Bloco surpreendido, mas agradado com avanço de Catarina Martins para as eleições Presidenciais

Catarina Martins reagiu à declaração de Sampaio da Nóvoa a descartar-se da candidatura à Presidência da República, um nome publicamente apoiado pelo Bloco de Esquerda. "Isso dá-nos uma responsabilidade acrescida de juntar forças, inventar soluções, enfrentar os perigos com coragem e defender a nossa gente", começou por dizer nas redes sociais a antiga coordenadora. Exige-se “uma esquerda dialogante e capaz de propor um novo caminho para Portugal”, adiantando: "Sei desta responsabilidade e contribuirei para lhe responder".

A manifestação da eurodeputada surpreendeu o Bloco de Esquerda, sabe o DN depois de contactar militantes do partido, uma vez que não existiam quaisquer movimentações internas ainda para uma candidatura própria. O nome de Catarina Martins, importante referência no partido, gera, porém, grande agrado.

O partido estabeleceu a procura de uma solução de esquerda, mas, tal como o DN noticiou, nunca quereria passar à margem das Presidenciais. Não avançando uma solução que agradasse à esquerda, e apesar de vozes de apoio a António Filipe, da CDU, o Bloco projeta a necessidade de ter um candidatura própria.

As fontes contactadas salientam que Catarina Martins ainda não é candidata, está em fase de reflexão, e que um apoio público poderia ser entendido como pressão à ex-coordenadora. O certo é que o nome agrada, e de que maneira, e o Bloco não teria dúvidas em apoiar essa mesma candidatura.

Tal como Cotrim de Figueiredo, também Catarina Martins pode ser uma candidata presidencial enquanto é eurodeputada, o que já aconteceu noutras campanhas também. O Bloco levou a votos, nas duas últimas Presidenciais, Marisa Matias.

As conversas informais vão decorrer, para já são as últimas definições de acordos nas Autárquicas que estão em cima da mesa, mas a Comissão Política vai reunir para discutir a candidatura presidencial.

O Livre é parte interessada nesta possível candidatura de Catarina Martins. Rui Tavares e a ex-coordenadora não se cruzaram propriamente nas principais definições do BE, mas têm respeito institucional e coincidem em muitas das propostas ideológicas internas. Os partidos estão mais separados pela política externa e diplomacia.

O Livre aguarda que surja o máximo de candidatos da sua área política, prosseguindo para um debate interno e posterior referendo. A decisão virá dos membros em caso de referendo ao nome de Catarina Martins. O nome, avançam fontes do Livre, é respeitado e representa confiança. O estreitar de relações entre Bloco e Livre nas Autárquicas poderá facilitar uma candidatura conjunta. Para já, o partido garante que só vai discutir essa possibilidade depois das eleiçoes autárquicas.