Catarina Martins, eurodeputada e ex-coordenadora do BE
Catarina Martins, eurodeputada e ex-coordenadora do BEPAULO NOVAIS / Lusa

Catarina Martins anuncia candidatura a Belém

Eurodeputada envia mensagem a militantes do Bloco de Esquerda declarando intenções. Prioridade do partido passou a ter candidato próprio depois de Sampaio da Nóvoa recusar avançar.
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A eurodeputada eleita pelo BE Catarina Martins anunciou esta quarta-feira, 10 de setembro, a intenção de se candidatar à corrida presidencial do próximo ano.

Numa mensagem enviada aos militantes do partido, que o DN teve acesso, a antiga líder do Bloco diz que a decisão é tomada "num momento crucial para a esquerda, para o nosso país e para o mundo".

Isto porque afirma ser "o tempo de um Governo que está a atacar todos os fundamentos dos direitos do trabalho, que moldam a nossa democracia. Que degrada todos os serviços públicos que são a nossa segurança. Que expulsa gerações de jovens das cidades, para alimentar o negócio da falta de habitação. Que abandonou o país à mercê de uma das muitas catástrofes climáticas que não soube combater e não quer prevenir."

A ex-coordenadora do Bloco de Esquerda e eleita deputada nas últimas Europeias será apoiada pelo partido e poderá reunir ainda salvaguardas de outros quadrantes. Nomeadamente o Livre ainda não tem candidato e privilegiava uma solução de esquerda que pudesse agregar vontades. Nas últimas duas Presidenciais, foi Marisa Matias a avançar pelo BE.

Na mensagem, a ex-líder reconhece isso mesmo. Diz que pretende criar uma candidatura que seja "um espaço alargado", para fazer "o que a esquerda faz melhor: muita gente junta, de partidos, de associações e independentes, comprometida com a luta generosa por uma democracia de alta intensidade, por uma vida sem amarras e por uma sociedade libertada da exploração e da opressão".

O Bloco nunca se reviu na candidatura de José António Seguro, ainda sem apoios partidários vindos do PS, o próprio partido disse, publicamente, esperar que Sampaio da Nóvoa se candidatasse. Face à ausência do professor universitário, passou a preferir uma candidatura própria.

Catarina Martins lançou a ideia de estar a ponderar avançar há algumas semanas e agora abordou na reflexão para a candidatura o lamento por ver "homens do costume [que] há décadas governam o país e que tentam rentabilizar a angústia, para fazerem o mesmo ou pior", escreveu a bloquista.

António Filipe é o candidato presidencial apoiado pelo PCP, o PS ainda não declarou apoio formal a António José Seguro, mas tal deve acontecer. Luís Marques Mendes, ex-secretário-geral do PSD, é apoiado pelos sociais democratas. Henrique Gouveia e Melo não tem movimentos partidários a seu lado. Cotrim de Figueiredo é o candidato da Iniciativa Liberal.

Estão muitos independentes dados como possíveis candidatos, sendo que Rui Moreira deve mesmo ficar fora da corrida presidencial, além de André Ventura ainda ser uma incógnita neste tabuleiro.

Joana Amaral Dias, militante do ADN, e Manuela Magno, do Volt, embora concorra como independente, são outros dois nomes vinculados a partidos.

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