Foram suspensos e alvos de instauração de processos disciplinares 10 dos 11 guardas prisionais constituídos arguidos no âmbito da operação “Mercado Negro”, que investiga tráfico de droga nas prisões, segundo disse à Lusa a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).Por já estar aposentado um guarda constituído arguido não foi suspenso, explicou a DGRSP. Trabalhava no estabelecimento prisional anexo à PJ e é um dos sete guardas dessa prisão constituídos arguidos na sequência da investigação levada a cabo pela Polícia Judiciária, segundo disse à agência de notícias, Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP).A estrutura sindical “aplaude a decisão da DGRSP” relativa às suspensões e abertura de processos disciplinares. Os guardas, defende o sindicato, deveriam ser autorizados a regressar ao serviço apenas quando o processo estiver concluído.A operação "Mercado Negro" resultou na detenção de 13 pessoas, entre os quais um agente da PSP, da esquadra de Benfica, está sob suspeita..Tráfico de droga: guardas prisionais e um PSP sob suspeita.Droga nas cadeias. "Todos os dias lutamos contra essa realidade”, diz ministra da JustiçaEm declarações em Évora, esta quarta-feira, a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, elogiou a operação levada a cabo pela Polícia Judiciária (PJ) em diversos estabelecimentos prisionais do país, considerando que foi “uma intervenção muito importante”.“Se a droga é um flagelo, nas prisões é inaceitável. Estamos mesmo comprometidos e muito satisfeitos de ver a ação da PJ”, afirmou.A governante revelou, na altura, ter a garantia da parte da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) de que “todos os visados que sejam constituídos arguidos serão imediatamente suspensos e objeto de um processo disciplinar”.“A droga nas cadeias é um tema que tem estado em cima da mesa e todos os dias lutamos contra essa realidade”, assumiu.Rita Alarcão Júdice disse que não confunde os guardas prisionais visados na operação com o Corpo da Guarda Prisional, mas admitiu que, a existirem elementos entre os suspeitos, “não é algo que deixe a ministra da Justiça orgulhosa”.Questionada sobre se considera uma mudança no Código de Execução de Penas, a ministra recusou avançar com alterações “em função de acontecimentos esporádicos em determinadas situações”.“Uma mudança no Código de Execução de Penas tem de ser ponderada e pensada e estamos a fazer essa reflexão, estamos a trabalhar nessa mudança e, quando for o tempo, direi os concretos”, acrescentou.Já o diretor nacional da PJ, Luís Neves, considerou “intolerável que quem está a cumprir pena tenha acesso a produtos estupefacientes e a anabolizantes”, pois “põe em causa a segurança e a estrutura própria de cada estabelecimento prisional”.“Não é possível haver produtos estupefacientes dentro dos estabelecimentos prisionais”, reiterou, adiantando que, nesta investigação, estão em causa “crimes de corrupção, ativa e passiva e tráfico de estupefacientes e de produto anabolizante”.Segundo o responsável, durante a operação policial, foram detidos “muitos intervenientes que não são guardas prisionais” e que são suspeitos de, com as suas práticas, introduzirem “produtos ilícitos no meio prisional”.“As suspeitas existem, os factos ocorrem, há produto apreendido e, por isso, a nossa missão neste dia está duplamente cumprida”, congratulou-se..PJ desmantela esquema criminoso em estabelecimentos prisionais. Há 13 detidos, dois são guardas prisionais.Treze pessoas, duas delas guardas prisionais, foram detidas na operação Mercado Negro - que visou estabelecimentos prisionais de Lisboa, Alcoentre, Carregueira, Sintra e Funchal (Madeira) - por suspeitas de introduzirem droga nas prisões.No âmbito da mesma operação, a PJ desmantelou um laboratório clandestino de produção de drogas que funcionava num apartamento em Lisboa..Desmantelado laboratório de drogas em Lisboa ligado a operação da PJ em prisões