Portugal regista menor crescimento de novos casos de covid-19. 16 mortes e 452 infetados nas últimas 24 horas
De sábado para domingo, morreram mais 16 pessoas em Portugal vítimas da covid-19 e foi confirmado que outras 452 eram portadoras do vírus, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta segunda-feira (6 de abril). Significa isto que, nas últimas 24 horas, o número de novos infetados aumentou 4% e o de mortes 5,4%, elevando o total de doentes para 11730 e o de óbitos para 311. Há 140 recuperados, quando ontem eram 75.
A curva epidemiológica em Portugal desacelerou nos últimos dias, de acordo com os dados oficiais. A taxa de crescimento de novos casos tem-se revelado mais baixa, tendo no sábado (dia 5) atingido os 6,5%. No domingo, voltou a subir para 7,2%, para hoje apresentar o menor valor desde que as medidas de contenção começaram a ser aplicadas: 4%. O que não será motivo suficiente para baixar a guarda, dizem especialistas e as autoridade de saúde, que insistem na necessidade de continuar a cumprir as orientações já conhecidas: ficar em casa, manter o distanciamento social, ter cuidados de higiene redobrados.
Terão ainda de ser considerados o número de testes de despiste da doença que estão a ser feitos para garantir que esta redução não se deve à falta de notificação. Em conferência de imprensa, este fim de semana, a ministra da Saúde, Marta Temido, assumiu que há pessoas que aguardam para fazer as análises biológicas e que o país continua a reforçar a sua capacidade de testagem. Em breve serão distribuídas 80 mil zaragatoas (que servem para retirar amostras biológicas pelas narinas) e 260 mil testes. Confiança reforçada pelo secretário de estado da Saúde, António Lacerda Sales, esta segunda-feira, durante a conferência de imprensa diária. "Portugal continua a aumentar o número de testes infetados", disse, acrescentando que, desde o dia 1 de março, foram realizados cerca de 110 mil testes. Portugal tem agora uma capacidade diária instalada para 11 mil testes.
Neste momento, aguardam resultado laboratoriais 4500 pessoas e mais de 23 mil estão a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde para vigiar possíveis sintomas.
Encontram-se internados 1099 doentes, destes 270 estão nos cuidados intensivos - mais 3 que ontem. "Estamos muito atentos e preocupados", indicou sobre estes números, António Lacerda Sales, quando confrontado com as declarações do bastonário da Ordem dos Médicos sobre falta de recursos nestas alas. O secretário de estado da Saúde garante estarem a ser adquiridos mais ventiladores para fazer face ao aumento das necessidades. Hoje estão a ser distribuídos pelo país 140 ventiladores e o Governo espera que ainda esta semana cheguem mais 500 às instituições de saúde.
Ainda segundo o boletim da DGS, maioria dos infetados (60%) apresenta tosse, 40% têm febre, 32% dores musculares, 28% cefaleia, 24% fraqueza generalizada e 17% têm dificuldades respiratórias.
A região do norte continua a ser a mais afetada pelo novo coronavírus e, esta segunda-feira, tem mais do dobro dos infetados e de mortes que a segunda a região do país mais preocupante - Lisboa e Vale do Tejo (que tem também o concelho com mais casos).
O norte tem 6706 casos confirmados e 168 mortes. Nesta contagem seguem-se Lisboa e Vale do Tejo (3070 infetados, 60 mortes), o centro (1521, 76), o Algarve (229, 7), o Alentejo (com 84 casos e ainda sem vitimas mortais, uma vez que a registada na última sexta-feira foi entretanto corrigida), Açores (68) e a Madeira (52).
A nível municipal, Lisboa é hoje o concelho com maior número de doentes (699). Depois o Porto (689), Vila Nova de Gaia (518), Gondomar (489), Maia (444) e Matosinhos (400).
Estes dados são recolhidos através do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE) e correspondem apenas a 78% do total de infetados.
Tal como Portugal, Espanha e Itália (os países europeus mais afetados pelo novo coronavírus) também têm reduzido a velocidade de propagação do surto. Em Espanha - a segunda nação do mundo com maior número de casos e de mortes - registaram-se, nas últimas 24 horas, mais 637 óbitos e 4273 casos, anunciou o ministério da Saúde, esta segunda-feira. É o número mais baixo desde o dia 24 de março. No total, há 13 055 mortes e 135 032 infetados em solo espanhol.
O país vizinho é apenas superado pelos Estados Unidos, no que diz respeito ao número de casos (336 851), e por Itália, no que se refere a mortes. Desde que a pandemia começou na Europa, já morreram 15 887 italianos. Portugal é o 16.º país do mundo com mais casos.
Existem mais de 1,2 milhões de casos de covid-19 no mundo inteiro e 70 320 mortes, segundo o siteWorlometer.
Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos). E acima de tudo: fique em casa.
Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre, tosse, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pede que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24) ou para a unidade de cuidados primários mais próxima.