O poste que a 15 de novembro matou a Mel, no Parque das Nações, em Lisboa
O poste que a 15 de novembro matou a Mel, no Parque das Nações, em LisboaCortesia Nuno Lopes

Morte de animais eletrocutados. Chega exige acesso a inspeções às luminárias de Lisboa

O Chega apresentou um pedido formal à Câmara Municipal de Lisboa para a realização de ações técnicas imediatas à infraestrutura elétrica da cidade — incluindo medições de tensão, verificação de ligações à terra e consulta de registos de manutenção. Pedido surge após a sucessão de casos de eletrocussão de animais de companhia ocorridos nas últimas semanas em Lisboa.
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O Gabinete de Vereadores do Partido Chega na Câmara Municipal de Lisboa (CML) pediu esclarecimentos urgentes ao departamento de gestão do espaço público da autarquia, solicitando medições, análises e verificações técnicas detalhadas à infraestrutura elétrica — incluindo “medições de tensão”, “análise da integridade dos circuitos”, “verificação de ligações à terra”, “consulta de registos de manutenção” e “avaliação das condições ambientais” — após os incidentes que resultaram na morte por eletrocussão de animais de companhia na via pública. 

Em declarações ao DN, a vereadora Ana Simões Silva salienta a gravidade do ocorrido. “É um caso muito grave que terá de ser devidamente tratado e esclarecido”, afirma. A responsável reconhece também “o impacto emocional deste acontecimento, tanto para os tutores dos animais como para a comunidade, quer pela consternação, e pelo legítimo alarme social”, expressando ainda “a sua solidariedade a todos os envolvidos”. 

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Pedido centra-se em ações técnicas concretas 

Após tomar conhecimento dos incidentes, o Chega solicitou ao departamento de gestão do espaço público da CML — responsável pela iluminação pública — um conjunto de verificações específicas destinado a identificar eventuais falhas na rede elétrica, sobretudo nas freguesias de Santo António e do Parque das Nações. A nota enviada especifica: medições de tensão ao nível do pavimento e dos elementos metálicos circundantes aos locais dos incidentes, análise da integridade dos circuitos elétricos e dos dispositivos de proteção, verificação de ligações à terra (G.T.) e potenciais falhas de isolamento”, consulta dos registos de manutenção e inspeções prévias, avaliação das condições ambientais que possam ter contribuído para as ocorrências. 

Estas ações, detalhadas e dirigidas, pretendem, de acordo com o partido, assegurar uma análise completa das condições da infraestrutura elétrica pública e identificar a origem das ocorrências, evitando que novas situações perigosas voltem a acontecer. 

Provedor do Animal aguarda resultado das análises 

Em nota enviada ao DN, o Gabinete de Vereadores do Chega acrescenta que contactou o Provedor do Animal, "que afirmou estar a aguardar informação técnica das causas do infeliz incidente, para posterior pronunciamento”. 

Classificando o problema como urgente, o Chega reforça que é indispensável “eliminar a qualquer risco de eletrocussão, para pessoas e animais”. 

O Gabinete afirma ainda que “a prioridade […] é defender os lisboetas, garantindo a segurança integral do espaço público”, reafirmando também “o compromisso absoluto com a prevenção, a manutenção rigorosa das infraestruturas urbanas e o bem-estar de todos os que partilham o espaço público — pessoas e animais de companhia”. 

Quatro casos em 15 dias 

Depois da morte de dois cães em Odivelas, de um no Parque das Nações, e de ficar comprovada a existência de tensão de contacto no solo, um quarto animal sobreviveu a uma eletrocussão na manhã de quarta-feira, 26 de novembro, no Príncipe Real, em Lisboa. 

O cão foi transportado para o Hospital Veterinário de São Bento para receber assistência médica. A tutora de Chili, o cão sobrevivente, lançou uma petição pública a exigir responsabilidades e medidas urgentes de prevenção. 

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