Opositor de Inês Sousa Real desfilia-se do partido e PAN justifica saída ao DN

O dirigente do PAN Nuno Maria Costa desfiliou-se do partido e acusou a atual direção de ter conduzido a estrutura a um estado de deriva. Vincou que houve um recurso "desesperado a coligações avulsas e oportunistas" nas autárquicas, citado pela agência Lusa.

Numa carta enviada no início da semana à direção do partido, Nuno Maria Costa apresentou a demissão da direção e a desfiliação do partido com efeitos imediatos, sendo a sétima saída conhecida de órgãos dirigentes desde as legislativas de maio.

Hugo Alexandre Trindade, número 2 do PAN, justifica ao DN que o militante "era membro da lista da oposição na Comissão Política Nacional eleita no último ato interno", considerando que "a responsabilidade por esta saída não nos [Direção de Inês Sousa Real] pode ser imputada".

"Acresce que o Nuno Maria Costa há largos meses não participa nas reuniões da Comissão Política Nacional, não cumprindo, por isso, o mandato para o qual foi eleito. Recorde-se ainda que a própria concelhia de Oeiras já lhe havia retirado a confiança política", comentou o candidato à Câmara Municipal de Matosinhos, remetendo a "responsabilidade" para a saída "a quem o incluiu na sua lista."

Para a maioria das saídas do partido, tem sido apontada a estratégia para as coligações para as próximas autárquicas. O PAN passou de três coligações em 2021 para 23 em 2025, firmando, a larga maioria, com partidos à sua esquerda no Parlamento. As exceções são nas candidaturas lideradas pelo PSD em Sintra, por Marco Almeida, e em Faro com Cristóvão Norte.