José Luís Carneiro não deixou taxativa a viabilização do Orçamento de Estado, mas reconheceu que Luís Montenegro cumpriu os pedidos do Partido Socialista e que tal merece ser admitido e pensado para a votação. "O Governo correspondeu às exigências do Partido Socialista, nomeadamente nas questões laborais que eram, para nós, uma matéria vital à nossa opção política. Também correspondeu em relação aos serviços de saúde e à Lei de Bases da Saúde, em relação à Segurança Social e ainda ao tratamento, fora do Orçamento, de questões de natureza fiscal", pronunciou-se na Maia, admitindo mesmo que dará estabilidade governativa: "Por isso mesmo, respeitarei e honrarei a palavra que dei aos portugueses de contribuir para a estabilidade política no nosso país."Carneiro não deixa de vincar que o PS é "oposição firme, construtiva, mas responsável", desviando-se depois de uma resposta explícita quanto à viabilização do Orçamento: "Tenho a intenção de, na próxima semana, na terça-feira, ouvir a direção da bancada parlamentar do Partido Socialista, ouvir o grupo parlamentar do Partido Socialista e ainda a Comissão Política Nacional. Depois de ouvir esses órgãos do Partido Socialista, anunciaremos publicamente a nossa decisão", reage, reafirmando que "99,9% daquilo que foi visto, o Governo correspondeu às exigências que coloquei ao Primeiro-Ministro na reunião que tive com ele há muito pouco tempo."Admite que a "porta do Governo está mais aberta", mas realça que "este não é o Orçamento do PS", no qual teria "diferentes opções de política económica, outras opções de política fiscal e de política social." "Já avisámos o Governo que o Governo está a fazer opções que poderão vir a ser opções custosas no futuro", reitera Carneiro, que aponta um "desequilíbrio orçamental naquilo que é a despesa central do Estado. Ou seja, um desequilíbrio de cerca de 1700 milhões de euros na despesa da Administração Central."Carneiro alerta ainda que há "a previsão da redução de receita em IRC de 2% e aumento da receita em IRS em 5,5%", o que significa que "são rendimentos das famílias que estão a suportar as opções de política fiscal do Governo.".Orçamento mais "técnico" deverá facilitar viabilização pelo PS .José Luís Carneiro saiu de São Bento sem garantias para o Orçamento de Estado