DGS confirma surto covid no Hospital de São José, em Lisboa
"É muito recente, este surto", apontou a diretora-geral da Saúde, por isso ainda não é possível fazer um balanço do número de infetados.
"Foi detetado um foco" de covid-19 no Hospital de São José, em Lisboa, confirmou a diretora-geral da Saúde (DGS), em conferência de imprensa, esta quarta-feira. Sem dizer, no entanto, quantas foram as pessoas infetadas, uma vez que se trata de uma situação "muito recente", segundo Graça Freitas.
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"Estão a fazer-se testes e foram retirados os doentes das áreas afetadas", continua a responsável pela DGS. Graça Freitas especificou ainda que todos os doentes e profissionais de saúde serão sujeitos a teste de despiste e está a decorrer um rastreio aos contactos próximos destes.
Segundo o jornal Correio da Manhã, pelo menos três doentes foram infetados nos serviços de Urologia e Cirurgia. Ao DN, o hospital diz ainda não ter confirmação dos serviços afetados.
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Graça Freitas volta a rejeitar cerca sanitária em Reguengos de Monsaraz
Durante a conferência de imprensa, no ministério da Saúde, Graça Freitas voltou ainda a rejeitar a hipótese de uma cerca sanitária em Reguengos de Monsaraz, na sequência de um surto num lar que continua a registar infetados e mortes. Esta terça-feira, morreu mais um utente, um homem de 73 anos, que estava internado no Hospital do Espírito Santo, em Évora. É a 15.ª vítima mortal.
Apesar disto, a diretora-geral da Saúde refere que o surto "está circunscrito, está a ser vigiado e não há nenhum motivo para que as medidas que estão a ser tomadas extravasem".
"Neste momento, a questão das cercas sanitárias tem um contexto diferente. Inicialmente, as cercas foram encaradas como forma de isolar grandes áreas, até países, mas à medida que esta epidemia foi evoluindo - pelo menos no nosso país e em muitos outros países - o que se tem feito são atuações muito mas cirúrgicas. Ir diretamente a áreas afetadas, seja uma rua, seja uma freguesia, seja um prédio", continuou Graça Freitas.
"Portugal é o país que mais deteta casos assintomáticos"
Questionada sobre o risco de pessoas assintomáticas poderem comprometer o controlo da doença, a responsável pela DGS socorreu-se de um estudo realizado no Reino Unido pelo Imperial College London e pela London School of Hygiene and Tropical Medicine para dizer que "Portugal é dos países que mais deteta casos assintomáticos", por causa da grande quantidade de testes que faz, aproximando-se assim mais do número real de infeções covid que circularão na sociedade.

Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, esta quarta-feira, em conferência de imprensa.
© ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
"Neste momento, estamos a investigar fortemente os surtos. Quando detetamos um caso positivo, vamos fazer rastreio. Portanto, se há país onde as pessoas assintomáticas são de facto detetadas é em Portugal, mas o risco é igual aqui ou noutro sítio qualquer", afirmou Graça Freitas, que mencionou também a necessidade de "estarmos muito atentos a esta probabilidade de transmissão". "O que sabemos é que os casos se transmitem mais facilmente em ambientes fechados e que não recebem luz natural", acrescentou.
Mais 443 casos e dois mortos nas últimas 24 horas
Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram mais duas pessoas e foram confirmados mais 443 casos de covid-19. Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quarta-feira (8 de julho), no total, desde que a pandemia começou registaram-se 44859 infetados, 29714 recuperados e 1631 vítimas mortais no país.
Há, neste momento, 13 514 doentes portugueses ativos a ser acompanhados pelas autoridades de saúde. Mais 172 que esta terça-feira.
327 dos novos infetados (74%) têm residência na região de Lisboa e Vale do Tejo. Mas é no Norte que o aumento de novos casos mais surpreende. Nas últimas 24 horas registaram-se mais 77 infetados (17% do total), o que significa o maior crescimento de casos da região desde o dia 10 de maio, quando foram confirmados 98 casos na zona.
Esta quarta-feira, estão internados 512 doentes, (mais um que no dia anterior). Nos cuidados intensivos encontram-se 74 pessoas com covid-19 (menos duas).
