Linha da Beira Baixa, A23 e EN18 interditadas desde as 18:00. Área ardida em Chaves já ronda os 5000 hectares
Leonardo Negrão

Linha da Beira Baixa, A23 e EN18 interditadas desde as 18:00. Área ardida em Chaves já ronda os 5000 hectares

Acompanhe aqui a atualização sobre o combate aos fogos. Na noite de terça-feira os incêndios fizeram a terceira vítima mortal, um homem que operava uma máquina de rasto em Mirandela.

Dominado fogo em Alfena no concelho de Valongo

O incêndio que deflagrou hoje à tarde em Alfena, no concelho de Valongo, distrito do Porto, foi dado como dominado pelas 19:57, adiantou à Lusa fonte da Proteção Civil.

De acordo com o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto, o fogo foi dado como dominado pelas 19:57 e não há registo de feridos ou danos.

Os meios continuam mobilizados no local e estão a decorrer as operações de rescaldo, acrescentou.

O alerta para o fogo em Alfena foi dado pelas 15:02.

Pelas 22:00, estavam no local 100 operacionais, apoiados por 32 viaturas, de acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Autarca da Covilhã diz que o pior "já terá passado" após momento caótico

O incêndio que lavra na Covilhã esteve hoje “caótico” entre as 17:00 e as 19:30, mas parece que “o pior já terá passado” disse à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal, Vitor Pereira.

“Parece que o pior já terá passado. Há muitos pontos quentes, sobretudo na zona de Dominguizo, Vales do Rio e Unhais da Serra. Houve uma altura caótica entre as 17:00 e as 19:30”, afirmou à Lusa, pelas 21:15, o presidente do município da Covilhã.

Vitor Pereira, que se encontrava na frente de fogo, enalteceu o trabalho que os bombeiros fizeram na defesa da localidade de Vale de Cerdeira, na freguesia de São Jorge da Beira.

“Defenderam a localidade sem que fosse necessário retirar de lá as pessoas. Um grande trabalho dos bombeiros e destaco também a coragem e abnegação com que os populares defendem as suas aldeias e os seus pertences”, disse.

Questionado pela Lusa sobre a presença de meios no terreno, o autarca disse que tem que falar de dois planos distintos: Um primeiro de grandes profissionais onde se incluem os bombeiros e profissionais de Proteção Civil e um segundo, de quem superintende, tem que organizar, articular e criar as sinergias para que se possa fazer frente a estas tragédias e enfrentá-las com maior robustez.

Este incêndio, que começou na quarta-feira em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).

A24 reabriu no sentido Chaves - Espanha

A Autoestrada 24 (A24), em Chaves, reabriu ao trânsito pelas 21:15 no sentido Casino – Espanha, depois de ter estado cortada nos dois sentidos devido ao incêndio que lavra na zona de Chaves, segundo a GNR.

Por causa de uma forte reativação que se fez sentir esta tarde, junto ao parque empresarial de Outeiro Seco, em Chaves, a A24 foi cortada pelas 15:20, nos dois sentidos, em consequência de uma forte reativação do fogo, junto a empresas, no parque empresarial de Chaves, no norte do distrito de Vila Real.

Fonte da GNR disse que a A24 reabriu pelas 21:15, no sentido Casino (Chaves) – Vila Verde da Raia, na fronteira com Espanha, mantendo-se fechada no sentido contrário para as operações dos bombeiros.

Pelas 21:30, segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam mobilizados para esta ocorrência 498 operacionais e 158 meios terrestres.

O fogo tinha entrado em fase de resolução pelas 10:35 de hoje, depois de "uma noite de muito trabalho", com "os meios todos empenhados" e "recurso a máquinas de rasto".

Esta tarde progrediu em direção a Vila Verde da Raia e também à zona industrial da Cocanha.

O vento forte está a ser uma das principais dificuldades no combate às chamas.

Fogo em Seia já chegou às partes mais altas da Serra da Estrela

O incêndio em Seia continua próximo de Alvoco da Serra, mas sem ameaçar casas, e, durante a tarde de hoje, chegou às partes mais altas da Serra da Estrela, afirmou o presidente da Câmara.

Depois de uma noite em que foi possível circunscrever o incêndio, tal como nos dias anteriores, as chamas voltaram a ganhar intensidade durante a tarde, levando à reposição do confinamento em Alvoco da Serra, em Seia, disse à agência Lusa Luciano Ribeiro.

“A aldeia não está em perigo, mas o fogo continua nas imediações”, notou.

De acordo com o autarca, durante a tarde, o incêndio foi mais intenso nas encostas da Serra da Estrela, “tendo chegado também às partes mais altas do Parque Natural”.

“Nessa fase, o incêndio tomou vários caminhos, um deles em direção aos Piornos e Unhais da Serra e outra por aquilo que é designado como o quilómetro vertical – um percurso de desporto de natureza muito famoso no Alvoco para a Torre – e, portanto, ao final da tarde, o fogo estava nessa encosta a começar a lamber o planalto da Torre [o ponto mais alto de Portugal continental]”, explicou o presidente da Câmara de Seia.

Além de Alvoco da Serra, Vasco Esteves de Baixo e Outeiro da Vinha continuam a inspirar preocupação por parte do município, acrescentou.

Para a noite, Luciano Ribeiro espera uma repetição do cenário vivido nos últimos dias, em que se irá aproveitar o aumento da humidade e a descida das temperaturas para circunscrever o incêndio.

“Ontem [terça-feira] também houve bastante humidade e, durante a noite, o fogo simplesmente não ardia, mas depois, hoje, teve uma grande violência”, notou.

Segundo o presidente da Câmara de Seia, o plano para a noite será evitar que o incêndio passe do vale do Alvoco para o vale glaciar de Loriga.

Face ao fogo, a Câmara de Seia decidiu hoje prolongar o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil até segunda-feira.

Ao mesmo tempo, o município criou uma linha de apoio (238310242 e 917314993) para que a população do concelho afetada pelo incêndio possa reportar necessidades mais urgentes.

A Câmara de Seia tem também no terreno equipas multidisciplinares para uma primeira triagem dos prejuízos, com especial atenção às situações de emergência social.

O incêndio que progride em Seia, no distrito da Guarda, teve origem no concelho de Arganil, no distrito de Coimbra, estendendo-se para o concelho de Pampilhosa da Serra, no mesmo distrito, e para os concelhos de Castelo Branco, Fundão e Covilhã (distrito de Castelo Branco).

Segundo relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), este incêndio que começou há uma semana já terá consumido mais de 40 mil hectares.

Área ardida em Chaves já ronda os 5000 hectares

O incêndio que lavra em Chaves, vindo da Galiza (Espanha), já terá atingido os cerca de 5.000 hectares de área ardida, mantendo às 20:00 duas frentes ativas, estando uma a ceder aos meios, segundo a Proteção Civil.

O comandante sub-regional do Alto Tâmega e Barroso, Artur Mota, disse à agência Lusa que se estima que o fogo que entrou na terça-feira em Chaves, pela aldeia transfronteiriça de Cambedo da Raia, tenha consumido uma área a rondar os 5.000 hectares.

As chamas consumiram mato, floresta e zonas de olival, soutos e vinha.

Esta manhã entrou em fase de resolução, mas durante a tarde sofreu uma forte reativação junto ao parque empresarial de Outeiro Seco, lavrando próximo dos edifícios, e também na zona de Bustelo.

Pelas 20:00, segundo Artur Mota, o incêndio tinha duas frentes ativas, com a de Vila Verde da Raia a ceder aos meios, depois de ter passado o rio Tâmega.

A outra frente prosseguiu para a zona industrial da Cocanha, onde ameaçou várias empresas e consumiu toneladas de lenha destinada à venda.

No local, a Lusa observou funcionários e proprietários de empresas com as mangueiras a apagar o fogo que tocou nos edifícios, como numa gráfica ou loja de venda de produtos agrícolas, tendo sido auxiliados pelos bombeiros.

Artur Mota disse que a noite vai ser de muito trabalho de consolidação e rescaldo, com atenções centradas nos pontos quentes e reativações.

Pelas 20:30, segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, estavam no local 500 operacionais, 158 meios terrestres e quatro meios aéreos.

O vento forte está a ser uma das principais dificuldades no combate às chamas.

Na segunda-feira, o fogo já tinha passado a fronteira na zona de Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre.

Linha da Beira Baixa, A23 e EN18 estão interditadas desde as 18:00

A circulação na linha da Beira Baixa entre Lardosa e o Fundão está cortada assim como a circulação na Autoestrada 23 (A23) entre o nó da Lardosa e Fundão Sul e a Estrada Nacional (EN) 18 entre Soalheira e Alpedrinha.

Segundo fonte do Comando Territorial de Castelo Branco da GNR, pelas 20:10, estava cortada a ferrovia da Beira Baixa entre a freguesia de Lardosa (concelho de Castelo Branco) e a cidade do Fundão.

A mesma fonte adiantou à agência Lusa que a A23 está interditada entre o nó de Lardosa (Castelo Branco) e Fundão Sul e a EN 18 está cortada entre Soalheira e Alpedrinha, no concelho do Fundão.

Estas interdições estão em vigor desde as 18:00 e são provocadas pelo incêndio que lavra no concelho do Fundão, que está já no perímetro urbano de Soalheira.

As alternativas a estas vias de comunicação passam pelo recurso à EN 233 , em direção a S. Miguel D’Acha-Capinha-Peroviseu e sair em Alcaria.

Este incêndio, que deflagrou no dia 13 (quarta-feira) em Arganil, no distrito de Coimbra, já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã e Castelo Branco (Castelo Branco).

65 incêndios hoje, cinco mais preocupantes

O continente português registou até às 17:00 de hoje 65 incêndios, especialmente no Norte e Centro, nos quais estiveram empenhados 1.714 operacionais, com o apoio de 456 veículos e 174 missões aéreas.

Num balanço do dia de incêndios rurais feito pelo segundo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, José Ribeiro, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, foi divulgado também que na tarde de hoje havia cinco incêndios mais preocupantes, dois deles começaram esta quarta-feira.

Os incêndios de Piódão, no distrito de Coimbra, Santo António, na Guarda, e Vilar de Perdizes, em Montalegre, vêm de dias anteriores, e os de Figueira de Castelo Rodrigo e Valongo, que deflagraram hoje também são considerados preocupantes.

Fogo atinge zona industrial de Chaves, toneladas de lenha queimadas

Um incêndio atingiu a zona industrial da Cocanha, em Chaves, ameaçou várias empresas e queimou, pelo menos, uma grande quantidade de lenha para venda, obrigando à união de esforços entre bombeiros, funcionários e proprietários.

Testemunhas no local disseram à agência Lusa que na empresa de venda de lenha estavam armazenadas cerca de 200 toneladas, estando o fogo a consumir uma grande parte desta material.

Fogo no Fundão chega à Soalheira e A23 e EN18 podem ser interditadas

O fogo que lavra no Fundão está a chegar ao perímetro urbano da localidade de Soalheira, informou hoje a Câmara Municipal, acrescentando que está a ser ponderado o corte da A23 e da EN 18.

“O fogo está a chegar ao perímetro urbano da localidade de Soalheira e encontra-se no alto da serra da Gardunha, prevendo-se a descida da encosta em direção à aldeia histórica de Castelo Novo”, divulgou este município do distrito de Castelo Branco, numa nota publicada na sua rede social de Facebook.

A Câmara do Fundão adiantou ainda que está a ser ponderado o corte da Autoestrada 23 (A23) e da Estrada Nacional (EN) 18 e pede à população que evite deslocações desnecessárias para evitar riscos e para não interferir com as operações de socorro.

Entretanto, o fotojornalista da agência Lusa em serviço no local confirmou, às 18:30, o corte da A23, nos dois sentidos, em direção a norte, no sentido Lardosa-Fundão.

Este incêndio, que deflagrou no dia 13 (quarta-feira) em Arganil, no distrito de Coimbra, já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã e Castelo Branco (Castelo Branco).

Frente de Seia passa para a Covilhã e avança em direção às Penhas da Saúde

Uma das frentes do incêndio rural de Seia passou hoje à tarde para o concelho da Covilhã e avança em direção às Penhas da Saúde e Unhais da Serra, afirmou o município covilhanense.

A frente que progredia no Alvoco da Serra, no concelho de Seia (distrito da Guarda), passou para o concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco), estando a avançar “da zona da Torre [da Serra da Estrela] para a zona das Penhas da Saúde e Unhais da Serra”, afirmou a Câmara Municipal da Covilhã, numa publicação na rede social Facebook.

Já a frente do fogo de Taliscas que progride em direção às localidades de Dominguizo e Vales do Rio continua a motivar “forte preocupação”, tendo obrigado ao corte de uma estrada municipal, acrescentou a autarquia.

O presidente da Junta de Alvoco da Serra, Carlos Belarmino, disse à agência Lusa que o incêndio já terá chegado à Torre da Serra da Estrela e evolui para o Centro de Limpeza de Neve da Infraestruturas de Portugal.

Segundo o autarca, a sede de freguesia continua com frentes preocupantes, que durante a tarde estiveram próximas de habitações.

Os incêndios em Seia e na Covilhã têm como origem o fogo que deflagrou há uma semana no Piódão, em Arganil, no distrito de Coimbra, e que se estendeu aos distritos de Castelo Branco e Guarda.

Segundo um relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, este incêndio já atingiu uma área de mais de 40 mil hectares.

22 pessoas estão em casa com pulseira eletrónica nos meses de maior calor

Vinte e duas pessoas condenadas pelo crime de incêndio florestal com pena suspensa estão neste momento obrigadas a permanecer em casa com pulseira eletrónica, entre os meses de julho e setembro.

De acordo com os dados avançados à Lusa pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), há 105 pessoas com pena de prisão suspensa por crime de incêndio florestal e, deste total, “22 têm a condição de obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica no período de maior incidência de risco de fogos florestais, decretado pela proteção civil”.

O período de maior incidência de risco de fogo foi definido pela proteção civil e estabelece os meses de julho, agosto e setembro como os mais críticos.

A possibilidade de determinar que uma pessoa condenada pelo crime de incêndio florestal com pena suspensa fique com pulseira eletrónica durante os meses de maior calor está prevista na lei há oito anos.

Desde 2017, ano em que o país ficou marcado pelos incêndios de Pedrógão e de outubro, que o tribunal pode decidir pela obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica “para o período coincidente com os meses de maior risco de ocorrência de fogos”, lê-se na respetiva lei.

Esta segunda-feira, o PAN entregou um projeto de lei na Assembleia da República para que, através da alteração do Código Penal, todos os condenados pelo crime de incêndio florestal que estejam em liberdade sejam obrigados a utilizar pulseira eletrónica entre maio e outubro.

Câmara de Castelo Branco exige que Governo decida o que fazer do território

O presidente da Câmara de Castelo Branco disse hoje que o primeiro-ministro e a ministra da Administração Interna têm de decidir o que querem fazer deste território e se têm ou não disponibilidade para arranjar meios para colocar no terreno.

Em declarações à agência Lusa, pelas 17:55, Leopoldo Rodrigues disse que a situação do fogo que lavra em Castelo Branco “está complicada”.

“Andamos aqui a gerir seis carros dos bombeiros de Castelo Branco. Os aviões andaram de manhã e depois desapareceram. Temos falta de meios. O primeiro-ministro e a ministra da Administração Interna têm de saber o que é que querem para este território. Têm de decidir o que querem fazer e se têm ou não disponibilidade para arranjar meios e colocá-los no terreno”, afirmou.

O autarca sublinhou que só se combate o incêndio com meios “ou então não se resolve isto”.

“Queremos arranjar meios e não os temos e as pessoas andam aqui ansiosas e receosas”, disse.

Leopoldo Rodrigues explicou ainda que as zonas mais complicadas no fogo que lavra em Castelo Branco estão localizadas na zona de Louriçal do Campo/Torre e na zona de ribeira de Eiras.

O presidente da Câmara de Castelo branco deixou ainda uma palavra de reconhecimento ao esforço dos bombeiros de Castelo Branco e ao seu comandante, bem como ao comandante do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Beira Baixa.

Este incêndio entrou em Castelo Branco a partir do concelho do Fundão, tendo origem em Arganil, no distrito de Coimbra, onde deflagrou na quarta-feira, pelas 05:00.

Este incêndio já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã (Castelo Branco).

A Câmara de Castelo Branco ativou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil ao final da noite de domingo.

Três frentes ativas a arder com intensidade na reativação em Chaves

O incêndio que sofreu uma forte reativação hoje em Chaves tem três frentes a lavrar com intensidade nas zonas de Vila Verde da Raia, Bustelo e Vila Meã, segundo o Comando Sub-Regional do Alto Tâmega.

O segundo comandante sub-regional do Alto Tâmega e Barroso, Bruno Sarmento, disse que a prioridade dos operacionais é defender a população e as habitações e que as chamas avançam em três frentes, que estão a arder com intensidade.

O incêndio entrou terça-feira, em Chaves, vindo da Galiza (Espanha) entrou em resolução às 10:35 de hoje e sofreu uma forte reativação à tarde, junto ao parque empresarial, em Outeiro Seco, muito próximo de empresas.

Emanuel Teixeira disse à agência Lusa que as chamas chagaram muito perto da sua empresa de distribuição de produtores alimentares e bebidas, localizada em Outeiro Seco.

“Os bombeiros entraram, conseguiram travar por trás do armazém, mas ardeu toda esta parte lateral, ardeu tudo até cá em baixo. Da maneira como a reativação começou e como o vento começou a soprar, já sabíamos que ele vinha parar aqui, só que nunca pensávamos que ele viesse com tanta força e tão rápido”, afirmou.

Emanuel Teixeira disse estar preocupado com a progressão do incêndio que lavrava em direção ao rio Tâmega e, do outro lado, Vila Verde da Raia.

Naquela zona de Outeiro Seco, arderam ainda alguns rolos de palha, que servem de alimento para os animais.

Pelas 17:20, segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil estavam no local 413 operacionais, 133 meios terrestres e três meios aéreos.

O vento forte está a ser uma das principais dificuldades no combate às chamas.

O incêndio entrou na terça-feira no concelho de Chaves, proveniente da Galiza, Espanha, pela zona de Cambedo da Raia e tocou em várias aldeias como Agrela, Torre, Couto, Vilela Seca, Outeiro Seco e a zona empresarial de Chaves.

Na segunda-feira, o fogo já tinha passado a fronteira na zona de Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre.

Fogo no Fundão sofre agravamento durante a tarde

O incêndio rural que lavra no Fundão sofreu hoje um agravamento ao início da tarde, sobretudo na linha de fogo para Castelo Novo, e a frente de Souto da Casa está descontrolada, disse à Lusa o presidente da câmara.

“A situação agravou-se muitíssimo ao princípio da tarde e tornou o fogo muito mais grave do que estava durante a manhã”, afirmou Paulo Fernandes.

O autarca, que falava à agência Lusa pelas 16:50, disse que alguns recursos entraram no dispositivo de combate às chamas, sobretudo meios aéreos, que durante a manhã “foram preciosos”.

“Mas, não houve continuidade [desses meios aéreos] ao princípio da tarde, o que dificulta o combate. Quanto a recursos apeados houve algum reforço, mas com o descontrolo das chamas diria que vamos precisar de muitos mais”, sustentou.

Paulo Fernandes informou também que na sequência de contacto com o município de Mafra, distrito de Lisboa, será disponibilizada uma máquina de rasto e está outra a operar no terreno.

“Precisamos de muitos mais recursos”, sublinhou.

Apesar das dificuldades, a frente de fogo próximo da localidade de Açor está controlada.

O presidente da Câmara do Fundão, no distrito de Castelo Branco, mostrou-se muito preocupado com o aumento do risco na serra da Gardunha no seu todo, nas vertentes sul e norte, o que torna a “situação bem mais perigosa”.

Este incêndio, que deflagrou no dia 13 (quarta-feira) em Arganil, distrito de Coimbra, já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã e Castelo Branco (Castelo Branco).

Ordem dos Notários lança campanha de angariação de fundos para corporações

A Ordem dos Notários lançou hoje a campanha solidária “Portugal apoia os seus Bombeiros”, de angariação de fundos para as corporações dos concelhos mais afetados pelos fogos florestais.

“A iniciativa integra o programa Notários Solidários e tem como principal objetivo angariar fundos, entre os dias 20 de agosto e 30 de setembro. Estes serão entregues diretamente às corporações de Bombeiros dos concelhos mais afetados, reforçando os meios e as condições de quem, todos os dias, arrisca a vida para proteger pessoas, bens e florestas”, explicou um comunicado hoje divulgado pela Ordem dos Notários.

A campanha é aberta a todos os cidadãos que queiram contribuir, que através da página oficial da Ordem dos Notários podem aceder à ligação que remete para o formulário que, depois de preenchido e submetido, permite receber por email as referências multibanco para efetuar o donativo.

O comunicado explica ainda que a entrega dos donativos às corporações será coordenada pelo notário Luís Gamboa, que é também bombeiro voluntário em Meda, que “com a funcionária do Cartório de Mêda, Marlene Bordalo, também tem estado no terreno a combater os incêndios”.

Primeiro-ministro manifestou “vontade expressa” de dar esclarecimentos ao parlamento


O ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, disse que o primeiro-ministro manifestou “vontade expressa” de ir ao parlamento prestar esclarecimentos sobre o combate aos incêndios.

“O senhor primeiro-ministro manifestou vontade expressa de estar aqui numa reunião da comissão permanente, que se realizará na próxima semana, para dar todos os esclarecimentos que forem considerados necessários ao parlamento e, através do parlamento, também ao país”, afirmou.

Abreu Amorim falava aos jornalistas após uma reunião da conferência de líderes na qual foi decidida a realização de um debate parlamentar sobre os incêndios, com o primeiro-ministro, na próxima quarta-feira.

Questionado sobre a presença da ministra da Administração Interna, o ministro dos Assuntos Parlamentares considerou que a disponibilidade manifestada pelo primeiro-ministro se estende a todo o Governo, que “entenderá quem estará presente” no debate.

“O Governo inteiro estará disponível para dar esses esclarecimentos, mas o chefe do Governo é o senhor primeiro-ministro, e o senhor primeiro-ministro assume o protagonismo nesses mesmos esclarecimentos”, acrescentou.

Turismo do Centro diz que visitantes estão a cancelar ou adiar viagens à região

O presidente da Turismo Centro de Portugal considerou que os incêndios estão a ter um impacto muito grande no turismo da região, especialmente em hotéis e alojamentos de turismo rural, onde se registam cancelamentos ou adiamentos.

“Não temos dúvida nenhuma que o impacto nesses territórios é muito grande, porque estamos a falar do ponto de vista turístico. Os impactos são em hotéis, em casas de turismo rural, onde se perdem reservas, onde os visitantes adiam as viagens”, referiu.

Em declarações à agência Lusa, Rui Ventura aludiu às imagens de destruição que retratam a forma como as chamas atingem o território e que acabam por chegar a todo o mundo.

“Isso também cria uma perceção de injustiça, de insegurança e de inacessibilidade ao território, o que não corresponde à verdade, porque o Centro de Portugal é muito mais do que a área que está a arder. Mas a área que está a arder é muito importante para a afirmação do território do Centro de Portugal enquanto turismo de paisagem”, sustentou.

Aprovado debate extraordinário com Luís Montenegro no parlamento na quarta-feira

A Assembleia da República aprovou, por unanimidade, os pedidos para a realização de um debate extraordinário na comissão permanente, com o primeiro-ministro, na próxima quarta-feira (27) à tarde (15h), sobre a coordenação do combate aos incêndios.

As propostas do Chega e do PCP foram levadas a votação numa reunião extraordinária da conferência de líderes e aprovadas por unanimidade, disse aos jornalistas o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, no final do encontro.

O Chega, no requerimento enviado ao presidente da Assembleia da República, pedia a marcação de uma sessão plenária ou, em alternativa, uma reunião extraordinária da comissão permanente, o órgão que substitui o plenário em tempo de férias parlamentares, com a presença do chefe do Governo, Luís Montenegro, e da ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral.

O PCP pedia também uma reunião extraordinária da Comissão Permanente do parlamento com a presença do primeiro-ministro para debater os incêndios que têm afetado o país.

Fogo que começou em Arganil deverá ser o maior de sempre em Portugal, estima investigador

O incêndio que começou no Piódão, Arganil, no dia 13 e que continua ativo, será “muito provavelmente” o maior de sempre em Portugal, afirmou o especialista Paulo Fernandes, estimando uma área ardida de cerca de 60 mil hectares.

O incêndio que começou no distrito de Coimbra e que se estendeu aos distritos de Castelo Branco e Guarda já terá consumido cerca de 60 mil hectares, afirmou à agência Lusa o especialista em incêndios e membro das comissões técnicas de análise aos grandes incêndios de 2017.

O investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) recordou que o maior incêndio desde que há registos em Portugal é o fogo que começou em Vilarinho, no concelho da Lousã, em outubro de 2017, que afetou 53 mil hectares, seguindo-se o de Arganil, também nesse ano, com cerca de 38 mil hectares (excluindo os fogos deste ano).

A estimativa do investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) é feita com base em informação de monitorização de incêndios por deteção remota.

Cerca de metade das detenções da PJ por crime de incêndio aconteceram em agosto

A Polícia Judiciária (PJ) deteve este ano, pelo menos, 52 suspeitos do crime de incêndio florestal e cerca de metade das detenções aconteceram durante este mês de agosto.

De acordo com a informação que consta nos comunicados publicados pela PJ e consultados pela Lusa, entre o dia 01 de janeiro e o dia 20 de agosto, a maioria das detenções foi feita em coordenação com a Guarda Nacional Republicana (GNR) e 25 suspeitos foram presos durante este mês de agosto.

As detenções feitas pela PJ decorrem das investigações abertas, mas há também a registar 42 detenções em flagrante delito pela GNR entre 01 de janeiro e 13 agosto, além da identificação de 566 suspeitos do crime de incêndio florestal.

Somando os dados da PJ e da GNR, foram já detidas este ano, pelo menos, 94 pessoas, quase tantas como em 2024, ano em que, de acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024, foram feitas 99 detenções pela PJ, GNR e PSP.

A GNR registou ainda 5.996 incêndios florestais e, em relação aos casos que ficaram sob a sua competência - outros passaram para a Polícia Judiciária -, foi possível apurar que 30,2% dos incêndios foram causados pelo uso do fogo, 24% resultaram de incendiarismo, 23,2% tiveram causa indeterminada, 14,5% origem acidental, 6,6% ocorreram por reacendimento, 1% foram casos naturais e 0,5% foram de origem estrutural.

Em relação a condenações e medidas preventivas, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) adiantou à Lusa que estão nas cadeias portuguesas 109 presos relacionados com o crime de incêndio florestal - 42 condenados, 24 inimputáveis, 39 a aguardar julgamento em prisão preventiva e 4 a aguardar que a decisão transite em julgado.

No ano passado, também de acordo com o RASI, 24 pessoas ficaram em prisão preventiva e foram constituídos 859 arguidos.

População de Vale de Cerdeira "confinada" devido a incêndio, informa a Câmara da Covilhã

A Câmara Municipal da Covilhã informou esta quarta-feira, 20 de agosto, que o incêndio que lavra no concelho obrigou a que população de Vale de Cerdeira (São Jorge da Beira) fosse "confinada no local de refúgio".

A autarquia dá ainda conta, em comunicado divulgado no Facebook, que a situação agravou-se "pelo que se pede a máxima precaução às populações das zonas afetadas", tendo lançado um "alerta de precaução" para as localidades de Peso, Vales do Rio, Dominguizo e Tortosendo.

"Solicita-se a todas as pessoas de todas as zonas afetadas que permaneçam em local seguro, adotem comportamentos de autoproteção e sigam sempre as indicações das autoridades", apela a Câmara da Covilhã, lembrando que se "deve evitar a exposição ao fumo, bem como deslocações desnecessárias para evitar riscos e para não interferir com as operações de socorro".

Helicóptero Super Puma francês chega hoje para reforçar dispositivo de combate

Um helicóptero Super Puma enviado pelo Governo francês chega esta quarta-feira, 20 de agosto, a Portugal para ajudar no combate aos incêndios, no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, adiantou hoje a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

“Trata-se de um aparelho pesado, com capacidade para descargas de 3.000 litros de água, que chega acompanhado por uma equipa de cinco elementos. Irá começar a operar ao inicio da manhã de quinta-feira, estando previsto permanecer em território nacional, pelo menos, até ao próximo domingo”, avançou a ANEPC em comunicado.

O Super Puma, que estará na base aérea de Monte Real, reforça o dispositivo de combate a incêndios florestais, que já integra, também no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil da União Europeia, dois aviões Fire Boss suecos, a operar em Portugal desde terça-feira.

Os dois aviões Canadair cedidos por Marrocos no âmbito de um acordo de cooperação bilateral e que chegaram a Portugal dia 11 de agosto, regressam hoje ao país de origem, depois de uma extensão da sua missão no combate aos fogos, pedida por Portugal.

A ajuda de Marrocos surgiu após os dois aviões ‘Canadair’ afetos ao Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR) terem ficado inoperacionais.

Lusa

Fogo em “fase de rescaldo” no Sabugal

O incêndio que lavra no concelho do Sabugal desde sexta-feira está ao início da tarde desta quarta-feira, 20 de agosto, em fase de rescaldo nas duas frentes que ainda continuavam ativas, em Santo Estêvão e no concelho de Penamacor.

“Os operacionais mantêm-se no terreno em trabalhos de vigilância e consolidação para evitar os reacendimentos, como aconteceu na tarde de terça-feira, mas já podermos dizer que o fogo está em fase de rescaldo”, disse o presidente da Câmara do Sabugal, Vítor Proença, à agência Lusa.

Segundo o autarca, a redução significativa das temperaturas e a subida da humidade relativa durante a noite foram uma ajuda no combate às chamas. No entanto, Vítor Proença permanece cauteloso porque, nos últimos dias, a situação mudou ao final da manhã, com a subida das temperaturas e o aumento da força do vento.

“Já tivemos o incêndio nestas condições, mas junto à hora de almoço, com os reacendimentos, as coisas descontrolaram-se. Desta vez, acredito que, com o trabalho feito pelos bombeiros e pelas equipas que estão no terreno, conseguimos, para já, controlá-lo”, acrescentou.

A Câmara do Sabugal, no distrito da Guarda, vai iniciar esta quarta o levantamento dos prejuízos e avaliar “situações mais prementes” junto dos criadores de gado, um setor muito importante da economia local.

Os serviços camarários vão esta tarde para o terreno.

“Ainda há locais sem água, muitas infraestruturas danificadas e é necessário remover os cabos de telecomunicações que arderam”, acrescentou Vítor Proença.

O município vai também contactar as operadoras de telecomunicações para iniciarem “o mais rapidamente possível” a substituição dos cabos destruídos pelo incêndio.

O fogo deflagrou no dia 15 de agosto, em Aldeia de Santo António, tendo o alerta sido dado às 14:41, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Na terça-feira (dia 19) as chamas passaram para o concelho vizinho de Penamacor.

Às 13:00 permaneciam no local 454 operacionais, 121 veículos e quatro meios aéreos, segundo a mesma fonte.

DN/Lusa

Luís Montenegro lamenta terceira vítima mortal

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, reagiu "com tristeza e consternação" à morte de um homem de 65 anos, na noite de terça-feira, 19 de agosto, quando operava uma máquina de rasto no combate aos incêndios em Mirandela.

"Deixo aos familiares e amigos as mais sentidas condolências", disse. "O esforço inexcedível dos muitos operacionais envolvidos no combate a esta guerra contra os incêndios é credor de toda a gratidão do País", acrescentou.


Fogo em Castelo Branco destruiu casa de primeira habitação em Casal da Serra

O incêndio que lavra em Castelo Branco destruiu, ao início da madrugada, uma casa de primeira habitação na localidade de Casal da Serra, na freguesia de São Vicente da Beira, informou a Câmara Municipal.

Numa nota publicada na rede social Facebook, pelas 12:40, a Câmara de Castelo Branco explicou que, neste momento, “não existem habitações em perigo” no concelho, mas “lamenta a destruição de uma casa de primeira habitação na localidade de Casal da Serra, na freguesia de São Vicente da Beira”.

A casa ardeu por completo ao início da madrugada”.

A Câmara Municipal de Castelo Branco acrescenta que "lamenta profundamente esta situação" e mostra-se disponível para prestar toda a ajuda e o apoio necessários.

A autarquia garante ainda que "neste momento, não existem habitações em perigo no concelho".

"Situação clínica muito instável". Homem ferido no Sabugal com 75% do corpo queimado

O homem que ficou ferido com gravidade num incêndio no Sabugal, na terça-feira, e que foi transferido para o Hospital de São João, no Porto, possui 75% da área corporal queimada e apresenta um quadro grave, revelou esta quarta-feira, 20 de agosto, fonte hospitalar.

De acordo com a fonte, a sua situação clínica é “muito instável, agravada pelas comorbidades que apresentava previamente".

O operacional da Afocelca (empresa de proteção florestal detida pelos grupos do setor da celulose Altri e Navigator), de 45 anos, ficou gravemente ferido em operações de combate ao incêndio que lavra no concelho do Sabugal.

A vítima foi estabilizada no local pelas equipas de emergência e posteriormente transportado, pelo helicóptero do INEM, para o Hospital de São João, no Porto.

Em relação ao ferido num acidente de um carro de bombeiros, na Covilhã, que provocou também uma vítima mortal, encontra-se "estabilizado, depois da cirurgia realizada no domingo", segundo fonte do Hospital de Coimbra.

Neste hospital encontra-se também internado, com queimaduras graves e "prognóstico reservado", o enfermeiro ferido quando tentava ajudar populares no combate às chamas em Vila Franca do Deão, do distrito da Guarda.

O mesmo incêndio provocou também a morte do ex-autarca de Vila Franca do Deão.

Esta quarta-feira, foi também conhecida a morte de um homem de 65 anos, na terça-feira à noite, durante o combate ao incêndio de Mirandela, distrito de Bragança. Foi atropelado pela máquina de rasto que operava.

Conselho de Ministros extraordinário na quinta-feira para aprovar medidas de apoio às populações

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, convocou um Conselho de Ministros extraordinário para esta quinta-feira, 21 de agosto, para aprovar medidas de apoio às populações afetadas pelos incêndios florestais, disse à Lusa fonte oficial.

De acordo com a mesma fonte, a reunião do executivo vai decorrer durante a tarde em Viseu, um dos distritos atingidos pelos incêndios nas últimas semanas.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, que já provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Foi ativado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.

Segundo dados oficiais provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024..

Lusa

Seia com fogo circunscrito e sem intensidade mas a necessitar de vigilância

O incêndio em Seia, que teve origem em Arganil, encontra-se circunscrito e a lavrar sem intensidade, depois de uma noite difícil, mas durante a qual foi possível segurar duas frentes, revelou o presidente da Câmara.

“Temos o incêndio circunscrito, com os meios aéreos adequados, a atuarem neste momento para ajudar a esse trabalho de circunscrever o incêndio e consolidar todo o trabalho que foi feito durante a noite”, disse à agência Lusa Luciano Ribeiro.

De acordo com o autarca, a noite foi difícil, sobretudo em Outeiro da Vinha e Alvoco da Serra, mas, mesmo assim, foi possível segurar a frente de Fontão e, neste momento, procura-se “encerrar a frente do Alvoco da Serra e da Serra da Alvoaça”.

“Esperemos que os meios, principalmente os meios aéreos e também os meios de vigilância, se possam aguentar no terreno ou possam ser rendidos em tempo útil para precaver o dia de hoje”, disse.

Apesar de estarem prevista temperaturas mais baixas, esperam-se ventos fortes, com previsões que nem sempre são as mais adequadas para os vales da zona sul do concelho de Seia, notou.

Neste momento, o incêndio não arde com intensidade e está a ser controlado “no meio das faixas que criaram”, referiu o presidente da Câmara.

Apesar de circunscrito, Luciano Ribeiro recordou que o incêndio também esteve assim nas últimas cinco manhãs.

“Temos de estar atentos e, por isso, é preciso que os meios possam continuar no terreno para não haver ‘delay’ [atraso] entre a necessidade de intervenção e chegada desses mesmos meios”, vincou.

Além de Seia, no distrito da Guarda, o incêndio que começou em Arganil, estendeu-se ao concelho vizinho da Pampilhosa da Serra, também no distrito de Coimbra, assim como aos concelhos de Castelo Branco, Fundão e Covilhã (distrito de Castelo Branco).

Lusa

Estas são as vias cortadas

A GNR informa que, pelas 11h45, tem registo do seguinte condicionamento à circulação rodoviária devido aos incêndios:

  • Distrito de Coimbra – EN 236 (nos dois sentidos), corte entre Alfocheira e Castanheira de Pêra;

  • Distrito de Guarda – EN 230 (nos dois sentidos), corte entre Barriosa e Covilhã;

  • Distrito de Guarda – EN 231 (nos dois sentidos), corte entre Pedras Lavradas e Cruz Fontão.

Fogo na Pampilhosa da Serra sem chama ativa mas com pequenos reacendimentos

O incêndio na Pampilhosa da Serra está sem chama ativa na manhã desta quarta-feira (19 de agosto), mas continua a haver pequenos focos de reacendimento, que poderão vir a transformar-se em novas frentes, afirmou o presidente da Câmara.

“Durante a noite, mais uma vez, fez-se aqui um trabalho extraordinário a tentar reduzir as linhas de fogo e conseguiu-se. Neste momento, não vemos fogo”, disse à Lusa Jorge Custódio.

Segundo o autarca, o receio é que se volte a repetir o cenário observado nos últimos dois dias, com a circunscrição do fogo durante a noite e manhã e tardes marcadas por reacendimentos e novas frentes.

“Durante a noite consegue-se fazer este trabalho e, de manhã, temos o fogo praticamente extinto, mas depois durante o dia surgem sempre inúmeros reacendimentos”, vincou.

Foi isso mesmo que aconteceu na terça-feira naquele incêndio que lavra desde dia 13, depois de começar no concelho vizinho de Arganil.

“Há pequenos focos de reacendimento que estão a ser combatidos logo de início, mas eles são tantos que o meu receio é que alguns deles depois se voltem a transformar em novas frentes”, alertou o autarca.

Para Jorge Custódio, resta “esperar que não seja a mesma história” dos últimos dois dias e que, durante o dia de hoje, se possa dar o incêndio como dominado no seu concelho.

Na terça-feira, a Câmara da Pampilhosa da Serra decretou o prolongamento do Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil por mais 48 horas.

Fonte da Autoridade Nacional da Proteção Civil disse à Lusa que os trabalhos a decorrer na Pampilhosa da Serra estão a evoluir favoravelmente.

Além de Arganil e Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, este grande incêndio estendeu-se também ao distrito da Guarda (Seia) e Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).

Lusa

Fogo na Covilhã com frentes ativas controladas

O aumento da humidade permitiu novamente uma intervenção eficaz das equipas no terreno e conduziu ao controlo das frentes ativas do fogo que lavra na Covilhã, embora persistam “pontos quentes” alvo de vigilância apertada.

Numa nota publicada na rede social Facebook, pelas 10:47, a Câmara da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, informou que a situação apresenta-se, neste momento, mais calma do que na noite anterior.

Apesar disso, as freguesias de Dornelas do Zêzere e Janeiro de Baixo “mantêm-se como ponto de maior preocupação e atenção”, devido à possibilidade de reacendimentos.

“Sem que a manhã [terça-feira] o fizesse prever, o final da noite [terça-feira] e esta madrugada voltaram a ser particularmente exigentes em várias localidades do concelho, devido à ação de ventos fortes”.

Segundo a autarquia, as zonas envolventes às aldeias do Esteiro, Porto de Vacas, Machialinho, Adurão, Carregal, e Dornelas do Zêzere “foram as mais afetadas pela progressão das chamas”.

Este incêndio, que começou na quarta-feira em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).

Lusa

Fundão alerta que falta de recursos pode comprometer combate. Situação é “bastante crítica”, diz autarca

O presidente da Câmara do Fundão disse esta quarta-feira, 20 de agosto, que a falta de recursos no terreno pode vir a comprometer em muito o combate ao fogo que lavra no concelho, caso nada se altere até ao final da manhã.

Em declarações à Lusa, às 10:10, Paulo Fernandes explicou que o combate direto durante a noite conseguiu “mitigar algum risco” na encosta dos Boxinos e na aldeia de Açor.

“A situação mais grave decorre na Serra da Gardunha, com o fogo a descer de uma forma lenta, mas com muita perigosidade em direção a Castelo Novo”, disse.

Segundo o autarca, a frente norte, nas proximidades de Souto da Casa, denota muita instabilidade.

Paulo Fernandes salientou que todas as frentes de fogo estão muito instáveis e há imensos pontos quentes que em qualquer momento podem complicar a situação.

“Em termos estruturais, temos falta de recursos. Basicamente, estamos a operar com os meios próprios do Fundão. Os meios aéreos ainda não estão a operar a esta hora. Disseram-nos no briefing [ao terceiro dia] que podíamos ter meios aéreos. Não temos ainda nenhum a operar a esta hora” sustentou.

O autarca realçou que a situação no seu concelho é “bastante crítica” e que é urgente a chegada de mais meios terrestres, máquinas de rasto, “mais recursos”.

“Se não forem colmatadas estas falhas, corremos o risco de repetir as cenas terríveis e trágicas por aquilo que aconteceu no dia de ontem [terça-feira] e ao princípio da noite, com várias localidades cercadas pelo fogo”, afirmou.

O autarca disse que o dia de hoje é crítico e garantiu que se não acontecer nada até ao final da manhã/princípio da tarde, “esta batalha estará longe de ser vencida”.

Na noite de terça-feira, sobretudo em Souto da Casa, arderam parcialmente algumas primeiras habitações, houve a destruição de segundas habitações e há muitas estruturas agrícolas de apoio já destruídas.

Este incêndio que deflagrou na quarta-feira, em Arganil, já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã e Castelo Branco (Castelo Branco).

Lusa

Fogo em Castelo Branco mantém duas frentes ativas

O incêndio que lavra desde segunda-feira em Castelo Branco continua com duas frentes ativas, uma no Louriçal do Campo/Torre e a outra em direção à ribeira de Eiras, na freguesia de Almaceda, informou o presidente da Câmara.

Em declarações à Lusa, pelas 09:20, Leopoldo Rodrigues explicou que a noite “foi muito melhor” do que a anterior.

“Felizmente, a noite foi melhor do que a anterior. A temperatura desceu e houve um aumento da humidade, o que provocou uma progressão mais lenta das chamas”, disse.

O autarca adiantou que o dia de hoje também já permite a operação dos meios aéreos, pelo que o objetivo principal passa por tentar, pelo menos, circunscrever o fogo.

“Vamos tentar com os meios aéreos - que não foi possível utilizar na segunda e na terça-feira – pelo menos limitar o fogo”.

Este incêndio entrou em Castelo Branco a partir do concelho do Fundão, tendo origem em Arganil, no distrito de Coimbra, onde deflagrou na quarta-feira, pelas 05:00.

Este incêndio já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã (Castelo Branco).

A Câmara de Castelo Branco ativou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil ao final da noite de domingo.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Já arderam mais de 222 mil hectares

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.

Segundo dados oficiais provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.

Lusa

Terceira vítima mortal trabalhava numa empresa privada contratada pela autarquia de Mirandela

O homem de 65 anos que morreu na terça-feira à noite durante o combate ao incêndio de Mirandela, distrito de Bragança, foi atropelado pela máquina de rasto que operava, disse à Lusa fonte da proteção civil.

“O homem de 65 anos, operador de uma máquina de rasto de uma empresa privada contratada pela autarquia de Mirandela, faleceu pouco antes da meia-noite”, disse à Lusa o comandante Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O incêndio deflagrou em Mirandela no domingo e chegou a várias aldeias do concelho de Vila Flor. Às 09:45, o incêndio estava a ser combatido por 325 operacionais, com o apoio de 108 veículos e dois meios aéreos.

DN/Lusa

Presidente da República apresenta "sentidos pêsames" à família do homem que morreu em Mirandela

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "apresenta os sentidos pêsames" à família do homem que morreu, vítima de um acidente com uma máquina de rasto, "relacionado com o combate a um incêndio".

Em nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa estendeu "as suas condolências ao Município na pessoa do seu Presidente".

Fogo em Carrazeda de Ansiães em fase de rescaldo

O incêndio que deflagrou na terça-feira em Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, entrou esta quarta-feira em fase de rescaldo, mantendo-se ativos quatro grandes fogos no norte e centro do país, segundo a proteção civil.

Em declarações à agência Lusa, fonte do Comando Sub-Regional do Douro adiantou que o incêndio que deflagrou na terça-feira em Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, entrou em fase de rescaldo às 03:30 de hoje, mantendo-se às 07:00 no local 111 operacionais, com o apoio de 33 veículos.

Lusa

Incêndio de Mirandela faz um morto. Estava a trabalhar numa zona de corta-fogos

O presidente da Câmara Municipal de Mirandela afirmou esta quarta-feira, 20 de agosto, que o incêndio que lavra no concelho fez durante a noite um morto. A vítima mortal estava a operar uma máquina de rasto numa zona de corta-fogos, disse Vítor Correia em declarações à rádio TSF.

"Houve, infelizmente, a registar uma vítima mortal, que resultou de um acidente com uma máquina", disse o autarca. "Era um operador de máquinas de uma empresa que estava a operar em zonas de corta-fogos", explicou.

É a terceira vítima mortal dos incêndios que este ano têm assolado Portugal.

Na sexta-feira, 15 de agosto, Carlos Dâmaso, de 43 anos, antigo autarca de Vila Franca do Deão, no concelho da Guarda, morreu enquanto combatia um fogo.

No passado domingo (17), um bombeiro da Covilhã perdeu a vida num acidente de viação, a caminho de um incêndio rural no concelho do Fundão.

Ferido grave no Sabugal apresenta queimadura extensa

O homem que ficou ferido com gravidade no incêndio no Sabugal, na terça-feira, apresenta “uma queimadura extensa”, estando a ser “avaliado e estabilizado” no serviço de urgência do Hospital de São João, no Porto, adiantou à Lusa fonte hospitalar.

Fonte do Hospital de São João, no Porto, referiu na terça-feira à noite que a vítima “apresenta uma queimadura extensa e encontra-se a ser avaliado e estabilizado no SU (serviço de urgência).

Um operacional da Afocelca (empresa de proteção florestal detida pelos grupos do setor da celulose Altri e Navigator), de 45 anos, ficou gravemente ferido em operações de combate ao incêndio que lavra no concelho do Sabugal, tinha referido a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.

“O ferido grave foi estabilizado no local pelas equipas de emergência e posteriormente transportado, pelo helicóptero do INEM, para o Hospital de São João, no Porto”, acrescentou.

Segundo fonte da Afocelca, contactada pela Lusa, o funcionário integrava uma equipa de cinco elementos da empresa.

Os restantes quatro elementos sofreram ferimentos ligeiros e foram assistidos no local por equipas do INEM.

Fonte do Comando Sub-Regional das Beiras e Serra da Estrela tinha adiantado à agência Lusa que o alerta para estes feridos foi dado às 16:46, na zona de Vale da Senhora da Póvoa, localidade do município de Penamacor, na fronteira com o concelho vizinho do Sabugal.

Lusa

Incêndio de Arganil é o que preocupa mais. Mobiliza mais de 1500 operacionais

Bom dia,

Siga aqui a atualização do combate aos fogos que ainda lavram em Portugal, numa altura em que incêndio que teve origem no município de Arganil continua a ser o que mais preocupa as autoridades.

Mais de 1500 operacionais, apoiados 537 meios terrestres e dois meios aéreos estão no terreno a combater as chamas de um incêndio que deflagrou na semana passada, segundo o site da Proteção Civil.

O fogo de Arganil já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).

Já o incêndio florestal que deflagrou na sexta-feira no Sabugal, no distrito da Guarda, que entrou durante a tarde de segunda-feira no concelho de Penamacor, no distrito de Castelo Branco, estava a ser combatido pelas 07:00 de hoje por 444 operacionais, apoiados por 122 veículos.

O fogo que entrou em Chaves (Vila Real), vindo de Espanha, tinha pelas 07:00 de hoje três frentes ativas e, segundo fonte do Comando Sub-Regional do Alto Tâmega e Barroso, estava a ceder aos meios e não havia aldeias em risco, mobilizando 315 operacionais, com o apoio de 104 veículos.

O incêndio entrou na terça-feira no concelho de Chaves, proveniente da Galiza, Espanha, pela zona de Cambedo da Raia e tocou em várias aldeias como Agrela, Torre, Couto, Vilela Seca, Outeiro Seco e a zona empresarial de Chaves.

Na segunda-feira, o fogo já tinha passado a fronteira na zona de Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre (Bragança).

As chamas que deflagraram em Mirandela (Bragança), no domingo e que chegaram a várias aldeias do concelho de Vila Flor, estava a ser combatido hoje de manhã por 313 operacionais, com o apoio de 107 veículos.

DN/Lusa

Linha da Beira Baixa, A23 e EN18 interditadas desde as 18:00. Área ardida em Chaves já ronda os 5000 hectares
Marcelo: “Incêndios? Nem sempre quem está em situações de sufoco é capaz de responder e esclarecer”
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“Pulseira eletrónica deve ser aplicada já aos potenciais incendiários referenciados”
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Incêndios. 46% da área ardida em 2025 queimou só nos últimos dois dias
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