O Benfica vai a votos no dia 25 de outubro. Rui Costa, Luís Filipe Vieira, João Noronha Lopes, João Diogo Manteigas, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho têm de formalizar a entrega das listas até ao dia 10 de outubro. Caso nenhum deles consiga reunir mais de 50% dos votos, os dois mais votados vão a uma segunda volta, já marcada para 8 de novembro. O DN desafiou os seis candidatos à presidência do clube para o quadriénio 2025-2029 a responder às mesmas cinco questões sobre cinco temas essenciais na vida do clube, desde a prioridade após a eleição, à política e projeto desportivo para o futebol. A aposta na formação une os seis candidatos, mas nem todos apostam em José Mourinho se forem eleitos. O passivo do clube é aquele que mais distância os candidatos, assim como o caminho para o futuro do Benfica.Rui Costa: “Mourinho é o homem certo para liderar o Benfica”.A prioridade das prioridades, assim que for eleito é...Ganhar, liderar e unir a família benfiquista.Como se encontra o equilíbrio entre a formação com a exigência desportiva de um clube como o Benfica: Formar para vender e sustentar o projeto desportivo ou formar para alimentar a equipa e ter sucesso desportivo.Não olhamos para esta questão como uma questão de equilíbrio entre duas visões antagónicas porque, no Benfica, formamos jogadores tendo sempre em perspetiva que alcancem a equipa A e aí façam o seu caminho. Esta época são nove os jogadores da equipa A formados no Benfica Campus, eleita a melhor academia do mundo por duas vezes e aquela que formou mais jogadores que disputam atualmente as cinco principais ligas europeias. O Benfica Campus coloca há nove anos consecutivos jogadores na lista dos melhores jogadores do mundo.O Benfica apresentou um resultado positivo de €34,4 ME. O passivo baixou para 474,9 milhões de euros - ainda é um problema? E como se baixa mais?Os resultados económicos são positivos em todas as perspetivas. Destaco que as receitas correntes aumentaram mais do que os custos correntes, num caminho que definimos para chegar aos 500 milhões de receita, essenciais para que a nossa equipa esteja regularmente no Top 10 europeu. Numa SAD que apresenta um ativo a rondar os 600 milhões de euros, não é preocupante apresentar um passivo com este valor. Importa, sim, controlar e continuar a reduzir a dívida líquida financeira (€202ME para €197ME no último exercício) e a outros clubes (i.e., diferença entre o que temos a receber e a pagar, de €66ME para €26ME no último exercício). Neste exercício, assistimos a uma redução de €45ME nestes dois indicadores. Apresentamos o melhor rácio entre dívida / receita do futebol português e o único abaixo de 100% (atualmente nos 60%).José Mourinho é o treinador do seu projeto desportivo para o futebol? Porquê?José Mourinho tem um currículo invejável, uma experiência notável, campeão nacional em Portugal e nas três principais ligas europeias, vencedor de duas Ligas dos Campeões. É o homem certo para liderar com ambição um clube com a grandeza do Benfica.Como é o Benfica do futuro? (Uma medida reformista até 2030)O Benfica do futuro é um Benfica vencedor e que encurta “distâncias” para os outros colossos europeus. Um dos projetos que permitirá ao clube projetar-se dessa forma será o Benfica District, que revolucionará o estádio e a sua envolvente e que transformará positivamente a relação do Benfica com os seus adeptos.Luís Filipe Vieira: “Passivo da SAD aumentou 100 milhões desde 2021”.A prioridade das prioridades, assim que for eleito é...Sem dúvida que temos de olhar para as contas e definir um plano de curto e médio prazo que nos permita garantir a sustentabilidade financeira, sem hipotecar a componente desportiva. Depois, garantir, desde o início, que me faço rodear das pessoas adequadas para corrigir o que necessita de ajustes urgentes no Benfica. O Seixal, por exemplo, enfrenta uma carência de profissionais e precisa de uma reestruturação o quanto antes. Corremos o risco de comprometermos o futuro do clube.Como se encontra o equilíbrio entre a formação com a exigência desportiva de um clube como o Benfica: Formar para vender e sustentar o projeto desportivo ou formar para alimentar a equipa e ter sucesso desportivo.Como sempre fiz ao longo do tempo em que fui presidente. O Benfica é um clube que forma inúmeros talentos todos os anos, talentos esses que devem servir para, num primeiro momento, enriquecer a equipa principal. Depois de darem o seu contributo em casa, é natural que gerem interesse no estrangeiro, sendo que nessa altura é preciso avaliar as propostas e conciliar isso à nossa vontade e à vontade do próprio jogador. Infelizmente, a formação nestes últimos anos foi menosprezada pela atual direção. Temos urgentemente de inverter isso! O Benfica apresentou um resultado positivo de €34,4 ME. O passivo baixou para 474,9 milhões de euros - ainda é um problema? E como se baixa mais?Este é um dos problemas mais graves do Benfica atualmente e um dos motivos pelos quais me candidato. Quando deixei a presidência, o passivo da SAD situava-se nos 379 milhões de euros. Hoje, após quatro anos de presidência de Rui Costa, está nos 478 milhões de euros, ou seja, mais 100 milhões de euros do que em 2021. Estamos a falar do maior passivo da história da SAD. É verdade que em 2024/25 o Benfica apresentou um resultado positivo de 34,4 milhões de euros, mas num clube saudável e com as receitas extraordinárias do ano passado, o Benfica deveria ter apresentado um resultado positivo próximo dos 70 milhões. Não podemos, igualmente, apagar os resultados negativos de 2021/22 (-35M€) e 2023/24 (-31,3M€). No total do mandato de Rui Costa, o Benfica apresentou um prejuízo acumulado de cerca de 28 milhões de euros. Este desastre financeiro poderia ter como contrapartida a conquista de títulos ou um aumento do património do Benfica, mas nada disso se verifica. Pelo contrário, o clube perdeu competitividade desportiva, não aumentou o seu património e viu os custos dispararem. Em vez de se reforçar a solidez do Benfica, hipotecou-se o futuro com dívidas cada vez maiores e uma gestão sem rumo.José Mourinho cabe no seu projeto desportivo para o futebol? Porquê?O técnico do Benfica precisa de partilhar a ambição de elevar o clube a um patamar de referência na Europa. Neste momento, esse treinador é o José Mourinho, e desejo que se mantenha no cargo, isso significará que os resultados estão a corresponder ao que é desejado por todos nós.Como é o Benfica do futuro? (Uma medida reformista até 2030)A principal e mais reformista de todas: mudar de direção para voltar a ter liderança e rumo! Depois, investir na melhoria das condições do Estádio da Luz, trabalhar para ter mais lugares, aumentar a lotação do estádio para 90 mil. Quero um Benfica vencedor com contas certas, saudável financeiramente, com um Benfica Campus com melhores condições, mais funcionários e ainda mais talento e que, para além disso, terá também um hotel e um colégio, tal como está previsto no nosso programa. Por fim, um Benfica com modalidades que vencem tudo o que há para vencer em Portugal e que são capazes de orgulhar Portugal no estrangeiro e ainda um clube que terá muito mais sócios do que aqueles que tem hoje. É assim que vejo o Benfica comigo como presidente.João Noronha Lopes: “O Benfica deve formar para vencer e não para vender”.A prioridade das prioridades, assim que for eleito é...São várias prioridades. O Benfica não tem tempo a perder. Foram 4 anos de retrocesso em muitas áreas essenciais da vida do clube. Desde logo irei reunir com os funcionários do Benfica, do estádio ao Seixal, apresentar-me a mim e à minha equipa, e conhecer as pessoas com quem vou construir o futuro do nosso clube. A mudança não se faz com presidências de um homem só. Uma liderança forte começa na capacidade de inspirar e valorizar todos os que estão à nossa volta. É por aqui que pretendo começar. Como se encontra o equilíbrio entre a formação com a exigência desportiva de um clube como o Benfica: Formar para vender e sustentar o projeto desportivo ou formar para alimentar a equipa e ter sucesso desportivo.A situação atual do Benfica radica num défice de identidade e na ausência de uma cultura de vitória. Há muito que as prioridades foram invertidas. O Benfica deve formar para vencer e não para vender. Isso implicará um investimento sem precedentes nos nossos jovens, para que possam cumprir o seu sonho de infância, que é também o sonho dos adeptos: serem campeões no Benfica e brilharem na Europa ao serviço do seu clube. Por outro lado devemos contratar para reforçar, não para transformar o Benfica num carrossel de jogadores como aquele a que assistimos nos últimos anos, com contratações e saídas sucessivas que tornaram impossível construir uma base vencedora. Para que tudo isto aconteça, temos de ser mais criteriosos e inteligentes na forma como abordamos o mercado. Identificar o talento mais cedo, garantindo aquisições mais inteligentes que acrescentam valor desportivo e financeiro ao clube. O equilíbrio entre a formação enquanto eixo fundamental e o talento vindo de fora resulta quando a estrutura do futebol sabe o que quer e como lá chegar. Mas é preciso abordar estas duas dimensões de forma consistente, não mudando a estratégia ao sabor do vento ou de calendários eleitorais. Aquilo que temos visto nos últimos 4 anos não é um projeto desportivo, mas um desgoverno desportivo. O Benfica apresentou um resultado positivo de €34,4 ME. O passivo baixou para 474,9 milhões de euros - ainda é um problema? E como se baixa mais?É importante não confundir os sócios com manobras de distração. Um ano de resultados positivos não altera a trajetória de agravamento acentuado de desequilíbrios financeiros no Benfica. O passivo aumentou 95M de euros no mandato de Rui Costa. A rubrica de fornecimentos e serviços externos era de 55M de euros no início do mandato e representa hoje um custo de 90M de euros. O plantel de futebol desvalorizou e vale agora menos 100M de euros do que o do primeiro classificado da época passada, apesar de o investimento realizado pelo Benfica ter sido largamente superior. Os custos operacionais aumentaram 83% durante estes 4 anos. A lista continua. Todos os indicadores estruturais das finanças do Benfica apontam no mesmo sentido: uma degradação da sustentabilidade financeira do clube e a ausência de uma estratégia que reconheça desde logo a existência de problemas sérios. Só um diagnóstico sério e realista permite encontrar as soluções de que o clube precisa neste momento. É nisso que eu e a minha equipa financeira trabalhamos há cerca de um ano, com o objetivo de atacar este problema desde o primeiro momento e garantir que o Benfica inverte a trajetória dos últimos 4 anos. José Mourinho cabe no seu projeto desportivo para o futebol? Porquê?José Mourinho é o treinador do Benfica e será com ele que vou trabalhar a 26 de outubro. É um treinador que sabe ganhar e sabe que o Benfica tem a mesma ambição. Aquilo que farei assim que for presidente é apresentar a José Mourinho o meu projeto desportivo para o futebol e a equipa que levo comigo para implementar esse projeto. Como é o Benfica do futuro? (Uma medida reformista até 2030)Fala do alargamento do estádio e da requalificação da zona envolvente. Um projeto feito com ambição, seriedade e competência, sempre envolvendo os sócios em primeiro lugar. Aquilo que esta direção fez com a apresentação do Benfica district é mais um exemplo do desrespeito pelos sócios e do modo leviano como temas fundamentais da vida do clube foram abordados ao longo dos últimos 4 anos. O Benfica do futuro será seguramente um Benfica mais competente e capaz de aprender com os erros. Só assim poderemos fazer diferente e garantir o futuro a que todos os benfiquistas legitimamente aspiram.João Diogo Manteigas: “Lançar auditoria forense ao grupo Benfica é prioritário".A prioridade das prioridades, assim que for eleito é... Reunir imediatamente com todas as equipas técnicas do futebol (profissional e campus) e modalidades para apresentar, explicar e com eles debater o nosso projeto e modelo desportivo; analisar imediatamente todos os compromissos até ao final do ano com fornecedores, credores e terceiros, desencadear um concurso para recolha de propostas com vista à auditoria forense do grupo Benfica, reunir com a Liga e Federação para começar já a debater a nossa visão e futuro sobre o futebol português em temas como arbitragem, centralização dos direitos audiovisuais e alteração dos quadros competitivos, reformulação imediata do departamento de comunicação com o novo diretor de comunicação e apresentação do plano estratégico inicial para as Casas Benfica.Como se encontra o equilíbrio entre a formação com a exigência desportiva de um clube como o Benfica: Formar para vender e sustentar o projeto desportivo ou formar para alimentar a equipa e ter sucesso desportivo.É possível ter sucesso desportivo e rentabilidade financeira a apostar na formação. O processo passa por assumir o risco consciente na aposta da formação e reter ao máximo esses jogadores. Identificar talento, desenvolvê-lo, apostar nele, retê-lo e somente libertá-lo após o necessário sucesso desportivo (títulos). Para que isto seja possível, é necessário juntar maior eficiência na gestão do plantel profissional (equipa A e B) para reduzir o número de jogadores por plantel, investindo em mais qualidade e menos quantidade, bem como continuar a ser mestre nas transações de jogadores (vender acima do valor de mercado e comprar abaixo do valor de mercado). Esta estratégia vai alcançar a seguinte fórmula: mais qualidade (os melhores atletas em Portugal devem estar no Benfica), mais equilíbrio (mínimo de 2 jogadores por posição distintos entre si) e mais compromisso (os atletas devem perceber e aceitar a história, valores e princípios do Sport Lisboa e Benfica).O Benfica apresentou um resultado positivo de €34,4 ME. O passivo baixou para 474,9 milhões de euros - ainda é um problema? E como se baixa mais?O passivo baixou em 8M€ face a 30jun2024, contudo, aumentou em 25% durante este mandato da atual Direção desde 2021. O Passivo deve ser gerido tendo em conta as prioridades de investimentos estratégicos. No que respeita ao Passivo, entendemos que o valor mais preocupante é o aumento consecutivo da dívida a Clubes e Sociedades Desportivas relacionada com o elevado número de transações de atletas e respetivo valor de aquisição. Para alcançarmos a redução desta dívida, o Benfica terá que apostar forte na formação para o Plantel principal (equipa A), procedendo à aquisição de menos jogadores mas com mais qualidade. Adicionalmente, terá que efetuar trabalho na captação de receitas correntes adicionais (exemplos: naming do Estádio e restantes infraestruturas) de forma a conseguir alocar parte dessas receitas adicionais para a redução do Passivo, sem nunca perder competitividade desportiva.José Mourinho cabe no seu projeto desportivo para o futebol? Porquê?Qualquer treinador, fosse Bruno Lage ou atualmente Mourinho, são trabalhadores da SAD, membros que devem respeitar a estratégia desportiva que é pensada e implementada pela administração da SAD e direção do Clube. Com respeito pela classe dos treinadores, não são eles que determinam o projeto desportivo dos clubes ou sociedades desportivas. Até porque estarão sempre a prazo mais curto nas instituições, estando sujeitos a resultados desportivos ou à sua saída precoce por outras oportunidades de trabalho. Apesar do facto de gozarem de uma determinada autonomia técnica, devem respeitar as diretrizes do plano e modelo desportivo que lhes serão traçadas e delineadas pela administração que os contratou. No caso da nossa candidatura, iremos aplicar um modelo desportivo consistente na otimização do valor de mercado das equipas em que estas deixam de ser geridas como centros de custos que gastam receitas de atividades comerciais da SAD e passam a ser um portfólio de ativos que gera valor. Como é o Benfica do futuro? (Uma medida reformista até 2030)É essencial reformar o sistema de venda de bilhetes. Aportaremos mais transparência e havemos de estipular, junto dos sócios e depois de ouvi-los, quais os critérios que eles desejam para esta problemática no Benfica. Temos que dar a conhecer a alocação de bilhetes por jogo sobretudo fora da Luz, quais as categorias de bilhetes e a quantidade deles disponíveis para cada grupo de sócios como corporate, patrocinadores e parceiros. Terá que existir uma alocação da bilhética, por mais ínfima que seja, para as casas Benfica mais próximas dos estádios onde o Benfica vai fora de Lisboa. A procura é muito superior à oferta devido à grandeza do Benfica. Mas há medidas que já deviam existir como modernização do sistema online com contador digital com o número de bilhetes disponíveis e desenvolvimento de sistema de filas virtuais inteligente que distribua o acesso justo à compra de bilhetes, comunicando em tempo real a posição do utilizador e o tempo estimado de espera.Martim Mayer: “Método Kaizen de gestão permitirá baixar 20% dos custos”.A prioridade das prioridades, assim que for eleito é...O Benfica precisa de uma mudança estrutural. Vamos introduzir a metodologia Kaizen de gestão, como ferramenta central da nossa gestão. Face aos 70 milhões negativos que a SAD tem em média para resolver todos os anos - e que o faz com a venda antes de tempo do nosso talento -ravés da implementação desta metodologia, conseguiremos baixar cerca de 20% o total de custos anuais que são superiores a 150M€ ano, através da otimização de recursos e renegociação contratual com fornecedores, sem pôr em causa a ambição desportiva. Paralelamente, vamos alavancar as receitas, com grande foco no projeto Benfica Global, que prevê criação de escritórios de representação na Europa e EUA, assim como a criação dos Cartões Nacionais Benfica em Angola e Moçambique, projetos que temos bastante adiantados, com parceiros definidos, e que permitirão um aumento de receitas superiores a 30M por ano a partir do segundo ano, devolvendo assim a sustentabilidade ao clube, sem vender ativos estratégicos da formação.Como se encontra o equilíbrio entre a formação com a exigência desportiva de um clube como o Benfica: Formar para vender e sustentar o projeto desportivo ou formar para alimentar a equipa e ter sucesso desportivo.Da forma que expliquei na resposta anterior. Só é possível gerir o clube e o futebol de forma a tomar sempre as melhores decisões sem pressão financeira, se, em primeiro lugar, não começarmos cada temporada com as contas no vermelho na casa dos 70M. Isso obriga o clube a vender jogadores como João Neves, porque a tesouraria estava estrangulada e em risco de não cumprir com as obrigações imediatas. Reter talento só é viável assim, através de uma rápida redução de custos, que é possível com o Método Kaizen e em simultâneo identificar novas formas de receita que passam pela internacionalização da marca Benfica. Será também preciso estabilidade, pois neste momento, mais do que falarmos em reter os jogadores da formação, estamos a assistir a uma inexistência de novos valores a vingarem na equipa principal vindos do Seixal e isso é o mais preocupante. É preciso ter estabilidade desportiva, parar com o carrosel de entradas e saídas, para que haja espaço para os talentos oriundos da formação.O Benfica apresentou um resultado positivo de €34,4 ME. O passivo baixou para 474,9 milhões de euros - ainda é um problema? E como se baixa mais?Se retirarmos os valores recebidos das vendas de jogadores da formação do Benfica das contas, durante o atual mandato, o Benfica teve um resultado negativo de 280 milhões de euros em 4 anos. O Clube deverá incrementar a sua posição na SAD dos atuais 63% para 67% e simultaneamente iniciar uma operação de capitalização da SAD em conjunto com Acionistas estratégicos de médio-longo prazo. Está identificada a forma de o fazer, mas teremos que estar já em funções para o poder anunciar com detalhes na altura que mais convém ao clube. Com essa recapitalização da SAD, será fácil reduzir o passivo.José Mourinho cabe no seu projeto desportivo para o futebol? Porquê?É um dos melhores treinadores do mundo, era impensável não caber. Queremos mudar o futebol de cima para baixo, mas ter no comando da equipa alguém com este perfil é um ótimo ponto de partida. Teria sido fácil para mim andar a anunciar viagens para criar rumores sobre quem seria o meu Diretor-Geral, cargo que idealizei para o futebol, com uma abrangência muito além do que este cargo alguma vez teve no clube. O meu compromisso com a estabilidade e com o seu sucesso desportivo é tal que abdiquei de algo que seria um trunfo eleitoral para alterar a pessoa que ia ocupar o cargo. Porque quem comigo trabalhou nestes meses a definir toda a estrutura não é compatível com o perfil de Mourinho. Seria-o com Lage, mas não com Mourinho. Por isso, estou a fechar uma nova pessoa adaptada a esta nova equipa técnica, na linha da primeira escolha, que garante uma visão 360º do futebol do Benfica, com muita experiência no futebol profissional, formação, scouting e ainda no futebol feminino.Como é o Benfica do futuro? (Uma medida reformista até 2030)Comigo na Presidência do Benfica, o clube em 2030 será verdadeiramente Global. Um Benfica bem capitalizado, um Benfica em todo o esplendor que a criação de uma oferta de proximidade com os seus 20 milhões de Adeptos Vitalícios espalhados pelo Mundo permite idealizar e permite concretizar. Com atividade desportiva ao mais alto nível na Europa, em África e na América do Norte, materializando para o Clube receitas de uma escala muito superior às atuais, permitindo a todos estes Sócios e Adeptos viver o Benfica intensamente e com isto voltar ao sucesso desportivo massivo que é a coluna central da identidade do maior clube do Mundo: O Sport Lisboa e Benfica.Cristóvão Carvalho: “Com uma gestão eficiente, passivo deixará de ser um travão”.A prioridade das prioridades, assim que for eleito é...Unir o Benfica em torno de um projeto ambicioso e credível, que devolva o Clube aos Sócios e coloque o futebol a vencer de forma consistente. Isso significa criar uma gestão profissional, transparente e moderna, capaz de reforçar o plantel com critério e segurar os talentos da formação. A prioridade absoluta é devolver ao Benfica a hegemonia desportiva em Portugal e a presença regular entre os grandes da Europa.Como se encontra o equilíbrio entre a formação e a exigência desportiva de um clube como o Benfica? Formar para vender ou formar para alimentar a equipa e ter sucesso desportivo?A formação é a joia da coroa do Benfica e não pode ser vista apenas como fonte de receita. O objetivo é claro: ter quatro titulares formados no Seixal na equipa principal, reter os melhores jovens durante pelo menos quatro anos e só depois vender em condições que sirvam o Clube. Ou seja, primeiro alimentar a equipa com talento da casa, ganhar títulos com eles e, só depois, no momento certo, realizar transferências estratégicas. Formar para vencer – e não para vender cedo demais.O Benfica apresentou um resultado positivo de 34,4 milhões de euros. O passivo baixou para 474,9 milhões – ainda é um problema? E como se baixa mais?Sim, continua a ser um problema. Apesar da redução, quase 475 milhões de euros de passivo representam uma herança pesada. O Benfica tem de crescer em receitas para não depender de vendas apressadas de jogadores. O nosso plano prevê duplicar receitas para 450 milhões/ano em quatro anos e chegar aos 700 milhões/ano em oito, colocando o Clube no top 10 europeu. Com mais rigor, novas fontes de receita e uma gestão eficiente, o passivo deixará de ser um travão e passará a ser um capítulo encerrado na história financeira do Benfica. José Mourinho cabe no seu projeto desportivo para o futebol? Porquê?José Mourinho não faz parte do projeto que apresento para o Benfica. Tenho todo o respeito pelo seu percurso, mas considero que a sua contratação foi feita como trunfo eleitoral por Rui Costa e não como solução desportiva estruturada. O Benfica precisa de um treinador que se enquadre num projeto sólido, moderno e de longo prazo. É por isso que já assumi publicamente que o nome que quero para liderar a equipa principal é Jürgen Klopp. Acredito que Klopp reúne as condições ideais: mentalidade vencedora, experiência de topo e capacidade de desenvolver talento, alinhando-se com a nossa visão de um Benfica dominante em Portugal e competitivo na Europa.Como é o Benfica do futuro? Uma medida reformista até 2030.O Benfica de 2030 será um clube com um milhão de Sócios ativos, entre os dez maiores da Europa, com receitas anuais acima de 700 milhões de euros. Teremos um Estádio da Luz ampliado e modernizado, academias e Casas Benfica fortalecidas em Portugal e no mundo, e seremos uma potência global, mas sempre enraizada na sua identidade. Também assumiremos a liderança em sustentabilidade e responsabilidade social. Uma medida reformista concreta até 2030 será garantir a gratuitidade das transmissões televisivas dos jogos em casa para todos os Sócios. Isso reforça o orgulho de ser associado e consolida a ligação do Clube à sua base.isaura.almeida@dn.pt