vender jogadores como João Neves, porque a tesouraria estava estrangulada e em risco de não cumprir com as obrigações imediatas. Reter talento só é viável assim, através de uma rápida redução de custos, que é possível com o Método Kaizen e em simultâneo identificar novas formas de receita que passam pela internacionalização da marca Benfica. Será também preciso estabilidade, pois neste momento, mais do que falarmos em reter os jogadores da formação, estamos a assistir a uma inexistência de novos valores a vingarem na equipa principal vindos do Seixal e isso é o mais preocupante. É preciso ter estabilidade desportiva, parar com o carrosel de entradas e saídas, para que haja espaço para os talentos oriundos da formação.O Benfica apresentou um resultado positivo de €34,4 ME. O passivo baixou para 474,9 milhões de euros - ainda é um problema? E como se baixa mais?Se retirarmos os valores recebidos das vendas de jogadores da formação do Benfica das contas, durante o atual mandato, o Benfica teve um resultado negativo de 280 milhões de euros em 4 anos. O Clube deverá incrementar a sua posição na SAD dos atuais 63% para 67% e simultaneamente iniciar uma operação de capitalização da SAD em conjunto com Acionistas estratégicos de médio-longo prazo. Está identificada a forma de o fazer, mas teremos que estar já em funções para o poder anunciar com detalhes na altura que mais convém ao clube. Com essa recapitalização da SAD, será fácil reduzir o passivo.José Mourinho cabe no seu projeto desportivo para o futebol? Porquê?É um dos melhores treinadores do mundo, era impensável não caber. Queremos mudar o futebol de cima para baixo, mas ter no comando da equipa alguém com este perfil é um ótimo ponto de partida. Teria sido fácil para mim andar a anunciar viagens para criar rumores sobre quem seria o meu Diretor-Geral, cargo que idealizei para o futebol, com uma abrangência muito além do que este cargo alguma vez teve no clube. O meu compromisso com a estabilidade e com o seu sucesso desportivo é tal que abdiquei de algo que seria um trunfo eleitoral para alterar a pessoa que ia ocupar o cargo. Porque quem comigo trabalhou nestes meses a definir toda a estrutura não é compatível com o perfil de Mourinho. Seria-o com Lage, mas não com Mourinho. Por isso, estou a fechar uma nova pessoa adaptada a esta nova equipa técnica, na linha da primeira escolha, que garante uma visão 360º do futebol do Benfica, com muita experiência no futebol profissional, formação, scouting e ainda no futebol feminino.Como é o Benfica do futuro? (Uma medida reformista até 2030)Comigo na Presidência do Benfica, o clube em 2030 será verdadeiramente Global. Um Benfica bem capitalizado, um Benfica em todo o esplendor que a criação de uma oferta de proximidade com os seus 20 milhões de Adeptos Vitalícios espalhados pelo Mundo permite idealizar e permite concretizar. Com atividade desportiva ao mais alto nível na Europa, em África e na América do Norte, materializando para o Clube receitas de uma escala muito superior às atuais, permitindo a todos estes Sócios e Adeptos viver o Benfica intensamente e com isto voltar ao sucesso desportivo massivo que é a coluna central da identidade do maior clube do Mundo: O Sport Lisboa e Benfica.isaura.almeida@dn.pt.Candidatos à presidência do Benfica: Aposta na formação e em Mourinho quase unem o que o passivo separa .Eleições do Benfica. Luís Filipe Vieira ao DN: “Passivo da SAD aumentou 100 milhões desde 2021”.Rui Costa ao DN: “Mourinho é o homem certo para liderar o Benfica”.Eleições do Benfica. Cristóvão Carvalho ao DN: “Com uma gestão eficiente, passivo deixará de ser um travão”