A socialista Alexandra Leitão, candidata pela coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa nas próximas autárquicas, acusou hoje o presidente da autarquia e recandidato, Carlos Moedas (PSD), de fazer “exercício de desculpabilização” sobre acidente no elevador da Glória. “Carlos Moedas voltou ao ataque pessoal. Não sabe fazer política de outra forma. Quem o oiça acha que a primeira vítima do trágico acidente no elevador da Glória foi ele próprio. Não foi. Foram os mortos, os feridos e as suas famílias”, afirmou Alexandra Leitão, numa publicação na rede social X, em reação à entrevista do presidente da Câmara de Lisboa.A socialista considerou que a entrevista que Carlos Moedas deu hoje à noite à SIC “é um exercício de desculpabilização pouco digno de um responsável político”. “Não trouxe respostas, não apresentou soluções e não anunciou uma única medida que ajude as vítimas ou que restaure a confiança dos lisboetas nas infraestruturas da cidade”, apontou.Em entrevista à SIC, a primeira dada a um órgão de comunicação social desde o acidente com o elevador da Glória, o social-democrata Carlos Moedas criticou “a politização” da tragédia. “Revolta-me muito ver que certos partidos políticos, de uma maneira direta, e outros dissimulados, como é o caso do PS de Lisboa […] porque no fundo tem uma candidata que não vem pedir a minha demissão, mas encarrega todos os seus sicários e todos os seus apoiantes para vierem por trás como Pedro Nuno Santos como Brilhante Dias”, declarou o presidente da Câmara de Lisboa..Belém e PS dizem que vai caber aos eleitores de Lisboa ‘julgar’ Moedas.O autarca do PSD disse ainda que faz “uma grande diferença” entre o PS liderado por José Luís Carneiro, “que é um homem centrista”, e o PS de Lisboa, “que é um bloco da esquerda, aliado ao BE, que se radicalizou”, considerando que “há dois PS diferentes”. Sobre o papel da socialista Alexandra Leitão, ao falar do acidente com o elevador da Glória, o social-democrata Carlos Moedas considerou que “foi muito cínico, dissimulado”.Alexandra Leitão, cabeça de lista da coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro, tem recusado avançar com pedidos de demissão sobre a tragédia, mas tem exigido “um cabal esclarecimento e uma assunção de responsabilidades” quanto ao acidente, lembrando o caso da partilha de dados de ativistas russos por parte da autarquia da capital em 2021, antes das eleições autárquicas desse ano, em que Carlos Moedas pediu a demissão do então presidente do município, Fernando Medina (PS).A oposição à liderança PSD/CDS-PP na Câmara de Lisboa, nomeadamente PS, PCP, BE, Livre e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), tem recusado avançar com pedidos de demissão na sequência do acidente com o elevador da Glória, mas ressalvam que o presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD), “é o responsável político máximo” pela empresa municipal Carris.Segunda-feira, a partir das 09:30, a Câmara de Lisboa vai realizar uma reunião extraordinária dedicada ao acidente com o elevador da Glória, na qual deverão ser discutidas medidas de apoio às vítimas e familiares, assim como de apuramento das causas e responsabilidades..A cronologia do descarrilamento do elevador da Glória, segundo o GPIAAF.Elevador da Glória. Relatório aponta que sistema de emergência cortou a energia, mas não foi suficiente