"Estamos a dobrar a curva". Espanha regista 288 mortos por covid em 24 horas

É o menor número de novos óbitos do último mês. Primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, fala em "forte descida", sugerindo que o país está a conseguir dar a volta à curva epidemiológica, que traça a evolução da pandemia. Há três dias consecutivos que o número de recuperados supera o de novos casos.

São os melhores resultados do país vizinho desde que o surto do novo coronavírus começou a aumentar de intensidade. Espanha registou mais 288 mortes, 1729 casos confirmados de covid-19 e 3024 pessoas curadas, nas últimas 24 horas, segundo dados atualizados, este domingo (26 de abril), pelas autoridades de saúde. O país tem agora no total 23 190 óbitos e 207 634 casos confirmados.

A queda foi significativa em relação ao dia anterior, quando foram notificadas 378 óbitos, mas há que aguardar mais uns dias para se confirmar que o número divulgado este domingo pode ser o inicio de uma tendência que mostre que o país está a conseguir controlar a pandemia. Sendo que é o terceiro dia consecutivo em que Espanha apresenta um número de novos recuperados superior ao de novas infeções. Há agora 98 732 pessoas recuperadas.

Pedro Sanchez, o primeiro-ministro espanhol, antecipa-se e fala numa "forte descida". "É a primeira vez que temos um registo tão baixo de mortos. São dados logicamente insuportáveis, mas que convidam à esperança. O número de pessoas curadas é superior ao de infetadas. Estamos a dobrar a curva", afirmou, este domingo, citado pelo diário El País.

A taxa de letalidade do país (a diferença entre o número de mortes e de infetados) é agora de 11,2%, uma das mais elevadas do mundo. Contribui para este fator a quantidade de testes realizados pelo país, uma vez que as nações que testam mais encontram mais casos ligeiros e, por isso, obtêm uma menor taxa de letalidade. Espanha faz, neste momento, 20 testes por milhão de habitantes. Menos Itália (29), que a Alemanha (25) e que Portugal (32 - o país que, proporcionalmente, mais testa na Europa).

O primeiro caso de covid-19 em Espanha foi notificado no início de janeiro, o segundo a 9 de fevereiro, mas só a partir do dia 25 o contágio oficial acelerou. A 10 de março, o país tinha 1024 infetados. As cadeias de transmissão foram-se multiplicando, tal como a pressão sobre o sistema de saúde, que foi sendo reforçado, mas que se via a braços com uma tarefa hercúlea. O estado de emergência é decretado, pela primeira vez, a 15 de março, e estará em vigor pelo menos até 9 de maio, apesar de a sociedade já estar a regressar, de forma faseada, "à normalidade". Espanha é neste momento o segundo país do mundo com maior número de infetados (só ficando atrás dos Estados Unidos) e o terceiro com mais mortes (a seguir aos EUA e a Itália).

Passear e praticar desporto. Espanha suaviza confinamento

O país tem em marcha um regresso faseado à "normalidade". A partir de dois de maio voltam a ser permitidas caminhadas em família ou praticar desporto. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou, sábado, que o Conselho de Ministros decide na terça-feira um plano para aliviar o confinamento que será executado "gradualmente, assimetricamente e em coordenação", a partir de maio e com a máxima "prudência".

"Não vamos recuperar repentinamente todas as atividades e mobilidade, mas por etapas", disse o chefe do Governo espanhol, especificando que esta transição ocorrerá em velocidades diferentes, dependendo do território. E não podem ser descuidadas as medidas de higiene e segurança estabelecidas.

Depois de seis semanas de confinamento, também as crianças até aos catorze anos são autorizadas, a partir de domingo, a sair à rua durante uma hora por dia, das 09:00 às 21:00, acompanhadas por um adulto, até a um quilómetro das suas casas. Podem levar brinquedos consigo, embora tenham de se manter afastadas de outros menores.

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