Fotogaleria: uma noite ao relento em busca de direitos e informações na AIMA

Dormir ao relento para conseguir ser atendido pela Agência para Integração, Migrações e Asilo nos Anjos, a única loja que não exige marcação prévia. As imagens são do fotojornalista Leonardo Negrão.
É preciso chegar cedo e dormir (ou tentar) na fila para conseguir um atendimento.
É preciso chegar cedo e dormir (ou tentar) na fila para conseguir um atendimento.Foto: Leonardo Negrão
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É uma noite normal em Lisboa. Perto da avenida Almirante Reis, casais andam de mãos dadas, pessoas passeiam o cão e turistas passam com olhares curiosos para dezenas - que ultrapassará a centena - de pessoas a dormir no passeio. A fila é grande, começa a formar-se ainda de dia e terminará somente no final do dia seguinte, quando aquelas forem atendidas na loja da Agência para Integração, Migrações e Asilo (AIMA) dos Anjos, a única de Lisboa que atende sem marcação prévia.

Todas as pessoas estão ali como último recurso: tentaram obter informações por telefone, e-mail e carta registada. Algumas já passaram a noite na fila e não conseguiram uma das senhas que são distribuídas diariamente. Vêm de longe, de autocarro, de boleia, como podem. Apenas querem informação sobre os seus processos de regularização, já que a comunicação com a AIMA, dois anos desde a sua criação, é praticamente impossível.

Durante a noite, com o número de pessoas a aumentar, os nomes são colocados numa folha de papel, onde estão apelidos dos mais diversos, tal como os sotaques que ouvimos. Alguns conseguem dormir no chão, outros ficam apenas deitados no papel-cartão. Há quem sabe que não vai dormir e leva um banco para se sentar. Enquanto os imigrantes vão conversando, unidos por problemas comuns, a noite avança e o atendimento começa às 8h00 com confusões sobre ordem de chegada e a frustração de alguns: apesar de atendidos, a AIMA não tinha nenhuma informação para lhes dar.

As imagens do fotojornalista do DN Leonardo Negrão.

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