A Câmara de Lisboa discute esta quinta-feira o novo regulamento do Alojamento Local que está, há mais de um ano, à espera de desenvolvimentos. E está aprovada a proposta de Carlos Moedas, tal como o DN antecipara.Os dois vereadores do Chega votaram favoravelmente, colocando-se ao lado dos oito mandatos da coligação PSD-CDS-PP-IL. A proposta do PS, que previa rácios de 2,5 e 5% em Lisboa foi rejeitada pela direita, apesar dos votos favoráveis de Livre, Bloco e PCP.Moedas propôs que em áreas de contenção absoluta o novo regulamento para o Alojamento Local seja reduzido de 20% para 10% e em contenção relativa passe de 10% para 5%. Ainda assim, estes números duplicam os que estiveram em consulta pública e subscrita pela anterior liderança PSD/CDS-PP, o que levam à crítica generalizada da esquerda, que pedia rácios mais restritivos.Tinha um ano para ser resolvida a questão, desde que foi aprovada, governativamente, a remoção da competência municipal de reapreciação dos registos, já no final de 2024. Desde aí foram aplicadas medidas suspensivas para o contornar. A situação tem um impacto naturalmente maior em Lisboa face à maior procura turística e Carlos Moedas tem sido criticado pela oposição de esquerda, uma vez que, depois do processo de consulta pública, terminado em abril, o tema não teve sequência e o presidente da Câmara usou os dois adiamentos possíveis.Sem ter fechado o regulamento em setembro, a oposição acusou a ilegalidade e o fim das moratórias, enquanto Carlos Moedas advogou que, face ao hiato para tomar posse, ganhava três semanas mais sem que o Alojamento Local ficasse desregulado, ou seja, sem que qualquer proprietário se pudesse candidatar a licenças. A Câmara Municipal garante que, face à suspensão de novas licenças, não houve novos registos, como tal o problema não se agravou.Em 2019, segundo dados recolhidos pelo DN, é verificável que os Alojamentos Locais passaram de 16.000 para 18.500, obrigando à atuação política. Em 2014, em termos comparativos, existiam menos de 500.O Chega, ao DN, pela voz de Bruno Mascarenhas, disse concordar com os rácios e explicou que "o problema da falta de habitação não se prende com o Alojamento Local, mas sim com a sobrelotação resultante da imigração".No plano inicial sob consulta pública, com o rácio colocado nos 5%, haveria limitação nas licenças em Santa Maria Maior, Misericórdia, Santo António, São Vicente, Arroios, Estrela, Avenidas Novas e Alcântara. Agora, com 10 empreendimentos de Alojamento Local por 100 fogos habitacionais, Avenidas Novas e Alcântara deixam de poder impor limitações, por exemplo.Durante esta manhã estão ainda a votos algumas propostas de alteração. Não era previsível que pudessem seguir adiante as sugestões da esquerda, mas o Chega apresentou uma proposta de alteração no que toca à fiscalização das licenças. .Moratórias do alojamento local em Lisboa sem fumo branco. Esquerda critica interpretação da lei por Moedas.Lisboa. Novas regras do Alojamento Local serão aprovadas apesar da recusa da esquerda