"Biden é pouco mais do que um testa-de-ferro para Obama"
O presidente Donald Trump, com mais de 70 milhões de votos populares, é o candidato republicano mais bem-sucedido da história. Esta é a principal razão pela qual ele está tão relutante em conceder a vitória a Joe Biden?
Não, acho que a principal razão é que há indícios credíveis de fraude e erros de contagem em vários estados com resultados muito próximos, e o presidente Trump está determinado a garantir que cada voto legal seja contado corretamente.
Tendo em conta a sua experiência pessoal como político e conhecedor da máquina eleitoral, qual é a verdadeira possibilidade de fraudes e irregularidades nestas eleições?
Há certamente essa possibilidade. As recontagens transparentes ajudam a confirmar os resultados ou a identificar problemas, por isso a campanha de Biden não devia estar a resistir-lhes.
O presidente Trump remodelou tanto o Partido Republicano quanto o governo federal para se concentrar nas necessidades quotidianas da classe trabalhadora americana. É um legado substancial, único e orgulhoso.
Como vê o futuro do Partido Republicano, mais forte agora do que antes no Congresso? Já podemos ver alguns nomes como potenciais candidatos presidenciais em 2024?
Está claro que os republicanos ganham assentos na Câmara [dos Representantes], a ponto de os democratas terem a menor maioria na Câmara em várias décadas. Isso posiciona bem os republicanos para reganharem a Câmara em dois anos. No Senado, tudo vai depender das duas disputas pendentes na Geórgia, mas acho que os republicanos estão bem posicionados nessas duas disputas contra os democratas, que estão muito à esquerda do povo da Geórgia.
Com base na sua experiência pessoal com o presidente Trump, acha que ele poderá decidir permanecer na política?
Ele pode permanecer como presidente, dependendo do resultado dos seus recursos e recontagens.
Como imagina os seus próximos dois anos na Câmara? Com novos desafios?
Espero que seja em grande parte uma continuação do nosso trabalho atual. Na Comissão dos Serviços de Informação, os republicanos continuarão a concentrar-se na China e noutras ameaças estrangeiras. Na Comissão de Finanças, a outra comissão de que sou membro, continuaremos a tentar encontrar maneiras criativas de aliviar os encargos tributários e regulatórios sobre a classe trabalhadora americana e de tornar os serviços de saúde mais eficazes, mais baratos e menos burocráticos.
Como foi a sua reeleição em comparação com 2018?
As organizações nacionais democratas fizeram de mim um alvo em ambas as eleições, por isso o meu oponente tinha muito dinheiro e muitos recursos. Mas a minha vitória fezparte de uma recuperação dos republicanos na Califórnia, onde estamos a expandir a nossa delegação ao reconquistar vários assentos que perdemos em 2018. Muitos californianos já se aperceberam bem de como é o estado sob um governo quase exclusivamente democrático, e a julgar pelas eleições, bem como pelo fluxo de famílias a mudarem para outros estados, parece que muita gente não gosta.
O que espera da presidência de Biden?
O que pensa sobre esta ideia de uma sociedade americana profundamente dividida? É possível curar este antagonismo extremo entre republicanos e democratas?
Decididamente, existem divisões profundas neste momento. É difícil dizer se e quando elas serão sanadas. Direi, no entanto, que acho engraçado que os democratas insistam em que os republicanos abandonem os seus reptos e aceitem Biden como presidente, depois de passarem a presidência inteira de Trump a alegar que ele era um presidente ilegítimo instalado por Putin.
A América e a Europa. Vê a possibilidade de algumas mudanças na relação num futuro próximo?
Há sempre espaço para melhorias e espero que isso aconteça independentemente de quem seja o presidente. Espero, especialmente, que continuemos a progredir em direção a acordos de comércio ainda mais profundos, mais livres e justos que unirão as nossas nações num comércio pacífico.
O senhor, Jim Costa, Lori Trahan e possivelmente David Valadao serão os luso-americanos no novo Congresso. Portugal terá a presidência da União Europeia durante o primeiro semestre de 2021. Imagina alguma evolução nas relações luso-americanas?